segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PALAVRAS NA BRISA NOTURNA


"...Mas o importante não é só o choro. O choro é importante, porque lava a alma. Mas há uma postura muito segura, de encarar isso apenas como histórias tristes que aconteceram com algumas mulheres na China. Acho que, como elas, as mulheres do Brasil também precisam dessa atenção. Mais do que fazer as pessoas chorar, temos que fazê-las pensar."
Xinran Xue
Unidade Provisória SESC Avenida Paulista apresenta o Espetáculo "Palavras na Brisa Noturna", de Fábio Porchat, a partir deste 22 de Janeiro.
Peça é inspirada no livro "As Boas Mulheres da China", da chinesa Xinran Xue, que retrata a dura vida da mulher chinesa ao longo do século XX. Montagem carioca utiliza poesia para falar do sofrimento e da mágoa das mulheres do mundo todo.
Inspirado no livro "As Boas Mulheres da China", da jornalista chinesa Xinran Xue, o espetáculo Palavras Na Brisa Noturna estreia neste dia 22 de janeiro, sexta-feira, às 20h, na Unidade Provisória SESC Avenida Paulista. O livro reúne relatos verídicos, coletados pela autora em seu programa de rádio e retrata a dura vida da mulher chinesa ao longo do século XX. Com texto e direção de Fábio Porchat, a montagem carioca utiliza poesia para falar do sofrimento e da mágoa das mulheres do mundo todo. No elenco estão Patrícia Vazquez, Cris Rudolph, Pollyanna Rocha, Fernanda Maia e Regina Gutman.
O livro foi o ponto de partida para a peça original, cujo título é uma homenagem ao nome do programa de rádio de Xinran Xue. Livremente inspirado nos depoimentos verídicos, Fabio Porchat escreveu cinco monólogos representados por cinco mulheres. Cinco histórias distintas, cinco realidades postas à prova, cinco sofrimentosgenuínos. "Fabio Porchat entendeu meu livro. Entendeu o sofrimento dessas mulheres. Escreveu a peça com seu coração e sua alma", afirma a escritora Xinran Xue.
No primeiro monólogo, intitulado A Mosca, uma garota de quinze anos está internada no hospital, de propósito, para fugir dos abusos sexuais cometidos por seu pai. Em seu quarto conhece uma mosca e a adota como seu bichinho de estimação. Em A Espera, segundo monólogo, uma mãe, moradora de rua por opção, está à espera de seu filho que passa em frente a seu barraco toda manhã para ir ao trabalho. Hoje, pela primeira vez, ele não vem.
No terceiro monólogo, Quarenta e Cinco Anos, uma Mulher que passou quarenta e cinco anos à procura de seu grande amor, que lhe foi tirado na adolescência, descobre que ele está casado com outra mulher quando o reencontra. Em O Pai, quarto monólogo, uma mulher sofre estupro coletivo aos onze anos. Sua mãe descobre e se mata. Seu pai que estava preso, é solto, mas está aprisionado em seu próprio mundo e não a reconhece.
No quinto e último monólogo, Terremoto, menina está presa nos destroços de um terremoto. Viva e dependurada no alto de um prédio, prensada entre uma parede e uma viga, pode ver a cidade inteira, mas ninguém pode vê-la. "A idéia central do projeto foi desambientalizar essas histórias, retirá-las da China e transpô-las para o mundo. Não queremos apenas mostrar o drama, o sofrimento da mulher, queremos mostrar que algo pode ser feito por elas. Por nós", afirma o diretor Fábio Porchat.
A peça estreou no dia 2 de julho de 2009 na FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), com a presença de Xinran Xue na platéia. O espetáculo tem parceria com a ONG de Xiran na China, Mothers' Bridge of Love (MBL), que se envolveu no projeto, contribuindo com figurinos e trilha sonora e convidou a peça para se apresentar na China e em Londres este ano. O espetáculo ficou em cartaz no Rio de Janeiro, cumprindo temporada de dois meses na Sede da Cia dos Atores e um mês no Teatro dos 4.
"Palavras Na Brisa Noturna" tem Figurinos, de Samuel Abrantes; Cenário de Cláudio Torres Gonzaga e Mayra Renna; Iluminação de Russinho e Trilha Sonora de Paulo Carvalho.
Fábio Porchat: Ator, diretor e roteirista, escreveu as peças Faz Sentido (2005), direção João Fonseca; Infraturas (2005), direção Malu Valle e Olho de Boneca (2006), direção Celina Sodré, que assina com Fábio e dirige o espetáculo Todo o Tempo do Mundo (2008). Fábio também escreveu e dirigiu as peças Elas Morrem No Fim (2006) e Calabouço (2008), além de Piquenique No Front, de Fernando Arrabal. Desde 2006 participa da peça A Comédia Em Pé. Seu solo de stand up comedy se chama Fora do Normal. Para a televisão, na Rede Globo, Fabio escreve para os programas Zorra Total, Os Caras de Pau e recentemente criou para o Fantástico o quadro Exagerados, no qual além de escrever, atuava como ator.



