O Irã anunciou ontem a criação do "Conselho Supremo para Administração do Ciberespaço", liderado pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, para monitorar "constante e amplamente" a internet e proteger o país de "ameaças à segurança nacional e aos valores culturais".
A ordem para a instalação do órgão, o mais ambicioso até agora para controlar a rede, partiu do líder supremo Ali Khamenei. Além de Ahmadinejad, farão parte do conselho os chefes do Judiciário, do Legislativo, ministros e o comandante da poderosa Guarda Revolucionária.
Não foram divulgados detalhes sobre o funcionamento do conselho e seus principais alvos, mas as autoridades iranianas dividiriam as ameaças vindas da rede em duas categorias: vírus de computador criados por inimigos do país para sabotagem industrial, especialmente o controverso programa nuclear, e a "invasão cultural" que visa minar os valores da Revolução Islâmica.
"Toda nação tem suas próprias preferências em termos de cultura e de privacidade dos indivíduos que devem ser respeitadas e à internet não deve ser dada a autoridade para desafiar princípios nacionais ou éticos", diz o texto da agência oficial Irna.
Ahmadinejad foi autorizado a fazer "investimentos necessários para atualizar" meios de acesso à internet "no contexto da política a ser desenhada pelo conselho administrativo".
A criação do conselho ocorre em meio a uma escalada das restrições de acesso a internet no país, em momento de tensão com EUA e Israel.
Em fevereiro, o país viveu quatro dias de apagão digital, quando foi praticamente impossível trocar emails ou navegar em sites antes tolerados como Yahoo, e o governo ampliou a lista de cerca de 5 milhões de sites permanentemente vetados.
As autoridades também têm intensificado as exigências de identificação para frequentadores de cibercafés.
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