O número de mortos por causa do terremoto e do tsunami ocorrido há um mês no nordeste do Japão aumentou para 13.116 enquanto outras 14.377 continuam desaparecidas, segundo a última apuração da Polícia japonesa.
Além disso, em 2.350 refúgios 147 mil pessoas continuam evacuadas, provenientes em sua maioria das províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, as mais afetadas pelo desastre do dia 11 de março.
Nas zonas litorâneas destas províncias soldados das Forças japonesas de Autodefesa e militares dos Estados Unidos realizaram neste domingo uma nova busca intensiva e recuperaram 99 corpos, enquanto a Guarda Litorânea achou outros quatro, informou a agência local "Kyodo".
Os trabalhos de busca de vítimas se estenderam na quinta-feira passada à zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor da usina nuclear de Fukushima Daiichi, evacuada a pedido do Governo pouco depois da catástrofe perante o aumento do nível de radiação.
Um mês após o tremor seguido de tsunami que devastou a região nordeste do Japão e deu início à crise nuclear na usina de Fukushima, o governo elevou a gravidade do desastre de 5 para 7 na escala INES, colocando o acidente no mesmo nível de Tchernobil, na Ucrânia, considerado até então o maior desastre do gênero no mundo.
De acordo com as agências de notícias Kyodo e France Presse, a Agência de Segurança Nuclear japonesa confirmou o aumento de gravidade do desastre em entrevista coletiva na manhã de terça-feira no horário local
Fontes da agência governamental haviam adiantado à emissora japonesa NHK que a decisão foi tomada após a constatação de que quantidades consideráveis de substâncias radioativas têm vazado da usina nuclear de Fukushima, e que tais materiais colocam em risco a saúde humana e o meio ambiente num raio em torno do complexo maior do que se estimava.
A decisão do governo chega um dia após o país ter sido atingido por dois novos tremores, um de magnitude 6,6 e outro de magnitude 6,4. O segundo foi sentido em Tóquio, onde prédios balançaram.
Um incêndio também atingiu o reator 4 da usina de Fukushiman nesta segunda-feira, mas foi extinguido antes de causar maiores danos.
O governo já tinha dado sinais de que estava mudando sua posição quanto à gravidade da crise durante a segunda-feira, quando decidiu aumentar a zona de exclusão em torno da usina para além dos 20 km estabalecidos até então.
Crianças, grávidas e pacientes hospitalizados devem passar a ficar fora em algumas áreas a 20 ou 30 quilômetros do complexo nuclear, disse o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano.
De acordo com informações divulgadas pelo governo japonês, a mudança de decisão foi baseada na constatação da quantidade de radiação que vazou dos reatores da usina nuclear de Fukushima no momento do acidente.
Dados apontam que cerca de 10 mil terabecquerels de radiação vazaram ao meio ambiente por hora durante diversas horas em meio ao auge do desastre, no dia 11 de março.
Dias depois, o nível do vazamento caiu para 1 terabecquerel por hora.
Um terabecquerel equivale a um trilhão de becquerels, a medida usada no setor.
Na definição da escala INES, criada pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, ligada às Nações Unidas), um desastre de nível 7 corresponde a um acidente "com grande contaminação e muitas mortes, e uma contaminação prolongada durante muitos anos na região da catástrofe".
Inicialmente o Japão tinha classificado o acidente nos reatores operados pela Tokyo Electric Power Company (Tepco), cujos engenheiros ainda tentam estabilizar a usina, como nível 5, o mesmo estabelecido no acidente de 1979 em Three Mile Island, nos EUA.
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