terça-feira, 15 de setembro de 2015


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A israelense SodaStream, maior produtora de máquinas de bebidas gasosas do mundo, com 24 milhões de consumidores em 45 países, fecha nesta quarta (16) sua operação em Mishor Adumim, na Cisjordânia (território palestino), onde estava há três décadas.
Em 2014, a empresa e sua garota propaganda, a atriz Scarlett Johansson, estiveram no centro de um protesto do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que prega boicote a empresas israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Há anos, eles protestam em frente a algumas das 70 mil lojas que vendem as máquinas da SodaStream. Afirmam que a empresa "lucra indevidamente" ao atuar em terras "roubadas" dos palestinos. Israel afirma que a Cisjordânia está em disputa e que as fábricas não se apropriam de recursos naturais.
A empresa, no entanto, diz que o motivo da transferência é deixar uma fábrica velha por outra novíssima, de 175 mil m², no sul de Israel.
Enquanto ativistas palestinos comemoram a medida, os 500 funcionários palestinos de Mishor Adumim lamentam. "Queremos só trabalhar, com palestinos ou israelenses. Fechar fábricas que sustentam famílias é um desastre para nós", diz o gerente de turno Ali Zayapa, 39, morador da Cisjordânia e pai de cinco filhos.
Ali se preocupa com o futuro dos colegas de fábrica, ameaçados pelo desemprego de 30% na Cisjordânia e pela burocracia israelense. O governo de Israel só deu, até o momento, 130 vistos para que operários possam ser transferidos para a nova unidade.
Daniel Birnbaum, presidente-executivo da SodaStream, diz que quer manter na folha de pagamentos todos os 500 funcionários palestinos da antiga fábrica.
Para substituir quem ainda não tem visto, está contratando beduínos da vizinha Rahat (a maior cidade beduína de Israel, com 30 mil habitantes).
Birnbaum diz que o boicote à SodaStream, que tem 11 fábricas no mundo, é uma pedra no sapato. Três revendedores cancelaram os contratos com a SodaStream, nos últimos anos: John Lewis (Reino Unido), Silvan (Dinamarca) e Yodobashi Camera (Japão). Em julho de 2014, 17 países europeus decidiram parar negócios com empresas israelenses com presença na Cisjordânia. Alguns exigem comprar produtos da SodaStream feitos na China.

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