EIKO ISHIOKA
1939-2012
São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 2012 |
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Mônica se mistura a personagens japoneses
Mauricio de Sousa concretiza projeto com mestre do mangá em defesa da Amazônia
MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO Mauricio de Sousa lembra-se bem da última vez que viu Osamu Tezuka. Era 1989, ele estava no Japão e o mestre do mangá, seu amigo há alguns anos, saíra do hospital para encontrá-lo. "Ele estava com uma aparência bem maltratada. Eu não sabia da gravidade do estado dele, começamos a conversar sobre projetos futuros e ele foi ficando animado. Combinamos de fazer uma animação juntando nossos personagens." Semanas depois, Tezuka morreria de câncer, aos 60 anos, e o projeto da dupla ficaria esquecido -até há pouco. Nesta semana, chega às bancas uma revista da "Turma da Mônica Jovem" que concretiza a conversa de 23 anos atrás: Mônica, Magali, Cascão e Cebola unem-se a Astro Boy, princesa Safire e Kimba, o leão branco. "Nossos heróis se misturam para enfrentar madeireiros, gente que quer acabar com a floresta amazônica. Deu uma bela família de personagens, até um pouco conflituosa", diz Mauricio. O brasileiro celebra a HQ não só por ser um velho projeto fraterno (ainda que não mais em formato de desenho animado), mas pela raridade. "É a primeira vez que um estrangeiro recebe autorização para desenhar os personagens de Tezuka", diz. O roteiro e as ilustrações da história (que sai dividida em duas edições, a próxima em março) foram feitos por sua equipe no Brasil e aprovados pelo filho do japonês. MESMA FILOSOFIA Mauricio e Tezuka conheceram-se em 1984, quando o japonês recepcionou o brasileiro em seu país (mais tarde, a cortesia se inverteria). "Nós tínhamos uma filosofia muito parecida sobre o que devíamos passar para a criançada. Ele gostava da pureza, da humanidade dos meus personagens." Na ocasião, Tezuka já era idolatrado no Japão e renomado no exterior. "A história em quadrinhos dele é um 'storyboard', é um desenho animado. O traço dele é muito gostoso", define. No embalo do primeiro encontro entre os personagens, o brasileiro já vislumbra as possibilidades comerciais que se abrem no exterior e cogita até mesmo criar histórias apenas com os heróis japoneses -algo que ainda precisaria ser negociado. "Os personagens dele merecem o tratamento clássico, e nós sabemos fazer isso, o traço Tezuka como ele fazia." TURMA DA MÔNICA JOVEM EDITORA Panini QUANTO R$ 6,90 (128 págs.) |
São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 2012 |
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Folha verão
Quitutes japoneses viram 'hit' à beira-mar
Praias descoladas do litoral norte apostam em cardápio sem fritura
Sushibar é montado em Ilhabela perto da faixa de areia; champanhe, gelo e limão compõem drinque da temporada TALITA BEDINELLI ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL DE SP Na tarde de uma quarta-feira, a família da estilista Luciana Eiroa, 40, refugiava-se na praia, embaixo de uma tenda do hotel DPNY, em Ilhabela, litoral norte paulista. O filho Igor, 17, aguardava seu combinado japonês, para comer ali mesmo, na areia. Os quitutes japoneses viraram moda pelas praias luxuosas do litoral de São Paulo, em substituição a opções menos "lights", como peixe frito, espetinhos de camarão e porções de pastéis. No luxuoso DPNY, localizado de frente para o mar na praia do Curral, um sushibar foi colocado estrategicamente próximo à saída do hotel para a faixa de areia. Um garçom leva os pedidos até os hóspedes, abrigados em tendas ou "chaises longues" (espécie de cadeira em que é possível reclinar o corpo todo e estender as pernas). "A gente pede por ser mais saudável, fresco. É melhor do que fritura", afirma Luciana. Maria Dulce Machado Koim, 23, outra entusiasta da comida japonesa, concorda. "É mais leve e refrescante. Combina muito mais com a praia", diz a administradora, enquanto segura uma taça de Moët & Chandon Imperial. A champanhe, lançamento exclusivo da marca para o hotel, em São Paulo, tem acompanhado os combinados japoneses como o drinque do momento neste verão no DPNY. Consumida com gelo e limão na taça, custa R$ 350 a garrafa. TEMAKIS & CIA. A moda do sushi chegou forte no último verão no litoral, conta Ádrian Fuhrhausser, dono do hotel Canoa, em Barra do Una, praia de São Sebastião, perto de Ilhabela. O hotel tem um dos primeiros sushibares da região, instalado há quatro anos. "Quando a gente lançou não havia muita gente explorando o mercado. No ano passado e neste ano, surgiram muitas opções", diz ele. Perto dali, na Riviera de São Lourenço, há carrinho igual aos de cachorro-quente vendendo temakis. Para ele, a febre pela comida japonesa, à base de peixes crus, é natural para o litoral. "Estamos nas praias mais limpas. Nosso peixe é pescado aqui perto, diariamente." No sushibar do hotel, que conta com 20 opções de cervejas importadas, funcionários levam os pedidos dos hóspedes na areia. Veranistas em lanchas, que atracam no local, também podem receber suas encomendas a bordo. O mesmo acontece no Siquini Beach Parador, inaugurado em Ilhabela em dezembro, já com um sushibar. A comida japonesa é levada até as lanchas que param no atracadouro do hotel. |