Ficha Técnica:
"PALAVRAS NA BRISA NOTURNA"
Texto e Direção: Fabio Porchat.
Elenco: Patrícia Vazquez, Cris Rudolph, Pollyanna Rocha, Fernanda Maia e Regina Gutman.
Cenário: Cláudio Torres Gonzaga e Mayra Renna
Figurinos: Samuel Abrantes
Iluminação: Russinho
Trilha Sonora de Paulo Carvalho.Pesquisa de som: Aline Meyer



Serviço:
Unidade Provisória SESC Avenida Paulista
Endereço: Avenida Paulista, nº119
Local: Espaço Décimo Primeiro Andar
Temporada: 22 de janeiro a 28 de fevereiro
Horário: Sexta a domingo, às 20h
Capacidade: 50 lugares
Classificação etária: 14 anos
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
Telefone para informações: (11) 3179-3700
Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220 ou acesse o portal www.sescsp.org.br





AS BALEIAS TAMBÉM MERECEM VIVER

A cidade japonesa de Nagoya será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, em 2010, e o governo já divulgou o símbolo do encontro: animais, imitando o formato de origami, cercam um homem e uma criança - um retrato da vida humana em harmonia com a natureza. Mas pesa sobre essa imagem uma sombra que prejudica a meta do Japão de ser reconhecido como uma nação preocupada com o futuro da biodiversidade. A caça às baleias - uma tradição entre os japoneses desde a Idade Média - resiste a todas as pressões internacionais. Esta semana o ministro das Relações Exteriores, Katsuya Okada, disse que o Japão não planeja mudar sua política sobre o assunto.
Ecologistas, porém, acreditam que o momento de suspender a matança pode estar mais perto. Eleito no final de agosto de 2009 com a promessa de reduzir os gastos públicos - o Japão administra o maior déficit dos países industrializados - o primeiro-ministro Yukio Hatoyama formou um comitê para apontar as áreas sujeitas a cortes. Uma das recomendações do grupo foi suspender o repasse de fundos oficiais para o Instituto para Pesquisa de Cetáceos, o órgão que conduz o programa científico que permite a caçada das baleias no Japão. Grupos ambientalistas e governos como o dos EUA, Austrália e Inglaterra denunciam o programa como uma fachada para justificar a pesca comercial dos mamíferos (o que é fácil de se comprovar ao se encontrar carne de baleia a venda em mercados japoneses), banida por uma moratória da Comissão Internacional de Caça à Baleia (IWC, na sigla em inglês) desde 1986.
Um dos símbolos mais conhecidos na luta contra a extinção, as baleias continuam a sofrer. E em 2010, quando a ONU celebra o Ano Mundial da Biodiversidade, sua preservação é uma das prioridades. Sete das 13 espécies de grandes baleias continuam ameaçadas de extinção e a comunidade internacional cobra do Japão explicações sobre o sacrifício de mais de nove mil baleias minke nos últimos 22 anos, por exemplo, apenas para as chamadas pesquisas científicas. O governo japonês não esconde que quer o fim da moratória, mas insiste estar fazendo tudo dentro da lei (as pesquisas são permitidas por uma cláusula do acordo com a IWC).
