O escritor dissidente chinês Liao Yiwu, refugiado
na Alemanha e tido como o poeta do massacre Tianamen por ter premeditado o fato
em um poema escrito um dia antes do evento, recebeu ontem o Prêmio da Paz dos
editores alemães, em Frankfurt. Ele criticou severamente a atribuição do prêmio
Nobel de Literatura a seu compatriota Mo Yan, a quem chamou de "poeta de
Estado" e de "canalha". Segundo Liao, seus amigos na China lhe
perguntaram, após a atribuição do Nobel na quinta-feira, se o "Ocidente se
vê como a prolongação do sistema chinês". "Há muitos parâmetros em
que se pode classificar um escritor. Mas a China é uma ditadura e, numa
ditadura, um escritor não pode deixar de lado a moral", disse Liao. Mo
Yan, de 57 anos, conquistou o Nobel sob duras críticas de colegas chineses,
principalmente do artistas plástico Ai Weiwei, que classificou o prêmio como
"quase intolerável".
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