quinta-feira, 31 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
Os investigadores encontraram
na residência do suspeito o telefone celular e o cartão bancário da
vítima. A polícia teme novas descobertas macabras, depois de constatar que
17 pessoas desapareceram na região nos últimos anos sem deixar rastros. Alguns
desaparecidos moravam a poucos metros da casa de Zhang. "Zhang Yongming é
um monstro canibal", afirmaram moradores da área. Alguns declararam
ter visto bolsas de plástico diante da casa e, às vezes, ossos. Segundo o
jornal Standard, de Hong Kong, a polícia
encontrou na residência "dezenas de globos oculares conservados em
garrafas de licor", além de pedaços de carne, ao que tudo indica humana,
deixados para secar em uma parte da casa. Há a suspeita que Zhang
alimentou três cães com carne humana e que vendeu parte da carne de suas
vítimas como "carne de avestruz", diz o Standard.
De acordo com o portal Guangxi News,
Zhang, um homem solitário que não tinha contato com os vizinhos, já havia
cumprido uma condenação de 20 anos prisão por homicídio. Pequim enviou uma
equipe à região para supervisionar as investigações sobre o desaparecimento dos
jovens. Dois comandantes da polícia local foram demitidos.
Os banheiros públicos de Pequim poderão ter somente duas
moscas cada, de acordo com novas regras aprovadas pela prefeitura da capital da
China. A regra curiosa faz parte de um novo esforço do governo local para
melhorar as condições de limpeza das instalações que, embora estejam presentes
em grande número, são alvo de críticas pelas más condições de higiene. Outras
determinações incluem detalhes sobre mau cheiro e frequência de limpeza das
lixeiras, mas não há indicação de como o governo pretende fiscalizar e
penalizar os responsáveis pela manutenção dos banheiros. Outra novidade inclui
a instalação de placas de sinalização em chinês e inglês e um maior controle
sobre os anúncios publicitários colocados nos banheiros, que não poderão
obstruir seu uso. Embora esta não seja a primeira vez que o governo tente
melhorar as condições dos banheiros da capital - manobra semelhante foi feita
antes das Olimpíadas de Pequim, em 2008, sem grande sucesso - qualquer melhora
nas instalações deve ser apreciada não só por turistas, mas também pelos
locais, aponta Michael Bristow, correspondente da BBC na China. Isso porque
muitos chineses que moram nos bairros mais antigos da cidade ainda não têm
banheiros em casa e dependem das instalações públicas. "Para eles, as
novas regras podem tornar uma inevitável necessidade diária um pouco mais
agradável", diz Bristow.
Uns dois meses atrás, quando muitas famílias iranianas estocavam arroz e carne como preparação para um conflito militar aparentemente inevitável contra o Ocidente por causa do programa nuclear do Irã, Ali Mesgaran, 35, decidiu abrir uma lanchonete.
O rial, moeda iraniana, havia acabado de perder metade do seu valor em meio a novas sanções internacionais e bancos e casas de câmbio não davam conta de tantos pedidos de ouro e divisas estrangeiras, feitos por pessoas que esperavam proteger suas economias da inflação em disparada.
"Sempre há problemas neste país", disse Mesgaran, explicando por que decidiu abrir a Piyaz Jafari, cujo nome alude a um tradicional recheio para sanduíches no Irã. "Sentimos que, se quiséssemos ter sucesso, teríamos de simplesmente ignorá-los."
Agora, depois de discussões surpreendentemente positivas no mês passado entre o Irã e as potências mundiais, os temores de uma guerra deram lugar a um cauteloso otimismo entre analistas e autoridades do Irã. A moeda local teve uma modesta recuperação.
Mas Mesgaran e outros de sua geração já se resignaram a aproveitar as situações ruins da melhor forma possível. "Tudo o que posso tentar é construir a minha própria vida", disse.
Nenhuma parcela da população teve sua vida tão alterada pelo impasse nuclear quanto os iranianos nascidos depois da Revolução Islâmica de 1979.
Esses jovens adultos -70% dos 74 milhões de iranianos têm menos de 35 anos- chamam a si mesmo de "geração queimada". Enquanto seus pais conseguiram arrumar empregos, casar e adquirir casas, esta geração teve suas ambições podadas pelas decisões dos líderes iranianos e pelas pressões estrangeiras subsequentes.
