Em um abrigo contra bombardeios adaptado, em uma área decadente do oeste de Jerusalém, palestinos e judeus israelenses se encontram diariamente para brigar.
A troca de socos, no entanto, geralmente termina com sorrisos e cumprimentos afetuosos. Tudo não passa de um treino no único clube de boxe que reúne na mesma equipe judeus, árabes e russos em competições.
"Isso não é guerra, mas esporte", diz Gershon Luxemburg, 66, imigrante do Uzbequistão que dirige o Jerusalem Boxing Club há 30 anos. "Jamais houve troca de insultos entre os garotos."
O mais jovem do clube tem oito anos, o mais velho já passou dos 60. E há espaço também para garotas.
"Vou contar um segredo -um dos garotos árabes está apaixonado por uma das judias", revela Luxemburg, ao responder se os palestinos e judeus se dão bem no ringue.
Ele também conta que muitos árabes vêm de carona com os judeus que vivem em colônias na região muçulmana.
"Há uma diferença entre os palestinos que combatemos, os terroristas, e as pessoas com quem convivemos", diz o soldado israelense Yehuda Luxemburg, 23.
Para o caminhoneiro palestino Ismail Jafrei, 37, o segredo da boa relação é esquecer a política. "Mesmo quando aconteciam ataques, jamais me disseram algo ruim", afirma ele.
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