quarta-feira, 30 de julho de 2014
http://www.nytimes.com/interactive/2014/07/15/world/middleeast/toll-israel-gaza-conflict.html?smid=fb-nytimes&WT.z_sma=WO_TTI_20140730&bicmp=AD&bicmlukp=WT.mc_id&bicmst=1388552400000&bicmet=1420088400000&_r=2
http://www.vox.com/2014/7/17/5902177/9-questions-about-the-israel-palestine-conflict-you-were-too
terça-feira, 29 de julho de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
quarta-feira, 23 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Uma artista japonesa que produziu imagens de Lady Gaga e um
caiaque com a forma de sua vagina disse nesta quarta-feira, 16, em uma
penitenciária de Tóquio, estar "indignada" com a sua prisão e prometeu
lutar contra as acusações de distribuir material obsceno.
Megumi Igarashi, de 42 anos, disse estar desafiando uma cultura
de "discriminação" contra a discussão da vagina na sociedade japonesa.
Megumi, que trabalhou sob o pseudônimo de 'Rokudenashiko', que
significa "garota que não vale nada" em japonês, construiu um caiaque
amarelo com a parte de cima na forma de sua vagina depois de levantar
cerca de 10.000 dólares por meio de crowdfunding.
Como agradecimento aos doadores para seu projeto, ela lhes
enviou dados da impressão em 3D de sua vagina escaneada, a base para sua
obra.
Ela foi presa no sábado por distribuir material obsceno e pode
pegar até dois anos de prisão e ter de pagar uma multa de até 25 mil
dólares.
Megumi disse que cerca de 10 policiais chegaram a sua casa no
sábado. Inicialmente, ela pensou que eles estivessem apenas interessados
??em confiscar seu trabalho, que ela define como uma exploração
artística da "manko", a gíria japonesa para vagina.
"Eu não pude deixar de rir um pouco enquanto explicava aos
policiais, com expressões sérias: 'Esta é a figura da ‘manko’ de Lady
Gaga'", disse Megumi à Reuters através de uma barreira de separação, de
plástico, na prisão centro de Tóquio.
"Eu não esperava ser presa. Mesmo quando eles estavam
confiscando as minhas obras, eu pensei: ‘Esta será uma boa história’. Em
seguida, eles me algemaram e prenderam. Eu estou indignada."
Mais de 17.000 pessoas já assinaram uma petição online pedindo a
libertação imediata de Megumi no site Change.org, uma plataforma online
para petições.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Encenado pelo dançarino japonês Min Tanaka, o espetáculo de dança experimental da vanguarda japonesa “Locus Focus Project” chega ao Sesc Consolação. A apresentação acontece nos dias 15 e 16 de julho, terça e quarta, às 20h, com ingresso até R$ 20. “Locus Focus Project” é um projeto site specific, no qual o dançarino
Min Tanaka cria movimentos improvisados, a partir de um diálogo
profundo com os espaços e com as pessoas que fizeram parte da história
dos locais onde a performance ocorre. O espetáculo, em que nenhum movimento é coreografado ou
predeterminado, já percorreu várias localidades urbanas e rurais do
Japão, Índia, África e Europa.
Palestra dia 14/07
Imagens do Corpo
COM KUNIICHI UNO E CHRISTINE GREINER
http://www.sescsp.org.br/programacao/38987_IMAGENS+DO+CORPO#/content=saiba-mais
Imagens do Corpo
COM KUNIICHI UNO E CHRISTINE GREINER
http://www.sescsp.org.br/programacao/38987_IMAGENS+DO+CORPO#/content=saiba-mais
Folha de São Paulo
Quarta 08 de julho 2014
Corpo em crise
Bailarino japonês Min Tanaka mostra em São Paulo seu projeto 'Locus Focus', em que reinventa a dança com movimentos inspirados no butô e na história de cada lugar em que se apresenta
IARA BIDERMANDE SÃO PAULO
O bailarino japonês Min Tanaka, 69, um dos três grandes nomes do butô,
vai se apresentar pela segunda vez no Brasil, após um intervalo de quase
duas décadas.