Sem subsídios, no entanto, afirma o WWF, a indústria baleeira não tem como sobreviver atualmente, já que a demanda pela carne do animal vem diminuindo ao longo dos anos. No início de dezembro, o navio-fábrica Nisshin Maru, o maior da frota japonesa, partiu para mais uma temporada de caça que manchará de sangue o mar da Antártica. Segundo os ecologistas, essa missão vai custar US$ 8,8 milhões, que sairão do bolso dos contribuintes.
Estudo do WWF afirma que na Noruega a situação é semelhante e, desde 1992, o governo gastou mais de US$ 4,9 milhões em divulgação, relações públicas e lobby para defender essa indústria. "Além disso, os subsídios do governo para a indústria igualaram quase metade do valor bruto de todos os desembarques de carne de baleia feitos através da Rafisklaget, a Organização dos Pescadores da Noruega", informa relatório do WWF.
Segundo o mesmo estudo, na temporada de 2008-2009, a indústria baleeira japonesa precisou de ajuda de US$ 12 milhões para ter as finanças equilibradas. Desde 88, esses subsídios já teriam chegado a US$ 164 milhões. Uma das justificativas para a caça - a de que comer carne de baleia é uma tradição, isto é, uma questão cultural que não permite intervenções - fica enfraquecida diante dos números. O WWF informa que o preço do quilo do produto caiu quase à metade desde 1994, por falta de consumidores.
Apesar de toda a gritaria internacional, a Islândia, também mantém a pesca predatória dos cetáceos. No início do ano de 2009, em meio a uma crise econômica sem precedentes, o governo do país - pouco antes de renunciar - aumentou a cota de caça de baleias minke (100 por ano) e fin (150) para os próximos cinco anos.
A Islândia justifica a caça à baleia como uma forma de criar empregos e trazer mais recursos, exportando, por exemplo, a carne e a gordura (de onde se extrai óleo) para o Japão, que por sua vez já está com o mercado saturado.
- Essa indústria é mantida por um grupo pequeno e poderoso de burocratas, funcionários do governo e empresários que lucram com ela e que, portanto, têm interesse em manter a caça comercial enquanto for possível - diz Junichi Sato, ambientalista do Greenpeace Japão.
Send a whale! Greenpeace
Create your whale! Criar uma baleia origami virtual e enviá-la com uma mensagem pessoal para o primeiro ministro do Japão, não se sabe se vai impedir a carnificina das baleias, mas é uma campanha muito original do Greenpeace.


