quarta-feira, 30 de setembro de 2015

LETÍCIA QUE MANDOU:


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Queridos,
aqui vai o link de um vídeo que o Roberto Freitas fez da instalação Três, na Bienal SESC de Dança em Campinas, parceira com a Companhia Flutuante que comentamos no último encontro
um vídeo para quem não viu: https://www.youtube.com/watch?v=fw3rDrbo_mM

E o Framing Body da Cynthia Domenico


Bjks
Leticia

EXPOSIÇÃO DO SAIKI:

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Fernando Saiki | Exposição Corpo Interminável | Galeria Mônica Filgueiras

Exposição Corpo Interminável na Galeria Mônica Filgueiras
Curadoria: Branca de Oliveira e Marilu Beer
Fernando Saiki é indisciplinado por convicção.
Realizou uma pesquisa apurada de técnicas de xilogravura no Japão, mas não se restringiu às fontes tradicionais.
Buscou aprimorar os gestos que definem o traço, mas inventou um corpo sem nacionalidade, sem filiação.
O seu movimento descontínuo busca uma trilha nem sempre explícita entre olho, mão, percepção.
As estampas Adachigahara e Kinbaku se tornaram um desafio para representar as amarrações e depois gravar as imagens na madeira.
No entanto, é o encontro inusitado entre a obra de Tsukioka Yoshitoshi e os anagramas corporais de Hans Bellmer que instaura novos mapas corporais.
Da lenda de uma velha canibal nos campos de Tōhoku às meninas manequins de Bellmer, percebe-se uma desterritorialização de erotismo e violência que indistingue Oriente e Ocidente.
Há um glossário tácito que marca as experiências excêntricas dos grandes artistas. O excêntrico é sempre um inventor de estranhezas que cria espacialidades para além das categorias.
Ele nunca mimetiza.
O seu ofício é capturar uma espécie de compulsão, adentrando o que Van Gogh chamava de “tempestade de dentro”.
É na tormenta que floresce este corpo múltiplo, desconhecido, acéfalo, interminável...
(Christine Greiner)
___________________________________________________
Fernando Saiki (São Paulo, 1981)
Mestrando e bacharel em Artes Visuais pela ECA – USP. Pesquisa e desenvolve trabalhos plásticos em xilogravura japonesa, desde 2006, com foco nas técnicas tradicionais utilizadas nas estampas japonesas ukiyo-e. Em 2012, fundou o curso “Mokuhanga: curso livre de xilogravura japonesa” no Atelier Paulista. Atualmente reside em Tóquio como bolsista do Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia (MEXT) do governo japonês, mestrando em Xilogravura do Departamento de Gravura da Universidade de Artes de Tóquio.
Exposição "Corpo Interminável" de Fernando Saiki
Abertura:
24 de setembro, quinta-feira, às 19h
Visitação:
25 de setembro a 17 de outubro/ 2015
segunda a sexta, das 10h30 às 19h
sábado, das 10h30 às 14h30
Mônica Filgueiras Galeria de Arte
Rua Bela Cintra, 1533
Consolação. São Paulo - SP
(11) 3082-5292/ (11) 3081-9492
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contato@monicafilgueiras.com.br


domingo, 27 de setembro de 2015


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Desde 2012, os cerca de 2,5 milhões de curdos do norte da Síria tentam construir uma sociedade igualitária, com cotas de participação para mulheres em cargos públicos.
A chamada Revolução de Rojava ocorreu sem nenhum tiro disparado. Desde o início da guerra civil síria, em 2011, as forças do ditador Bashar al-Assad recuaram do nordeste e, no vácuo de poder, os curdos estabeleceram um governo autônomo.
Teoricamente, Rojava (formada pelos cantões de Jazeera, Kobani e Afrin) é parte da Síria. Na prática, os curdos se autogovernam: têm Exército (masculino, o YPG, e feminino, o YPJ), asfaltam ruas, mandam em suas cidades.
Sob Assad e os governos sírios anteriores, os curdos eram cidadãos de segunda classe. Não podiam ensinar sua língua nas escolas, não podiam registrar os filhos com nomes curdos, tinham restrições para propriedades.
"Éramos estrangeiros em nossa própria terra", diz Hassan Ferat, que trabalha em uma pensão em Amude.
O governo de Rojava é liderado pelo PYD, o Partido Curdo da União Democrática, ligado ao PKK –o partido turco dos trabalhadores curdos, considerado terrorista pela Turquia e por EUA e UE.
Apesar de o PYD se distanciar do PKK, veem-se fotos do líder do partido turco, Abdullah Ocalan, em toda parte. Muitos soldados costuram no uniforme insígnias com a foto de Ocalan, que cumpre prisão perpétua na Turquia.
"Ocalan não é um líder de partido político, é um filósofo que coletou experiências democráticas e prega uma sociedade igualitária", diz o ministro do Interior do cantão de Rojava, Bozar Khalil. "Acreditamos que, sem a participação igualitária das mulheres, não há democracia."
Em todos os comitês e órgãos administrativos de Rojava, 40% são homens, 40% mulheres, e 20% das vagas vão para os mais votados, independentemente de gênero.
Há 30 milhões de curdos na Turquia, na Síria, no Iraque e no Irã. É o maior povo apátrida do mundo. Os governos onde há minoria curda se opõem a movimentos de independência em qualquer nação, com medo do efeito dominó.
Khalil é cuidadoso. "Não queremos independência, queremos ser autônomos em uma Síria democrática."

