domingo, 4 de janeiro de 2015


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Rumi Yoshida acaba de manobrar para estacionar seu caminhão de dez toneladas e relaxa na cabine após nove horas entregando alimentos e bebidas em Tóquio.
"Eu gosto da liberdade desse trabalho", diz Yoshida, uma das 180 motoristas da companhia Shimizu Unyu. "Não acho que seja inapropriado para mulher. Meus colegas homens não me tratam de forma diferente."
A decrescente força de trabalho, consequência de uma força de trabalho que está entre que as envelhecem mais rápido no mundo, está ajudando a mudar a cultura em indústrias antes dominadas por homens, como construção e transporte de produtos.
"Sempre havia candidatas, mas nós não as contratávamos", disse Eiji Shimizu, presidente-executivo da Shimizu Unyu. "Havia muitos interessados nas vagas e tínhamos o temor de que mulheres não conseguiriam trabalhar por períodos longos, devido à natureza da função, que envolve carregar pacotes."
Porém, à medida que o número de interessados foi caindo, a Shimizu Unyu abriu as portas para as mulheres, que agora representam 1 de cada 10 motoristas da empresa.
Isso reflete uma tendência nacional. Entre janeiro de 2007 e outubro de 2014, a população japonesa em idade para trabalhar caiu 7%, e o número de vagas superou o de interessados em 10%.
Nesse ambiente de disputa cada vez maior por empregados, a fatia das mulheres na força de trabalhou bateu recorde em outubro: 67%.
"Os empregadores não têm mais escolha", afirmou Atsushi Seike, professor especializado em mercado de trabalho da Universidade Keio. "É realmente uma ótima notícia. Já perdemos mulheres talentosas no passado."
A mudança é especialmente bem-vinda para mulheres que desejam entrar em áreas que antes eram consideradas inadequadas para elas.
Michiko Iwaza, 25, trabalha como supervisora de construção, apesar dos conselhos de seus professores de arquitetura na Universidade de Tóquio, que diziam que era uma tarefa "suja, perigosa e difícil".
Essa imagem, no entanto, está defasada, diz Iwaza, que trabalha na Kajima, um dos principais grupos de construção do país. "Os locais são mais limpos e menos perigosos do que antes, os funcionários não gritam mais o tempo todo como costumavam."
Iwaza não é a única. Está cada vez mais comum encontrar mulheres nos locais de construção no Japão, resultado dos preparativos para a Olimpíada de Tóquio, em 2020, edo aumento dos gastos com infraestrutura como parte do pacote de estímulo lançado pelo governo.

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