As coisas têm sido particularmente difíceis desde 2005, quando o presidente Mahmoud Ahmadinejad chegou ao poder, e o Irã endureceu sua postura nuclear, motivando sanções e isolamento internacionais.
"Aqui nossas vidas são decididas pelos que estão no poder", disse Samaneh, 27, que mora com os pais e não quis revelar o sobrenome, por temer retaliação. "Nossa opções estão cada vez mais limitadas."
O Irã está às voltas com a corrupção e a inflação, e o desemprego juvenil supera os 20%, segundo cifras oficiais, mas especialistas dizem que ele é provavelmente bem superior. O divórcio, o uso abusivo de drogas e a desigualdade têm crescido consistentemente.
O desânimo é reforçado pelas lembranças da Presidência de Mohammad Khatami (1997-2005), antecessor de Ahmadinejad. Ele tentou promover liberdades pessoais e encorajar relações com o Ocidente.
"Naquela época, tínhamos um futuro. Agora não sabemos nem o que vai acontecer amanhã", disse Zahra, 32, que também não revelou o sobrenome.
Na loja de Mesgaran, a conversa não era sobre política, e sim sobre as chuvas torrenciais das últimas semanas.
"Este é o meu mundo", disse ele, apontando para a lanchonete e os seus clientes. "Pelo menos aqui eu estou no controle do meu destino. Essa é uma sensação boa."
Ibrahim Tunali nunca esqueceu o dia de 1981 em que soldados do governo tomaram sua loja de malas e a deram a um partidário do coronel Muammar Gaddafi, em uma das inúmeras desapropriações feitas naquela época.
Quando Gaddafi foi morto, em outubro, Tunali foi até sua antiga loja, acompanhado de parentes armados, e disse ao homem que alugava o imóvel: "Se você não tiver sumido em dois dias, vamos matá-lo aqui mesmo". O homem fugiu em questão de horas.
Um dos legados mais tóxicos deixados por Gaddafi é a extensa política de redistribuição de terras que ele iniciou no fim dos anos 1970 e que agora ameaça desencadear uma colcha de retalhos de disputas acirradas em torno de imóveis, em meio a uma população armada.
Muitos proprietários nutrem ressentimentos profundos há mais de 30 anos e exibem títulos de propriedade que datam dos tempos da ocupação italiana, no início do século 20, ou até mesmo da era otomana. Alguns, que viviam no exterior, retornaram à Líbia para reivindicar seus bens.
Em muitos casos, porém, os ocupantes atuais não têm para onde ir, e alguns ostentam seus próprios documentos.
O departamento principal de registros mobiliários da Líbia foi destruído num incêndio no início dos anos 1980 e muitos líbios dizem acreditar que o incidente foi um esforço proposital de Gaddafi para semear a confusão em torno da propriedade de imóveis.
Os desafios da Líbia são intensificados pelas autoridades de transição fracas e a ausência de um sistema jurídico operacional.
"Alguma coisa precisa ser feita, mas não podemos simplesmente chegar e jogar essas pessoas na rua", comentou Mustafa Abushagur, vice-primeiro-ministro do governo líbio de transição. "Estamos pedindo paciência às pessoas. Eu também perdi imóveis."
Em 1978, Gaddafi promulgou a lei n° 4, que afirmava o princípio de "a casa para seu morador". Isso significava que os líbios podiam possuir apenas a casa na qual viviam; todos os outros imóveis deviam ser entregues ao Estado, o que, na prática, significava que eram dados a membros dos Comitês Revolucionários. Leis semelhantes privaram líbios de suas lojas, prédios de escritórios, fábricas e terras agrícolas.
Em muitos casos os donos originais protestaram e foram encarcerados ou moveram ações na Justiça para contestar as desapropriações. Em alguns casos os tribunais deferiram seus pedidos, mas não podiam fazer nada para implementar suas decisões.
Muitos querelantes originais estão se organizando e pedindo que o governo de transição tome uma atitude antes das eleições nacionais previstas para 21 de junho, porque temem que a questão possa ser politizada, levando proprietários frustrados a fazer Justiça com as próprias mãos.
"Estamos tentando frear as pessoas, para que não recorram à força", disse Shaker Dakhil, que fundou um grupo nacional de proprietários que conta com mais de 3.000 integrantes. "Mas as pessoas estão perdendo a paciência. Essas leis precisam ser anuladas."
