Você é sunita ou xiita? Tem barba comprida ou curta? Solteiro, divorciado ou viúvo? O quanto você reza?
Perguntas como essas têm sido feitas de smartphone para smartphone no Líbano, em aplicativos especializados em relacionamentos.
São questões ausentes nas plataformas mais famosas do nicho, como Tinder
e Grindr, utilizados no Brasil por quem busca companhia (ou sexo
imediato, alguns dirão).
Mas, exatamente por fazer sentido entre setores específicos da sociedade
libanesa, essas informações estão empurrando adiante os aplicativos
Muzmatch e Matchmallows, em que usuários podem preencher campos sobre
suas práticas religiosas.
Entre as funções específicas dessa plataforma estão, por exemplo, as
opções de borrar seu rosto ou enviar semanalmente um resumo das
conversas para seu guardião legal, no caso de mulheres.
Esse tipo de preocupação levou também, em abril, ao lançamento do
aplicativo Matchmallows, que se promove a partir da ideia de que
possibilita uma análise de personalidade mais específica para um público
entre o qual, por exemplo, mulheres não se sentem tão confortáveis em
disponibilizar suas fotografias em redes sociais.
Se bem-sucedidos, aplicativos como o Muzmatch e o Matchmallows farão
parte de sociedades com suas especificidades quanto aos relacionamentos.
No caso de países como a Arábia Saudita, os shoppings são um dos poucos espaços públicos para a interação entre os sexos.
Ao se deixar em branco em
branco o endereço de e-mail de seu guardião legal (no caso,
inexistente). O aplicativo sugeriu, em seguida, candidatas ao redor,
especificando a vestimenta de cada uma.
Apesar das particularidades, o aplicativo parece funcionar sob a mesma
lógica de seus equivalentes, como o Tinder e o Grindr, a partir da
localização e das possibilidades de relacionamento.
Ambos os aplicativos Muzmatch e Matchmallow são gratuitos, com opção de
pagamento para utilizar versões mais completas (por exemplo, visualizar
perfis de usuários fora de seu país).
O Muzmatch tem mais de 5.000 usuários, enquanto o Matchmallows foi
baixado em torno de 10 mil vezes, a maior parte delas no Líbano.
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