quarta-feira, 28 de março de 2012

domingo, 18 de março de 2012

São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2012Mundo
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Foco
De quimono e véu, mulheres 'ninja' desafiam vozes conservadoras no Irã
Ninjútsu, arte marcial japonesa, é vista por elas como fonte de autoconfiança e respeito

Maryam Rahmanian/Folhapress
Iraniana 'ninja' salta sobre colegas durante aula de ninjútsu em academia de Karaj, a 40km da capital do país, Teerã
Iraniana 'ninja' salta sobre colegas durante aula de ninjútsu em academia de Karaj, a 40km da capital do país, Teerã
SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ
Elas vestem quimono preto, saltam umas sobre as outras sem se tocar e fazem acrobacias com adagas e correntes. Tudo isso sem tirar o hijab, o véu islâmico que cobre cabelo e pescoço.
As mulheres "ninja" formam uma confraria cada vez mais numerosa no Irã e desafiam vozes conservadoras que abominam tanta ousadia num país onde até andar de bicicleta é privilégio masculino.
Há uma mulher para cada três novos inscritos na rede nacional de academias de ninjútsu, arte marcial japonesa criada na Idade Média.
Hoje são ao menos 3.000 as adeptas, de todas as idades e classes sociais, espalhadas pelas dezenas de centros de treinamento nas principais cidades iranianas. O número de homens é o dobro.
A participação feminina no ninjútsu ainda é modesta num país de 70 milhões de habitantes, mas o número disparou, principalmente depois que a mídia estatal pôs a prática sob os holofotes.
"A cada ano, cerca de 150 mulheres se inscrevem, mas agora a demanda explodiu", disse à Folha o mestre Akbar Faraji, 45, coordenador nacional do ninjútsu e dono da principal academia do gênero no Irã, em Karaj, 40 km a oeste de Teerã.
Faraji importou o ninjútsu do Japão há exatos 22 anos -aniversário festejado ontem com bolo e música japonesa.
A parede da academia é cheia de fotos de Faraji em poses de combate no Japão.
Enquanto Faraji conversa com a reportagem, gritos e barulhos de queda no tatame ecoam pela sala. Umas moças simulam luta com bastão, enquanto outras treinam cambalhotas e estrelas.
Os movimentos são, em sua maioria, hesitantes e pouco sincronizados, mas algumas alunas exibem pleno domínio dos exercícios. Uma delas é F.K., 28, faixa preta apertando a cintura.
"O ninjútsu me dá autoconfiança e consciência da energia corporal. Alguns se incomodam em ver uma mulher fazendo isso, mas eu acho que o esporte engrandece nossa alma", diz a jovem, que, como as outras colegas, não quis ter o nome divulgado.
P.A., 16, conta que costuma fazer demonstrações de agilidade e intimidação toda vez que parentes ou amigos homens questionam seu hobby. "É assim que ganho respeito."
Já D.T., 28, não vê a hora de participar das competições entre academias. "Quero me especializar e virar mestra."
Para não ferir a lei que proíbe contato físico entre homens e mulheres sem vínculo familiar, o dono da academia delega os exercícios à sua mulher, treinadora profissional.
Faraji diz que trabalha sob supervisão da Federação Iraniana das Artes Marciais, como ocorre em outros países, mas nega relatos de que estaria formando mulheres combatentes a serviço do regime.
"As meninas são apenas atletas, pessoas normais que querem uma vida mais serena. Como alguém pode achar que ninjas defenderão o país em caso de ataque com bombas e mísseis?"
FOLHA.com
Veja galeria de fotos das iranianas 'ninja'
folha.com/fg6918
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Governo iraquiano autoriza polícia a "eliminar" gays
Ministério diz que "emos" são "adoradores do demônio"; ativistas mencionam até 90 assassinatos desde janeiro
ONG acusa Bagdá de incentivar perseguição a minoria como forma de distrair a população de seus problemas reais
DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO
O iraquiano Hasan, 30, raspou o longo cabelo negro na semana passada. "Para não me matarem", diz à Folha. Trancado em casa, em Bagdá, ele tem medo de ser o próximo alvo da onda de violência que vitima gays no país.
Ativistas falam em até 90 mortes desde janeiro. Nos últimos seis anos, a estimativa é de cerca de 800 vítimas.
Os cabelos compridos e as calças jeans justas vêm sendo associadas à cultura "emo", ligada à música "emotional hardcore" americana. No Iraque, os adeptos desse estilo são vistos como gays.
Em 13 de fevereiro, o Ministério do Interior do Iraque emitiu comunicado dizendo que emos são "adoradores do demônio" e autorizando a polícia a "eliminar" a moda.
Encorajadas pela nota, milícias patrulham bairros dando conta dessa tarefa. Segundo testemunhas, as vítimas são apedrejadas até a morte.
Os assassinatos têm causado pânico no país. Daí o corte forçado de Hasan, que considerava o penteado um componente de sua identidade.
"Era lindo. Como o cabelo dos japoneses, preto e liso. Parecia uma nuvem na minha cabeça", diz, aos prantos.
NORMAL
Hasan costumava manter o cabelo longo e as calças jeans justas. Hoje, prefere evitar o risco. "Quando polícia e milícias veem alguém que se cuida, que veste alguma coisa especial, que é bonito, que é limpo, eles batem nele. Dizem que não é normal."
Há debate público no Iraque, hoje, para elucidar as razões da violência contra gays.
Autoridades políticas e religiosas condenaram os assassinatos, chamando os atos de "terrorismo" e de "ameaça".
