sábado, 31 de outubro de 2015


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A comunidade japonesa no Brasil esperou sete anos para voltar a receber um membro da Casa Imperial. O nível de expectativa com a visita do príncipe Akishino, porém, varia com a idade dos cerca de 1,9 milhão de japoneses e descendentes no país -a maior comunidade fora do Japão.
Os mais velhos não viam a hora de ele e a princesa Kiko chegarem; a maioria dos jovens não tem dado muita atenção. 
A família de Alberto Oppata, 50, é um exemplo da diferente visão de gerações sobre a família imperial.
Presidente da Associação Cultural de Tomé-Açu (PA) –cidade ao sul de Belém colonizada por agricultores japoneses no fim dos anos 20–, ele foi convidado para ver Akishino em um evento na capital paraense na próxima terça-feira (3). Oppata conta que os pais, de 84 e 77 anos, estão ansiosos, enquanto as filhas dele, de 10 e 16, não quiseram viajar para estar perto do príncipe. 
"Os mais idosos, especialmente a primeira ou segunda geração japonesa no Brasil, ainda veem o imperador e seus filhos com reverência, como um símbolo do período em que deixaram seu país. Esse sentimento não existe entre netos, bisnetos", diz Oppata. "Se fosse um cantor sertanejo em Belém, minha filha ia voando. O príncipe, para ela, é apenas uma pessoa famosa", brinca.
A maioria dos japoneses que migraram para o Brasil veio antes ou durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando o imperador ainda era oficialmente considerado uma figura divina no Japão. Esse status foi perdido na Constituição pós-guerra, mas de certa forma "congelou-se" no imaginário de quem viveu aquela época. 
Aos mais velhos da comunidade japonesa já é uma honra só o fato de estar no mesmo recinto que o príncipe Akishino. Muitos gostariam de falar com ele, mas sabem que dirigir-lhe a palavra é proibido pelas regras do rígido protocolo. Convidados só podem fazer isso se a iniciativa partir de Akishino-está escrito nos convites enviados pelos consulados do Japão.
Essa orientação não vale para o economista e tradutor Miyoshi Egashira, 81. Ele será o responsável por apresentar ao casal Akishino, neste sábado (31), o Museu Histórico da Imigração Japonesa em Rolândia (PR), pequena cidade do norte paranaense aonde os japoneses chegaram em 1935 para plantar café.
Egashira participou dos eventos de todas as viagens imperiais anteriores a Rolândia (incluindo o imperador Akihito, em 1978, e o próprio Akishino, em 1988). Agora, porém, será a primeira vez que poderá conversar com um dos príncipes. "Serão 20 minutos, e o que falarei na apresentação foi aprovado pelo consulado. Só vou dizer algo diferente se Sua Alteza me perguntar algo", diz Egashira, para quem a ocasião será "uma grande honra".
Ele conta já ter recebido muitas autoridades japonesas, mas reconhece se tratar de uma "situação especial". "Isso é algo que talvez os mais jovens da comunidade não vejam como eu", afirma.
2040*
20
65 anos ou mais
40
60
80
100
1979
1990
2000
2010
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2020*
2030*
2040*
O abandono da controversa política de filho único na China anunciado pelo Partido Comunista do país, terá efeito direto sobre Andrea Zhao, 30, moradora da capital e mãe de um menino de quatro meses.
Pela política ainda em vigor, Zhao só pode ter um segundo filho caso pague um preço proibitivo em multas e serviços como saúde e educação. Com a mudança, ainda a ser colocada em prática, o caminho está aberto para uma nova gestação.
"Eu quero um outro bebê. Se tivermos mais dinheiro, acho que terei sem hesitar", diz a chinesa, que tem três irmãs e um irmão. "Eu e meu marido achamos que uma criança é algo muito solitário, mas é difícil. Somos do campo, sem ajuda de ninguém na cidade, é mais difícil em Pequim." A preocupação com custos de um apartamento maior e educação de qualidade, e a necessidade de mais benefícios sociais para a maternidade não é exclusiva de Zhao, mas um fator que faz muitos chineses ponderarem sobre a opção pela segunda criança -e especialistas se questionarem sobre o impacto da nova permissão de dois filhos para todos os casais.
Uma família de Xangai que não quis se identificar disse à Folha que deseja um segundo filho, mas se preocupa com preços de moradia nas grandes cidades. "Será que podemos ter um outro filho, para que nossa criança não fique tão sozinha quanto a gente?", disse a chinesa de 31 anos, mãe de um garoto de 3 anos.
O casal, ambos filhos únicos, diz que há muitas questões a serem resolvidas antes de ampliar a família. "Por exemplo, precisamos de um apartamento maior. Hoje vivemos em um apartamento muito pequeno, queremos muito dar um bom ambiente para as crianças. Se insistirmos no segundo filho, talvez tenhamos um grande custo", diz ela.
Mas o benefício da existência de irmãos também está claro para o casal: "Crescemos com nossos primos, mas estamos muito ocupados e não temos muito tempo para eles. Quando temos algo para contar para alguém, só temos um ao outro".
Outro fator levantado como problemático é o fato de muitas famílias migrarem do campo para a cidade, mas se manterem registradas na cidade de origem -sistema que fixa a pessoa na cidade natal, encarecendo serviços básicos, como escola e hospitais, na cidade para onde migra.
O limite de um filho por casal está em vigor há 35 anos na China e é, provavelmente, a mais dura política pública de redução da natalidade no mundo. A regra é complexa e já permitia mais de um filho a depender de determinados fatores: se a família mora no campo ou na cidade, se os pais têm irmãos, se trata-se de minorias étnicas e se o primeiro filho foi uma menina.
Estima-se que 150 milhões de famílias, cerca de um terço do total, tenham apenas um filho, estrutura familiar conhecida como "quatro avós, dois pais, uma criança".
Uma flexibilização da política foi anunciada no final de 2013, permitindo o segundo filho para famílias em que pelo menos um dos pais era filho único -até essa data, ambos deveriam ser filhos únicos para ter o direito.
Essa flexibilização atraiu interesse de 14% dos 11 milhões de casais elegíveis, segundo Yuan Xin, professor do instituto de população e desenvolvimento da Universidade de Nankai, em Tianjin. Mas, continua ele, estudos indicaram que 60% das famílias aptas têm interesse na segunda criança, e que mais de 80% dos casais chineses vê dois filhos como um número ideal.
Além de derrubar uma política impopular e mal vista no exterior, a China pretende ampliar a força de trabalho e reduzir o impacto do envelhecimento da população. De acordo com Yuan Xin, 15,5% da população chinesa tinha 60 anos ou mais no final de 2014, proporção que pode atingir 35% em 2053.
O professor diz que a permissão de dois filhos por família é efetiva para minimizar o impacto do envelhecimento, mas tem efeito limitado no curto prazo, com um "baby boom" modesto por dois ou três anos, até voltar a uma taxa de natalidade abaixo da reposição das pessoas que morrem.
"[Esperamos] mais famílias com duas crianças, mas não uma grande onda, pois o padrão mudou tanto que a maioria das famílias não quer mais crianças", avalia Joan Kaufman, diretora da Columbia Global Centers para o leste da Ásia e especialista em saúde pública. "Não creio que haverá grandes mudanças na sociedade chinesa."
Um cálculo oficial, feito no passado, credita à política de filho único a redução de 400 milhões de nascimentos na China nas últimas três décadas. Esse número impactante, no entanto, é contestado por especialistas, que identificaram reduções de natalidade também importantes em outros países no período, e na própria China nos anos anteriores à adoção da política.
Além de impedir a livre decisão das famílias sobre o planejamento familiar, o modelo forçado de um filho deu origem a práticas condenadas, como abortos e abandono de meninas, abortos forçados e crianças não registradas. E a um contexto social particular, em que as crianças são mimadas e, ao mesmo tempo, pressionadas para serem bem sucedidas e se casarem cedo.
Andrea Zhao diz admirar os filhos únicos, que tiveram acesso a uma educação melhor e mais atenção dos pais. "Mas os filhos únicos também me admiram, por eu ter irmãos com quem pude brincar e compartilhar momentos."


