quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Dois estudantes propuseram o nome Rawabi, palavra que significa "colinas" em árabe, num concurso promovido para dar nome a esta nova cidade palestina, a primeira a ter sido planejada desde o marco zero. Os responsáveis pelo projeto rejeitaram sugestões como Arafat City e Jihad City, que evocariam um passado mais caótico.
"A nova geração está construindo esta cidade", disse Bashar Masri, 52, o empresário palestino que lidera este projeto ambicioso e diz que irá morar em um apartamento duplex de cobertura no centro da cidade, quando o projeto ficar pronto.
Situada a meio caminho entre Jerusalém e Nablus, Rawabi fica a pouca distância de Ramallah, a capital administrativa da Autoridade Palestina na Cisjordânia.
Bandeiras palestinas flutuavam de tratores e guindastes e uma bandeira enorme estava hasteada diante do escritório de vendas -símbolo claramente visível de Ateret, assentamento judaico que ocupa o topo de um morro vizinho.
Mas a construção de Rawabi vem sendo difícil. O crescimento da cidade depende de um ambiente político precário e da cooperação com Israel. Devido à localização de Rawabi, diz Masri, ele e seus colegas passam cerca de 70% do tempo ocupados com questões como água e a obtenção de alvarás.
A equipe de vendas começou a fazer seu marketing alguns meses atrás, de olho em compradores palestinos de classe média. Os construtores dizem que os 600 apartamentos da primeira fase já foram vendidos e estarão prontos em 2014. O plano mestre prevê 6.000 apartamentos e até 40 mil pessoas.
Os prédios são organizados ao lado de ruas tranquilas, sem saída, em bairros organizados que serão interligados por vias verdes para pedestres e anéis rodoviários externos. Além de espaços para escritórios, os planos incluem shoppings, restaurantes, teatros e um centro de convenções construídos em volta de uma praça central.
Amir Dajani, vice-diretor administrativo da Bayti Real Estate Investment Company, que está construindo a cidade, disse que a companhia vem gastando entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões por ano em Israel com know-how e materiais como cimento, algo que descreveu como "um verdadeiro exemplo de uma economia para a paz". Mas não existe aeroporto ou porto nos territórios da Autoridade Palestina. Logo, todas as importações precisam passar por Israel.
"Ainda temos que lidar com a ocupação israelense", falou Dajani, aludindo à divisão da Cisjordânia em diferentes áreas de autoridade, sob o comando global das Forças Armadas de Israel.
O projeto foi anunciado em 2007 e as obras começaram dois anos atrás, mas apenas em junho de 2012 foi possível obter um alvará temporário de Israel, que precisará ser renovado anualmente, para a construção de uma estreita estrada de acesso. Isso porque um segmento da estrada passa por uma parte da Cisjordânia que está sob controle total de Israel.
Também houve problemas com a água, que Israel fornece por meio da Autoridade Palestina de Água. Os construtores dizem que o suprimento de água é insuficiente e que estão trabalhando para garantir água suficiente antes de os moradores chegarem.
Além disso, o projeto vem sendo atacado pelo Comitê Nacional Palestino de Boicote, Desapropriação e Sanções, que é contra a normalização das relações com Israel.
Os preços dos apartamentos variam entre US$ 60 mil e US$ 200 mil e são 15% a 20% inferiores aos preços vigentes em Ramallah.
Bashar Masri contou que, quando era criança, em Nablus, bastava exibir uma bandeira palestina para alguém levar um tiro ou ser levado para uma prisão israelense.
Agora ele não tem dúvidas de que o Estado palestino vai chegar. "A questão agora é se eu vou chegar a ver o Estado palestino ou apenas meus filhos", disse.











































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