terça-feira, 7 de julho de 2015


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O Irã exigiu das potências ocidentais o fim do embargo de armas imposto pela ONU ao país para assinar um acordo final sobre o programa nuclear. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) por membros das delegações.
A proposta trouxe um novo empecilho à negociação na véspera do prazo final determinado para que o Irã e os países do grupo P5+1 ""EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha"" obtenham o acordo.
Diplomatas ocidentais disseram às agências de notícias Reuters e Associated Press que, além do fim do embargo, os iranianos querem a suspensão das sanções da ONU devido ao programa de construção de mísseis balísticos.
Teerã alega que não há motivo para relacionar a compra de armas e os mísseis ao programa nuclear e considera essas atividades um direito. "Essa é uma visão difícil de aceitar", afirmou um participante das negociações à Reuters, sob condição de anonimato. "Não há disposição de nossa parte para isso."
Os iranianos sempre disseram que sua atividade atômica tem fins pacíficos e consideram ilegais e injustas as punições do Ocidente ao país.
O grupo das seis potências, por sua vez, não quer ceder --segundo diplomatas, o fim dessas sanções está fora de cogitação. A maioria do grupo teme que, com armas e mísseis, o Irã se torne uma ameaça aos vizinhos e a Israel, interferindo em conflitos na Síria e no Iêmen.
Só Rússia e China, países que seriam os principais beneficiados pelas compras de armamento feitas pelos iranianos caso o embargo fosse retirado, defendem que as restrições sejam levantadas.
Com o impasse, a própria Casa Branca já admite que o prazo para a negociação pode se estender. "Eu diria que isso certamente é possível", declarou nesta segunda o secretário de imprensa do governo dos EUA, Josh Earnest.
Ainda assim, os negociadores americanos tentarão cumprir o prazo desta terça (7). Isso porque o presidente Barack Obama precisaria enviar o texto do acordo ao Congresso até esta quinta-feira (9) para forçar o Legislativo, controlado pelos republicanos, a examinar o documento em até 30 dias. Se Obama enviar depois do dia 9, os congressistas terão 60 dias de prazo para avaliar o texto, o que provavelmente atrasaria a entrada em vigor.
As potências pressionam para que sejam mantidas as condições do plano de ação divulgado em abril. Nele, os países se comprometiam a retirar apenas sanções relacionadas ao programa nuclear.
O número de sanções a serem retiradas e o tempo para que isso ocorra são os principais pontos pendentes nas negociações em curso.
O Irã e as potências tinham fixado 30 de junho como primeiro prazo para a conclusão do acordo, mas divergências fizeram com que os países prorrogassem as negociações por mais uma semana.
Pelo plano de ação divulgado, Teerã se comprometia a reduzir o enriquecimento de urânio até o padrão suficiente apenas para a produção de energia elétrica. Também fecharia cinco das seis instalações nucleares do país.
Em troca, a República Islâmica obteria o alívio das sanções econômicas e políticas impostas pelo Ocidente.

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