terça-feira, 27 de outubro de 2015

O POÇO DO FALCÃO


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Promovido há 15 anos pela Cultura Inglesa, a maior rede de escolas de inglês não-franqueada do país, o evento Reading With The Ears ganhou novo formato para homenagear os 150 anos de nascimento do irlandês William Butler Yeats (1865-1939), um dos autores mais conhecidos do mundo e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura (1923). Este ano, o tradicional sarau de leitura de poesias dará lugar à encenação da peça At The Hawk's Well (O Poço do Falcão, 1917).
Para a homenagem foram convidados os atores ingleses Martin Buchan e Jamie Matthewman, que atuam na TV e no teatro daquele país. Em sessão única e gratuita (vagas limitadas. Ver informações no serviço no fim deste material), a apresentação acontece no dia 28 de outubro, às 20h, na Sala Cultura Inglesa do Centro Brasileiro Britânico. Sob direção do diretor brasileiro Alexandre Ogata, o espetáculo será encenado na língua inglesa.
“Este é um ano de comemorações. A Cultura Inglesa completa 80 anos e tem muitos motivos para celebrar. Além da reconhecida excelência no ensino do idioma, somos apontados como uma das mais importantes fomentadoras da cultura no Estado de São Paulo. Em um ano tão importante, também estamos promovendo edições comemorativas para nossos projetos”, conta Lorraine de Matos, CEO da Cultura Inglesa.
Inspirada no estilo dos dramas tradicionais do teatro Nô japonês, a peça aborda o desejo pela imortalidade, a relação do homem e seu destino, a juventude e a maturidade, a racionalidade e o impulso, o ato heroico e a resignação. “Escrita há 100 anos, ela continua muito atual para o público contemporâneo", explica a curadora do projeto, Munira Mutran.
"Yeats conheceu o Nô por meio do poeta norte-americano Ezra Pound, que organizou e publicou as peças japonesas traduzidas por Ernest Fenollosa. O Poço do Falcão é a primeira das Peças para Dançarinos escritas pelo autor e trazem uma mistura dos seus princípios dramáticos com os do teatro Nô", complementa Mutran.
"Ao se aproximar do Nô, Yeats experimenta elementos do teatro oriental e os integra à interpretação ocidental”, fala o diretor da montagem, Alexandre Ogata.
Para o papel dos músicos, o espetáculo terá no palco os instrumentistas Marcello Amalfi, André Rodrigo e Conrado Maia que executarão a trilha original. A apresentação contará também com a participação da coreógrafa Carmen Gomide, que viverá o papel da bailarina.
Sobre o Reading With The Ears
Concebido como um sarau de leitura de poesias em homenagem a autores de língua inglesa e portuguesa, o evento Reading With The Ears teve sua primeira edição em 2001. A estreia contou com a participação do ator Sérgio Viotti, que fez a leitura de poemas de William Shakespeare. Nos anos que se seguiram, o público pode conferir renomados artistas brasileiros como Francisco Cuoco, Zecarlos Machado, Marco Ricca, Tarcísio Meira Filho, Arnaldo Antunes e Dori Caymmi que emprestaram suas vozes e interpretações para grandes obras da poesia britânica e irlandesa. Desde a primeira edição, o evento conta com a coordenação e curadoria das professoras Antonieta Celani e Munira Mutran.
SERVIÇO
Evento: Reading With The Ears
Espetáculo: At The Hawk's Well (O Poço do Falcão, 1917).
Quando: 28 e 29 de outubro, às 20h
Onde: Sala Cultura Inglesa do Centro Brasileiro Britânico (The Duke of York Auditorium
Valor: entrada gratuita - os interessados devem fazer reserva com antecedência. VAGAS LIMITADAS
Reservas e informações: (11) 3039-0575
Sobre a Cultura Inglesa
Com 80 anos no mercado, a Cultura Inglesa é uma associação sem fins lucrativos e a maior rede de escolas não franqueadas do País, o que garante consistência na qualidade de ensino. Além de oferecer um programa de inglês global de primeira linha com componentes online exclusivos e quadros interativos, seus professores passam por, pelo menos, 100 horas de capacitação/ano em cursos e congressos no Brasil e no exterior. Em 2015, a Cultura Inglesa soma 50 unidades nos estados de São Paulo e Santa Catarina, atendendo a mais de 83.000 alunos, com um corpo docente de mais de 500 professores e oferece uma vasta gama de atividades culturais que incluem teatro infantil e adulto, musicais, música pop e coral. Acompanhe a Cultura Inglesa nas redes sociais:
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Outubro / 2015
Informações para a imprensa
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Camila Francis – camila.francis@inpresspni.com.br
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http://www.bbc.com/news/magazine-30698640





http://www.ohchr.org/EN/NewsEvents/Pages/DisplayNews.aspx?NewsID=16656&LangID=E

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

ENCONTROS DO CEO

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26/10, SALA 217, 13:00
http://www.universityexpress.co.in/delhiuniversity/wp-content/uploads/2015/04/teenpoetryslam_fullsize_story1.jpg

http://www.radiomilwaukee.org/sites/default/files/imagecache/story_pic/images/story/IMG_1356.JPG

“Meu nome é O Futuro.” Assim diz, em mandarim, o heroico astronauta chinês que salva a vida do comediante americano Stephen Colbert num episódio recente de Late Show. O esquete, intitulado jocosamente “Pander Express” (jogo de palavras em que o verbo bajular, “to pander”, ocupa o lugar que, por metonímia, deveria caber a seu parônimo “panda”, o célebre ursídeo chinês), zomba dos estúdios de Hollywood, que, com puxa-saquismo deslavado, dispõem-se a modificar seus filmes para granjear a simpatia das autoridades chinesas.
Se os estúdios americanos estão desesperados por obter a sanção oficial de que precisam para lançar suas produções na China é porque o mercado cinematográfico chinês está bombando. De 2003 a 2010, a receita com a venda de ingressos cresceu a uma taxa anual média superior a 40%. Em 2012, o faturamento ultrapassou o do Japão, que até então ocupava o posto de segundo maior mercado cinematográfico do planeta. Estimativas indicam que as salas de cinema chinesas devem estar faturando US$ 10 bilhões anuais até 2017, aproximando-se dos Estados Unidos na disputa pela posição de maior mercado mundial.
Não surpreende, portanto, que as empresas de entretenimento ocidentais estejam investindo na China. No início do mês, a IMAX, especializada em salas com grandes telas, abriu o capital de sua unidade chinesa para financiar uma expansão ambiciosa. Em setembro, a Warner Brothers anunciou a formação de uma joint venture com o fundo de private equity e capital de risco China Media Capital (CMC) para produzir filmes mais afinados com o gosto dos chineses. O CMC também é dono de parte da Oriental Dream Works, empresa local que estabeleceu uma parceria com o estúdio americano DreamWorks para produzir o próximo filme da série Kung Fu Panda.
Seria prudente que Hollywood não se deixasse levar pelo canto da sereia. “O crescimento agregado dá a impressão de que o ouro jorra em cada esquina, mas a coisa não é assim tão fácil”, adverte Peter Shiao, da Orb Media, uma produtora e financiadora independente. As portas de entrada do mercado chinês para filmes estrangeiros são apenas duas: um sistema anual de cotas permite o lançamento de 34 grandes produções estrangeiras; e, mediante o pagamento de uma quantia fixa, as empresas chinesas também podem comprar os direitos de 30 a 40 produções estrangeiras menores por ano.
Como a distribuição dos filmes estrangeiros é controlada por estatais expostas a ingerências políticas, nem o relaxamento dessas cotas - que alguns rumores indicam estar nos planos do governo chinês - deve ajudar muito. Liu Cuiping, da empresa de pesquisas EntGroup, observa que as autoridades chinesas usam a programação dos lançamentos como importante ferramenta protecionista. Exemplo: em julho, mês em que as salas de cinema costumam estar cheias, não havia nenhuma grande produção de Hollywood em cartaz.
Para contornar esses obstáculos, as empresas estrangeiras estão investindo em “coproduções” com parceiros locais. Mas aí é a cultura chinesa que emperra as coisas, oferecendo dificuldades ainda maiores que a política do país. Clark Xu, do CMC, diz que “até agora ninguém descobriu a fórmula para criar histórias que funcionem tanto no Ocidente, como na China”. 
O gosto dos chineses também vem evoluindo rapidamente, com os consumidores mais jovens e os habitantes de cidades de médio porte agora abocanhando a maior fatia dos ingressos. “Não é só questão de dinheiro”, diz Gregory Ouanhon, da produtora e distribuidora Fundamental Films, de Xangai. Em sua opinião, os estúdios ocidentais estão finalmente se dando conta de como é difícil e demorado criar roteiros que satisfaçam tanto os censores, como os frequentadores de cinema chineses.
Inovação. Por outro lado, concorrentes locais, há muito vistos pelos figurões de Hollywood como um bando de provincianos cafonas, começam a pôr as mangas de fora. As produtoras chinesas estão investindo em novas tecnologias, aperfeiçoando seus talentos criativos e atraindo mais apoio financeiro. Grandes estúdios, como o Huayi Brothers Media e o Beijing Enlight Media agora produzem seus próprios sucessos de bilheteria. O filme Perdidos na Tailândia, road movie lançado pela Enlight em 2012, foi o primeiro filme chinês a alcançar a marca dos US$ 200 milhões em ingressos vendidos. A continuação Perdidos em Hong Kong, lançado no fim de setembro deste ano, faturou mais de US$ 100 milhões no fim de semana em que entrou em cartaz.
Das técnicas de criação de enredo à tecnologia de animação, a liderança dos estúdios de Hollywood ainda é folgada. Mas há uma área em que os chineses podem ultrapassá-los: modelos de negócio. Quando se trata da integração da internet com a comercialização de filmes, “a China dá um banho em Hollywood”, argumenta Shiao. Em sua opinião, as preocupações das empresas ocidentais com a venda de direitos para a TV paga e as vendas de DVDs - mercados que nunca deslancharam na China - restringe sua capacidade de inovação nessa área.
Livres dessas preocupações herdadas do passado, os estúdios chineses fazem experiências com modelos de negócios para desenvolver novas fontes de receita online e ampliar o envolvimento dos fãs nas mídias sociais. Os produtores da animação Rei Macaco: o Herói está de Volta recorreram a um esquema de financiamento coletivo por meio do aplicativo de mensagens chinês WeChat, prometendo incluir nos créditos do filme os nomes dos filhos dos investidores que contribuíssem com mais de 100 mil yuans (US$ 16 mil). Conseguiram captar assim mais de 7 milhões de yuans.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