BIZARRE LOVE TRIANGLE

domingo, 24 de janeiro de 2010

As retrospectivas de fim do ano passado feitas pelas publicações do Japão tinham em comum um mesmo nome na lista das celebridades que mais apareceram em 2009: a cantora Ai Haruna, uma artista que ganhou fama fazendo imitações de estrelas pop nos programas de TV japoneses, os chamados tarento shows, bastante populares no país. Haruna não tem uma grande voz, mas seu estilo - sem vergonha de ser kitsch - faz sucesso no showbiz japonês: aparenta muito menos do que os seus 37 anos, tem um belo corpo, um rosto de boneca, sempre impecavelmente maquiado, é falante e simpática. A diferença é que até os 19 anos ela era um homem e seu sucesso está quebrando tabus numa sociedade avançada econômica e politicamente, mas conservadora nos costumes.
Haruna, cujo nome original era Kenji Onishi, foi eleita a transexual mais bonita do mundo em outubro de 2009, no concurso Miss International Queen, realizado na Tailândia. Desde então deixou de ser só uma assídua frequentadora dos programas televisivos de seu país e tem soltado o verbo contra a discriminação das minorias sexuais no Japão, onde movimentos gays não são tão fortes ou organizados como nos Estados Unidos e Europa.
- Fiquei impressionada com as oportunidades que pessoas como eu têm na Tailândia, por exemplo. Elas trabalham em hotéis, restaurantes, aparecem na TV. Neste ponto, o Japão está atrás de outros países asiáticos - diz ela.
As declarações de Haruna vêm dando a ela uma aura de militante, e a cantora não tem medo de se expor sob os holofotes para propagar sua mensagem. Só conseguiu vencer o concurso internacional depois de ter feito uma dieta radical que engoliu 15 quilos de seu corpo mignon - uma dura batalha acompanhada pelas câmeras de TV de um programa de variedades, com direito a pegadinhas (a produção jurou que ela não estava sendo filmada e fingiu esquecer em seu quarto um bolo). Ela não se importa. Diz que desde pequena tinha dois sonhos: ser menina e aparecer na televisão.
- Ter conseguido essas duas coisas parece um milagre - afirma, com lágrimas nos olhos, durante entrevista para correspondentes estrangeiros, em Tóquio. - Depois da operação que me transformou em mulher, achei que viveria normalmente, como uma japonesa qualquer. Mas estava errada. Não posso ignorar o sofrido Kenji Onishi que ainda vive dentro de mim. Quero viver de forma verdadeira e gostaria que as pessoas me aceitassem como sou: com uma parte mulher e outra homem - pede Haruna, cuja voz varia bastante de timbre durante a conversa, indo do extremamente feminino ao masculino.
A TV japonesa dá espaço para celebridades assumidamente gays, mas elas, em geral, só fazem comédias e não abordam assuntos sérios. Haruna reconhece que o movimento GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais) não tem poder no Japão e afirma que, se houver espaço, gostaria de se engajar mais na luta contra a discriminação. Ela chora ao lembrar o sofrimento de sua infância e adolescência e as várias vezes em que pensou em se matar, antes de se transformar, oficialmente, numa mulher. A lei permite a mudança de sexo no país mas, mesmo com a carteira de identidade feminina, a transexual teve dificuldades, por exemplo, para alugar um apartamento em Tóquio.
- Fui recusada pelo menos cinco vezes. Sempre ouvia que aqueles eram condomínios familiares e minha presença poderia incomodar - conta.
Mas, como toda a celebridade que faz jus ao nome, Haruna não fala apenas de tristeza. Diante da plateia de jornalistas, troca o discurso pró-tolerância sexual por uma hilária imitação de Matsuura Aya - uma das mais endeusadas cantoras pop do país - e fica bem à vontade, por exemplo, quando perguntada sobre coisas como seus segredos de beleza: bota saquê com sal grosso na banheira para suar (!); usa loção para tirar a oleosidade da pele três vezes ao dia e não come carboidratos à noite. Além disso, faz piada ao mostrar seu lado empresária.
- Mas o que realmente deixa a pessoa esplendorosa é comer okonomiyaki - revela, referindo-se a uma panquequinha tipicamente japonesa, prato principal de uma rede de restaurantes que tem Haruna como sócia.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ADEUS SPECTREMAN



Morreu no dia primeiro de janeiro de 2010, no Japão, o ator Tetsuo Narikawa, conhecido dos brasileiros nas décadas de 1970 e 1980 como o Kenji de Spectreman que foi uma das mais populares séries japonesas exibidas no Brasil. Com 63 episódios, a série foi ao ar entre 1971 e 1972 e no original, o personagem Kenji se chamava Jori Gamu. No Brasil, a série foi transmitida pela Record e pelo SBT, virando uma referência trash da cultura pop japonesa.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

LETÍCIA SEKITO


Queridos!

Preparem suas agendas de fevereiro para começarmos o ano dançando muito ! Vou coordenar 2 atividades gratuitas aos sábados no SESC Pinheiros:das 15h `as 17h Workshop de Improvisação na dança contemporânea das 18h30 `as 20h Jam session de dança, com vários convidados, incluindo vocês! E nos dias 21 e 28 de fevereiro, `as 17h , temos a performance "Corpo e Plástico #9 e #10", com a minha Companhia Flutuante! Informações abaixo, Espero encontrar vocês lá!

