Uma mulher afegã que foi forçada a se casar com seu estuprador e ter
uma filha dele contou à emissora americana CNN como ela desistiu de
todas as suas esperanças e sonhos para 'comprar' o futuro da filha.
Conhecida apenas pelo nome Gulnaz, a mulher residente em Cabul tinha
apenas 16 anos quando engravidou de seu agressor, conhecido como
Asadullah --que também é casado com sua prima.
Mesmo que um
estupro tenha levado à sua gravidez, os irmãos de Gulnaz diseram que não
a autorizariam a voltar "envergonhada" para sua família. Como ela era
solteira, um tribunal de Cabul a condenou a dois anos de prisão por
"adultério à força" --posteriormente aumentado para 12 anos na sequência
de um recurso.
A única esperança que Gulnaz tinha para reduzir a
sentença era se casar com Asadullah, o que ela fez no início de 2013.
Agora, ela está grávida de seu terceiro filho, mas insiste que só
concordou em se casar com o estuprador para que sua primeira filha
--chamada de Smile-- pudesse viver dignamente em meio à sociedade
"tradicional" da capital afegã.
"Não queria arruinar a vida da
minha filha, então concordei em casar com ele", disse ela. "Nós somos
pessoas tradicionais. Quando caímos em desgraça, preferimos a morte a
viver assim", acrescentou Gulnaz, recusando-se a olhar o marido nos
olhos durante a entrevista.
Asadullah --que foi preso pelo
estupro, mas que posteriormente teve pena reduzida-- não aparenta
qualquer remorso em relação ao seu crime. "Se eu não tivesse me casado
com ela de acordo com as nossas tradições, ela não poderia ser aceita de
volta na sociedade", disse ele. "Seus irmãos não quiseram aceitá-la de
volta. Agora, ela não tem nenhum desses problemas", acrescentou.
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