Dakhil, que passou 34 anos nos EUA trabalhando como engenheiro, já afirmou acreditar que seriam precisos pelo menos US$ 15 bilhões para compensar os líbios cujos bens foram desapropriados. Ele passou anos pesquisando documentos de propriedade.
Após a queda do governo de Gaddafi, no ano passado, Dakhil e seus parentes recuperaram um terreno com uma casa grande confiscados três décadas antes. Então, em março, ele chegou à casa e descobriu a mulher de um conhecido partidário de Gaddafi sentada em seu interior com uma dúzia de milicianos armados. Ela tinha trazido seus próprios documentos e convencido os milicianos de que o imóvel era dela.
Dakhil então convocou um grupo de parentes e vizinhos que foram ao imóvel e deram seus depoimentos, confirmando que a casa e o terreno pertenciam a ele. Após um impasse breve e tenso, os milicianos recuaram e a mulher partiu para o Egito. Alguns dias depois, porém, disse Dakhil, chegou um homem afirmando que a mulher vendera o imóvel a ele.
"Esse fenômeno vem se alastrando", disse Dakhil, que fez de seu novo escritório um centro de recepção de queixas de proprietários originais de imóveis. "Pessoas estão conseguindo documentos falsos e alegando que são donas de imóveis."
Seis anos atrás, o governo de Gaddafi lançou um programa para indenizar alguns dos donos originais, sob a direção de Saif Islam Gaddafi, filho e então provável herdeiro do ditador. Mas, segundo a maioria dos proprietários e do juiz Yussef Hanesh, que comandou o programa, os resultados foram parcos. A maioria não aceitou indenizações.
Para ele, "esta questão precisa ser tratada agora para que os antigos proprietários não percam as esperanças e para que os ocupantes não pensem que Gaddafi foi melhor para eles que o novo governo".
Quando Christy Lee, uma banqueira de investimentos sul-coreana, foi enviada ao golfo Pérsico quatro anos atrás para procurar novos negócios, seus amigos de Seul riram. "Você gostou de andar de camelo?", lembra que lhe perguntaram.
Então, os lucros do petróleo dos países do golfo geraram encomendas de dezenas de bilhões de dólares para empresas sul-coreanas: a mais famosa foi o acordo para a South Korea Electric Power Corporation construir quatro usinas nucleares em Abu Dhabi, no valor de US$ 30 bilhões.
Hoje, quando Lee fala sobre o golfo, as pessoas escutam. Ela fundou sua própria firma de assessoria, a Daewon Advisory Services, com escritórios em Seul e em Abu Dhabi. No último ano, ela levou 120 executivos e líderes dos Emirados Árabes Unidos e outros países do golfo para a Coreia do Sul.
Lee faz parte de um número crescente de intermediários entre a Ásia e o golfo que revivem de forma moderna -projetos imobiliários, joint ventures e acordos de investimento- a ligação secular entre o Oriente Médio e a Ásia conhecida como Rota da Seda.
Os comerciantes traziam antigamente sedas e outros produtos da China por trilhas terrestres e passagens marítimas.
Enquanto o Ocidente enriquecia e a China empalidecia, as antigas rotas desapareceram. Mas hoje o pêndulo está oscilando de volta.
O comércio entre a Ásia e o Oriente Médio aumentou 700% na década que terminou em 2010 e mais da metade do comércio da região hoje é com a Ásia, disse Farouk Soussa, economista para o Oriente Médio no Citi em Dubai.
Dubai está consciente de quanto pode lucrar. "Os Emirados são a cabeça de ponte para a integração das economias do Oriente Médio com a rede de fornecimento da China", disse Nasser H. Saidi, economista chefe do International Financial Center de Dubai.
Dubai investiu pesadamente na infraestrutura de comércio e recebe a China na esperança de ser um polo para seus negócios na região e na África. Em alguns anos, a presença chinesa aumentou de praticamente zero para 150 mil moradores, talvez 8% da população e 2 mil empresas, disse Saidi.
Mas o petróleo e o gás natural são a cola principal que liga o golfo à Ásia. Em 2010, 55% das exportações de petróleo cru saudita foram para o Extremo Oriente, comparadas com 16% para os EUA e apenas 4% para a Europa.