sábado, 26 de setembro de 2015

ENCONTROS DO CEO

28/07, SALA 217, 13:00

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A maioria dos habitantes de Taiwan provavelmente conhece o Cloud Gate Dance Theater, importante grupo local de artes cênicas. Nas laterais de qualquer ônibus ou metrô daqui se veem imagens dos dançarinos da companhia.
No movimentado bairro de Tamsui, é possível vislumbrar a reluzente sede da trupe, que custou US$ 22 milhões. A companhia aérea taiwanesa China Airlines tem um avião com sua parte externa decorada com alusões ao Cloud Gate. Ao apresentar a aeronave no ano passado, a empresa disse que o grupo representa "o ápice da cultura de Taiwan".
Fundado em 1973, o Cloud Gate foi a primeira companhia de dança profissional de Taiwan. Quarenta e dois anos mais tarde, tornou-se um símbolo itinerante desta ilha. Recentemente, o grupo abriu o festival anual Next Wave, na Academia de Música do Brooklyn, com uma apresentação do espetáculo "Rice" (2013), até então inédito nos EUA. A visita foi a primeira escala em uma turnê que incluirá apresentações em Los Angeles, Washington e Paris.
Promover a imagem de Taiwan no exterior é uma responsabilidade que o fundador, diretor artístico e coreógrafo-chefe da Cloud Gate, Lin Hwai-Min, 68, leva muito a sério.
"Por causa da situação política envolvendo a China continental, é muito difícil para os nossos líderes políticos serem ativos no exterior, por isso muita gente vê Lin não só como um artista, mas também como uma espécie de embaixador cultural de Taiwan", disse Yatin Lin, professora de estudos da dança na Universidade Nacional de Artes de Taipé (e sem parentesco com ele).
Esse compromisso estava presente, por exemplo, quando o coreógrafo entrou na nova sede da companhia para assistir a um ensaio de "Rice".
Os 22 dançarinos sapateavam, saltavam, dobravam e esticavam seus corpos numa demonstração da estética híbrida da Cloud Gate, que combina técnicas ocidentais de dança clássica com os movimentos orientais "arredondados", oriundos das artes marciais e do tai chi.
Depois que os dançarinos curvaram-se na saudação final, Lin trabalhou individualmente com alguns em pequenos ajustes.
Mais tarde, ele falou sobre as obrigações que considera ter com relação aos dançarinos e à sociedade. "Eu costumo lembrar aos dançarinos que, quando estão no palco, muitas vezes eles são os únicos taiwaneses que muita gente chega a ver e que são realmente rotulados como taiwaneses."
Muita coisa mudou desde que Lin nasceu em Taiwan, em 1947. Chiang Kai-shek e o Exército Nacional Revolucionário do Kuomintang fugiram para cá em 1949 depois de perderem a guerra civil para os comunistas chineses comandados por Mao Tsé-tung. O Kuomintang governou Taiwan até 1996, quando os eleitores elegeram seu presidente pela primeira vez. Taiwan é considerada uma democracia desde então, mas a ilha continua sendo um território disputado.
Lin alimentou várias paixões antes de decidir estudar coreografia nos EUA. De volta a Taiwan, criou a Cloud Gate. O status da companhia foi crescendo junto com o da dança moderna em Taiwan. "Antes do Cloud Gate, nem existia algo como um 'wuzhe'", disse Ping Heng, 57, fundador e diretor-artístico do Fórum da Dança de Taipé, usando o termo que designa um dançarino.
Questionado sobre uma eventual aposentadoria, Lin admitiu que a nova sede da companhia permitirá que o grupo perpetue a "energia da Cloud Gate", facilitando seu afastamento. Mas ele adverte: "Não quero nenhuma estátua. Sou budista. Acho que tudo é apenas ilusório, especialmente para dançarinos".
"Sabemos que a dança acontece, mas também que desaparece quando acontece. Tudo o que estamos criando é ar. Estamos dando um ar diferente para a sociedade, só isso."