ANA AMÉLIA QUE MANDOU:

Oi pessoal,
Segue sugestão da Kimi Nii da exposição de Sachiko Koshikoku.
Bjs
Ana Amélia
 

Artista japonesa Sachiko Koshikoku comemora 50 anos de Brasil com exposição de pinturas e objetos
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Um dos expoentes da arte nipo-brasileira, Sachiko Koshikoku transita nos limites da forma, ora organica, ora geométrica
 
A Galeria Deco tem o prazer de apresentar, a partir de 24 de outubro de 2015, às 15h, a exposição “Sachiko Koshikoku – 50 Anos de Brasil”, que celebra a produção da artista japonesa radicada no Brasil há 50 anos. A mostra, que tem foco na sua atual produção, reúne cerca de 30 trabalhos, incluindo obras históricas que participaram de Bienais e de sua grande individual no MASP, em 1981.
 
Sachiko nasceu em 1937, na cidade de Fukui, no Japão. Sua carreira artística deslanchou após sua participação, aos 19 anos, do Salão Nika, realizado no Museu Nacional de Tóquio, o mais importante salão de arte daquele país. Em 1965, ela chega ao Brasil, no último navio da imigração japonesa, o navio da imigração cultural e artística. Logo que chegou foi integrada ao Grupo Seibi (1935-1972), onde conheceu e ficou amiga de expoentes da arte oriental no Brasil, como Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), Tomie Ohtake (1913 - 2015) e Flávio-Shiró (1928). Foi premiada na 9 ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), e em 1981, teve uma grande individual sobre sua produção no MASP.
 
Nesta exposição, a artista apresenta cerca de 20 trabalhos inéditos, criados desde 2010, que segundo ela não se situam no abstracionismo, nem no figurativismo, mas transitam nos limites da forma, ora organica, ora geométrica.  Suas obras residem na valorização cromática e texturial, com superfícies de cores suaves de interesse ótico e tátil. Seus quadros não são só decorativos, exprimem ideais, externam emoções e traduzem estados da alma, apresentando ao público um caleidoscópio multicolorido e cheio de vida.
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Mais informações:
“Sachiko Koshikoku – 50 Anos de Brasil”
Abertura: 24 de outubro de 2015, das 15h às 18h
Período expositivo: 26/10/15 a 24/11/15
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Galeria Deco
Bela Vista: r. dos Franceses, 153, tel. (11) 3289-7067. Seg. a sáb., 10h/19h. www.facebook.com/galeriadeco



LETÍCIA QUE MANDOU:

Falando em Hafu. Olhem só.
O que acham?
bj
“JAPONIQUE - O jeito HAFU de ser brasileiro” by Japonique on Vimeo.



http://totalspguide.com/wp-content/uploads/Web_VilaMadalena_Japonique.jpg

Nova rota da seda China amplia caminhos para comércio exterior

"Os paióis grãos de todas as cidades estão repletos de reservas, e os cofres cheios de tesouros e ouro em valor de trilhões", escreveu Sima Qian, historiador chinês do século 1 a.C. "Há tanto dinheiro que os cordões usados para manter moedas unidas apodrecem e se quebram, uma quantia inimaginável. Os paióis de grãos da capital estão tão cheios que os grãos se espalham pelas ruas, apodrecem e não podem ser comidos".
Ele estava descrevendo os lendários superavits da dinastia Han, uma era caracterizada pela primeira expansão chinesa rumo ao oeste e sul, e pelo estabelecimento de rotas comerciais que mais tarde se tornariam conhecidas como "Rota da Seda", que se estendiam de Xi'an, a capital chinesa do período, a Roma.
Passado um milênio ou dois, a conversa sobre expansão volta a surgir, em um período de alta dos superavits chineses. Não há cordões para organizar os US$ 4 trilhões em reservas do país —as mais altas do planeta— e além de silos repletos de alimentos a China também tem superavits de imóveis, cimento e aço. 
Especialista em políticas econômicas globais, o economista afirma que a queda recente das Bolsas chinesas e a desvalorização cambial "mal conduzida" mostram que as autoridades chinesas superestimaram seu grau de controle sobre a economia.
"O Brasil, o beneficiário mais proeminente da ascensão chinesa, também foi o mais prejudicado pelo enfraquecimento subsequente. Com o impasse político impedindo redução significativa do deficit, o país subitamente vê a dinâmica de sua dívida em trajetória explosiva."
Frieda afirma que a única saída para evitar um agravamento da economia brasileira é que as contas correntes se ajustem o suficiente para lidar com saídas de capital anormalmente grandes.
"A única solução é uma forte desvalorização cambial e aperto monetário que, em primeira instância, exacerbará a pressão pela redução do endividamento e o prejuízo com transações de crédito."
Para isso, seria importante que a China se recuperasse por meio de "um forte estímulo fiscal do governo central orientado ao consumo e não à infraestrutura e reformas no mecanismo de intermediação de crédito e na previdência social", consideradas politicamente difíceis.
"A pressão por desvalorização do yuan é um efeito colateral dos erros cometidos nas políticas do passado. Permitir que essa pressão escape (...) causará uma onda de deflação no planeta."

