THE EXOTIC WEST
Integrando a programação oficial da 29ª Bienal de São Paulo, que este ano está sustentada na ideia de que é impossível separar a arte da política, o Centro da Cultura Judaica apresenta uma mostra contemporânea, de regiões onde a arte inerentemente conversa com a política.
Produzida e realizada pelo Centro, a exposição The Exotic West, possui a curadoria do artista Dor Guez, e ocupará o primeiro andar do prédio com trabalhos de oito artistas provenientes de diferentes países do Oriente Médio.
Entre os participantes em destaque está o palestino Scandar Copti, codiretor de Ajami, filme indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e exibido pelo Centro da Cultura Judaica. Também integram a mostra, o israelense Yosef Joseph Dadoune, cujo trabalho já foi exposto na Galeria Vermelho, em São Paulo, e a artista iraniana Solmaz Shahabazi, que participou da 9ª Bienal de Istambul, e apresenta um trabalho sobre os condomínios desta capital, onde diversas culturas convivem juntamente. Ainda na programação, os artistas Jamal Penjweny (curdo), Neta Shoshani (israelense), Nurit Sharett (israelense), Reem Da’as (palestino) e Wafaa Bilal (iraquiano).
A mostra busca colocar Israel dentro de seu contexto e realça de que maneira, para além das fronteiras, os artistas do chamado Oriente Médio apontam culturas híbridas entre “oriente” e “ocidente”. Esta exposição é uma reformulação da exposição Forbidden Junction, apresentada em 2009 em Israel. O termo ”forbidden junctions”, que pode ser traduzido como “conexões proibidas”, tem origem na Mishna, conjunto de textos que se referem à proibição da mistura das espécies no Pentateuco, o livro sagrado dos judeus.
No contexto da exposição, o termo foi utilizado para indicar as sínteses culturais dinâmicas, entre Ocidente e Oriente, que acontecem no Oriente Médio, questionando divisões e classificações simplórias como: judeus e árabes, leste e oeste, israelenses e palestinos, religião e secularismo.
Para a mostra em cartaz no Centro da Cultura Judaica, o artista Neta Shoshani, criou uma obra exclusiva chamada Dir-Yassin/ Kfar Shaul. Ainda está previsto um catálogo em português e inglês com artigo de Dor Guez e introdução de Benjamin Seroussi, diretor de programação do Centro.
O próprio curador, o artista e fotógrafo Dor Guez, é uma prova desta mistura de culturas. De ascendência cristã-palestina e judaica-tunisiana, Dor se considera judeu-árabe, e atua como artista, curador e pesquisador em fotografia. Seu trabalho é focado nas questões ligadas ao multiculturalismo e às identidades étnicas. Este ano recebeu o prêmio de melhor jovem artista israelense pelo Ministério Israelense da Cultura e dos Esportes. No último dia 11 de setembro, abriu sua primeira exposição individual de grande porte, Al-Lydd, no KW Institute for Contemporary Art, em Berlim.
Data: de 22 setembro a 17 de dezembro – 1º Andar
Horário: 3ª a sábado, das 12h às 19h e domingo, das 11h às 19h
Ingresso: gratuito
Classificação: Livre
Endereço: Rua Oscar Freire, 2.500 (estação Sumaré do Metrô)
Tel.: (11) 3065-4333
E-mail: culturajudaica@culturajudaica.org.br
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