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Todos os dias, quando soa o chamado à oração ao amanhecer, mulheres e crianças partem em silêncio de Douma, subúrbio de Damasco, para as áreas agrícolas dos arredores, buscando se proteger dos bombardeios diários lançados pelo governo sírio.
A caminhada faz parte de uma rotina surreal descrita pela minúscula parcela dos moradores de Douma que permanece na cidade: as compras feitas em ruas parcialmente demolidas, a coleta de verduras e frutos silvestres e os enterros em massa. Não que a segurança esteja garantida na área rural: recentemente, segundo paramédicos, bombas mataram duas famílias nos campos -dez pessoas, incluindo sete crianças.
Essa é a vida da qual fugiram os milhares de sírios que chegaram à Europa nos últimos meses. Para trás, ficaram bairros cada vez mais vazios -desde os subúrbios de Damasco até os da cidade de Aleppo.
Os bombardeios acontecem há anos em áreas dominadas pelos insurgentes, como Douma, uma das primeiras a se rebelar contra o governo em 2011.
Ainda assim, a situação pode se agravar, como ficou claro nos últimos 30 dias.
As forças governamentais iniciaram uma saraivada de ataques ainda mais intensa que o normal, usando não apenas morteiros, com os quais os moradores de Douma já se acostumaram, mas também ataques aéreos.
Possivelmente quatro em cada cinco moradores já abandonaram a comunidade, que antes abrigava cerca de meio milhão de moradores.
Mais de 550 pessoas, em sua maioria civis, morreram no último mês em Douma e nos subúrbios próximos. Segundo a Cruz Vermelha, 123 eram crianças.
O paramédico Ahmed, que pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome, disse que a violência está abalando as pessoas que ainda permanecem no país.
Dos moradores de Douma que ainda restavam na cidade no início de agosto, disse, metade fugiu, enquanto os restantes fazem a caminhada diária para se esconder nos campos ou então "ficam encurralados em suas casas, rezando para não serem mortos".
À medida que a atenção internacional foi se deslocando para a violência do Estado Islâmico (EI) e à ameaça representada pela facção fora da Síria, menos atenção está sendo dada ao embate original entre o ditador Bashar al-Assad e os grupos insurgentes que se rebelaram depois da repressão ao movimento de protestos em 2011.
No entanto, grupos que defendem a oposição síria, além de entidades internacionais como a Human Rights Watch, argumentam que os bombardeios pelo governo de áreas sob domínio insurgente, como Douma, têm um custo maior para a população civil, matando muito mais pessoas do que os ataques feitos pelo EI.
O governo sírio diz que está bombardeando terroristas. Douma se insurgiu desde o início dos protestos, e muitos de seus moradores se armaram. Hoje a cidade é reduto do grupo insurgente Exército do Islã. A Frente Nusra, braço da Al Qaeda na Síria, também é ativa ali. O EI não é ativo, pelo que se sabe.
Em termos de escala, o bombardeio de áreas rebeldes pelo governo chegou a outro nível. Os ataques já devastaram grandes setores do centro de Homs, no oeste da Síria, de Aleppo e dos subúrbios de Damasco. Em Aleppo, as armas mais usadas são bombas de fragmentação embaladas em barris. Elas são despejadas de helicópteros e não têm direcionamento preciso.
Nos últimos 30 dias, mais de 450 civis morreram em bombardeios governamentais em Ghouta Oriental, semicírculo de cidades em torno de Damasco controladas pela oposição. A informação é do Crescente Vermelho árabe sírio. Segundo a entidade, muitas das vítimas eram de Douma.
Mas não são apenas os bombardeios que distorcem a vida em Douma. Anos de bloqueios governamentais forçaram os moradores a recorrer a túneis e contrabandistas para obter mercadorias básicas. A ajuda humanitária não chega ali, e poucas pessoas conseguem entrar ou sair. Tanto os combatentes do governo quanto os da oposição recebem propinas e lucram com o contrabando.
Alguns insurgentes atuam como chefes de guerra. Por isso, para fugir é preciso tratar com contrabandistas de pessoas e correr novos riscos.
Os problemas começam no momento em que as pessoas deixam seu próprio quarteirão, a caminho de Damasco. As pessoas que conseguem chegar à capital -somando-se aos 7 milhões de sírios deslocados no interior do país- podem ser molestadas pelas forças de segurança, que desconfiam de pessoas originárias das áreas sob controle da oposição.
Esse fato leva muitos a partir para o Líbano, a Jordânia ou a Turquia, países que abrigam a maior parte dos 4 milhões de sírios cadastrados como refugiados no exterior. Porém, os países vizinhos estão ficando menos hospitaleiros, começando a dificultar a residência de estrangeiros e a reduzir os benefícios dados a eles.
Por isso os refugiados tentam ir mais longe, possivelmente à Europa. Sua outra opção é voltar a Douma e a uma guerra que já dizimou um quarto de milhão de sírios.
A vida ali só pode ser vislumbrada nos vídeos postados por insurgentes, ativistas e funcionários de serviços de resgate.
Em um vídeo recente, um voluntário, possivelmente adolescente, carregava o corpo de um garotinho sobre o ombro. Em outro, um jovem resgatava um corpo ensanguentado oculto sob pedras.
Os moradores de Douma batizaram o dia 16 de agosto de "domingo negro". Nesse dia, segundo grupos de monitoramento, pelo menos 122 pessoas morreram em ataques aéreos. O médico Adnan Tobaji fez cirurgias em uma clínica improvisada, em alguns momentos trabalhando sobre o chão, sem anestésicos ou materiais esterilizados.
Os novos ataques devastaram o pouco movimento restante nas ruas de Douma. As autoridades locais impuseram um toque de recolher e chegaram a cancelar as orações de sexta-feira.
A queda livre da cidade levou Tobaji e várias centenas de seus colegas e outros moradores a assinar uma petição pedindo uma trégua humanitária completa, na esperança de que ela possa inspirar negociações e o fim da guerra.
O chamado é surpreendente pelo fato de vir da rebelde Douma. Ele não faz exigências relativas ao destino de Bashar al-Assad, algo que há muito tempo vem sendo um obstáculo. "O destino de Assad não é nada para nós quando comparado ao destino da Síria, de seu povo e de suas crianças", disse Tobaji.
"Neste momento, enquanto conversamos, um sírio está sendo abatido. Precisamos encontrar uma solução para pôr fim à guerra de qualquer forma."

