terça-feira, 27 de outubro de 2009

NA COMPANHIA FLUTUANTE DOS RASTROS MUTANTES DO CORPO NIKKEI





Mais do que uma reflexão sobre a identidade nipo-brasileira, a dançarina e coreógrafa Letícia Sekito expressa através de suas criações uma abordagem da interação artística entre o corpo e a cultura. Brasileira com ascendência japonesa, Letícia mistura tradição e contemporaneidade ao questionar o complexo processo de formação das identidades culturais. Cultura brasileira e cultura japonesa se encontram, se contaminam e se entrelaçam nos espaços dinâmicos da dança.







A valorização de particularidades, memórias, heranças e relações dá o tom para a produção de Letícia na Trilogia Íntima composta pelos espetáculos Disseram Que Eu era Japonesa (2004), E Eu Disse: (2007) e O Japão Está Aqui? (2008) e nas performances Elevador Panorâmico (2008) e Bangalô da Michiko (2009).

Indo além das formas como a identidade japonesa é vivenciada pelos descendentes nipônicos no Brasil, Letícia Sekito exprime um fazer artístico que procura por novas ligações e novos movimentos capazes de expor as marcas pessoais e coletivas do artista, do público e da cultura que os instiga e os perpassa.

sANSEI,
HAIKAI
NISSEI,
SANSEI,
NEM SEI!

SANSEI,

ENCONTROS DO CEO

29\10(QUINTA-FEIRA), 17:00, SALA 500C

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

WESTERN FOOD (洋食, YOSHOKU)

