O governo da China
proibiu a propaganda de artigos de luxo nas emissoras de rádio e televisão no
país. O regime afirma que a medida visa combater "a ostentação, o
desperdício e a corrupção".
O veto aos anúncios
acontece após o Partido Comunista se mostrar preocupado com a corrupção. O
futuro presidente, Xi Jinping, disse que o combate a atos ilícitos de
funcionários públicos será um dos focos de seu mandato, que começa em março.
Segundo a agência de
notícias estatal Xinhua, os itens proibidos são produtos "muito
caros", como relógios, selos raros e moedas de ouro. O órgão controlador
dos meios de comunicação considerou que este tipo de publicidade relata valores
incorretos e contribui para uma ética social perversa.
"Como
importantes redutos culturais e ideológicos, os canais de rádio e televisão
devem exercer plenamente o seu papel de educar as pessoas, mostrando as boas
tradições chinesas e estilos de vida civilizados", disse um porta-voz do
governo.
O regime comunista
afirma que as restrições são parte da luta contra a corrupção, mas são
anunciadas em meio ao aumento da insatisfação interna pelo enriquecimento
repentino dos dirigentes políticos.
No ano passado, o
Partido Comunista expulsou o dirigente Ling Jihua, após seu filho morrer em um
acidente com uma Ferrari de sua propriedade. Ele era cotado para uma vaga no
Politburo após o congresso da agremiação, em novembro.
O caso mostrou a
ostentação do integrante do partido, decisiva para sua saída. A suspeita de
enriquecimento ilícito afetou também a família do atual primeiro-ministro, Wen
Jiabao.
Em setembro, o jornal
"New York Times" informou que a família do chefe de governo acumulou
US$ 2,7 bilhões em "riquezas ocultas", notícia que o regime chinês
qualificou de caluniosa.
Além dos casos de
enriquecimento, outro temor é o abuso de poder. Em março, foi revelado o
envolvimento do ex-dirigente da cidade de Chongqing, Bo Xilai, na morte do
empresário britânico Neil Heywood, em novembro de 2011.
Sua mulher, Gu
Kailai, foi considerada culpada pelo assassinato. Ele foi expulso do partido e
é processado pela Justiça comum por abuso de poder por ter encoberto o crime.
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