Neste ano, o diretor Keisuke Kinoshita, que ficou
conhecido pelo filme “A balada de Narayama”, faz 100 anos. Para comemorar o seu
centenário, o Consulado Geral do Japão promoverá, no mês de junho a mostra “100
anos de Keisuke Kinoshita”, em parceria com a Fundação Japão.
Keisuke Kinoshita estreou como diretor de cinema em 1943 com
a obra Hana Saku Minato (Porto de Flores, em tradução livre – sem título
em português), lançando vários filmes que fizeram sucesso e marcaram a história
do cinema japonês, tais como: Nijushi no Hitomi (24 Olhos), Karumen
Kokyou ni Kaeru (Carmem retorna para casa, em tradução livre – sem título em
português) e Narayama-Bushi Ko (A Balada de Narayama). Foi contemporâneo
de Akira Kurosawa, seu grande amigo, com quem dividiu a popularidade, além de
ter produzido filmes em parceria. No dia 5 de dezembro deste ano comemoramos
100 anos do nascimento deste grande artista reconhecido mundialmente. Nas suas
obras dedicou em retratar a “essência do ser humano”, em estórias que abordam
sobre a beleza e a feiura, a força e a fraqueza, a alegria e a tristeza das
pessoas. Representava-as como elas realmente são, sem enaltecê-las, e pela sua
postura firme e inflexível era chamado de “pessoa de convicção”.
Por outro lado, possuía espírito inovador e experimental em
relação às técnicas de registro de imagens. Foi o primeiro cineasta a dirigir
um longa-metragem em cores além de sempre introduzir ideias e técnicas
revolucionárias, tais como o enquadramento na diagonal durante toda a película,
a técnica de utilização parcial de colorações vívidas, entre outros. Foi um dos
primeiros cineastas a ingressar na televisão. Kinoshita não se deixava
enquadrar em padrões e utilizou vários estilos ao bem querer. Ajudou a
construir as bases da televisão com suas séries que marcaram a época. As obras
de Kinoshita, tanto no cinema quanto na televisão, nunca deixavam os
telespectadores entediados. Porém na base de todas as obras podemos identificar
a sua marca: a busca incansável pelo “verdadeiro ser humano”.
No cinema japonês não encontramos ninguém com uma produção
tão intensa e tão diversificada. Em suas 49 obras para o cinema, Kinoshita
transitou com sucesso pelos vários gêneros, da comédia a tragédia. Foi considerado
o “Gênio da comédia” por suas obras cômicas. “Kinoshita que faz chorar” em
referência às suas obras líricas. Produziu películas experimentais, ricas em
inovações, nos chamados filmes de arte. Em obras com temáticas sociais levantou
dúvidas sobre o mundo.
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