O governo dos EUA decidiu suspender nesta sexta (9) um programa de
treinamento de rebeldes sírios por reconhecer o fracasso dessa tática
para derrotar a milícia radical Estado Islâmico (EI).
Segundo fontes da Casa Branca e do Pentágono ouvidas pelo "The New York
Times", a estratégia de levar rebeldes moderados para fora da Síria,
treiná-los e trazê-los de volta ao país para combater o EI falhou, em
parte, porque muitos dos militantes estavam mais interessados em lutar
contra o regime de Bashar al-Assad do que contra os terroristas –que
também se opõem ao ditador.
Há pouco mais de uma semana, a Rússia, aliada de Assad, iniciou uma
série de ataques aéreos na Síria, sob justificativa de estar combatendo o
EI. No entanto, há relatos de que os principais atingidos foram, na
realidade, opositores do regime.
Também uma coalizão militar liderada pelos EUA age no país realizando bombardeios contra bases do EI.
O Pentágono anunciou que, nos próximos dias, negociará com a Rússia
propostas para garantir a segurança das operações aéreas de ambos os
países na Síria.
Em vez de condicionar a entrega de armas a um treinamento prévio por
forças americanas, o Pentágono agora fornecerá equipamentos diretamente a
líderes rebeldes –desde que provado que eles não tenham ligação com
milícias radicais islâmicas.
Por meio desses líderes, é esperado que as armas cheguem a milhares de militantes.
A número três do Pentágono, Christine Wormuth, disse que o governo tem
"grande confiança" nos beneficiários do novo plano e que não serão
distribuídos equipamentos complexos, como artilharia antiaérea ou
antitanque.
Segundo ela, apenas 60 combatentes sírios, de um total previsto de 5.400
no projeto original, chegaram a ser treinados e equipados pelos EUA
neste ano, a um custo de US$ 10 milhões cada um. "Não acho que foi um
programa mal executado. Era uma missão muito complexa."
Segundo o governo, a suspensão é uma "pausa operacional", e seu retorno
não está descartado. Um programa paralelo da CIA de treinamento de
rebeldes não foi afetado e continuará operando.
Foram realizados módulos de treinamento na Jordânia, no Qatar, na Arábia
Saudita e nos Emirados Árabes Unidos. No entanto, houve uma série de
problemas, como a tomada, pela Frente al-Nusra (filial da Al Qaeda), de
armas de rebeldes treinados.
Nesta sexta, o EI fez um avanço significativo, tomando seis vilarejos próximos à estratégica cidade de Aleppo.
Hussein Hamedani, proeminente general da Guarda Revolucionária do Irã,
teria sido morto na Síria enquanto prestava consultoria às forças de
Assad, aliado de Teerã. As circunstâncias não foram informadas.
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