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A desaceleração da economia chinesa, que cresce no menor ritmo desde 2009, derrubou os preços das principais matérias-primas e alimentou o receio de deflação prolongada no mundo.
A China anunciou na manhã desta segunda (noite de domingo no Brasil) redução do ritmo de crescimento anual de 7% para 6,9% do segundo para o terceiro trimestre de 2015.
Um dos dados mais preocupantes foi a desaceleração dos investimentos, sugerindo menor capacidade de produção. O investimento em infraestrutura e máquinas cresceu 6,8% no terceiro trimestre; no segundo trimestre, superava 10% e, em 2014, 15%. 
A ameaça de redução generalizada nos preços americanos de combustíveis, alimentos e insumos aumenta a pressão para que o Fed (BC dos EUA) adie a alta de juros, prevista pela maioria do mercado entre o fim de 2015 e início de 2016. Uma das metas do BC é de uma inflação próxima a 2% —ela ficou zerada no mês passado.
O Fed, que citou temor com a China em setembro para manter os juros perto de zero, decide sobre a taxa americana na semana que vem.
Comum nas recessões prolongadas, como a do Japão nos anos 90, a deflação segura o crescimento econômico ao estimular o consumidor a adiar gastos e a manter o dinheiro no banco, mesmo com juros próximos de zero. Com os preços em queda, o dinheiro rende mais no futuro. 
 Diante da fraqueza da segunda maior economia do mundo, os preços do petróleo recuaram nesta quarta mais de 3% e arrastaram também os metais e os alimentos.
O impacto foi sentido nas moedas dos países produtores de insumos e alimentos para China, como o Brasil. Com exceção do dólar de Hong Kong, as demais 23 moedas emergentes caíram, segundo a Bloomberg (veja quadro abaixo). As maiores baixas foram as das moedas malaia (-2,3%), russa (-1,4%) e brasileira (-1,35%).
Maior parceira comercial do Brasil, a China compra 20% das exportações do país. Os principais itens exportados são soja e minério de ferro, produzido pela Vale.
As ações preferenciais (sem voto) da Vale caíram 3,09%, para R$ 14,72, apesar de a companhia ter anunciado recorde na produção de minério de ferro no terceiro trimestre. O Ibovespa, principal termômetro dos negócios, avançou 0,45%.
No país, as preocupações em relação à China se somaram às dúvidas sobre a permanência do ministro Joaquim Levy no governo.
Pela manhã, a moeda americana chegou a ser negociada acima de R$ 3,90. O dólar à vista (mercado financeiro) subiu 1,37%, para R$ 3,894. O comercial teve alta de 0,12%, para R$ 3,878.

sábado, 10 de outubro de 2015


Novia de Pirry Juliana Dinas en Soho






Fotos de Jénnifer Montaño, la estudiante de la 'nacho', desnuda

 https://www.youtube.com/watch?v=g3VUXLBiqNk
http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/02807/DO_NOT_USE___Hartf_2807343k.jpg

Grupo pró-democracia da Tunísia é premiado com o Nobel da Paz

Escolha de Quarteto de Diálogo Nacional, que reúne entidades da sociedade civil, surpreende

Origem da Primavera Árabe, país do norte da África é o que mais prosperou após a onda de revoltas populares 

Explosões deixam ao menos 86 mortos na capital da Turquia

 A indignação gerada por “A Enseada” ajudou a diminuir a matança de golfinhos no Japão de 23 mil por ano para 6.000.

 http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/02807/DO_NOT_USE___Hartf_2807343k.jpg


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O governo dos EUA decidiu suspender nesta sexta (9) um programa de treinamento de rebeldes sírios por reconhecer o fracasso dessa tática para derrotar a milícia radical Estado Islâmico (EI).
Segundo fontes da Casa Branca e do Pentágono ouvidas pelo "The New York Times", a estratégia de levar rebeldes moderados para fora da Síria, treiná-los e trazê-los de volta ao país para combater o EI falhou, em parte, porque muitos dos militantes estavam mais interessados em lutar contra o regime de Bashar al-Assad do que contra os terroristas –que também se opõem ao ditador.
Há pouco mais de uma semana, a Rússia, aliada de Assad, iniciou uma série de ataques aéreos na Síria, sob justificativa de estar combatendo o EI. No entanto, há relatos de que os principais atingidos foram, na realidade, opositores do regime.
Também uma coalizão militar liderada pelos EUA age no país realizando bombardeios contra bases do EI.
O Pentágono anunciou que, nos próximos dias, negociará com a Rússia propostas para garantir a segurança das operações aéreas de ambos os países na Síria.
Em vez de condicionar a entrega de armas a um treinamento prévio por forças americanas, o Pentágono agora fornecerá equipamentos diretamente a líderes rebeldes –desde que provado que eles não tenham ligação com milícias radicais islâmicas.
Por meio desses líderes, é esperado que as armas cheguem a milhares de militantes.
A número três do Pentágono, Christine Wormuth, disse que o governo tem "grande confiança" nos beneficiários do novo plano e que não serão distribuídos equipamentos complexos, como artilharia antiaérea ou antitanque.
Segundo ela, apenas 60 combatentes sírios, de um total previsto de 5.400 no projeto original, chegaram a ser treinados e equipados pelos EUA neste ano, a um custo de US$ 10 milhões cada um. "Não acho que foi um programa mal executado. Era uma missão muito complexa."
Segundo o governo, a suspensão é uma "pausa operacional", e seu retorno não está descartado. Um programa paralelo da CIA de treinamento de rebeldes não foi afetado e continuará operando.
Foram realizados módulos de treinamento na Jordânia, no Qatar, na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos. No entanto, houve uma série de problemas, como a tomada, pela Frente al-Nusra (filial da Al Qaeda), de armas de rebeldes treinados.
Nesta sexta, o EI fez um avanço significativo, tomando seis vilarejos próximos à estratégica cidade de Aleppo.
Hussein Hamedani, proeminente general da Guarda Revolucionária do Irã, teria sido morto na Síria enquanto prestava consultoria às forças de Assad, aliado de Teerã. As circunstâncias não foram informadas.

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Horas depois que o presidente Recep Tayyip Erdogan criticou um importante jornal local, um bando furioso se dirigiu à sede da publicação, onde destruiu janelas, proferiu insultos e tentou invadir o prédio.
Dois dias depois, enquanto o governo mantinha silêncio sobre o episódio, Erdogan atacou o jornal pela segunda vez, criticando seus funcionários por supostamente distorcerem suas palavras em uma postagem no Twitter. Esse ataque produziu uma segunda onda de protestos violentos, levando o editor do jornal a fugir do edifício e a fazer um pedido ao vivo pela televisão de intervenção policial.
“Sou jornalista há 40 anos, e é a primeira vez que sou submetido a um ataque envolvendo paus e pedras”, disse Sedat Ergin, editor-chefe do “Hurriyet”, um dos mais influentes jornais da Turquia. “Se nosso jornal está sendo fisicamente atacado pela segunda vez em 48 horas por grupos violentos, devemos admitir que é uma questão de segurança para nossa vida.”
Os ataques fazem parte de uma campanha crescente de intimidação contra a mídia de oposição no país. Recentemente, três jornalistas estrangeiros foram deportados da Turquia; dezenas de pessoas foram investigadas por acusações de insultar o presidente; e uma revista e organização de mídia de oposição foram invadidas, com alguns de seus executivos investigados por acusações de terrorismo.
Mesmo para a Turquia, conhecida por ser um ambiente hostil para jornalistas e estar em 149º lugar entre 180 países no índice de liberdade de imprensa da Repórteres Sem Fronteiras, as batidas foram ferozes, demonstrando uma nova tendência de ataques violentos inspirados por políticos turcos.
“O constante declínio da Turquia em liberdade de imprensa se acelerou desde o mês passado”, escreveu em um e-mail, em setembro, a coordenadora de programa para Europa e Ásia Central do Comitê de Proteção a Jornalistas, Nina Ognianova.
Um dos líderes do primeiro protesto contra o “Hurriyet”, em 6 de setembro, foi Abdurrahim Boynukalin, deputado do Partido Justiça e Desenvolvimento, no governo. Em um discurso diante dos escritórios do jornal, ele prometeu fazer de Erdogan um presidente poderoso ao garantir que seu partido ganhe a maioria absoluta na próxima eleição em novembro.
Em um vídeo que veio à tona depois do episódio, Boynukalin é visto falando com um grupo de seguidores, lamentando-se por não ter atacado antes os jornalistas do “Hurriyet”. “Nosso erro foi não os ter espancado mais cedo.”
Jornalista a favor do governo participaram da campanha de difamação. Em uma coluna no mês passado, Cem Kucuk, do jornal “Star”, acusou o veterano colunista do “Hurriyet” Ahmet Hakan de apoiar rebeldes curdos que combatem as forças do governo na instável região sudeste do país. “Poderíamos esmagá-lo como uma mosca, se quiséssemos”, escreveu Kucuk. “Fomos misericordiosos até hoje e você continua vivo.”
O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu manifestou sua desaprovação ao ataque ao “Hurriyet”, mas grupos de direitos da mídia criticaram o governo por demorar a dar uma resposta.
Analistas dizem que a tática de intimidação parece estar funcionando. Alguns veículos passaram a censurar a cobertura da escalada de violência no sudeste curdo por medo de serem processados por terrorismo. Apesar disso, depois dos ataques ao “Hurriyet”, a presidente do jornal, Vuslat Dogan Sabanci, reuniu a equipe editorial e prometeu continuar produzindo jornalismo independente. “Nossos leitores devem saber uma coisa: sofrer ataques de intimidação por grupos que usam paus e pedras não vai nos assustar”, disse ela.