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Em seu último telefonema para casa, o cabo Gregory Buckley Jr. contou ao seu pai algo que o estava perturbando: do seu beliche, em um quartel no sul do Afeganistão, ele ouvia policiais afegãos abusando sexualmente de meninos.
"À noite podemos ouvi-los gritando, mas não estamos autorizados a fazer nada a respeito", disse o jovem marine, segundo relato do seu pai, Gregory Buckley.
Ele aconselhou o filho -que foi morto a tiros dentro do quartel em 2012- que levasse o caso a seus superiores. "Mas meu filho disse que foram eles que lhe disseram para fazer vista grossa, porque é da cultura deles [dos afegãos]."
Os abusos sexuais desenfreados contra crianças é um antigo problema no Afeganistão, especialmente por parte de comandantes armados que dominam grande parte da paisagem rural e que intimidam a população.
A prática é chamada de "bazi bacha", literalmente "brincadeira de meninos", e militares dos EUA foram orientados a não interferir nela, segundo entrevistas e autos processuais.
"A razão para estarmos aqui é por ouvirmos as coisas terríveis que o Taleban estava fazendo com as pessoas, como eles estavam desrespeitando os direitos humanos", disse Dan Quinn, ex-capitão das Forças Especiais que agrediu o comandante de uma milícia afegã aliada que mantinha um menino acorrentado à sua cama, como seu escravo sexual.
"Mas estávamos colocando no poder pessoas que faziam coisas ainda piores que o Taleban -isso foi algo que os anciões da aldeia manifestaram para mim."
A política de instruir os soldados a ignorarem os abusos sexuais de aliados afegãos contra crianças está novamente sendo discutida, especialmente quando se sabe que militares como Quinn enfrentaram punições e até tiveram suas carreiras arruinadas por a desobedecerem.
Após a agressão, o Exército dos EUA retirou Quinn de seu posto de comando e o levou embora do Afeganistão. Depois disso, ele deixou o Exército.
Quatro anos depois, o Exército tenta forçar o sargento Charles Martland, também das Forças Especiais, a passar à reserva. Ele participou com Quinn da agressão ao comandante afegão.
Questionado sobre essas regras militares americanas, o coronel Brian Tribus, porta-voz do comando dos EUA no Afeganistão, escreveu em um e-mail: "Geralmente, as acusações de abuso sexual de militares ou policiais afegãos contra crianças seria uma questão do direito penal doméstico afegão".
Alguns soldados consideram que essa determinação faz sentido, ainda que pessoalmente se sintam angustiados. "O principal era combater o Taleban", disse um ex-cabo do Corpo de Marines. "Não era conter o abuso sexual."
Em meados de 2011, Quinn e Martland, dois "boinas verdes" na sua segunda passagem pela província setentrional de Kunduz, começaram a receber queixas terríveis sobre as unidades policiais afegãs que eles estavam treinando e ajudando.
Após cada caso, Quinn reunia os comandantes afegãos para uma preleção sobre direitos humanos.
Em setembro de 2011, uma afegã, visivelmente machucada, apresentou-se num quartel americano com seu filho, que mancava.
Um dos comandantes da polícia afegã na região, Abdul Rahman, havia raptado o garoto e o transformara em seu escravo sexual, acorrentando-o à sua cama, segundo a mulher. Quando ela pediu que seu filho fosse devolvido, ela própria foi agredida.
O menino acabou sendo libertado, mas ela tinha medo de que isso se repetisse.
Então Quinn convocou Abdul Rahman e o confrontou sobre o episódio. O comandante policial admitiu que era verdade, mas minimizou o caso.
"Eu o peguei e o joguei no chão", disse Quinn. O sargento Martland saiu em sua ajuda, relatou. "Fiz isso para ter certeza de que o recado fosse compreendido -que, se ele voltasse a ir atrás do menino, isso não seria tolerado", afirmou Quinn.
Abdul Rahman foi morto dois anos atrás, numa emboscada do Taleban. Seu irmão disse que Rahman nunca estuprou o menino, mas que foi vítima de uma falsa acusação feita por inimigos.
O pai do cabo Buckley acredita que a política de vista grossa aos abusos sexuais contribuiu para a morte do seu filho.
Buckley e dois outros marines foram mortos em 2012 por um dos muitos meninos que viviam no quartel deles com um comandante policial afegão chamado Sarwar Jan. Jan negou ter mantido escravos sexuais.
Em seu último telefonema à família, o cabo contou ao pai sobre a presença dos meninos.
Cerca de duas semanas depois, um dos meninos mais velhos sob o controle de Jan pegou um rifle e matou o cabo Buckley e os outros marines.
"Do ponto de vista dos meninos, os marines estão deixando isso acontecer, por isso são cúmplices", disse Buckley, o pai. "Eles não sabem que os nossos soldados estão de estômago virado."

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Eua e China parceiros rivais
O que os une
TÍTULOS
A China é o país que detém mais títulos do Tesouro americano. Com isso, os chineses ajudam a financiar programas federais do governo dos EUA
FLUXO COMERCIAL
A China é o 2º maior parceiro comercial dos EUA e o 3º maior mercado para as exportações americanas. Mas os EUA importam mais dos chineses: o deficit em 2014 foi de US$ 343 bilhões
O que os divide
MILITARIZAÇÃO DO PACÍFICO
Os chineses vêm aumentando seus gastos militares e expandindo instalações para áreas disputadas por outros países. Em resposta, os EUA procuram reforçar sua presença no Pacífico
SUBSÍDIOS
Os dois países têm contenciosos na Organização Mundial do Comércio. Os EUA veem benefícios indevidos em subsídios chineses, e a China contesta tarifas impostas pelos americanos
ESPIONAGEM
No ano passado, o governo dos EUA abriu processo contra cinco oficiais do Exército chinês acusados de roubar segredos comerciais americanos. A China chama a acusação de "absurda"
DISSIDENTES
A relação é tensa quando se trata de dissidentes ou inimigos do regime chinês, como o dalai-lama, recebido por Obama na Casa Branca em 2014 apesar das advertências do governo da China