Ele chega na semana que vem a São Paulo com seu projeto "Locus Focus"
(foco no lugar), que já levou a vários países da Ásia, da África e da
Europa. O espetáculo foi apresentado em bosques, praças, centros urbanos
e zonas rurais.
Junto com Tatsumi Hijikata (1928-86) e Kazuo Ohno (1906-2010), Tanaka
esteve nas origens do butô, movimento artístico que buscou um
entendimento novo do corpo, unindo influências das vanguardas europeias e
das tradições japonesas para reinventar a dança.
Com Hijikata, criador do "ankoku butô" --dança das trevas-- ele penetrou nesse corpo em crise que o butô tenta expressar.
"O butô aponta para as trevas humanas e para a história deste tempo de trevas", afirma Tanaka, em entrevista por e-mail à Folha.
"Esta dança diz respeito à sua gênese, que se refere à resistência do
ser humano, sua capacidade de se reinventar, pois nasceu da experiência
de destruição de um país inteiro (o bombardeio nuclear no Japão em
1945)", diz a atriz Denise Stoklos, que trabalhou em Tóquio com
discípulos de Hijikata e Ohno.
Segundo o bailarino mineiro Marcelo Gabriel, que estudou com Kazuo Ohno,
o dançarino de butô se joga em abismos interiores para entrar em
contato com a pura presença do corpo e romper seus limites --"como um
cadáver que se levanta", nas palavras de Hijikata.
Mas Tanaka não se prende ao rótulo de dançarino de butô. "Não quero um
método preestabelecido. O movimento humano não tem mais nada de novo,
tudo já foi mostrado", diz.
Ele tampouco se restringe à dança em seu trabalho artístico e é também
famoso por sua atuação no cinema. O último trabalho foi o longa "47
Ronins" (2013), em que atuou ao lado de Keanu Reeves.
Não que isso o afaste do butô, que, em suas origens, envolvia artistas
de diversas áreas. "A vanguarda incluía gente da fotografia, do cinema. O
butô era parte do contexto cultural do Japão e do mundo nos anos 1960",
diz Christine Greiner, professora de comunicação e artes do corpo da
PUC-SP.
O cinema, para Tanaka, é como o trabalho que faz na fazenda orgânica que
fundou nos anos 1970 na área rural do Japão. "É uma expressão humana,
portanto, é sobre algo que existe antes da arte'. Não quero deixar o
corpo perder o contato com o que é a própria história da humanidade".
No solo que vai apresentar em São Paulo, a inspiração é o próprio local
onde dança. "Eu não danço EM um lugar, eu danço O lugar, que tem uma
história e um tempo que não é o meu."
"Locus Focus' começa e termina com a afirmação que só o corpo vivo
existe. É impossível apenas assistir à dança de Min Tanaka. O seu corpo,
mesmo que pareça estar em um sono profundo ou mesmo morto, força o
espectador a ficar mais acordado e mais vivo do que nunca", diz Kuniichi
Uno, professor de artes do corpo e do movimento da Universidade Rikkyo
(Japão).
MIN TANAKA - PROJETO LOCUS FOCUS
QUANDO 15 e 16, às 20h
ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000
QUANTO de R$ 4 a R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
Esta dança impactou artistas e pesquisadores, gerando indagações: temos um butô no Brasil? Como apreender (e aprender) tanta potência? E, sobretudo: como ver a beleza das trevas iluminada pela força da arte inscrita em corpos contemporâneos?
As questões do além-mar reverberaram, antropofagicamente, na dança de Takao Kusuno e Felícia Ogawa, de Denilto Gomes, de José Maria Carvalho, de Patrícia Noronha, de Eliana Carneiro e Maura Baiocchi, desaguando seus traços em criações de artistas mais recentes como Ângela Nagai, Emilie Sugai, Key Sawao e Ricardo Iazzetta.
A partir da obra de Min Tanaka, um tanto desta história ecoa sobre nós, aqui, na maior cidade japonesa fora do Japão, onde artistas são constituídos da arte nossa e do mundo. De arte, enfim.
