quinta-feira, 2 de maio de 2013


“Algumas coisas não podem ser escondidas”. É com esse slogan que foi divulgada a primeira propaganda contra violência machista na Arábia Saudita. Com uma mulher de niqab, o véu islâmico, e um olho claramente machucado, o cartaz é inédito em um país que mantém as sauditas sob tutela legal de algum homem da família.
“O fenômeno das mulheres agredidas na Arábia Saudita é maior do que se vê superficialmente”, garante o
site da campanha “Abuso não mais”, da Fundação Rei Khalid. “Queremos garantir a justiça para todas as mulheres e crianças expostas ao abuso em qualquer parte do país.”
fundação foi criada em memória ao monarca que governou o país entre 1975 e 1982. Já o atual rei Abdullah, de 90 anos, é um dos filhos de Ibn Saudi, fundador do país, e se mostra um reformista moderado. Em 2009, apontou Noura Al Fayez como vice-ministra de Educação, na primeira vez em que uma mulher chegava a ocupar um gabinete no país.
Em 2011, o rei Abdullah afirmou que, a partir de 2015, mulheres poderão nominar candidatos para eleições locais e ocupar cargos no Conselho Shura, órgão em que todos são indicados por ele. Além disso, aprovou recentemente, sob algumas condições, o direito às sauditas andarem de bicicleta.
Para estudar, viajar ou abrir contas bancárias, as mulheres locais ainda precisam da aprovação de seu guardião.  De acordo com ativistas, uma em cada seis mulheres sauditas sofre diariamente violência verbal, física ou emocional.
O país ocupa o 131º lugar, em um total de 135 países, no último Informe sobre Disparidade de Gênero do Foro Econômico Mundial, publicado em 2012.  Um relatório da ONG Human Rights Watch também expõe a ineficiência do governo em garantir os direitos de 9 milhões de mulheres e crianças no país, 8 milhões de trabalhadores estrangeiras e 2 milhões de xiitas. 

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