segunda-feira, 27 de abril de 2015

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Escondidos em um discreto estúdio de design na cidade de Xangai, conhecida pelo rápido crescimento, jovens animadores, ilustradores e programadores de computador estão dando vida digital a uma antiga aldeia chinesa.
Usando software que permite pintura texturizada tridimensional, os integrantes da equipe --em sua maioria formados pelas principais escolas de arte chinesas-- acrescentam detalhes intrincados aos templos, palácios e pagodes. Também ajudam a animar os movimentos dos personagens digitais, entre os quais dois pandas, chamados Po e Mei Mei.
O projeto, parte da nova continuação da série de animação americana "Kung Fu Panda", representa mudança nas ambições de produção cinematográfica chinesas.
Os estúdios chineses já não se contentam em construir cenários e fornecer extras para filmes de Hollywood e estão galgando a cadeia de valor, ajudando a desenvolver e produzir filmes e animações de classe mundial. Eles desejam um papel maior no processo criativo, que os permita colher mais recompensas, financeiras e artísticas.
"Kung Fu Panda 3" é a primeira colaboração entre a DreamWorks Animation, de Hollywood, e sua parceira chinesa Oriental DreamWorks, controlada parcialmente por um fundo de investimento do governo da China e por uma companhia chinesa de capital privado, a China Media Capital.
A DreamWorks Animation assumiu a liderança no trabalho de criação e design do longa de animação, que deve ser lançado no começo de 2016. A Oriental DreamWorks contribui ao adicionar elementos chineses, criar storyboards e construir partes dos cenários digitais tridimensionais.
Isso é parte de um novo esforço da China Media International para ganhar espaço no negócio do entretenimento. Nos últimos anos, o grupo de investimento fechou acordos com a Warner e a Imax, do Canadá.
Para as empresas dos EUA, colaborações como essas oferecem acesso a novos talentos e a chance de compreender melhor uma cultura que será retratada com cada vez mais frequência em seus filmes.
E acordos de coprodução oferecem mais acesso ao mercado de cinema chinês, estreitamente regulamentado e que em poucos anos deve ultrapassar o dos EUA e se tornar o maior do planeta.
O governo chinês vem apoiando esses acordos e os vê como parte de uma campanha mais ampla de "soft power" cujo objetivo é melhorar a imagem do país e a maneira pela qual sua cultura e povo são retratados na telona, no país e no exterior.
Já começam a surgir grandes estúdios chineses. O Alibaba tem um chamado Alibaba Pictures. E há o China Film Group, o gigante estatal do cinema que conta com um sistema de produção próprio e longa experiência de colaboração com Hollywood. 
 http://mankabros.com/blogs/onmedea/wp-content/uploads/2012/05/Cultural_Revolution_poster_Hollywood.jpg

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