As revoltas populares que começaram em dezembro do ano passado, conhecidas como "primavera árabe", puseram fim aos governos de Hosni Mubarak, no Egito; de Ben Ali, na Tunísia; e agora, ao de Muammar Gaddafi, na Líbia. Porém, na Síria de Bashar Assad, no Iêmen de Ali Abdullah Saleh e no Barein de Hamad Ben Isa Al Jalifa, as manifestações ainda não alcançaram resultado concreto. Gaddafi, que governou a Líbia por 42 anos, fugiu do palácio presidencial no último dia 22 de agosto e permanecia até hoje escondido em sua cidade natal, Sirte, até ser morto pelas forças rebeldes, segundo agências de notícias. Ben Ali, da Tunísia, abandonou o poder após uma revolta popular iniciada em 17 de dezembro, quando um jovem vendedor ambulante ateou fogo ao próprio corpo, em protesto contra o autoritarismo do governo. Ele chegou a fugir para a Arábia Saudita em fevereiro, mas sofreu um acidente vascular que o deixou temporariamente em coma. A justiça da Tunísia pede agora sua extradição, no momento em que o país convoca para este domingo suas primeiras eleições gerais em 24 anos. Hosni Mubarak, no Egito, que renunciou ao poder depois de 18 dias de distúrbios no país, foi substituído por uma Junta Militar e aguarda julgamentos por assassinatos e tentativa de homicídio. Na Síria, Bashar Assad, que chegou ao poder em 2000 após a morte de seu pai, dirige com sua família o governo mais sangrento de toda a região, é acusado pela morte de mais 3.000 opositores e pesam sobre ele denúncias de supostas conspirações internacionais. Até o momento, o Conselho de Segurança da ONU não atendeu às sanções solicitadas por alguns Estados membros. A Liga Árabe anunciou que no próximo dia 26 de outubro enviará uma comissão à Síria para tentar um diálogo entre regime e oposição. No Iêmen, Ali Abdullah Saleh, que assumiu o poder na parte sul do país, em 1978, se manteve no cargo após a reunificação, em 1990. Fugiu para a Arábia Saudita após um atentado em 3 de junho, que o deixou gravemente ferido, mas regressou ao Iêmen em 23 de setembro, retomando o poder. No Barein, o rei Hamad Ben Isa Al Jalifa, se mantém no poder mesmo com os protestos populares por reformas democráticas, que reúnem milhares de pessoas nas ruas do país desde 14 de fevereiro. As organizações de defesa dos direitos humanos têm denunciado que a repressão e os julgamentos posteriores às manifestações incluíram os médicos que atenderam os manifestantes feridos pela polícia. Há denúncias de apoio militar da Arábia Saudita e venda de armas pelos Estados Unidos.
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