As críticas têm se voltado contra o governo. Apesar de o comunicado do Ministério do Interior do Iraque, retirado do ar na semana passada, ser ambíguo ao autorizar a "eliminação" de emos, ativistas apontam que o texto ajudou a incentivar as mortes.
"O ministério tem de ser responsabilizado pelo fracasso em proteger os cidadãos e por incitar a violência", diz Rasha Moumneh, pesquisadora do grupo Human Rights Watch -que emitiu parecer sobre o episódio.
A histeria pública, afirma Moumneh, serve para distrair a população das "questões reais", como a insegurança.
Para Andre Banks, diretor-executivo da ONG All Out, se o governo iraquiano não incentivou os assassinatos, também "não fez absolutamente nada para impedir".
Ele cita as listas que circularam em Bagdá nas últimas semanas, impressas com os nomes das futuras vítimas, a respeito das quais não foram tomadas medidas.
"Eles mataram meus amigos", lamenta Hasan. Anos atrás, ele perdeu também o namorado -ao descobrir
a relação entre os rapazes, o pai atirou na cabeça do filho.
O ativista gay Ali Hili, 38, que trocou Bagdá por Londres em 2002, diz que a situação piora "a cada dia" no Iraque. Ele mantém a ONG Iraqi LGBT, com que diz lutar "para que haja diversidade no país".
"Bagdá era como um paraíso quando eu estava lá. Havia áreas para a paquera, bares gays, e ninguém ligava."
Hoje, Hasan reluta em se queixar de sua vida ao repórter. Ele diz que não quer reclamar, que precisa ter paciência. Que vai ficar tudo bem.
"É só não sair de casa. É a única coisa que posso fazer."
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http://www.guardian.co.uk/books/2012/mar/16/escape-north-korea-prison-camp
A República Islâmica do Irã quer dar mais liberdade às mulheres para se vestirem. As regras que obrigam a cobrir cabelo, braços e pernas continuam em vigor, mas agora cores berrantes e cortes modernos são não somente permitidos como incentivados pelo regime. Para divulgar as novas tendências, as autoridades inauguraram na semana passada o primeiro Festival de Moda Islâmica do Irã, uma feira gratuita montada num centro de exposições de Teerã. Marcas expõem hijabs (lenço que cobre o cabelo), chadores (véu que cobre o corpo todo), sapatos e acessórios. A cor preta, que os aiatolás tradicionalmente recomendam para as mulheres, ainda predomina. Mas há véus vermelhos, amarelos, laranjas e até pinks fluorescentes. Num dos estandes, uma TV exibe um vídeo no qual uma mulher ensina a amarrar o hijab com mais estilo. Em um país onde é proibido mostrar as formas femininas, o casaco (mantô) é a principal peça do guarda-roupa de qualquer mulher. A feira tem modelos de todos os tipos, preços e tecidos. Uns beiram a ilegalidade ao descer até pouco acima do joelho (o parâmetro é o das repartições públicas, onde mulher só entra se o casaco descer até a canela). Outros, presumivelmente destinados ao uso doméstico, ostentam decotes generosos. "Estou muito satisfeita. Posso achar o que quiser, e os preços são ótimos", diz a estudante Manizheh Kalantari. A Folha viu uma senhora cega escolhendo roupas pelo toque. "Sinto a qualidade e consigo saber a forma, modelo e tamanho. Gostei da variedade de véus", disse. Mas o pai de família Ali Alimardani, 40, está decepcionado. "Minha mulher queria algo formal para festas, e a minha filha de 13 anos também me pediu umas peças, mas faltam opções." O gerente de relações públicas do evento, Hassan Amidi, 33, rebate críticas da ala linha-dura, que acha a feira obscena. "Não há mal na preocupação das mulheres com a aparência. O profeta Maomé disse que a beleza é algo importante."
O Irã anunciou ontem a criação do "Conselho Supremo para Administração do Ciberespaço", liderado pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, para monitorar "constante e amplamente" a internet e proteger o país de "ameaças à segurança nacional e aos valores culturais". A ordem para a instalação do órgão, o mais ambicioso até agora para controlar a rede, partiu do líder supremo Ali Khamenei. Além de Ahmadinejad, farão parte do conselho os chefes do Judiciário, do Legislativo, ministros e o comandante da poderosa Guarda Revolucionária. Não foram divulgados detalhes sobre o funcionamento do conselho e seus principais alvos, mas as autoridades iranianas dividiriam as ameaças vindas da rede em duas categorias: vírus de computador criados por inimigos do país para sabotagem industrial, especialmente o controverso programa nuclear, e a "invasão cultural" que visa minar os valores da Revolução Islâmica. "Toda nação tem suas próprias preferências em termos de cultura e de privacidade dos indivíduos que devem ser respeitadas e à internet não deve ser dada a autoridade para desafiar princípios nacionais ou éticos", diz o texto da agência oficial Irna. Ahmadinejad foi autorizado a fazer "investimentos necessários para atualizar" meios de acesso à internet "no contexto da política a ser desenhada pelo conselho administrativo". A criação do conselho ocorre em meio a uma escalada das restrições de acesso a internet no país, em momento de tensão com EUA e Israel. Em fevereiro, o país viveu quatro dias de apagão digital, quando foi praticamente impossível trocar emails ou navegar em sites antes tolerados como Yahoo, e o governo ampliou a lista de cerca de 5 milhões de sites permanentemente vetados. As autoridades também têm intensificado as exigências de identificação para frequentadores de cibercafés.