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

20c

As lições de Fukushima 

Até agora, acidente nuclear em 2011 não causou nenhuma morte ou câncer por causa da radiação; especialistas questionam se evacuação não foi exagerada

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Há quatro anos, o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, levou a uma grande evacuação, inclusive de pacientes internados em hospitais. Agora, os especialistas passam a se questionar: será que era mesmo o caso? No último mês, a Agência Internacional de Energia Atômica apontou que, até agora, ninguém morreu ou mesmo ficou doente por causa da radiação emitida no episódio. Mesmo entre os trabalhadores da usina, os dados têm indicado que não haverá casos de câncer além do normal, embora seja preciso aguardar mais anos para ter certeza. O esforço de evacuação, porém, deixou 1.600 mortos. Um pequeno encontro científico em Tóquio discutiu o assunto recentemente. "O governo basicamente entrou em pânico", disse o oncologista Mohan Doss, que participou do evento. "Quando você evacua uma unidade de tratamento intensivo, você não pode simplesmente levar os pacientes a uma escola e esperar que eles sobrevivam." O nível de radiação, dizem os cientistas, não era tão elevado a ponto de justificar tais medidas. Houve várias vítimas fatais também entre pacientes de asilos, cuja fragilidade dificultou sua evacuação. O problema é que era difícil saber a priori que a radiação seria em boa medida levada pelo vento em direção ao mar. Os habitantes com maior exposição teriam encarado 70 milisieverts de radiação, valor não muito maior do que o de uma tomografia de alta resolução de corpo inteiro ao ano desde o acidente. A maior parte dos moradores, porém, não deve ter recebido mais do que 4 milisieverts –a exposição natural de radiação ao ao livre, na terra, é de 2,4 milisieverts por ano. Nos EUA, Doss e outros dois pesquisadores, Carol Marcus e Mark Miller, respectivamente da Universidade da Califórnia em Los Angeles e do Laboratório Nacional de Sandia, no Novo México, fizeram uma petição à Comissão de Regulação Nuclear pedindo revisão das regras de evacuação. De qualquer modo, ainda é difícil saber qual grau de exposição à radiação é seguro –alguns estudos defendem que o melhor é evitar ao máximo, enquanto outros apontam que um pequeno grau seria até benéfico. Estudos com os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, por exemplo, são controversos. Como seria imprudente expor pessoas à radiação para testar os efeitos, testes mais controlados são difíceis de se realizar. Um experimento ocorreu sem querer três décadas atrás em Taiwan, quando cerca de 200 prédios, onde moravam 10 mil pessoas, foram construídos a partir de aço contaminado com cobalto radioativo. Ao longo dos anos, os moradores foram expostos a doses de cerca de 10,5 milisieverts ao ano, mais do que o dobro da exposição estimada em Fukushima. Um estudo de 2006 mostrou que não houve mais casos de câncer do que o esperado na população em geral –na verdade, até um pouco menos, embora isso possa ser somente uma oscilação estatística. Toda a discussão sobre a dificuldade de chegar a um protocolo confiável e eficiente de evacuações em casos de acidentes radioativos tem a ver, no final, com a dificuldade humana de lidar com riscos –às vezes, na tentativa de evitar um mal assustador, acabamos criando problemas ainda maiores.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

WELCOME TO THE INTERNET

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No such "ministerial decree" that closes social sciences and humanities programs in Japan

As a former junior official in the Japanese higher education bureau, I have been deeply disappointed to learn a misled and distorted image circulating all over the world. I am talking about all the articles about the future of Japanese social sciences and humanities: "Japan rethinks higher education in skills push" (The Wall Street Journal), "Social sciences and humanities faculties to close in Japan after ministerial decree" (Times Higher Education), etc. I am writing this note because I have been asked about the issue by several people around me but, lamentably, I couldn’t find any English sources that rectify this misunderstanding. 
To be clear, there is no such fact that the Japanese education ministry plays down social sciences and humanities for the sake of putting a higher priority on vocational training. The ministry has already been clear about the importance of these areas. Unlike the conventional belief, the ratio of our grants in-aid for scientific research spent on social sciences and humanities has been growing in the last decade. There have been several projects in place that promote researches in these areas as well. 
Why such misreporting, then? The havoc was caused by a misled interpretation of a 10-page-long guideline sent administratively to 86 national universities in June this year. Private universities (which count around 600) are, of course, not the recipients of the guideline. 
The guideline bundles many pieces of general advice to national universities, encouraging their organizational reforms. It clarifies that, taking into account the constitutionally-stipulated principle of academic autonomy, each university has to take an initiative in determining the individual content of reform. The guideline, therefore, does not apply in a uniform manner across all 86 national universities. 
Merely one sentence of the long guideline may be accused of the misunderstanding: “With regard to the programs of teacher training, and humanities and social sciences in particular, it is encouraged to stipulate a reform plan, taking into consideration the reduction of 18-year-old population, human resource demands, expected level of education and research, the roles of national universities and etc., and dismantle and restructure organisations based on social needs”. Some may wonder why the ministry used the word “dismantle”. Well, this word is particularly reserved for irregular programs in teachers college, collectively called “shinkatei” whose purpose is not necessarily teacher training. Many of the teachers colleges in national universities created “shinkatei” and transferred a part of their student capacity to it largely because of the relative abundance of teachers in the late 1980s. Now that some regions may suffer from teacher shortage, the ministry intends to place these teachers colleges back on track so that they concentrate on teacher training.
* This note is based on my personal view and does not represent the official view of Japan’s education ministry.
* Mr. Kan Suzuki, Special Advisor to Japan’s education minister, writes on this issue in depth in Japanese. I owe the making of this note a great deal to his article. Japanese readers are encouraged to refer to Mr. Suzuki’s article: http://diamond.jp/articles/-/76705
* Below are some of the articles reporting this issue.
 http://www.diarioonline.com.br/app/painel/modulo-noticia/img/imagensdb/original/destaque-340517-fake.jpg