Em Nova York ou Los Angeles, fãs da culinária japonesa podem recitar pedidos para uni e o-toro, ou expressar urbanamente uma preferência por soba em vez de udon. Mas e quanto ao “napolitano”, espaguete cozido que é passado em água fria, depois refogado com legumes em ketchup? Ou o “menchi katsu”, hambúrguer coberto em migalhas de pão e bem frito? Ou “arroz omu”, um omelete sobre um monte de arroz com gosto de ketchup?
Ao mesmo tempo familiar e alienígena, estes pratos podem parecer americanos, com alguma justificativa, a ponto de ingressarem em um universo culinário paralelo. Todos são padrões de um estilo de culinária japonesa conhecido como yoshoku, ou “comida ocidental”, onde pratos europeus ou americanos foram importados e, de um modo verdadeiramente japonês, moldados e remoldados para se adequarem aos gostos locais.
Hoje a yoshoku é totalmente japonesa. Ela é uma constante em programas de culinária na televisão e revistas populares. As filas do lado de fora de respeitáveis restaurantes de luxo de yoshoku, em Tóquio, são longas, principalmente compostas por japoneses mais velhos para os quais a yoshoku forneceu uma primeira amostra de um mundo ocidental que não conheciam. Os restaurantes de yoshoku também são obrigatórios nos novos distritos comerciais da moda, como Midtown e Roppongi Hills, onde atendem aos japoneses mais jovens cujas mães preparavam a comida em casa.
Todavia, ela é virtualmente desconhecida pelos estrangeiros. O primeiro guia Michelin de Tóquio, publicado no último trimestre de 2007, listava 150 restaurantes; nenhum era um estabelecimento de yoshoku. De fato, os turistas no Japão raramente entram em lugares onde a yoshoku é servida: lares, restaurantes de rede, restaurantes de bairro de propriedade familiar ou estabelecimentos de yoshoku de luxo com longa espera. Fora do Japão, a yoshoku é raramente vista exceto em ex-colônias japonesas como a Coréia do Sul e Taiwan, que foram introduzidas à culinária Ocidental por meio do Japão.
O Shiseido Parlor é um estabelecimento de yoshoku de vários andares no coração do distrito de Ginza, em Tóquio, um restaurante ao qual muitos japoneses fazem peregrinação pelo menos uma vez. Mas o restaurante, a matriz do que atualmente é uma rede, raramente é mencionado nos guias de turismo ocidentais e poucos ocidentais entram nele.
“Provavelmente esta coisa chamada ‘yoshoku’ seja difícil de entender do ponto de vista de um estrangeiro”, disse Tatsuya Yokokawa, um executivo do Shiseido Parlor. “Se não é a culinária tradicional japonesa, e não é nem francesa e nem italiana, eles pensam, o que é? Então dificilmente a provarão.”
Mas a história da yoshoku vai além da familiar da culinária fusion. Ela ilustra a tumultuada história moderna do Japão, de seus primeiros contatos traumáticos com o Ocidente à sua adoção freqüentemente desconfortável dos valores ocidentais.
A yoshoku nasceu durante a Restauração Meiji do Japão, o período que se seguiu à abertura forçada deste país isolacionista pelos chamados Navios Negros americanos, em 1854. Japoneses foram enviados para a Europa e para a América para aprender sobre as leis ocidentais, armas e indústria. Eles também trouxeram a culinária. Chocados em descobrir quão menores em estatura eles eram em comparação aos ocidentais, os japoneses determinaram que os alcançariam não apenas econômica e militarmente, mas também fisicamente, ao comerem seus alimentos.
Este desejo sobreviveu pelo menos até os anos 70, quando um empresário chamado Den Fujita estabeleceu o McDonald’s no Japão e alegou que seu cardápio tornaria os japoneses tão altos e atraentes quanto os americanos.
“Os japoneses são fisicamente mais fracos porque comem arroz”, ele disse na época. “Nós mudaremos isso com hambúrgueres. Após comerem hambúrgueres por mil anos, os japoneses até mesmo terão cabelo loiro.”
A categoria yoshoku é ampla, incluindo pratos que se tornaram tão integrados à dieta que muitos japoneses nem os considerariam alimentos ocidentais japonizados, mas simplesmente alimentos japoneses.
Ainda assim, todos os pratos yoshoku têm raízes em pares ocidentais. Um ingrediente chave ou um passo no preparo foi alterado, ou totalmente violado, com resultados surpreendentemente deliciosos. Em vez de ser servido tão logo é cozido, o espaguete napolitano é deixado para esfriar, depois requentado e frito com legumes; ela era a única massa conhecida pela maioria dos japoneses até duas décadas atrás, quando o ketchup ainda era amplamente considerado um molho italiano. Bem preparado, o menchi katsu, uma carne moída coberta com migalhas de pão, ou o tonkatsu, uma versão mais espessa da costeleta de porco, são bem fritos mas conseguem permanecer tenros por dentro.
Um molho demiglace com suco de tomate servido sobre carne picada foi batizado de molho hayashi -porque as palavras soavam semelhantes, segundo a teoria de alguém, apesar de uma rival sugerir que foi invenção de um sr. Hayashi. Um molho como curry contendo cebola, batata e cenoura, servido sobre arroz, se tornou “arroz kare”.
Hambúrgueres eram considerados um prato americano e chamados “hambagah”, mas a versão yoshoku foi chamada de “hambagoo”. (O hambúrguer era servido sem pão e freqüentemente coberto com demiglace -o verdadeiro em restaurantes caros, mas freqüentemente industrializado em outros lugares.) Pratos gratinados, ostras empanadas e vários croquetes -croquete de siri com creme branco é considerado um clássico- completam o cardápio yoshoku.
