segunda-feira, 22 de outubro de 2012


O escritor dissidente chinês Liao Yiwu, refugiado na Alemanha e tido como o poeta do massacre Tianamen por ter premeditado o fato em um poema escrito um dia antes do evento, recebeu ontem o Prêmio da Paz dos editores alemães, em Frankfurt. Ele criticou severamente a atribuição do prêmio Nobel de Literatura a seu compatriota Mo Yan, a quem chamou de "poeta de Estado" e de "canalha". Segundo Liao, seus amigos na China lhe perguntaram, após a atribuição do Nobel na quinta-feira, se o "Ocidente se vê como a prolongação do sistema chinês". "Há muitos parâmetros em que se pode classificar um escritor. Mas a China é uma ditadura e, numa ditadura, um escritor não pode deixar de lado a moral", disse Liao. Mo Yan, de 57 anos, conquistou o Nobel sob duras críticas de colegas chineses, principalmente do artistas plástico Ai Weiwei, que classificou o prêmio como "quase intolerável". 

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