LETÍCIA QUE MANDOU:

https://helpdesk.hogent.be/helpdesk/cache/file/66D6AB1A-EE11-49D8-BB8E0D8004C56137_medium.jpg

http://i2.hillycdn.com/cms/wp-content/uploads/2013/12/chinesepuzzle-350x350.jpg
Já não é novidade que o mercado de cinema da China, com crescimento de cerca de 35% ao ano, é hoje o segundo maior do mundo, com expectativas de superar o norte-americano em até três anos. Em fevereiro de 2015, pela primeira vez as bilheterias de filmes chineses superaram a de produções norte-americanas –em parte devido ao feriado do Ano Novo Lunar, o mais importante para o povo chinês, quando produções estrangeiras são impedidas de serem lançadas no país.
Novos recordes continuam sendo quebrados. "Velozes e Furiosos 7", por exemplo, arrecadou 391 milhões de RMB (US$ 63,1 milhões) na estreia em abril deste ano, quase dobrando o recorde anterior de "Transformers 4", que fez 194,8 milhões de RMB em 2014. "Velozes 7" chegou ao total de US$ 390 milhões, mais uma vez superando "Transformers 4", com US$ 320 milhões. E os hits continuam.
Para esses filmes de orçamentos estratosféricos e que facilmente fazem mais de US$ 1 bilhão, o mercado da China tornou-se tão importante quanto o mercado doméstico norte-americano, sendo que os últimos filmes das franquias "Velozes e Furiosos" e "Transformers" se saíram melhor na China do que em casa.
O sucesso de Hollywood no mercado chinês, onde tem tomado entre 43,5% e 51,5% da bilheteria todos os anos desde 2009, é ainda mais impressionante levando-se em conta a cota que limita em 34 o número de filmes estrangeiros a estrear por ano. Esse limite é somente mais uma entre várias medidas decretadas pelo governo chinês para tentar garantir que os filmes locais preservem uma participação no mercado de pouco mais de 50%.
"Transformers: A Era da Extinção" (Transformers: Age of Extinction, EUA, 2014), quarto capítulo da franquia do diretor Michael Bay ,traz o início de uma nova história, sem os personagens dos filmes anteriores. O novo longa se passa quatro anos após os acontecimentos de "Transformers 3". Michael Bay dirige e Ehren Kruger escreve o roteiro. Mark Wahlberg, Nicola Peltz, Jack Reynor, Stanley Tucci e Kelsey Grammer estão no elenco. O filme, que dará início à uma nova trilogia, estreia no dia 17 de julho no Brasil Leia mais
Tal sucesso tem alimentado a crítica de que a busca por uma cota maior no mercado chinês tem obrigado Hollywood a se vender. Já se observa a produção de filmes que, na melhor das hipóteses, evitam questões políticas sensíveis, e na pior das hipóteses, oferecem uma imagem excessivamente positiva da China sob o regime comunista.
Mas não dá para negar que algumas medidas para atrair os chineses são no mínimo interessantes. Em "Godzilla", por exemplo, alteraram a nacionalidade do mostro para as Filipinas e a primeira cena de destruição é o ataque a uma planta nuclear no Japão. A rivalidade entre chineses e japoneses é histórica e a escolha não foi gratuita.
Os atores chineses também ganham espaço: em "2012", Lisa Lu; em "Transformers 4", Li Bingbing e o boxeador Zou Shiming; nos próximos filmes de "Avatar", James Cameron garante protagonismo mandarim. Aliás, Cameron já revelou que vai filmar as sequências em um estúdio que está construindo na China. E ainda afirmou não se importar em ter seu roteiro tesourado pela censura.
Os criadores de "Shrek" também abriram uma filial da DreamWorks na China e estão para lançar o terceiro "Kung Fu Panda".
Alguns filmes de Hollywood, no entanto, têm sido ridiculamente dóceis em relação à China e este exagero é muitas vezes criticado por internautas chineses. Filmes como "Looper" por exemplo, têm cenas adicionais destinadas exclusivamente ao mercado do país.
Ainda assim, não é surpreendente que os filmes norte-americanos destinados a mercados estrangeiros sejam adaptados para atender a certas demandas. Essa flexibilidade e capacidade de adaptação são a receita do sucesso de Hollywood a longo prazo.
Mas é interessante comparar a estratégia dos grandes estúdios com os sucessivos esforços chineses em promover o seu soft power no mercado internacional, algo que reflete até nas escolhas dos vilões dos filmes atuais.
Um exemplo recente é "Homem de Ferro 3", onde o personagem Mandarim, vilão clássico de origem chinesa da Marvel Comics, foi transformado em um ator ocidental contratado para desempenhar o papel de vilão.
Cada vez mais, os malfeitores são corporações multinacionais sem nome, conglomerados de mídia, terroristas apátridas, ou até mesmo elementos corruptos dentro do governo dos EUA, com vilões que representam ameaças para todos os países.
Ren Zhonglun, presidente da estatal Shanghai Film Group, revelou as aspirações da indústria cinematográfica chinesa quando disse a um repórter ocidental: "Queremos aprender a fazer filmes que tenham apelo global". As autoridades chinesas declararam abertamente uma guerra contra Hollywood.
No entanto, o sucesso chinês é limitado, porque na China, ao contrário dos Estados Unidos, espera-se que um filme exerça várias funções –inclusive disseminar "valores socialistas " e " elementos do sonho chinês", como pediu Liu Qibao, diretor do Departamento de Propaganda do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCC), ao elogiar o sucesso de filmes chineses no mercado interno.
Os comentários de Liu podem agradar os dirigentes chineses, mas refletem uma total falta de conhecimento das preferências do público. Esta inserção de requisitos políticos praticamente impede o sucesso mundial. Em contrapartida, Hollywood produz e distribui filmes com apelo universal a todas as culturas.
Além disso, ao vender o "sonho americano", Hollywood tem uma tarefa muito mais fácil do que a tentativa da China de vender o "sonho chinês" a mando do Estado.
Ao contrário do "sonho chinês", que enfatiza a glória da nação e as metas coletivas, o sonho americano salienta prosperidade individual, sucesso, e um aumento no status social, mensagens claras em muitos filmes. Ironicamente, o "sonho americano", na verdade, "vende" melhor mesmo dentro China. Alguns dos filmes chineses mais populares no país abraçam essa temática --como "Finding Mr. Right" (Beijing yu shang Xiyatu)--, ou imitam filmes americanos de sucesso, como "American Dreams in China" (uma espécie de "Rede Social" made in China).
Após um período de namoro, o relacionamento entre Hollywood e a indústria chinesa de cinema entrou em um novo paradigma. A China e os Estados Unidos estão começando a entender as necessidades um do outro. De agora em diante, haverá mais investimento chinês em Hollywood e mais investimento de Hollywood na China. Esses investimentos envolvem finanças, distribuição e coprodução.
O objetivo é claro. A China é o mais novo mercado na Terra e a maior oportunidade de crescimento no horizonte de Hollywood. Hoje, a oportunidade se estende apenas a distribuição, financiamento e vídeo online.
Hollywood também se aproveita do fato de que o chinês quer aprender "o negócio", e muitas das parcerias proporcionam um pré-financiamento para os filmes norte-americanos, bem como ajudam a garantir a distribuição dentro da China.
No entanto, pelo menos até esse momento, essas parcerias com a China contribuem pouco para promover os filmes chineses em mercados ocidentais, o principal objetivo do governo chinês.
Mesmo assim, a presença chinesa vai se fazer notar cada vez mais no ocidente de outra forma. Considerando que quase a totalidade dos nossos cinemas são tomados por grandes produções de Hollywood, é bem provável que em breve estaremos consumindo cada vez mais elementos da cultura chinesa sem nos darmos conta