A maioria dos pratos yoshoku pode ser acompanhada por arroz e comido com pauzinhos, apesar dos melhores restaurantes de yoshoku contarem com talheres e uma opção oferecida apenas neste estilo de culinária japonesa: “arroz ou pão”. Os pratos vêm acompanhados de molhos tradicionais ocidentais, ou suas versões japonizadas, como demiglace, molho branco, inglês ou ketchup.
O cardápio yoshoku mudou pouco ao longo das décadas, disse Hiroshi Modegi, 40 anos, cujo avô fundou o Taimeiken, um famoso restaurante de yoshoku no distrito de Nihonbashi, em Tóquio, em 1931.
“Nossos clientes querem os velhos favoritos”, disse Modegi, atualmente o chef do restaurante, explicando que nostalgia é um grande fator por trás do apelo da yoshoku. “É ok mudar o cardápio de vez em quando, mas não demais, porque as pessoas basicamente vêm aqui para comer coisas como o arroz omu padrão.”
Mas o cardápio padrão é relativamente novo, considerando a longa história do Japão. Por 1.200 anos, um decreto do imperador proibiu o consumo de carne por causa da crença budista japonesa de que era impura. O peixe era central na dieta japonesa e a carne era consumida de forma furtiva, apenas para fins medicinais.
Então, em 1872, o imperador suspendeu a proibição.
“Para alcançar e superar a cultura superior do Ocidente, o imperador Meiji acreditava que os hábitos alimentares tinham que mudar primeiro”, disse Tetsu Okada, um especialista em cultura culinária japonesa e autor da história do tonkatsu. “Ele disse a todos para comerem carne e, para incentivar, a comeu primeiro.”
Os primeiros japoneses a viajarem ao exterior trouxeram os pratos -cheios de carne, manteiga, condimentos não familiares e outros ingredientes estranhos à dieta japonesa- que acabaram se tornando a base da yoshoku. Em comparação, os vizinhos do Japão, a China e a Coréia, lidaram com a ameaça do Ocidente primeiro o rejeitando. Até hoje, nem a cozinha chinesa e nem a coreana possuem muita influência ocidental.
O Japão modernizou seu sistema legal com base no alemão e suas forças armadas e indústria com base no Reino Unido. Para os pratos que no final se tornariam a culinária yoshoku, o Japão se baseou principalmente na França. Mas a culinária teve outras fontes inesperadas. A Marinha Imperial Japonesa, baseada na britânica, teria introduzido os japoneses do final do século 19 a um prato popular entre os oficiais navais britânicos: o curry indiano, que no final se tornou o arroz kare comido nos lares, escolas e restaurantes atualmente.
“Não era o curry da Índia, mas curry da Europa, que atualmente encontramos por toda parte neste país”, disse Takeshi Ninomiya, chef do Nakamuraya, um famoso restaurante de curry indiano em Tóquio. “Este prato que veio do Reino Unido, e era considerado um prato ocidental, foi então assimilado aqui.”
A popularidade da yoshoku atingiu seu pico na década que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Para as mães, ela era mais fácil de preparar do que os pratos japoneses tradicionais. Para as crianças, um grande prazer era um “almoço okosama”, ou “almoço de criança” em um restaurante de loja de departamentos, consistindo de pequenas porções ou um único prato de espaguete napolitano, hambagoo e arroz com sabor de ketchup com uma bandeirinha de um país como a Suíça ou Nova Zelândia no topo.
Enquanto isso, nas décadas anteriores à maioria dos japoneses ter condição financeira de viajar para o exterior, restaurantes de luxo de yoshoku se tornaram símbolos do desejado e glamoroso mundo ocidental. O mais famoso, o Shiseido Parlor, se tornou ponto de encontro de artistas, intelectuais e escritores, e apareceu nas obras de muitos romancistas, incluindo Yasunari Kawabata e Yukio Mishima. Os japoneses comuns comiam lá, gastando o salário de uma semana em uma refeição.
“Os japoneses que nunca botaram os olhos nesta coisa chamada mundo ocidental provavelmente usavam sua imaginação e eram capazes de vê-lo na yoshoku”, disse Yokokawa, do Shiseido Parlor.
Até o boom econômico dos anos 70 e 80, a yoshoku era a única versão da comida ocidental conhecida por muitos japoneses. Os ingredientes para preparo de pratos franceses ou italianos autênticos simplesmente não estavam disponíveis. Antes de expressões como “pasta” e “al dente” se tornarem conhecidas no Japão, havia apenas o espaguete napolitano ou o “espaguete com molho de carne”.
Isto mudou nos anos 80, quando o iene se tornou tão forte que o Japão passou importar de tudo de qualquer lugar. Restaurantes de todo o mundo começaram a despontar aqui. Atualmente, em um bairro como Roppongi, é possível encontrar de tudo: franceses e italianos, filés americanos, até inhame moído nigeriano e sopa egusi.
Mas isto não significa que a yoshoku corre o risco de desaparecer. Na verdade, os pratos yoshuku compõem grande parte dos cardápios das maiores redes de restaurantes do Japão, ou restaurantes de família, como o Jonathan’s, Royal Host e Denny’s.
Isto mesmo: Denny’s. Vários anos após chegar ao Japão nos anos 70, o Denny’s desistiu de seus pratos americanos e optou por um cardápio repleto de yoshoku. Assim, como alguns americanos com saudade de casa em busca de pratos conhecidos descobriram, um Denny’s no Japão não possui cafés da manhã Grand Slam nem hambúrgueres.
Mas é um ótimo lugar se quiser arroz omu, espaguete napolitano e um hambagoo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