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As empresas americanas de tecnologia querem desesperadamente conquistar pessoas como Rakesh Padachuri e sua família.
Padachuri, dono de uma construtora, usa seu smartphone para comprar ingressos de cinema pelo BookMyShow e para pedir pizzas da rede Domino’s. Sua mulher, Vasavi, encomenda roupas da Myntra e da Amazon.com. Sua cunhada Sonika gosta de publicar selfies no Facebook e acompanha no YouTube a comediante indo-canadense Lilly Singh.
Todos eles se mantêm em contato pelo WhatsApp, serviço gratuito de mensagens que pertence ao Facebook. “Não há necessidade de ligarmos uns para os outros”, disse Padachuri. Mal há necessidade, aliás, de sair de casa, já que mantimentos, bolos de aniversário e até um cabeleireiro podem ser trazidos por aplicativo.
O amor da família Padachuri pela tecnologia ajuda a explicar por que a Índia e os seus 1,25 bilhão de habitantes se tornaram a mais atrativa oportunidade de crescimento —a nova China— para empresas de internet dos EUA.
“Elas estão olhando para a Índia e pensando: ‘Há cinco anos, era a China, e eu provavelmente perdi o trem por lá. Agora eu tenho uma chance de conseguir’”, disse Punit Soni, ex-executivo do Google que recentemente foi atraído de volta à Índia para se tornar diretor de produto da Flipkart, start-up de comércio eletrônico com sede em Bangalore.
Dois anos atrás, a ascensão da Índia como nação digital era difícil de imaginar. A penetração da internet era modesta, as redes de telefonia celular eram exasperantemente lentas e os smartphones eram exceção.
Desde 2013, no entanto, o número de usuários de smartphones disparou na Índia, devendo chegar a 168 milhões neste ano, segundo estimativas da empresa de pesquisas eMarketer, que prevê um total de 277 milhões de usuários da internet no país.
A Índia já realiza mais buscas via celular no Google do que qualquer outro país, com exceção dos EUA. No entanto, “mal começamos a arranhar a superfície da disponibilidade da internet para as massas”, disse Amit Singhal, vice-presidente-sênior de buscas do Google, que emigrou da Índia para os EUA há 25 anos.
Os indianos sempre adoraram a internet, sendo responsáveis por grande parte do crescimento inicial de redes sociais como o Friendster. Portanto, não surpreende que o Facebook já tenha 132 milhões de usuários indianos, ficando atrás apenas dos EUA.
Como parte de uma ampla iniciativa chamada internet.org, o Facebook também está colaborando com uma operadora de celular local para oferecer um pacote de serviços gratuitos, incluindo notícias, listas de empregos e versões do Messenger e do próprio Facebook apenas com textos, para quem não tem condições de pagar um plano de dados.
Embora o faturamento por enquanto seja pequeno, as empresas da internet dizem que estão mirando no longo prazo, concentrando-se em trazer cada vez mais pessoas para a rede com a intenção de lucrar mais tarde.
O Google, por exemplo, quer que 500 milhões de indianos estejam on-line até 2017. A maioria desses recém-chegados usará telefones com o sistema operacional Android, do Google, que responde pela maior parte do mercado indiano de smartphones. Isso permitirá que o Google exponha esses usuários a outros serviços seus, como o YouTube, assim como a anúncios.
O esforço para levar mais indianos à internet, porém, obriga as empresas de tecnologia a rever premissas fundamentais. Apenas um em cada seis indianos sabe inglês o suficiente para navegar num site nesse idioma, mas há poucos sites em hindi e nas outras 21 línguas oficiais da Índia.
Para lidar com as deficiências nas conexões de dados na Índia, o Google está comprimindo sites em seus servidores para que usem 80% menos dados, o que permite que sejam carregados quatro vezes mais rápido.
É claro que nada disso importa para quem jamais usou a internet. Para alcançar esse contingente, o Google formou uma parceria com a Intel e com uma instituição beneficente local para enviar tutoras que ensinem rudimentos tecnológicos a mulheres em milhares de aldeias rurais.
A imaturidade do mercado de internet permite que empresas como o Twitter, que tem apenas 20 milhões de usuários no país, tratem a Índia como um laboratório. “É um mercado onde podemos fazer testes”, disse Pathak Amiya, diretor de gestão de produto do Twitter. “A gente experimenta primeiro na Índia. Se dá certo, levamos para outros mercados.”

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Os membros do grupo Salve a Vaca entraram em ação assim que ouviram o boato de que os restos do abate de uma vaca tinham sido achados perto de um transformador elétrico desta cidadezinha.
Eles rapidamente espalharam o alarme via mensagens de texto e telefonemas, além de pedirem a um sacerdote hindu que avisasse os moradores pelo alto-falante do seu templo.
Não havia nem sinal de que uma vaca, símbolo sagrado para os hindus, teria sido abatida, mas cerca de mil homens se reuniram em frente à casa do suspeito, Mohammed Ikhlaq, um dos poucos muçulmanos da cidade a 50 quilômetros a leste de Nova Déli.
A mulher de Ikhlaq, chamada Ikraman, disse que ouviu alguém gritar: “Matem-nos”. Ela, o marido e seu filho Danish, 20, se protegeram por trás de uma espessa porta de madeira, mas a multidão a arrombou.
A turba agrediu Ikhlaq com a máquina de costura de Ikraman e esmagou com um tijolo a cabeça do filho deles, segundo a mulher. Em seguida, eles arrastaram Ikhlaq para a rua que passa ao lado do transformador.
Ikhlaq morreu horas depois do ataque e seu filho ficou em estado grave. Apesar disso, em entrevistas, membros do grupo Salve a Vaca manifestaram pouco remorso pelo ocorrido. Em vez disso, culparam Ikhlaq por incitar a fúria da multidão ao abater e consumir a carne de uma vaca, uma acusação rejeitada pela família Ikhlaq e pela polícia, que indiciou dez homens por homicídio.
“Não era nossa intenção matá-lo”, disse Kumar Vichitra Tomar, dirigente do Salve a Vaca que não está entre os indiciados.
Integrantes do grupo disseram que se sentiram motivados a dar o alarme, em 28 de setembro, por causa da sua devoção religiosa. “Estamos mais apegados à vaca do que aos nossos próprios filhos”, disse Inder Nagar.
Muitos líderes do Salve a Vaca por aqui também são influentes mobilizadores locais do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro Narendra Modi, que atualmente está empenhado em tirar o Partido Socialista do poder em Uttar Pradesh, um vasto Estado do norte da Índia com mais de 200 milhões de habitantes, sendo 20 mil nesta localidade. Eles e muitos outros líderes do BJP culparam o partido que governa Uttar Pradesh pelo ataque em Bisada.
“Se o governo tivesse feito o seu trabalho de proteger bem as nossas vacas, esses homens não teriam sido obrigados a tomar a lei em suas mãos”, disse o presidente estadual do BJP, Lakshmikant Bajpayee, por telefone.
O consumo de carne bovina é tema de uma antiga polêmica na Índia, mas esse debate se intensificou no último ano. Alguns atribuem isso a Modi, que durante sua campanha condenou violentamente “o assassinato generalizado das nossas vacas”.
Os líderes locais do Salve a Vaca e do BJP condenaram o indiciamento dos suspeitos por assassinato. Na opinião deles, a morte de Ikhlaq foi o resultado não intencional de uma situação caótica e altamente tensa que a própria vítima criou. “Ele escorregou, bateu a cabeça na rua e morreu”, disse Tomar. “Essas coisas acontecem. É uma multidão”, acrescentou.
Mahesh Sharma, ministro da Cultura de Modi e representante desta região no Parlamento, disse ao jornal “The Indian Express” que a morte de Ikhlaq “deve ser considerada um acidente”.
Pratap Bhanu Mehta, presidente da instituição indiana Centro de Pesquisas Políticas, acusou Modi de incentivar tacitamente a intolerância e a violência das turbas hindus, ao não se pronunciar contra esses incidentes. “A culpa por isso precisa recair exclusivamente sobre Modi”, escreveu no “The Indian Express”. “Quem espalha esse veneno tem o estímulo dele.”
O abate de vacas é proibido há muito tempo em Uttar Pradesh, mas diversos funcionários do BJP afirmam que esses animais estão sendo mortos em quantidades cada vez maiores. Eles acusam os muçulmanos de roubarem as vacas e de levá-las a matadouros secretos. A polícia, segundo eles, não faz nada, porque o partido do governo estadual está desesperado pelos votos dos muçulmanos.
Dias depois do assassinato, a família Ikhlaq ainda estava em choque.
“Se suspeitaram que ele tinha matado uma vaca, por que não prestaram queixa na polícia contra nós?”, perguntou a filha de Ikhlaq, Shaista, 18. “Quem deu a eles o direito de matar o meu pai?”


