Cerca de 400 pessoas protestaram nesta sexta-feira ante a embaixada americana de Jacarta, em mais um episódio desencadeado pelo vídeo feito nos EUA sobre a religião islâmica e que foi considerado blasfemo por muitos muçulmanos. Além da Indonésia, novas manifestações também foram registradas no Iêmen e no Egito.
A produção amadora, que retrata o profeta Maomé de forma controversa, também foi repudiada por várias lideranças ocidentais por "denegrir" essa religião, embora com a ressalva de que não serviria de "justificativa" para a onda de violência registrada em vários países.
A divulgação desse vídeo pela internet serviu supostamente de estopim para várias manifestações em países de maioria muçulmana nesta semana, e que culminaram com a morte do embaixador americano da Líbia e mais três cidadãos americanos na terça-feira à noite num atentado ainda sob investigação das autoridades locais.
As manifestações ganharam contornos violentos e se espalharam pelo Egito, Iêmen, Marrocos, Irã e Bangladesh, alcançando hoje a Indonésia.
A manifestação na capital Jacarta, que reuniu mulheres e crianças, foi convocada pelo grupo fundamentalista Hizb ut Tahir, com escassa influência no país.
Alguns manifestantes portavam placas com os dizeres "Não mexam com o profeta Maomé" e "Condenamos os insultos contra o mensageiro de Alá", conforme imagens transmitidas pela TV estatal.
Pelo menos 250 policiais foram mobilizados para fazer a segurança nas proximidades da embaixada americana.
No Iêmen, forças de segurança bloquearam as ruas nas cercanias da embaixada dos EUA na capital Sanaa nesta sexta-feira, em mais um dia de violentos protestos neste país.
Centenas se reuniram numa mesquita próxima da embaixada, portanto placas e gritando slogans contra o filme.
"Expulsem o embaixador dos EUA! Morte à América, morte à Israel", era a mensagem escrita numa faixa portada por um manifestante.
Um soldado que fazia a segurança da embaixada contou à agência Reuters que eram esperados mais manifestantes nas próximas horas, logo após o término das orações matinais.
A imprensa local reportou nesta sexta que um grupo de marines (fuzileiros) americanos havia desembarcado no aeroporto internacional de Sanaa para reforçar a segurança da embaixada, uma informação não confirmada pelas autoridades dos EUA.
Ontem, pelo menos uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas durante vários distúrbios, que ocorreram quando uma manifestação pacífica derivou para a violência e manifestantes jogaram pedras contra as forças de segurança em torno da embaixada americana.
A Líbia informou ontem que quatro pessoas foram presas no âmbito da investigação sobre os ataques ao consulado dos EUA em Benghazi, em que morreram o embaixador Chris Stevens.
No Egito, o presidente Mohammad Morsi apelou para os muçulmanos que para que protejam os embaixadores e representantes diplomáticos, que são hóspedes no país.
Mursi fez o apelo em uma transmissão da TV estatal desta sexta-feira, enquanto os protestos contra os EUA continuavam na capital.
Policiais dispararam bombas de gás lacrimogêneo e entraram em confronto com pelo menos 100 manifestantes, que protestavam a poucas quadras do posto diplomático dos EUA no Cairo.
Ontem, uma multidão enfurecida escalou os muros da embaixada americana e vandalizou uma bandeira dos EUA.
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