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

LETÍCIA QUE MANDOU:


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Queridos!
Tudo bem?
Estou aqui divulgando o workshop de Dança Contemporânea e Anatomia Experiencial que vou dar do dia 7 de outubro a 4 de novembro!
Quem se interessar, pode entrar em contato comigo.
Agradeço também o compartilhamento!
Abração,
Leticia 
Workshop de Dança Contemporânea e Anatomia Experiencial com Leticia Sekito|Companhia Flutuante
Este workshop é um convite a qualquer pessoa que queira ser sincera consigo própria, olhando com ternura aquilo que neste momento tem no seu corpo, entrando em contato com sua anatomia e, partindo da sua sensação física, vivenciar o dançar.
Durante os 5 encontros, a artista e massoterapeuta Leticia Sekito, da Companhia Flutuante, convida os interessados a participarem de experimentações da sua anatomia corporal, com o objetivo de aprofundar e ampliar as suas possibilidades de movimento e expressividade da dança, seja individualmente ou em grupo.
Vamos entrar em contato com algumas estruturas da nossa fisicalidade que nos dão a sensação dos nossos eixos corporais e suporte a nossa verticalidade, mais especificamente: a coluna vertebral, cérebro, medula espinhal e o líquido cérebro espinhal, órgãos do sistema digestório e trato urinário e glândulas.
Partindo de apreciações de imagens anatômicas, propostas de qualidade de movimento e de trabalho de toque (hands on), poderemos entrar em contato com a sensação física da nossa anatomia, descobrir os movimentos inerentes ao nosso corpo e com isso motivar a nossa expressão em movimento e abrir espaço para a dança acontecer de forma sincera e íntegra.
Datas: Quartas-feiras, dias 7, 14, 21 e 28 de Outubro e 4 de Novembro de 2015 Horário: das 14h às 16h
Local: Espaço Comum, Rua Paris, 62, campainha 2 (entre metrô Vila Madalena e Sumaré)
Valor: R$180,00
Inscrição e mais informações diretamente com Letícia pelo e-mail contato@companhiaflutuante.com
Leticia Sekito é dançarina e diretora da Companhia Flutuante. Fez sua formação em dança no C.E.M - Centro em Movimento, de Sofia Neuparth, em Lisboa e continuidade no Estúdio Nova Dança. É professora de DanceAbility® e faz o Programa de Educador Somático/SME do BMC® - Body-Mind Centering. Pratica Aikidô na A.P.A. - Associação Pesquisa de Aikido e é massoterapeuta. Além de desenvolver criações em dança, performance e parcerias artísticas nas áreas das artes visuais e música, oferece preparação corporal para grupos e artistas de campos artísticos diversos.