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As ambições são de causar espanto, as mais grandiosas na América Latina desde que milhares de trabalhadores morreram construindo ferrovias nas inóspitas selvas do Brasil há mais de um século.
A China tentou construir um “canal seco” na forma de uma linha férrea através da Colômbia, ligando o Caribe ao Pacífico. Investidores chineses anunciaram outro grande projeto em Honduras: dois portos e uma ferrovia de 600 quilômetros de um mar ao outro. Então, em junho, Pequim anunciou mais uma megaferrovia —quase dez vezes maior— que cruzará o Brasil e o Peru, estendendo-se de uma costa à outra da América do Sul.
No entanto, em toda a região, os chineses enfrentam a dura realidade da política latino-americana, a resistência de grupos ambientalistas e uma crescente desconfiança. As atuais preocupações sobre o crescimento econômico chinês levantam ainda mais dúvidas.
A enorme ferrovia interoceânica cruzando o Brasil e o Peru “será um teste crucial da China como potência global e do potencial de maior aceitação na América do Sul dos interesses chineses por nossos recursos”, disse José Eustáquio Diniz Alves, pesquisador brasileiro.
“Estamos experimentando o lado negativo de nossa dependência excessiva da China, agora que a opaca economia chinesa está em declínio”, acrescentou.
“Imagine o que acontecerá se essa ferrovia avançar, trazendo devastação ambiental e ainda mais influência da China em nossos negócios.”
Há mais de cem anos, os americanos entraram na América do Sul com planos ambiciosos de construir ferrovias.
Milhares de trabalhadores morreram na Amazônia nas obras do que veio a ser chamado de Ferrovia do Diabo, abandonada depois que os preços da borracha despencaram.
Hoje é a China que sofre uma série de reveses em projetos de ferrovias em toda a região, numa época em que a demanda por matérias-primas latino-americanas, como soja, minério de ferro, cobre e petróleo, desacelerou.
Em 2014, o México cancelou uma proposta chinesa de construir um sistema de trens de alta velocidade, depois de acusações de que o governo mexicano tinha favorecido empreiteiras participantes do consórcio.
Em Honduras, dois anos se passaram desde que investidores chineses anunciaram a ferrovia ligando o Caribe ao Pacífico. No entanto, Miguel Servellón, do órgão estatal que promove o projeto, disse que “ainda falta muito para ele acontecer”, enumerando obstáculos como um difícil processo de aprovação ambiental.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse há quatro anos que a Colômbia e a China tinham um plano, que estava “bastante avançado”, de construir uma ferrovia ligando o Pacífico ao Caribe. No entanto, o clima mudou consideravelmente desde então.
“É um assunto que foi mencionado em 2011 e posteriormente teve relevância mínima”, disse Daniela Sánchez, diretora da Câmara de Comércio Colômbia-China.
Na Venezuela, empresas chinesas realmente deram início a uma ferrovia de alta velocidade de 460 quilômetros. No entanto, o projeto foi prejudicado durante anos por interrupções no trabalho e falta de dinheiro pelo lado da Venezuela. As autoridades chinesas dizem que mais da metade da ferrovia foi construída, mas a mídia venezuelana relatou em junho que os acampamentos de trabalhadores no trajeto foram abandonados.
Um projeto ainda maior sugerido por um magnata chinês das telecomunicações, um canal de 270 quilômetros cortando a Nicarágua, foi recebido com ceticismo sobre sua exequibilidade e com protestos de agricultores na área afetada.
A China está empenhada no projeto da ferrovia de US$ 10 bilhões que atravessará Brasil e Peru, já que o comércio entre a China e a América Latina aumentou de US$ 12 bilhões em 2000 para US$ 285 bilhões em 2014, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Lucas do Rio Verde, de 70 mil habitantes, poderá ficar quase na metade da rota proposta, de 5.300 quilômetros.
“Não duvido que a China tenha dinheiro e conhecimento para fazer isso acontecer”, disse Ricardo Tomczyk, presidente de um grupo setorial que representa plantadores de soja. Mas “sabemos que a burocracia do Brasil é mais formidável do que construir uma ferrovia atravessando os picos dos Andes”.
Outros projetos de infraestrutura chineses progrediram na América Latina.
Na Argentina, onde empresas chinesas estão modernizando uma rede de transporte de carga dilapidada, as importações de material ferroviário e trens da China atingiram cerca de US$ 700 milhões em 2014, contra US$ 50 milhões em 2011. No Equador, bancos estatais chineses já aplicaram cerca de US$ 11 bilhões na construção de uma barragem, rodovias, pontes e hospitais.
Kevin Gallagher, professor da Universidade de Boston que estuda as incursões da China na América Latina, disse que a ferrovia Brasil-Peru está entre os maiores projetos de infraestrutura na América Latina no último século.
“A China terá de acelerar na curva de aprendizado para que isso aconteça”, disse. “Se os chineses não conseguirem fazê-la, ninguém consegue.”

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

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EUA, Japão e mais 10 países assinam acordo histórico de livre comércio

EUA e 11 países chegam a acordo histórico sobre comércio no Pacífico

Pacto irá cortar barreiras e pode criar o maior bloco econômico do mundo.

Tudo poderá mudar: do preço do queijo ao custo de tratamento de câncer.

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sábado, 3 de outubro de 2015