Abraço, Leticia Sekito/Companhia Flutuante

1)IMPROVISAÇÃO NA DANÇA CONTEMPORÂNEA

Workshop de improvisação em dança contemporânea com Letícia Sekito. Tem por objetivo possibilitar a dança e a comunicação com pessoas de diferentes vivências corporais. Pretende trabalhar com os princípios do Aiki e com a "respiração pelas solas dos pés" aplicados à dança contemporânea, com o intuito de estimular o fluxo da energia vital (KI) do corpo e da percepção e da ação do seu centro em movimento. Busca a integração do corpo no espaço-tempo, com explorações das sensações físicas e imagens poéticas que auxiliem o desenvolvimento de uma dança coerente e prazerosa com seu corpo e com o grupo. Duração: 2h. Sala de Atividades - 3º andar. Interessados na linguagem de dança contemporânea a partir dos 14 anos. Ingressos à venda pelo sistema

INGRESSO SESC, a partir de 01/02. R$ 20,00; R$ 10,00 (usuário matriculado, a partir de 60 anos e estudantes). R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes, a partir de 60 anos e estudantes). Dia(s) 06/02, 13/02, 20/02, 27/02 Sábados, das 15 às 17h. SESC Pinheiros

2) PROJETO IMPROVISO

Jam de Dança que apresenta um coreógrafo e seu grupo de pesquisa a cada mês para experimentar junto com o público, improvisações de dança contemporânea. Esse núcleo, por sua vez, convida parceiros de trabalho e pesquisa que contribuam para a improvisação com música, imagens ou dança. O projeto também conta com uma oficina durante o mês, ministrada pelo coreógrafo convidado para bailarinos, atores, músicos e estudantes de artes cênicas em geral.

JAM SESSIONS DE DANÇA

Encontro para a improvisação de dança com a coordenação da Companhia Flutuante e Leticia Sekito. A Jam é aberta ao público em geral que queira apreciar um momento de criação, diálogo e interação entre a dança e outras áreas artísticas, que acontece em tempo real, em um instante único e efêmero, através da improvisação. Letícia Sekito e a Cia Flutuante convidam: 06/02 - sonoplasta Jorge Peña e o Núcleo Avoa!; 13/02 - Sonoplasta Jorge Peña, cantora e dançarina Mônica Lopes, atriz e Performer Priscila Jorge e, artista plástico e dançarino José Romero; 20/02 - cantora e compositora Sandra Ximenez do Grupo Axial e o projeto DR de dançam e 27/02 - Grupo Coração Quiáltera (música) e o Núcleo Avoa! (dança).Duração: 2h. Praça. Grátis Dia(s) 06/02, 13/02, 20/02, 27/02 Sábados, às 18h30.

3) PERFORMANCECORPO E PLÁSTICO #9 E #10

Corpo-plástico, pele-plástico, corpo-casulo, plástico que embala, corpo que manipula, plástico que mobiliza, corpos que se transformam. Quais são as possibilidades de encontro entre o corpo e o plástico? Essa performance criada em tempo real é uma instalação coreográfica inédita, que trabalha com a linguagem cênica e improvisação, além de dança e música. Com a Companhia Flutuante (LETICIA SEKITO, JORGE PENA, LIGIA CHAIM, JOANA EGYPTO). 40 vagas. Sala de Oficina, 2º andar. Retirada de senha no local, com 30' de antecedência. Grátis Dia(s) 21/02, 28/02 Domingos, às 17h. SESC Pinheiros.

Mais informações no site do SESC Pinheiros http://www.sescsp.org.br




Para Atsushi Nakanishi, desempregado desde o Natal, seu lar é um cubículo pouco maior que um caixão - um de dezenas de leitos empilhados em um dos decrépitos "hotéis-cápsulas" de Tóquio.

"É apenas um lugar para chegar e dormir", disse ele, torcendo o pescoço e dando batidinhas em seu terno preto - um dos dois que ele possui, pois se livrou do resto de seu guarda-roupa por falta de espaço. "Você se acostuma", disse.

Quando o Capsule Hotel Shinjuku 510 abriu, há quase duas décadas, o Japão estava apenas começando a sair de sua bolha econômica, e os minúsculos cubículos de plástico do hotel ofereciam um refúgio noturno para trabalhadores assalariados que tinham perdido o último trem de volta para casa.

Hoje, as cápsulas do Hotel Shinjuku 510, que não medem mais de 2 metros de comprimento por 1,5 metros de largura, e são tão baixas que uma pessoa não consegue ficar de pé, se tornaram uma opção acessível para quem não tem outro lugar para ir, enquanto o Japão sofre com sua pior recessão desde a Segunda Guerra.