sábado, 3 de março de 2012

ENCONTROS DO CEO

16/03, SALA 4A-07, 13:00














http://theinspirationroom.com/daily/2009/yubari-city-of-love/


http://www.lemonde.fr/international/article/2012/03/03/l-aide-humanitaire-bloquee-par-damas-devant-baba-amro_1651350_3210.html#ens_id=1481132
Hiroshi Hoketsu, aos 70 anos, tem tudo para ser o atleta mais velho da história dos Jogos Olímpicos de Londres. O japonês conquistou, neste sábado, uma vaga na competição de hipismo e depende apenas da confirmação da federação japonesa para sacramentar sua ida à competição, em julho e agosto. Com a égua Whisper 115, Hoketsu garantiu uma vaga para o seu país na prova de saltos, sua especialidade. Como a classificação pertence ao Japão, e não ao atleta, ele ainda depende do pronunciamento oficial da federação japonesa para saber se vai mesmo a Londres. Caso confirme a vaga, Hoketsu tem tudo para ser o mais velho a disputar os Jogos Olímpicos. Em Pequim, em 2008, ele já ostentou o título de mais veterano. Ele não será, no entanto, o mais velho a conquistar uma medalha olímpica, caso obtenha o feito. Em 1920, na Antuérpia (Bélgica), o sueco Oscar Swahn conquistou a prata no tiro olímpico aos 72 anos e dez meses.