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Tahrir Hammad acha que as mulheres, incluindo ela mesma, são muito emotivas para serem boas juízas. Além disso, ela não questiona a lei islâmica que dita que é preciso duas mulheres para se ter o peso de um homem como testemunha de cerimônias oficiais.
Apesar disso, Tahrir é uma pioneira. Ela recentemente se tornou a primeira mulher autorizada a celebrar casamentos muçulmanos nos territórios palestinos.
Tahrir não parece nem um pouco incomodada com as críticas que isso gerou, até mesmo de um antigo professor, Hussam el-Deen Mousa Afana, que comparou sua nomeação ao “abrir da porta para a metástase do mal” em um post no Facebook.
“Sinceramente, eu não penso no que os outros pensam. Gosto de assumir riscos”, diz. E acrescenta, rindo: “Eu queria mostrar que as mulheres também podem. Queria gerar polêmica. Causar comoção.”
Tahrir não é a primeira mulher palestina a ocupar uma posição tradicionalmente reservada aos homens em sociedades muçulmanas: em 2009, um jurista liberal, Sheikh Taysir Tamimi, nomeou as duas primeiras juízas dos tribunais islâmicos dos territórios palestinos, responsáveis por todos os assuntos ligados à família, incluindo divórcio e heranças.
Os defensores dos direitos das mulheres aprovaram a decisão, mas disseram que isso é só o começo —afinal, há um sem-fim de problemas na lei que rege o matrimônio e seu processo, além de regras injustas de guarda dos filhos e omissão de informação sobre os direitos femininos.
Acadêmicos progressistas muçulmanos, por outro lado, torcem para que pioneiras como Tahrir encorajem outras mulheres a competirem pelas vagas no sistema judicial islâmico.
“Esse é um início abençoado. Uma mulher se explicar para outra, para uma pessoa do mesmo sexo, é muito mais fácil que ter que se explicar para um homem”, diz Sheikh Tamimi.
Desde a nomeação de Tahrir, mais duas mulheres se inscreveram para as vagas de juízas de paz.
As celebrações matrimoniais palestinas são eventos tipicamente elaborados, que duram vários dias —mas a cerimônia oficial não leva mais que alguns minutos e é realizada em uma sala sem graça, na qual o noivo e o pai da noiva assinam um contrato.
É aí que entra Tahrir. Há pouco tempo, a mãe de uma noiva comentou, toda animada, que uma mulher celebraria o casamento, e começou a fazer piada, falando que ia jogar o marido pela janela e começar tudo de novo.
Tahrir perguntou à noiva, Saja Harfoush, 22, se ela concordava em se casar com um funcionário público de 23. A resposta da moça foi inaudível.
Sua mãe, encorajada pela presença da juíza, disse à filha: “Fala mais alto!”.
Mais tarde, as duas famílias agradeceram Tahrir por perguntar explicitamente à noiva se ela consentia com a cerimônia.
“Ela deu abertura para a noiva expressar o que queria. Quando eu me casei, o juiz não me deixou falar. Não foi nada parecido com o que a nossa irmã Tahrir fez”, conta a mãe de Saja.
No mesmo dia, as famílias de outro noivo, Munif Qamish, 22, e da noiva, Raghad Qamish, 17, encheram a sala minúscula. O casal tem o mesmo sobrenome porque os dois são primos de primeiro grau, ocorrência comum na sociedade palestina.
Tahrir se voltou para a noiva adolescente e perguntou se ela queria estipular alguma condição ao contrato, ao que a garota sussurrou: “Eu gostaria de me formar.”
Mais tarde, a jovem confessou que só tinha percebido que poderia condicionar seu casamento ao direito de concluir os estudos quando Tahrir lhe fez a pergunta.

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Após fechar um acordo nuclear com grandes potências, incluindo os EUA, os principais líderes do país —o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente, Hasan Rowhani,— passaram a difundir visões nitidamente opostas sobre o futuro do Irã, refletindo atitudes divergentes em relação ao chamado “Grande Satã”.
“Não vamos negociar com os americanos sobre qualquer tema senão o nuclear”, disse Khamenei recentemente. Por outro lado, Rowhani afirmou que o acordo nuclear não representava “o fim do caminho”, mas o “início da criação de uma atmosfera de amizade e cooperação com vários países”.
Independentemente de como os líderes resolvam suas divergências, o bode expiatório favorito do Irã não poderá mais ser culpado por todo o mal que assola o país.
“Sem sanções, nosso Grande Satã não é o mesmo”, comentou o economista Saeed Laylaz, partidário de Rowhani. “Quem sabe devêssemos falar em ‘Pequeno Satã’ ou algo assim.”
Os setores que anseiam que o país tenha relações normais com o mundo acham que a hora finalmente chegou, independentemente do que o líder supremo esteja dizendo. Para eles, o aiatolá Khamenei está protegendo sua retaguarda política contra os clérigos e comandantes que são contra o acordo nuclear.
Para outros, porém, isso seria uma visão otimista das motivações e intenções de um líder todo-poderoso que ainda é uma força altamente conservadora.
Segundo esses outros analistas, não há sinais externos de que Khamenei veja a aproximação entre Irã e Estados Unidos com entusiasmo. Desde agosto, o aiatolá vem aproveitando cada fala pública para deixar claro que não haverá reconciliação.
“O acordo foi único ao atender nossos interesses”, disse Hamidreza Taraghi, analista de linha dura associado de Khamenei. “Mas ele não representa uma tentativa de reatar com os EUA.”
Seja qual for seu efeito sobre as relações externas, a desconfiança que Khamenei nutre em relação aos EUA vem lançando uma sombra cada vez maior sobre as ambições de Rowhani, que são sujeitas ao veto do líder supremo.
Nos últimos dois anos, o presidente, que chegou ao poder prometendo acabar com o isolamento internacional do país, elevou as expectativas da classe média.
Logo após a assinatura do acordo nuclear, alguns setores em Teerã pediram a abolição do slogan “morte à América” e previram a reabertura da embaixada norte-americana. Porém, nenhuma das sugestões teve boa acolhida.
Muitos dizem que Rowhani deveria se contentar em ter evitado uma guerra em torno do programa nuclear, descongelado os ativos do país e aberto as portas a investimentos estrangeiros. “Na verdade, essa sempre foi a tarefa da qual o presidente foi incumbido”, comentou um jornalista pró-governo, Nader Karimi Joni.
No entanto, o presidente persevera, prometendo melhores relações com o Ocidente, uma economia mais forte e mais liberdade pessoal.
A despeito da linha dura assumida por Khamenei em público, alguns analistas dizem que o aiatolá apoia Rowhani mais do que deixa transparecer publicamente e que está apenas sendo cauteloso caso alguma coisa dê errado.
Muitos iranianos —possivelmente a maioria— têm poucas expectativas de que o acordo nuclear possa levar a quaisquer transformações fundamentais. Para o jornalista Karimi Joni, não haverá abertura de embaixadas, voos diretos a Nova York ou investimentos americanos no Irã.
Outros estão convencidos de que as relações com os EUA foram alteradas de modo permanente.“Não importa o que digam, a América é menos inimiga do que era antes”, disse Ghasem Golbaf, dono de várias revistas. “A relação vai mudar para melhor. É inevitável.”