sábado, 19 de setembro de 2015


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À primeira vista, os metais que conferem poder destrutivo às bombas atômicas poderiam parecer intercambiáveis. Afinal, urânio e plutônio são, ambos, mais valiosos do que o ouro, e os dois foram usados nas bombas que devastaram cidades japonesas na Segunda Guerra Mundial -urânio no caso de Hiroshima, plutônio em Nagasaki.
Mas há uma diferença crucial: segundo especialistas, das cerca de 15 mil ogivas nucleares existentes no planeta, mais de 95% são à base de plutônio, que é muito mais poderoso que o urânio e mais fácil e mais barato produzir.
Por isso, alguns consideram exagerada e incompreensível a ênfase dada ao urânio nas críticas feitas ao acordo nuclear com o Irã -que determina que o país abriria mão de produzir plutônio.
"Foi um avanço imenso", disse Siegfried Hecker, professor da Universidade Stanford e ex-diretor do laboratório bélico de Los Alamos, no Novo México. "Mas ninguém parece se importar."
Quase dois anos de negociações com o Irã resultaram em um acordo histórico, que limita a produção iraniana de urânio e plutônio em troca do fim das sanções petrolíferas e financeiras internacionais.
Em 10 de setembro, a bancada democrata no Senado dos Estados Unidos bloqueou uma tentativa republicana de rejeitar o acordo, garantindo sua entrada em vigor sem a necessidade de confronto com a Casa Branca por causa de um eventual veto.
Há três décadas, o Irã começou a estudar secretamente o uso do plutônio. No ano passado, o país possivelmente estava a poucos meses de inaugurar uma fábrica desse metal quando repentinamente aceitou uma substancial alteração de seu projeto. Isso basicamente impediu a futura instalação de produzir volumes suficientes de plutônio para o desenvolvimento de bombas.
A promessa de Teerã marcou uma importante guinada, segundo especialistas nucleares. "É um verdadeiro sucesso", disse Frank von Hippel, físico que assessorou o governo Clinton e atualmente leciona na Universidade de Princeton, em Nova Jersey. "Fiquei surpreso por eles estarem dispostos a abrir mão."
Richard Garwin, um dos principais desenvolvedores da primeira bomba de hidrogênio do mundo, disse que essa alteração de projeto foi "um grande feito". Ele outros cientistas assinaram no mês passado uma carta endereçada ao presidente Barack Obama elogiando o acordo com o Irã, que eles descreveram como inovador e rigoroso.
Purificar o urânio para o uso em bombas é um processo extraordinariamente difícil, ao passo que o plutônio é um subproduto atômico, o que facilita sua fabricação. Além disso, é necessária uma quantidade muito menor de plutônio para produzir uma explosão equivalente.
"Ele tem o dobro do efeito", disse Ray Kidder, que foi desenvolvedor de armas no laboratório bélico Livermore, na Califórnia, até se aposentar. "Se todo o resto for igual, [o plutônio] faz uma arma mais poderosa."
O segredo está no fosso colossal entre matéria e energia, que Einstein definiu décadas atrás na sua famosa equação E = mc2, em que a energia é igual à massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado, uma cifra incrivelmente alta.
Em 9 de agosto de 1945, quando os Estados Unidos despejaram uma bomba de plutônio sobre Nagasaki, um grama de matéria se transformou em energia. Cerca de 75 mil pessoas morreram.
O plutônio é produzido quando alguns nêutrons são absorvidos por átomos de urânio em um reator. Esse metal libera mais energia do que o urânio em parte porque seus átomos emitem mais nêutrons quando divididos, acelerando reações em cadeia. O alto fator de multiplicação significa também que as ogivas de plutônio podem ser menores e mais leves. Segundo especialistas, a Índia, a Coreia do Norte, Israel e o Paquistão têm usado reatores para fazer plutônio para armas nucleares.
Uma pequena massa desse metal prateado, geralmente menor que uma bola de beisebol, funciona como um fósforo superquente que acende o combustível termonuclear. A ogiva resultante é até mil vezes mais poderosa do que uma bomba atômica.
As inclinações de Teerã com relação ao plutônio foram reveladas no final de 2002, no começo do impasse entre o Irã e o Ocidente. As atenções se voltaram para um vasto complexo nuclear semiconstruído nos arredores da cidade de Arak. O local, muito isolado, estava rodeado por quilômetros de arame farpado.
Teerã alegou que Arak produziria radioisótopos para fins humanitários, como o tratamento do câncer. Mas, à medida que as obras evoluíam, vales e cumes montanhosos da região ficaram lotados de baterias antiaéreas.
Por que a mudança de rumo em Arak foi tão rapidamente ignorada? Especialistas nucleares dizem que a ameaça militar de um complexo de plutônio inacabado pode ser vista como algo abstrato em comparação ao sucesso do Irã na purificação de urânio.
As estimativas mais pessimistas dizem que o Irã poderia ter urânio para uma bomba em apenas dois ou três meses.
De toda forma, o acordo envolvendo o plutônio basicamente sepultou aquela antiga iniciativa iraniana. "Não há mais nada para discutir", disse Von Hippel.
Por que o Irã abriu mão do plutônio? Hecker, o ex-diretor de Los Alamos, disse que Teerã provavelmente decidiu abandonar sua tentativa de montar um arsenal. No entanto, ele argumentou que o empenho do país em salvar grande parte do seu complexo de urânio durante a negociação sugere que o país está se precavendo.
"Acho que, neste momento, o Irã realmente não quer desenvolver armas nucleares", afirmou. "Mas ainda quer ter essa opção."