Microblogueiros chineses estarão proibidos de escrever ou retuitar posts caso não se registrem com seu nome real até o dia 16 de março.
O prazo, anunciado anteontem, regulamenta uma controvertida tentativa do governo de controlar melhor a internet do país, com mais de 500 milhões de usuários.
A medida foi anunciada anteontem pelo Escritório de Informação da Internet de Pequim e vale para os sites de microblog (weibo, em mandarim) com sede na capital chinesa -três dos quatro maiores do país. O Twitter é bloqueado na China, assim como Facebook e YouTube.
Os usuários que não se registrarem até a data-limite não terão a conta cancelada, mas só poderão ler os posts.
A decisão de exigir nomes verdadeiros foi tomada em outubro, durante o Congresso do Partido Comunista. A exigência só vem sendo imposta a novos usuários.
Cerca de 320 milhões de chineses têm microblogs, que, nos últimos anos, se tornaram a principal plataforma da opinião pública do país.
"A necessidade do registro de uma identidade real cria a possibilidade de vigia do governo sobre certos indivíduos. É como a virtualização da prisão domiciliar para dissidentes e críticos", afirma a mestranda gaúcha Fernanda Morena, da Universidade do Povo, onde estuda um dos microblogs, o Sina Weibo.
"Mas é preciso também entender que o weibo é pouquíssimo usado como forma de protesto ou organização de ativismo político. Os assuntos mais comentados e retuitados são sobre personalidades, humor ou questões sociais como a recente alta do preço do diesel", afirma.
O governo chinês já mantém uma rigorosa vigia nos microblogs. Um dos recursos mais usados é o bloqueio de termos "sensíveis", como o nome do ativista Liu Xiaobo, condenado a 11 de prisão e Nobel da Paz de 2010.
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