QUANDO 15 e 16, às 20h
ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000
QUANTO de R$ 4 a R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
Questões do Japão repercutem na dança brasileira
CÁSSIA NAVAS
ESPECIAL PARA A FOLHA
Solista da cena contemporânea, Min Tanaka insere-se na modernidade de
seu país natal, o Japão, mas, sobretudo, em uma topologia maior --o
continente da arte. Formado em balé e dança moderna, um ponto de
inflexão em sua carreira foi o encontro com Tatsumi Hijikata, o fundador
do "ankoku butô" --a dança das trevas.
Esta dança impactou artistas e pesquisadores, gerando indagações: temos um butô no Brasil? Como apreender (e aprender) tanta potência? E, sobretudo: como ver a beleza das trevas iluminada pela força da arte inscrita em corpos contemporâneos?
As questões do além-mar reverberaram, antropofagicamente, na dança de Takao Kusuno e Felícia Ogawa, de Denilto Gomes, de José Maria Carvalho, de Patrícia Noronha, de Eliana Carneiro e Maura Baiocchi, desaguando seus traços em criações de artistas mais recentes como Ângela Nagai, Emilie Sugai, Key Sawao e Ricardo Iazzetta.
A partir da obra de Min Tanaka, um tanto desta história ecoa sobre nós, aqui, na maior cidade japonesa fora do Japão, onde artistas são constituídos da arte nossa e do mundo. De arte, enfim.
CÁSSIA NAVAS é escritora, ensaísta, é professora do Instituto de Artes da Unicamp
terça-feira, 8 de julho de 2014
O tenente-comandante [capitão de corveta] Daniel McShane, recorrendo a
um intérprete, apresentou uma solicitação: um coronel norte-americano
desejava se encontrar com sua contraparte norte-coreana. Ele estava
falando com um megafone, e um soldado norte-coreano, diante dele,
gravava em vídeo a solicitação.
Há mais de um ano, essa vem sendo a maneira pela qual McShane, oficial
da marinha norte-americana que serve no Comando das Nações Unidas em
Panmunjon, transmite mensagens aos norte-coreanos. Antes, os oficiais
dos dois lados se comunicavam por uma linha de telefonia fixa.
Mas, quando a ONU impôs novas sanções econômicas, em março de 2013,
depois do terceiro teste nuclear norte-coreano, os norte-coreanos
pararam de atender as ligações, cuja função era ajudar a administrar a
Zona Desmilitarizada (DMZ) que separa os dois países. O pessoal do
Comando da ONU insiste em ligar para ver se os norte-coreanos
abandonaram o boicote. "Tentamos quatro vezes por dia", diz o
tenente-comandante McShane. "O telefone toca, mas ninguém atende".
E assim segue a vida em Panmunjon, a cerca de 50 quilômetros ao norte de
Seul e localizada na linha de frente do que tecnicamente continua a ser
uma guerra entre as duas Coreias. O complicado sistema de comunicações
-reflexo do relacionamento gélido entre o norte e o sul- aumenta o
estresse em uma zona de fronteira que é uma estranha mistura de alta
tensão e de preocupações mais prosaicas.
Com a maior parte das Forças Armadas das duas Coreias alinhada ao longo
da fronteira, ninguém se dispõe a baixar completamente a guarda. "É um
paradoxo. Há tensão tanto real quanto forçada, dos dois lados", disse
John Delury, historiador da Universidade Yonsei, em Seul.
A Zona Desmilitarizada, que foi estabelecida pelo armistício que
encerrou os combates na península em 1953, é uma área de barreira,
pesadamente minada, entre o norte e o sul, e se estende por 240
quilômetros de costa a costa, com quatro quilômetros de largura.
Panmunjon fica no extremo oeste da linha.
Esse trecho da fronteira é protegido pelo Batalhão de Segurança do
Comando das Nações Unidas para a Área Conjunta de Segurança, força
composta em 90% por sul-coreanos e em 10% por norte-americanos. O
coração da Área Conjunta de Segurança é um grupo de três salões de
conferência instalados em edificações separadas. A fronteira corre pelo
meio desses salões. No edifício central, ela corre pelo meio de uma mesa
de conferência. Dois soldados sul-coreanos ficam de guarda na sala
durante o dia. A guarda regular norte-coreana fica do lado de fora.