Simon Williams, economista no HSBC em Dubai, disse que as exportações de petróleo vão render US$ 750 bilhões aos países produtores da região este ano.
"O golfo é o beneficiário da reestruturação da economia mundial e do crescimento asiático", disse ele. "A região nunca foi tão rica."
domingo, 20 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
Não é um veneno ou um punhal que tira a vida dos jovens amantes, mas um homem-bomba. Os Montague e os Capuleto são divididos não apenas pela família, mas pela seita religiosa. E o diálogo na adaptação iraquiana de "Romeu e Julieta" é salpicado de referências aos iranianos e ao esforço de reconstrução americano.
Depois de uma recente apresentação aqui no Teatro Nacional, onde as artes dramáticas já foram degradadas para servir à propaganda do ditador Saddam Hussein, o público saiu comentando sobre a volta da arte clássica à capital iraquiana.
"Foi sobre a nossa realidade, a matança que aconteceu entre os sunitas e os xiitas", disse Senan Saadi, um estudante universitário que estava na plateia.
A matança ainda acontece, é claro. Na manhã seguinte ao espetáculo, ouviram-se explosões em Bagdá. No fim do dia, uma série de ataques em todo o país havia deixado quase três dúzias de mortos. Então o elenco da peça, incluindo atores veteranos iraquianos e jovens esperançosos, se preparava para partir para o Festival Mundial de Shakespeare em Stratford-upon-Avon, a terra natal de William Shakespeare. O festival começou em 23 de abril e vai até novembro.
"Romeu e Julieta em Bagdá" estreou em 26 de abril para uma temporada de dez dias, como parte do programa cultural ligado à Olimpíada de Londres. Sua trama, sobre um caso de amor condenado, entre membros de seitas diferentes, consegue tocar quase todos os elementos da experiência coletiva iraquiana.
A peça provocou muitas risadas -com o personagem bufão da rede Al Qaeda em um colete carregado de explosivos, que é Páris, o pretendente fracassado de Julieta no original de Shakespeare- e também muitas lágrimas, o que talvez seja um pequeno sinal de que a sociedade iraquiana começa a se reconciliar com o trauma da guerra.
"Romeu não vê Julieta durante nove anos", explicou Monadhil Daood, um famoso ator e dramaturgo iraquiano que dirige a peça e passou dois anos escrevendo o roteiro. "Em seu primeiro encontro eles falam sobre o conflito entre sunitas e xiitas." "Minha mensagem é que o amor é maior que o conflito entre as famílias", disse Daood.
Sarwa Malik, 23, interpreta Julieta, que é sunita. Malik é xiita e curda e se baseou em sua própria experiência. Três anos atrás, quando estava na faculdade, ela se apaixonou por um rapaz sunita. Sua família era rica e a dele não. Eles se encontravam no campus e trocavam cartas. Hoje estão casados.
"Há muitos homens e mulheres, garotas e rapazes, que estão apaixonados e não podem ficar juntos", disse. "Eu fui um desses casos. Se eles realmente se amam, têm de romper essas barreiras."
Um grupo de empresários
muçulmanos vai lançar em julho uma rede social no estilo do Facebook, mas
voltada para jovens que seguem a religião. O Salam World usará tecnologia para
censurar conteúdo considerado incompatível com o Islã, como propagandas de bebida
alcoólica e pornografia. O site é baseado na Turquia, mas o conselho executivo
possui representantes de 17 países muçulmanos e conta com especialistas de 12
países. Segundo eles, a Malásia - uma sociedade conservadora, mas com muitos
jovens - é um exemplo de país onde o Salam World pode ter sucesso. O objetivo
do Salam World é chegar a 50 milhões de usuários em três meses. O desafio é
concorrer com redes sociais como Facebook e Twitter, que além de já serem
populares no mundo muçulmano, não possuem qualquer tipo de censura.
Toshiharu Ota, um produtor de arroz na prefeitura de Miyagi, no nordeste do Japão, sobreviveu ao terremoto, ao tsunami e ao desastre nuclear no ano passado. Mas seus campos foram devastados pelos depósitos de sal que restaram quando as águas do tsunami recuaram.
Os danos causados pelo sal podem reduzir pela metade o rendimento de uma plantação de arroz.
Agora, para ajudar agricultores como Ota, uma equipe de pesquisadores trabalha para desenvolver uma variedade de arroz tolerante ao sal.
