O presidente do Paquistão,
Asif Ali Zardari, pediu um relatório sobre a prisão, na última
semana, de uma menina de 11 anos que teria problemas mentais e foi
acusada de queimar páginas do Corão, livro sagrado dos muçulmanos.
Segundo a polícia, a
garota foi detida no bairro cristão de Umara Jaffar, em Islamabad,
depois que uma "multidão furiosa" ordenou que ela fosse
punida por "blasfêmia".
Autoridades, no entanto,
disseram que a menina não conseguiu nem responder de forma
apropriada às perguntas do interrogatório. Segundo líderes
cristãos, a garota teria síndrome de Down.
A menina é acusada de
queimar dez páginas do Corão e depois jogar o livro sagrado no
lixo.
Mas há divergências entre
os relatos das testemunhas, e a polícia não encontrou provas contra
a garota. Também há informações de que a jovem teria 16 e não 11
anos.
De acordo com a imprensa
estatal, Zardari pediu ao Ministério do Interior um relatório sobre
o caso.
Seus pais estão sob
proteção do Estado após terem recebido ameaças e de a casa ter
sido cercada por vizinhos.
Após a prisão, outras
famílias cristãs deixaram o bairro da capital com medo de
retaliações.
O incidente ocorre em um
momento em que a aplicação da lei da blasfêmia tem sido
questionada por grupos de defesa dos direitos humanos, que denunciam
abusos contra os grupos minoritários.
Segundo a lei, aprovada
durante o mandato do ditador militar islâmico Mohammed Zia-ul-Haq
(1977-88), pessoas acusadas de blasfêmia contra o islã podem
receber a pena de morte.
Cerca de 97% da população
do Paquistão é muçulmana, segundo o último censo.
No ano passado, o ministro
para as minorias Shahbaz Bhatti foi morto depois de pedir o fim da
lei.
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