Dois anos após o terremoto e o tsunami que devastaram parte da
costa japonesa, dezenas de voluntários estão sendo organizados para recolher os
destroços da tragédia que ainda estão chegando às praias do Canadá, a mais de 6
mil quilômetros de distância.
Segundo especialistas, até 1,5 milhão de toneladas de uma
ampla variedade de detritos - de restos de construções a veículos danificados,
lixo doméstico e industrial - foram varridos pelas ondas gigantes que atingiram
a costa do Japão em 2011 e devem chegar mais cedo ou mais tarde às praias da
América do Norte.
Um dos maiores receios dos canadenses é que, em meio a esses
escombros, a costa do país também receba substâncias químicas e tóxicas - uma
vez que muitas das áreas atingidas pela tragédia concentravam indústrias.
Por isso, um comitê nacional foi organizado pelo governo
canadense para avaliar como o país deve lidar com o problema dos escombros
japoneses em suas praias.
"Muitas
áreas industriais foram atingidas (pelo tsunami), então estamos preocupados com
a chegada de produtos químicos e contêineres com material tóxico", disse
Renee Wissink, um dos integrantes desse comitê, à repórter Brandy Yanchy, da
BBC.
Entre os artigos
trazidos pelo mar estão uma bola de futebol, capacetes de operários e uma moto
Harley Davidson com placa japonesa - encontrada em uma praia em British
Columbia e que agora está em exposição em um museu.
O biólogo e artista plástico canadense Peter Clarkson está
colecionando os objetos que recolhe nas zonas costeiras do país e transformando
os destroços em arte.
Segundo ele, a ideia é incorporar tais peças de arte em um
pequeno "jardim japonês", no qual os visitantes poderiam refletir
sobre a tragédia ocorrida no país.
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