Houve uma ocasião em que um soldado sul-coreano na sala teve de lutar
contra norte-coreanos que tentavam arrastá-lo para o lado norte da
linha.
Nas imediações fica a Ponte Sem Volta. Em 1976, dois soldados
norte-americanos tentaram cortar uma árvore próxima à ponte para
melhorar a visibilidade. Vinte e oito norte-coreanos correram de seu
posto de vigilância e os mataram, usando o machado que os
norte-americanos portavam. O ataque se tornou lenda e ainda é relatado
em grande detalhe. Delury diz que os oficiais têm seus motivos para
reforçar a sensação de perigo. "No geral, os comandantes precisam manter
o moral e a prontidão", diz.
"Precisam de um perigo claro e imediato".
Os líderes da Índia talvez tenham entendido melhor do que quaisquer de
seus pares internacionais o poder de comunicação da roupa. Mahatma
Gandhi adotou o "dhoti" (pano retangular de 4,5 metros de comprimento
amarrado em torno da cintura e das pernas, formando uma saia longa).
Houve o casaco de Jawaharlal Nehru e os sáris de Indira e Sonia Gandhi,
feitos do tradicional "khadi" indiano (pano de algodão cru, seda ou lã
tecido à mão). Agora, é a vez de Narendra Modi.
O novo premiê indiano já usou uma peça de vestuário tantas vezes que ela
passou a ser conhecida oficialmente por seu nome: é o Modi Kurta, ou
"kurta" de Modi, versão da clássica túnica indiana com mangas curtas.
O alfaiate responsável por ela, Bipin Chauhan, da cadeia de butiques
Jade Blue, registrou a marca do estilo e o está levando ao Reino Unido,
Estados Unidos e Sudeste Asiático. A kurta de Modi tem hashtag próprio
no Twitter (#ModiKurta), e há um site de comércio eletrônico
(modimania.com) que se dedica a seguir o visual de Modi -isso porque,
segundo o site, Modi "virou marca registrada não apenas na Índia, mas em
todo o mundo".
Tudo isso revela o êxito de Modi em associar seu estilo pessoal a sua
plataforma política, em benefício de ambos. A Modi Kurta não representa
um avanço estético extraordinário, mas simboliza um conjunto de valores
-e é essa a razão da atração que exerce. "Nunca antes houve uma
convergência tão forte entre o que um político indiano representa e as
roupas que ele traja", observou Priya Tanna, editora da "Vogue" indiana.
Para ela, a escolha da kurta por Modi ressalta uma imagem cultural "100% indiana".
Ela é democrática -qualquer pessoa pode se vestir assim. Ela apoia a indústria local.
Destaca as origens humildes de Narendra Modi (seu pai era vendedor
ambulante de chá). O fato de a kurta que ele traja estar sempre limpa e
bem-passada e de com frequência ser colorida (ele já foi visto em kurtas
cor de laranja, verde-esmeralda e azul-claro, entre outras cores) forma
um contraste nítido com algo que a revista "India Today" descreveu como
"a era dos políticos barrigudos e desgrenhados, mascadores de bétele,
trajando dhotis amassados e kurtas descoloridos". Sugere uma adesão
nítida ao profissionalismo e ao pragmatismo.
As kurtas de Modi são feitos de materiais que incluem o algodão e a seda
orgânicos, acompanhando seu pendor declarado por belos relógios (ele
possui um Movado) e óculos de sol (Bulgari). É um tipo de estilo
indicativo de aspirações, algo que reflete a visão que Modi tem para a
Índia e suas indústrias.
Esse fato é sublinhado ainda mais pela história de seu alfaiate, que
começou a costurar na calçada diante de confecções e que hoje possui uma
rede de lojas e virou celebridade, graças a seu cliente famoso.
Chauhan confidenciou certa vez: "Modi me disse que há três coisas das
quais faz questão de cuidar bem: seus olhos, sua voz e suas roupas".
Esse tipo de criação confessa de imagem gera um ponto de
vulnerabilidade. O líder do partido rival Samajwadi, Mulayam Singh
Yadav, acusou Modi de "trocar de kurta 500 vezes por dia" durante a
campanha.