Exportadores que antes atravessavam um acelerado crescimento realizaram demissões em massa em 2009, à medida que a crise econômica mundial encolhia a demanda. Muitos dos recém-empregados, forçados a sair de suas casas patrocinadas pela empresa ou incapazes de conseguir pagar o aluguel, ficaram sem casa.

As desgraças do país levaram o governo a disponibilizar abrigos de emergência no feriado de Ano Novo em um esforço nacional para evitar os sem-teto. O Partido Democrático, que chegou ao poder em setembro, quer evitar o destino do antigo governo pró-negócios, que foi pego desprevenido quando trabalhadores desempregados armaram tendas perto de repartições públicas, no ano passado, para chamar atenção para seus problemas. "Nesta temporada gelada de fim de ano, o governo pretende fazer tudo que for possível para ajudar os que estão em dificuldades", disse o primeiro-ministro Yukio Hatoyama em um vídeo divulgado no YouTube no dia 26 de dezembro. "Você não está sozinho".Recentemente, ele visitou um abrigo em Tóquio que acolhia 700 sem-tetos, dizendo a repórteres que "a ajuda não pode esperar".

Nakanishi se considera um homem relativamente sortudo. Após trabalhar em empregos diversos, como uma linha de montagem da Isuzu, em jogos de maquininhas pachinko e como segurança, Nakanishi, 40 anos, se mudou para o hotel-cápsula no distrito Shinjuku em abril para economizar aluguel, enquanto trabalhava à noite para uma empresa de entregas.

Nakanishi, que estudou economia em uma universidade regional, sonha em se tornar advogado e estuda manuais jurídicos durante o dia. Porém, desempregado desde o Natal, ele não sabe por quanto tempo poderá pagar por uma cama-cápsula.

O aluguel é surpreendentemente alto para um espaço tão pequeno: 59 mil ienes por mês, ou cerca de US$ 640, para uma cama alta. No entanto, sem o depósito adiantado ou cobranças adicionais por água e luz, além de cortesias como lençóis limpos e uso gratuito de um banheiro e sauna comuns, o custo é muito menor que o aluguel de um apartamento em Tóquio, diz Nakanishi.

Mesmo assim, é difícil dormir profundamente aqui. As cápsulas não têm portas, apenas telas que sobem e baixam. Todas as batidas de ombro nas paredes de plástico, todas as tosses abafadas ecoam alto através das fileiras de cama.

Cada cápsula é mobiliada apenas com uma luz, uma pequena TV com fones de ouvido, um gancho para casaco, um lençol fino e um travesseiro duro de casca de arroz.

A maioria dos objetos dos hóspedes, de camisas a creme de barbear, deve ser guardada em armários trancados. Há uma sala de uso comum com sofás velhos, uma área de refeição e fileiras de pias. Fumaça de cigarro está em toda parte, assim como as câmeras de segurança. No entanto, os funcionários do hotel fazem o máximo para deixar os hóspedes à vontade: "Bem-vindo ao lar", dizem os funcionários na entrada.

"Nossos principais clientes eram assalariados que ficavam bebendo e perdiam o último trem", disse Tetsuya Akasako, gerente do hotel.

Porém, há cerca de dois anos, o hotel começou a notar que os hóspedes ficavam ali por várias semanas, depois meses, disse ele. Este ano, o hotel passou a oferecer um aluguel reduzido para hóspedes que permaneciam um mês ou mais; agora, cerca de 100 das 300 cápsulas são alugadas por mês.

Após pedidos de seus moradores de longa data, o hotel recebeu uma permissão especial do governo para permitir que as pessoas registrem suas cápsulas como seu domicílio oficial; isso facilitou a obtenção de entrevistas de trabalho.

Às 2h da madrugada em uma noite de dezembro, duas jovens assistiam ao seriado americano "24 horas" em uma TV dentro da sauna. Uma disse ter viajado para Tóquio, vinda de sua cidade natal Gunma, ao norte, em busca de trabalho. Ela pretendia ser hostess em um dos cabarés da capital, onde mulheres se envolvem em uma conversa com homens por um preço.

