Há mais de 140 anos, o governo dos Estados Unidos designou Yellowstone o primeiro parque nacional.
Desde então, outras 450 áreas ganharam proteção, tornando-se importantes pontos turísticos para o país.
Hoje a China tenta fazer com alguns de seus espaços naturais o mesmo que
os EUA fizeram durante seu florescimento industrial. Recentemente, as
autoridades de Pequim anunciaram um plano para instituir parques
nacionais em nove províncias nos próximos três anos.
"Um sistema de parques nacionais que proteja e administre as ricas e
belas áreas ecológicas do país pode ser fonte de grande orgulho nacional
e educação ambiental", disse Henry M. Paulson Jr., ex-secretário do
Tesouro americano e fundador do Instituto Paulson, que tem dado grande
destaque à pesquisa sobre os problemas ambientais da China. "O truque na
China será permitir que o público compartilhe seus tesouros naturais e
ao mesmo tempo os proteja."
Em alguns lugares na China onde a natureza ainda é pujante, como os
populares parques alpinos de Huanglong e Jiuzhaigou, na província de
Sichuan, as iniciativas de conservação tornaram-se secundárias frente a
empreendimentos de companhias concessionárias de turismo.
Essas áreas também são muitas vezes ameaçadas pela poluição industrial e a construção.
Porém, em dezembro de 2013, segundo reportagens na imprensa estatal
chinesa, o presidente Xi Jinping disse em uma reunião com autoridades
graduadas do governo que o país deveria criar um verdadeiro sistema de
parques nacionais.
O Instituto Paulson mantém contato desde o ano passado com a Comissão
Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão do governo chinês que ajuda
a supervisionar o planejamento econômico, sobre como poderia ajudar.
"Essa foi uma grande notícia", disse Rose Niu, a principal diretora
ambiental no Instituto Paulson, sobre os comentários de Xi. "Número um, o
sistema nacional de parques é um conceito novo na China. Número dois,
essas questões de conservação ambiental nunca tiveram tanto destaque em
um nível político tão elevado."
Niu, que é da província de Yunnan, disse que o instituto forneceria
"apoio técnico" à agência chinesa enquanto as autoridades exploram
maneiras de administrar e proteger os parques experimentais.
Esse apoio inclui a promoção de intercâmbios entre autoridades chinesas e
especialistas dos EUA, o desenvolvimento de diretrizes para administrar
os parques-piloto e estudos de caso de parques nacionais em sete
países: Brasil, Alemanha, Japão, Nova Zelândia, África do Sul, Tailândia
e Estados Unidos.
Algumas autoridades chinesas nos níveis provincial e regional têm
experiência em conservação de parques. Niu teve papel crítico ao ajudar a
criar uma área de conservação chamada Pudacuo. A área protegida abrange
cerca de 300 quilômetros quadrados, onde o fluxo paralelo dos rios
Yangtse, Mekong e Salween escavaram vales profundos.
"A China quer desenvolver um sistema de parques nacionais de acordo com
práticas e padrões internacionais, mas também adequado ao contexto
chinês", disse Niu.
"Os recursos naturais existem cada vez menos na China. O país não apenas
precisa combater a poluição do ar, da água e do solo, como também
precisa investir em seu capital natural."
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