Mas a criação de uma espécie de símbolo visual que é largamente
reconhecido e -a julgar pelo número de pessoas que começaram a se vestir
como Modi- aprovado parece ter valido a pena.
Agora que Modi está no poder, a pergunta é se seu estilo e sua mensagem vão mudar.
Em sua posse, por exemplo, Modi trocou sua kurta de mangas curtas por
uma versão de mangas longas, com punho abotoado. O fato suscitou
discussões no Twitter sobre se o visual mais formal era ou não um sinal
positivo.
A discussão significa que o premiê indiano criou a ideia de que as
roupas que veste carregam um sentido que merece ser analisado. Essa
talvez seja a tendência que mais valha a pena ser observada.
domingo, 6 de julho de 2014
terça-feira, 1 de julho de 2014
O Governo do Japão aprovou esta terça-feira uma histórica e
polémica modificação da sua Constituição pacifista adoptada depois da II Guerra
Mundial, que agora lhe permitirá pela primeira vez ajudar militarmente os seus
aliados, se forem atacados. A medida foi insistentemente impulsionada pelo
primeiro-ministro, Shinzo Abe, apesar da rejeição de boa parte da opinião
pública no Japão (mais de 60%, de acordo com as últimas sondagens) e até de
membros da coligação governante. Foram incluídas na Carta Magna várias
condições que permitem ao Japão defender os seus aliados, algo até agora
limitado pelo artigo 9, que impedia o país de usar a força para resolver
conflitos internacionais. De acordo com a nova interpretação, o Japão poderá
exercer o chamado direito de autodefesa colectiva, se "a existência do
país estiver ameaçada e existir um perigo claro de que os direitos do povo à
vida, à liberdade e à busca de felicidade se vejam anulados". O conceito
de autodefesa colectiva está contemplado no Direito Internacional e, para além da
assistência militar a aliados no caso de estes serem atacados, permitiria a
participação do Japão em operações de segurança das Nações Unidas. Neste
sentido, Tóquio poderá acelerar o envio das suas Forças de Autodefesa
(Exército) a zonas de conflito de baixa intensidade e estudar a ampliação de
apoio logístico e de outro tipo para estas missões de paz no estrangeiro. Para
efectivar a medida, o parlamento japonês tem de dar a sua aprovação, e ainda
que as forças governamentais tenham maioria, não se descarta que haja algumas
restrições à modificação antes da sua ratificação definitiva. Para chegar a
este ponto, o Partido Liberal Democrata de Shinzo Abe teve que negociar durante
um mês com o seu parceiro de coligação, o partido budista e conservador Novo
Komeito, que se mostrou radicalmente contra a revisão do artigo 9, mas que
depois acabou por aceitar a inclusão do direito de autodefesa. Abe defende a
necessidade de converter o Japão num actor "mais proactivo" em
matéria de segurança dentro da comunidade internacional e também instou a que
as Forças de Autodefesa tenham um papel mais enérgico perante o avanço da China
na região e as ameaças da Coreia do Norte. A medida desperta desconfiança de
países vizinhos que sofreram o colonialismo imperialista japonês até ao final
da II Guerra Mundial, como a Coreia do Sul ou a própria China. No Japão, muitos
criticaram os mecanismos para modificar os limites constitucionais defendidos
por Abe, que descartou a possibilidade de os alterar através do processo longo
e complexo que requer vários anos e aprovação de dois terços do parlamento
antes da realização de um referendo.
As ilhas possuem
tudo o que se poderia querer de um destino turístico tropical: areia branca,
água turquesa e ventos marítimos. Mas elas só tomaram forma nos últimos meses e
são motivo de desavença entre a China e seus vizinhos.
A China vem
colocando areia sobre recifes e baixios, criando novas ilhas no arquipélago de
Spratly. Para autoridades estrangeiras, trata-se de um novo esforço para
expandir a presença chinesa no mar do Sul da China. Segundo elas, as ilhas
poderão conter grandes construções, inclusive residências e equipamentos de
vigilância, como radares.
