Foi iniciada uma guerra sem misericórdia entre OxOmar e OxOmer (ou Omer Cohen), com milhares de vítimas. Quem ficou satisfeito com isso foi Sami Abou Zouhri, porta-voz do Hamas, que vê na ofensiva lançada pelo primeiro um ato de “resistência” contra Israel e ordena que todos os jovens árabes se lancem na ciberguerra com seus “cavalos de Troia”, vírus capazes de contornar os mecanismos de segurança dos sistemas de informática.
Foi OxOmar que começou com as hostilidades, no dia 3 de janeiro, revelando na internet os números de 14 mil cartões de crédito pertencentes a israelenses. No dia 5, uma nova ofensiva, com a divulgação de outros 11 mil cartões magnéticos. E a seguinte mensagem: “Olá, aqui é OxOmar, do grupo Xp, o maior grupo de hackers wahhabitas da Arábia Saudita. Decidimos publicar a primeira parte de nossos dados a respeito de Israel.” Estaria OxOmar se gabando de ser capaz de publicar as senhas de 400 mil cartões de crédito? No entanto, a réplica israelense foi tardia e confusa. Foi em caráter de “represália” e “dissuasão” que OxOmer, um hacker israelense, afirmou, na quarta-feira (11), no site Pastebin, ter divulgado os detalhes de 217 cartões de crédito pertencentes a sauditas, com esta mensagem: “Ei, sauditas, aqui estão seus cartões de crédito, só para vocês!”
Quem é OxOmer? Há divergências. Segundo a rádio militar israelense, seria um soldado que trabalha nos serviços de inteligência da Força de Defesa de Israel, que teria agido como franco-atirador.
Mas, de acordo com um e-mail recebido na quinta-feira pelo jornal “Haaretz”, OxOMer seria um jovem israelense de 17 anos, de origem ucraniana, que alega dispor de informações pessoais – inclusive os números de cartões de crédito – de 50 mil cidadãos árabes residentes na Arábia Saudita, nos países do Golfo e no Irã.
Em Riad, o ataque e o contra-ataque foram confirmados. Em Jerusalém, as autoridades israelenses estão em pé de guerra: “É preciso transmitir uma mensagem a todos aqueles que agridem ou tentam agredir Israel, inclusive no ciberespaço, avisando-lhes que fazendo isso eles se colocam em risco e não terão nenhuma imunidade contra ações de represália de Israel”, alertou Danny Avalon, vice-ministro das Relações Exteriores. Israel possui “capacidades ativas” e poderá “atingir todos aqueles que tentarem nos atingir”, disse.
O mesmo tom marcial foi usado pelo chefe do estado-maior do Exército israelense, o general Benny Gantz, e a mesma preocupação foi sentida na Knesset, o parlamento israelense, onde a comissão da Ciência e da Tecnologia realizou, na terça-feira, uma sessão especial sobre o “ciberterrorismo”.
Os parlamentares consideraram a agressão de OxOmar um “alerta”, ao mesmo tempo em que reconhecem que, em uma ciberguerra, às vezes é difícil discernir onde está o inimigo.
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