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Há uma cena memorável em “Táxi”, o último filme do diretor iraniano dissidente Jafar Panahi, em que sua espirituosa sobrinha, hoje com 11 anos, recita as regras para se fazer um filme no Irã.
Elas incluem: respeitar o uso do véu, evitar o contato entre homens e mulheres, evitar a violência, evitar discutir questões políticas ou econômicas e evitar o “realismo sórdido”.
O diretor, que interpreta um motorista de táxi em Teerã, sorri em silêncio, e os dois conversam sobre as dificuldades de se respeitar as regras. A cena é típica de “Táxi”, um filme que funciona em muitos níveis —como uma meditação sobre o cinema, uma condenação à liderança iraniana e uma comemoração da energia dos cidadãos do país—, mas também usa sua seriedade com leveza, mesmo quando as apostas são altas.
“Táxi” é o terceiro filme não autorizado feito por Panahi desde 2010, quando ele foi preso e condenado por criar propaganda contra o governo. Depois de sua libertação da prisão, ele foi proibido de fazer filmes durante 20 anos. “Táxi” foi produzido informalmente, sem autorizações ou aprovação do script pelo governo, usando atores amadores e algumas câmeras dentro de um carro. Apesar disso, ganhou o principal prêmio no Festival de Cinema de Berlim em fevereiro.
Em uma época em que o interesse internacional pelo Irã é reforçado pelo acordo nuclear, “Táxi” oferece uma rara visão da sociedade iraniana. Ao longo de um dia, Panahi conduz passageiros por Teerã, entre eles um homem ferido, um fornecedor de DVDs piratas, um advogado de direitos humanos e duas mulheres idosas que vão visitar um santuário religioso.
“Panahi trabalha na tradição da miniatura persa”, disse o diretor de teatro Peter Sellars. “Você pode fazer alguns gestos minúsculos que são todo um universo. E dentro da miniatura —uma série de viagens de táxi— existe, na verdade, um retrato do país inteiro.”
“Uma das coisas mais comoventes é que o filme não é um gesto de revolta contra o regime”, acrescentou. “Ele tem sua equanimidade, seu humor e sua normalidade. Funciona igualmente como metáfora e como realidade.”
Um dos mais conhecidos cineastas do Irã, Panahi, 55, trabalhou como cinegrafista do Exército durante a guerra Irã-Iraque na década de 1980. Ele conquistou destaque internacional em 1995 com “O Balão Branco”, uma história de inspiração neorrealista sobre uma menina à procura de um peixe de aquário, escrita pelo diretor iraniano Abbas Kiarostami.
Panahi começou a se inimizar com o regime iraniano com “O Círculo”, um filme sombrio de 2000 sobre a condição das mulheres no Irã, tema predominante em sua obra. Proibido no país, ele foi levado às escondidas para o Festival de Veneza, onde ganhou o primeiro prêmio.
Em 2009, Panahi envolveu-se no chamado Movimento Verde, grandes manifestações contra o governo que pretendiam derrubar o presidente na época, Mahmoud Ahmadinejad.
Panahi foi preso em 2010 enquanto fazia um longa-metragem sobre o movimento. Passou três meses na famosa prisão de Evin antes de ser libertado. Enquanto estava detido, fez greve de fome e importantes figuras do cinema internacional se manifestaram em seu apoio.
“Creio que essa foi uma das principais razões que o levaram a ser solto”, disse Jamsheed Akrami, professor de cinema na Universidade William Paterson, em Nova Jersey, que mantém contato regular com Panahi.
Depois da libertação, Panahi foi proibido durante 20 anos de fazer filmes, escrever roteiros, falar com a mídia ou sair do país.
Hoje ele vive em um limbo jurídico e enfrentaria seis anos de prisão se as autoridades decidissem acusá-lo de violar a proibição. Seu passaporte foi confiscado, mas, ao contrário de alguns relatos na mídia, ele não está em prisão domiciliar, segundo pessoas em contato com ele.
“Táxi” é seu terceiro filme desde a proibição, depois de “Isto Não É um Filme” (2012), feito em seu apartamento em Teerã, e “Cortinas Fechadas” (2014), que, como “Táxi”, mistura fato e ficção.
Panahi não pôde ser entrevistado para esta reportagem. Depois do êxito de “Táxi” em Berlim, ele ficou temeroso de atrair mais atenção. “Ele não quer colocar o governo em uma situação que tenha de prendê-lo”, disse Akrami.
No Irã, os filmes de Panahi só foram vistos por públicos reduzidos, em sessões privadas. Depois da vitória de “Táxi” em Berlim, Panahi deu uma entrevista em que disse que gostaria que o filme fosse exibido no Irã. “Não há prêmio mais valioso do que ver meu filme com meus conterrâneos, em meu país.”

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Há mais de um ano, os líbios observam seus políticos se deslocando entre capitais estrangeiras em rodadas de negociações de paz, workshops e conferências, em busca de uma solução para o caos crescente no país.
Em um recente evento na capital da Tunísia, a frustração diante do lento avanço das discussões se evidenciou nas perguntas e afirmações feitas por refugiados líbios. “Somos um país pequeno e precisamos de ajuda”, disse ao embaixador americano o empresário e ativista Ahmed Werfalli. “Nós nos unimos contra a ditadura. Agora estamos matando uns aos outros.”
Os líbios lutam para descobrir como reerguer o país, depois de seu governo frágil, autocrático e repressor ter sido fraturado e ter dado lugar a facções em disputa.
Muitos líbios se refugiaram na Tunísia. Eles duvidam que a luta pelo poder se encerre, mesmo que um acordo de paz seja assinado em pouco tempo sob a égide das Nações Unidas. Pedem um envolvimento internacional maior para ajudar a por fim ao conflito.
O representante especial da ONU para a Líbia, o espanhol Bernardino León, está trabalhando por um acordo de partilha de poder entre os dois principais lados em conflito: o governo internacionalmente reconhecido, apoiado pelo general independente Khalifa Hifter, e a coalizão Aurora Líbia, que reúne revolucionários e milícias islâmicas.
O acordo prevê um cessar-fogo e o desarmamento das milícias e dos grupos armados enquanto se constroem forças de segurança nacionais. Porém, permanecem dúvidas quanto a como o plano poderia ser implementado.
Sucessivos oradores no evento em Túnis falaram da necessidade de assistência internacional para assegurar o cumprimento do acordo. Representantes das Nações Unidas dizem que seria necessária uma força de manutenção da paz. Os EUA e o Reino Unido prometeram assistência técnica e assessores para ajudar a treinar forças nacionais.
No entanto, muitos na região querem mais do que isso.
As autoridades da Tunísia querem uma coalizão liderada pelos EUA para combater a facção terrorista Estado Islâmico, que domina partes da Líbia. Um analista de segurança citou um plano para a criação de uma “zona verde” protegida na capital, Trípoli.
Os líbios avessos a uma força internacional de intervenção querem uma resolução do Conselho de Segurança e um compromisso global de que as partes em conflito serão obrigadas a cumprir o acordo. “Tememos as armas”, explicou Mahmud Shammam, editor e executivo-chefe da agência líbia de notícias Alwasat.
“Queremos uma garantia por parte das pessoas que estão nos conduzindo a esse acordo.”
Werfalli, o empresário e ativista, disse que tentou fazer a mediação entre grupos conflitantes nos meses que se seguiram ao levante contra o coronel Muammar Gaddafi, em 2011.
Ele teria tentado acabar com os choques entre legisladores e líderes milicianos que dominavam Trípoli e, por outro lado, líderes de Bani Walid, cidade que tinha sido um reduto de apoio a Gaddafi.
Werfalli contou que em 2012 conseguiu mediar um acordo, mas que os legisladores de linha dura não mantiveram a palavra e, em vez disso, lançaram um ataque contra Bani Walid.
“Eles me agradeceram por ter impedido um derramamento de sangue, mas estiveram por trás do ataque e estão por trás da disputa atual”, disse.
Quanto ao cumprimento de um acordo de paz, o empresário opinou: “Não vai funcionar”.
Werfalli, que se refugiou na Tunísia, defende que sejam lançados ataques aéreos contra as milícias mais renitentes e, em seguida, que seja enviada uma força de paz com soldados da Liga Árabe, que encontrariam aceitação entre os líbios. “O povo receberia uma força desse tipo de braços abertos”, disse, opinando que os líbios combateriam o Estado Islâmico.
A linha de frente no conflito passa pela segunda maior cidade da Líbia, Benghazi. Segundo a professora Amal S. El-Obeidi, da Universidade de Benghazi, depois de um ano de combates pesados na cidade que reduziram alguns bairros a escombros, a guerra civil deixou a população amargamente dividida.
Obeidi abandonou Benghazi depois de dois de seus irmãos terem sido sequestrados (um deles continua desaparecido), mas retornou recentemente para ajudar seus alunos a se prepararem para os exames que deveriam ter acontecido em abril de 2014, mas foram adiados por 18 meses em função dos combates.
O campus da universidade está inacessível, tendo sido ocupado por revolucionários e milícias islâmicas. Outras partes da cidade, controladas pelas forças do general Hifter, estão abarrotadas de famílias deslocadas. “À noite dá para ouvir os morteiros dos dois lados”, contou.
Obeidi defende uma reforma do Exército e das forças policiais de Gaddafi, em que os ocupantes dos postos mais altos fossem aposentados e oficiais mais jovens fossem promovidos.
O sul da Líbia, dominado pelo tráfico e por bandos islâmicos, também está dominado por conflitos étnicos. Membros da minoria tebu, no sul do país, se queixam de estar vivendo assediados em suas próprias cidades, ameaçados pelas forças do governo e por milícias e acusados de serem migrantes ou usurpadores.
Em protesto pelo desrespeito aos seus direitos como minoria, eles se retiraram do processo constitucional, unindo-se a outro grupo, o dos amazighs, que boicotou o processo desde o início.
O esforço para redigir uma nova Constituição vem sendo uma tarefa árdua e turbulenta. “A Assembleia Constituinte tornou-se vítima da desintegração do Estado”, comentou Abdulsalam Hamtoun, um dos 56 deputados que compõem a Assembleia.
O presidente da Assembleia, Ali al-Tarhouni, diz que são os líderes que disputam o poder, não o povo.
“Não tenho dúvida alguma de que o povo nunca perdeu a fé na unidade do país”, disse Tarhouni. “O povo —não a elite, os militares, as milícias ou os órgãos de mídia, mas o povo comum.”