"Com a variedade de arroz que estamos desenvolvendo, deveríamos ver a produção cair apenas 20%", disse Tomoko Abe, da organização de pesquisa Riken. "Também deveremos ter um arroz menos fragmentado."
As ondas do tsunami, com até 40 metros de altura, atingiram a linha costeira ao redor da cidade de Ishinomaki, onde vive Ota, devastando centenas de milhares de vidas e arrasando áreas inteiras de cidades e campos agrícolas. A prefeitura de Miyagi estimou o custo dos prejuízos à terra e instalações agrícolas em US$ 4,6 bilhões, o que a torna uma das áreas mais duramente atingidas pelo desastre do ponto de vista econômico.
O arroz é tradicionalmente uma das principais plantações no nordeste do Japão. A colheita de Miyagi em 2010 rendeu US$ 818 milhões. Mas, no ano passado, a área colhida de arroz ficou abaixo da meta de 4.600 hectares. Ao todo, 11% das terras agrícolas da prefeitura foram danificadas.
Ota, que colheu 11 hectares de arroz, disse que quase a metade desse total estava inundada. Os trabalhadores locais tinhamj se esforçado para retirar o sal do solo no ano passado.
"Mesmo com a dessalinização, a produção caiu", afirmou Ota, 56.
Depois que o sal se dissolve no solo, é muito difícil removê-lo. Ele tende a aderir a outros elementos e só sai quando as raízes das plantas emitem um ácido que decompõe os minerais (incluindo o cloreto de sódio), que serão absorvidos pela planta, explicou Ota.
O projeto do arroz tolerante ao sal envolve uma tecnologia de feixes de íons pesados desenvolvida pela Riken.
Usada principalmente na física nuclear e também em aplicações médicas como o tratamento de câncer, a tecnologia de feixes de íons pesados foi aplicada pela primeira vez pela Riken para acelerar mutações em plantas em 1989. Abe, diretor do grupo de pesquisa e aplicações de acelerador na Riken, ajudou a desenvolver a primeira variedade de arroz tolerante ao sal do mundo, baseada na variedade Nipponbare, em 2006.
Para o projeto atual, grãos de duas variedades muito usadas de arroz, Hitomebore e Manamusume, foram expostas a feixes de íons pesados gerados por um acelerador de partículas.
"Tivemos sucesso ao desenvolver uma variedade de arroz resistente ao sal, mas seu sabor não é ótimo", afirmou Abe.
Existem apenas seis aceleradores de feixes de íons para a criação de plantas no mundo e quatro deles estão no Japão.
No ano que passou desde o tsunami, cerca de 5.250 hectares de terras agrícolas na prefeitura de Miyagi foram dessalinizados, incluindo plantações de arroz. A prefeitura pretende limpar mais 4.100 hectares este ano e os últimos 3.650 hectares em 2013.
As variedades de arroz tolerantes ao sal também poderão ajudar a região a enfrentar o rebaixamento da terra. Miyagi e as terras agrícolas costeiras ao seu redor hoje enfrentam um risco maior de danos causados pela água salgada, dizem especialistas, porque o deslocamento sísmico do terremoto afundou grandes partes do nordeste do Japão.
As terras de Miyagi afundaram cerca de 80 centímetros. Mais perto do epicentro, o afundamento é maior. A península de Oshika, a uma curta distância de Miyagi, foi o local mais próximo do epicentro do terremoto em alto-mar. A terra ali afundou 1,20 m e deslizou horizontalmente para leste 5,30 m, segundo a Autoridade de Informação Geoespacial do Japão.
"Não estamos enfrentando apenas a água do mar, mas também enchentes e tempestades", disse Ota. "Temos um grande aumento de águas pluviais que permanecem nas terras agrícolas por longo tempo."
A capacidade de produzir uma variedade de arroz tolerante ao sódio poderá determinar se alguns agricultores continuarão na agricultura. Porém, Takashi Endo, um pesquisador na prefeitura de Miyagi, disse que poderá levar dois anos para desenvolver uma variedade resistente ao sal e mais dois anos para plantar sementes suficientes para atingir a escala comercial.
"Esperamos que os resultados de nossa pesquisa sejam um alívio para os agricultores afetados pelo desastre", disse Endo.
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