A construção das
ilhas preocupa o Vietnã, as Filipinas e outros países do Sudeste Asiático que
reivindicam a soberania das ilhas Spratly. Desde abril, as Filipinas
registraram protestos junto à China contra o trabalho de aterramento realizado
em dois recifes. Recentemente, o presidente filipino, Benigno S. Aquino 3°,
criticou a movimentação de navios chineses que, segundo ele, podem estar
envolvidos na construção de ilhas em dois outros pontos.
Numa conferência realizada
em maio, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, repreendeu a China por
suas "atividades de aterramento marítimo em múltiplos pontos" no mar
do Sul da China.
Críticos dizem que
as novas ilhas vão permitir que a China instale mais equipamentos de vigilância
e estações de reabastecimento de embarcações do governo. Para alguns analistas,
os militares chineses enxergam sua presença nas ilhas Spratly como parte de uma
estratégia de longo prazo de projeção de poder no Pacífico ocidental.
Um fato que talvez
seja igualmente importante é que as novas ilhas podem permitir que a China
alegue ter uma zona econômica exclusiva que se estende por 200 milhas náuticas
em volta de cada ilha, algo definido na Convenção de Direito Marítimo das
Nações Unidas.
"Ao criar a
aparência de uma ilha, a China pode estar querendo reforçar o mérito de suas
reivindicações", opinou o cientista político Taylor Fravel, do
Massachusetts Institute of Technology.
A China alega que
tem o direito de construir nas ilhas Spratly porque elas são território chinês.
"A China detém a soberania indiscutível das ilhas Nansha", disse
recentemente uma porta-voz do Ministério do Exterior, Hua Chunying, usando o
nome chinês do arquipélago. As autoridades chinesas também afirmam que o Vietnã
e as Filipinas já construíram mais estruturas que a China na região em disputa.
Mas analistas
observam que outros países não construíram ilhas e que, de modo geral, ergueram
suas estruturas antes de 2002, quando a China e nove países do Sudeste Asiático
firmaram um pacto que prevê que as partes devem "autolimitar
atividades" e não devem habitar qualquer área terrestre atualmente
desabitada.
Um funcionário
ocidental disse que, desde janeiro, a China vem construindo três ou quatro
ilhas, projetadas para ter entre oito e 16 hectares cada.
Segundo ele, parece
haver pelo menos uma instalação destinada a uso militar, e as novas ilhas
poderão ser usadas para o reabastecimento de navios, incluindo embarcações
chinesas de patrulha marítima.
A China acendeu
alarmes na região e em Washington em maio, quando uma petrolífera estatal
posicionou uma plataforma exploratória mais ao norte no mar do Sul da China, ao
lado das disputadas ilhas Paracel, perto do Vietnã. A plataforma suscitou
desentendimentos diplomáticos e violentos protestos contra a China no Vietnã.
Autoridades dizem
que o recife Johnson South, que a China tomou em 1988 depois de matar 70
soldados e marinheiros vietnamitas em uma escaramuça, é o local com mais
construções até o momento. "Ela já é a ilha Johnson, não é mais o recife
Johnson", disse o funcionário ocidental. Autoridades filipinas divulgaram
em maio fotos aéreas mostrando estruturas e um grande navio ali.
Le Hai Binh, do
Ministério das Relações Exteriores vietnamita, disse que o Vietnã tem soberania
sobre todo o arquipélago Spratly e que a "China vem implementando
ilegalmente atividades de expansão e construção" no recife Johnson e
outros pontos reivindicados pelo Vietnã.
O arquipélago
Spratly abrange centenas de recifes, pedras, bancos de areia e atóis que se
espalhavam por uma área de 41 mil quilômetros quadrados. Seis governos
reivindicam partes da área. China e Vietnã reivindicam as ilhas Paracel, na
área onde ainda se encontra a plataforma exploratória chinesa.
As duas áreas
possuem pesca em abundância e algumas reservas de petróleo e gás.
O analista
australiano Carlyle A. Thayer disse ainda não ter visto sinais de que a China
esteja construindo grandes instalações militares ou uma pista de pouso nas
novas ilhas.
