O presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansur Hadi, culpou diretamente os
iranianos pelo conflito em seu país, chamando a milícia xiita houthi
--que o obrigou a fugir-- de "fantoches do Irã" e exigindo que os
ataques aéreos sauditas continuem até a rendição dos insurgentes.
Hadi participou neste sábado (28) de uma cúpula de países árabes em
Sharm-el-Sheikh (Egito), iniciada três dias depois de a Arábia Saudita,
vizinha do Iêmen e aliada dos EUA, começar a bombardear as posições dos
rebeldes na capital Sanaa e em outras regiões iemenitas.
"Eu digo aos fantoches do Irã, aos seus brinquedos e àqueles que os
apoiam: vocês destruíram o Iêmen com sua adolescência política,
fabricando uma crise local e regional", discursou o presidente iemenita,
que voltou à Arábia Saudita, onde está abrigado, após participar da
cúpula.
O governo iraniano, que nega ajudar diretamente os insurgentes, não comentou as declarações.
Alguns líderes árabes presentes ao encontro acusaram o país persa de
ingerência em outras nações do Oriente Médio, sem citá-lo pelo nome.
O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, endossou resolução proposta
por chanceleres na quinta-feira (26) para a criação de uma força
militar conjunta e disse que o mundo árabe está sofrendo ameaças sem
precedentes.
Também presente à reunião, o rei Salman, da Arábia Saudita, declarou que
os ataques aéreos aos milicianos houthis não cessarão até que a
segurança e a estabilidade sejam restauradas no Iêmen.
Um dos líderes houthis, Ali al-Emad, rebateu o presidente do Iêmen
chamando-o de "fantoche dos sauditas". Segundo Emad, nada do que foi
dito na cúpula surpreende.
Hadi fugiu do seu país na semana passada, depois que os rebeldes e
forças leais ao ex-ditador Ali Abdullah Saleh, deposto durante a
Primavera Árabe, se aproximaram da cidade de Áden, para onde o governo
fora transferido.
Também neste sábado, o grupo extremista Hamas, que controla a faixa de
Gaza, emitiu um comunicado apoiando Hadi contra os insurgentes. A nota
foi recebida com surpresa.
As forças sauditas prosseguiram neste sábado com ataques aéreos a Sanaa, Áden e outras áreas do Iêmen.
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