A moça, de 20 anos, espera conseguir um emprego em um clube noturno, cujo salário a permita mudar para um apartamento. A jovem se recusou a fornecer seu nome, pois não queria que a família soubesse da sua situação.

"É difícil viver assim, mas não vai ser por muito tempo", disse ela. "Pelo menos há mais trabalho aqui do que em Gunma".

O governo afirma que cerca de 15.800 pessoas moram nas ruas no Japão, mas grupos de ajuda afirmam que os números são muito maiores, com pelo menos 10 mil pessoas apenas na capital, Tóquio. Esses números não contam os sem-tetos "escondidos" da cidade, como os que vivem em hotéis-cápsulas. Há também uma população flutuante que dorme nos vários cybercafés e saunas 24 horas do país.

O índice de desemprego, atualmente em 5,2%, atingiu uma alta recorde, e o número de lares que recebem ajuda do governo aumentou acentuadamente. O índice de pobreza do país, de 15,7%, é um dos maiores entre os países industrializados.

Essas estatísticas ajudaram a dissipar uma imagem, considerada desde a ascensão do país como uma potência industrial na década de 1970, de que o Japão é uma sociedade sem classes.

"Quando o país passa por um rápido crescimento econômico, os padrões de vida melhoram e as diferenças de classes são ofuscadas", disse Hiroshi Ishida, professor da Universidade de Tóquio. "Com uma economia em estagnação, as classes ficam mais visíveis novamente".

O governo investiu dinheiro para reforçar o sistema de assistência social do Japão, prometendo pagamentos em espécie para famílias com crianças e abolindo taxas de educação em escolas públicas.

Mesmo assim, Naoto Iwaya, 46 anos, está prestes a se unir àqueles que já não têm mais esperanças. Ex-pescador de atum, ele mora em outro hotel-cápsula de Tóquio desde agosto. Seu trabalho mais recente foi em um aterro no aeroporto Haneda, mas acabou em dezembro.





sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

KARMA COLA




Escultores, pintores e vídeo artistas revelam toda a contradição de uma Índia contemporânea que tem que lidar com problemas de imigração, proteção ambiental, o legado de Gandhi, a perda dos valores tradicionais, a imensa pobreza, e o seu papel no mundo globalizado. Indo além da exportação de exotismo e de filosofias religiosas, estes artistas buscam mostrar uma Índia moderna e urbana que passa longe do imaginário coletivo ocidental. A estátua grafitada de Gandhi medita cercada por paredes cobertas de placas comerciais, um dinossauro cor-de-rosa feito com garrafas de plástico mostra os dentes e um carro que serve de tanque de água se transforma em um esqueleto de sete metros feito em resina. Estas são as obras feitas por 11 artistas para a exposição Urban Manners 2. Para o Brasil, foi escolhida uma nova série de trabalhos, diferentes da primeira edição da mostra que foi realizada em Milão, na Itália, em 2007. A partir de 22/1. Em cartaz até 4/4. Ter. a sáb., 10h/21h, dom. e feriados, 10h/20h. Sesc Pompeia: Rua Clélia, 93, tel.: 3871-7700. Grátis. Acesso para deficientes físicos.





quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CRIANÇA PRODÍGIO



Cenas da Infância: 60 anos Pós-Guerra no Japão/Mostra Digital de Fotografias de Haruo Ohara" (São Paulo): exposição com trabalhos de fotógrafos como Nobuyoshi Araki e Ken Domon retrata as transformações do cotidiano japonês após a devastação da Segunda Grande Guerra Mundial contado por meio das crianças. Paralelamente, acontece mostra digital de 61 fotos do acervo de Haruo Ohara (1909-1999), com apoio do Instituto Moreira Salles (IMS). Até 17 de janeiro na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social - Bunkyo (Salão Nobre - 2º andar) - Rua São Joaquim, 381, Liberdade, São Paulo-SP. Grátis. De segunda a sexta, das 12h às 18h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h. Informações na Fundação Japão (0/xx/11 3141-0110/info@fjsp.org.br), Bunkyo (0/xx/11 3208-1755/atendimento@bunkyo.org.br) e sites www.fjsp.org.br/www.bunkyo.org.br