Mas ele destacou:
"Nada disso é um incidente isolado. Parece ser um novo plano para afirmar
a soberania chinesa".
"Não parece ser algo que vá desaparecer, no
entanto. Ainda deve alimentar muitas tensões."
Ele nasceu na
biblioteca pública de Rabat, no Marrocos, onde o pai trabalhava como zelador e
onde a família morou até ele completar dois anos de idade.
Durante a maior
parte de sua infância, conseguiu esconder sua sexualidade, mas os trejeitos
afeminados lhe renderam gozações e violência, mesmo que depois tenham se
transformado em inspiração artística.
Há cerca de oito
anos, o escritor Abdellah Taïa, hoje com 40, se assumiu perante os leitores de
seus livros e a imprensa, aparecendo na capa de uma revista sob o título:
"Homossexual, apesar de todas as dificuldades".
Com isso, ele se
tornou um dos poucos a declarar publicamente sua orientação sexual no Marrocos,
onde a homossexualidade é considerada crime. E confessa que o mais difícil foi
enfrentar a família. "Eles choraram e gritaram; eu chorei com a reação
deles, mas nunca vou me desculpar. Nunca", conta o autor, que hoje vive em
Paris, na França.
Em fevereiro, Taïa
exibiu seu filme, "L'Armée du Salut", no Festival Nacional de Cinema,
em Tânger. Adaptação de seu livro de mesmo título, a promissora estreia na
direção deu ao mundo árabe o primeiro protagonista gay. Já exibido nos
festivais de Nova York, Toronto e Veneza, ganhou o prêmio máximo do Festival de
Angers, na França.
"L'Armée du
Salut" é baseado na infância/adolescência do autor, o despertar de sua
sexualidade, o fascínio pelo irmão vinte anos mais velho, os encontros com
homens maduros em vielas escuras e a complexa relação com a mãe e as seis
irmãs, que gozavam dele por ser muito afeminado e muito ligado a elas.
"Muitos
marroquinos têm relações sexuais com homens, mas, como pareço afeminado, era
considerado o único homossexual. No Marrocos a tensão sexual está presente em
todo lugar. Eu quis mostrar isso no filme sem apelar para cenas explícitas,
para me manter fiel a esse comportamento meio que secreto", diz.
Uma noite, quando
tinha treze anos e estava em casa com a família, um grupo de homens bêbados
começou a chamá-lo na porta de casa, pedindo que descesse para
"diverti-los". Depois desse incidente, decidiu mudar -e eliminou os
maneirismos afeminados para evitar que homens mais velhos lhe pedissem favores
sexuais.
Levou o aprendizado
do idioma francês a sério porque queria se mudar para a Europa, longe da
opressão.
"Não podia
viver no Marrocos. O bairro inteiro queria me estuprar. Ali é muito comum o
abuso por parte de um primo ou vizinho, e você não conta com a proteção da
sociedade. O estupro é insignificante".
Taïa passou a
infância assistindo a filmes egípcios. A liberdade do cinema daquele país, que
mostrava mulheres sem véus e bebidas alcoólicas sendo consumidas livremente,
deram-lhe esperança. "Foram eles que me salvaram", afirma.
Ele se considera
muçulmano. "Não quero me dissociar do islamismo. Ele faz parte da minha
identidade".
Suas obras geraram
críticas e reações negativas. Seu estilo foi execrado e considerado
indisciplinado, como se tivesse sido ditado por alguém. Há quem diga que é
justamente a crueza de seus textos que o torna autêntico e comovente.
Taïa confessa que
sempre quis ser diretor. Tornou-se escritor por acidente, depois de registrar
seus pensamentos e experiências em um diário para aprender francês.
Hoje mantém um bom
relacionamento com a maioria dos parentes, embora o irmão mais velho continue
afastado. Logo depois de se assumir gay, a mãe morreu. Atualmente mantém uma
relação cordial com as irmãs.
Apesar disso, Taïa
ainda acha muito difícil voltar para a terra natal. "Não posso falar com
eles. Sou só um ser humano e sei que eles têm vergonha de mim. Sempre achei
isso. Não é que eu queira que tenham orgulho. Sei que eles não têm."
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