O mangá Dragon Ball, de Akira Toriyama, foi banido das bibliotecas do condado de Wicomico, no estado de Maryland, EUA. O motivo está nas cenas de violência e nudez da HQ.
O processo começou com a reclamação do pai de uma criança de 9 anos, que registrou o conteúdo inadequado da HQ. Assim, o Comitê de Educação do Condado recolheu todos os volumes da série nas bibliotecas da região para análise. Após a leitura, decidiu-se pelo banimento de toda a série das bibliotecas.
O Comitê atualmente está lendo Dragon Ball Z - que o telejornal regional WBOC identifica como "para todas as idades" - para determinar se essa série pode continuar nas bibliotecas.
As cenas de nudez a que o Comitê se refere são provavelmente às de Goku criança. Na versão original, há também nudez da personagem feminina Bulma - que foram censuradas tanto nas versões estadunidense quanto na publicada no Brasil pela Conrad.


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

HAPA






Organized by the Japanese American National Museum, kip fulbeck: part asian, 100% hapa is an exhibition of portraits by award-winning filmmaker and artist Kip Fulbeck. Originally a derogatory label derived from the Hawaiian word for half, the word Hapa has been embraced as a term of pride by many whose mixed-race heritage includes Asian or Pacific Rim ancestry. This exhibition was first displayed at the National Museum from June 8 through October 29, 2006.
In 2003, Fulbeck began traveling the country photographing more than 1,000 multiracial individuals of all ages and walks of life. Fulbeck’s work seeks to address in words and images the one question that Hapa are frequently asked: “What are you?” The photographs are all taken the same way—from the collarbone up, without clothing, jewelry, glasses, makeup, or even a smile—a deliberate play upon and critique of the official photographs everyone has taken for driver’s licenses, passports and other forms of identification.
The unique aspect of these images is that they are paired with each participant’s response in his/her own handwriting to the question “What are you?” The subjects vary in age, gender and background and the statements reflect the many and varied experiences of the subjects.
By pairing portraits of Hapa along with their handwritten statements on who they are, Fulbeck has produced powerful yet intimate expressions of beauty and identity. kip fulbeck: part asian, 100% hapa is an artist’s attempt to explore Hapa—who now number in the millions—and it offers a complex perspective on an increasing reality of contemporary America.



Jun'Ichiro Koizumi é um dos políticos mais populares do Japão e foi primeiro-ministro do país de abril de 2001 a setembro de 2006. Também ocupou diversos outros cargos de grande importância e, depois de sua saída do cargo eletivo mais importante da nação seu partido, o PLD, caiu em desgraça eleitoral e, pela primeira vez em mais de 50 anos, não está comandando o país. O ex-ministro não parece muito preocupado com o assunto. Não que devesse estar. Ele, com certeza, está se divertindo muito mais com sua investida no cinema. É que Koizumi está no elenco de Dai-Kaiju Battle: Ultra Ginga Densetsu - The Movie 「大怪獣バトル ウルトラ銀河伝説 THE MOVIE」ou "A Batalha dos Monstros Gigantes: A Lenda da Galáxia Ulltra - o filme", em bom português.
No filme, o malévolo Ultraman Belial vai soltar uma pancada de monstros no Reino da Luz ou, para quem preferir, Hikari no Kuni 「光の国」. Por ter se bandeado para o lado das trevas, o carinha foi preso no Calabouçø do Espaço. E quem prendeu o cara???? Sim, o Ultra King, personagem de Jun'Ichiro Koizumi.
Os produtores contaram à imprensa japonesa ontem que o ex-primeiro-ministro foi escolhido para dar voz ao papel por conta da sua voz persuasiva e que soa como a de um homem experiente. Correto, afinal o personagem dele é um ultraman veterano que faz um discurso no filme. Mas, a verdade é que, apesar de ser político, Koizumi atrai público. E não é claque eleitoral, não? O cara era mesmo popular, tido como um cara arrojado, principalmente por causa de seus penteados.


A primeira-dama do Japão, Miyuki Hatoyama, foi uma das ganhadoras do prêmio entregue aos japoneses que melhor sabem usar calças jeans, peça de roupa que ela, aos 66 anos, veste "quase diariamente", informou nesta terça o jornal "Japan Times".
"Este é um prêmio do qual realmente sentia falta, já que uso calças jeans quase todos os dias", disse Miyuki na cerimônia de entrega do Best Jeanist 2009, organizado pela associação de fabricantes de jeans do Japão.
"Faço meu marido vestir calças jeans quando possível", disse a mulher do primeiro-ministro Yukio Hatoyama, empossado no cargo em 16 de setembro.
Miyuki dividiu o prêmio deste ano com o ator taiuanês Jerry Yan, muito conhecido no Japão, e com quatro integrantes do grupo pop japonês Speed.
Os ganhadores foram escolhidos com base no voto do público e na opinião dos organizadores da premiação.





quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Kenji Mizoguchi, diretor de "Utamaru e suas 5 mulheres", 1946



Sobre o filme "Utamaru e suas 5 mulheres", 1946:
Comentário de Leticia Sekito

No domingo, dia 11 de outubro, vi o filme do Mizoguchi, "Utamaru e suas 5 mulheres", 1946.

Na cena inicial quando os créditos estão ainda na tela aparece um cortejo de casais, de aparência nobre e distinta andando sob a cerejeira e fiquei muto curiosa com a forma de andar de algumas mulheres que usavam uma super plataforma. Cada passo que davam faziam um movimento circular com um dos pés sustentado pela outra perna. Curioso.



Comentário do Marco Souza

Utamaro Kitagawa realmente existiu e este foi o primeiro filme de Mizoguchi sob o governo americano de ocupação, e o filme só foi aprovado pela censura americana por ser um filme que não tinha samurais, lutas de espada e o protagonista não era um herói correspondendo a nova ordem do pós-guerra que não queria filmes com aspectos nacionalistas, ideológicos ou militares. Alguns críticos dizem que Utamaro funciona no filme como uma espécie de alter-ego de Mizoguchi, entre os dois há muitas semelhanças, principalmente a questão da representação feminina que é um elemento constante nos filmes de Mizoguchi. Em Utamaro, por exemplo, são as mulheres que conduzem a história e ele é mais coadjuvante, e o filme questiona a exploração e a submissão da mulher naquela época. Na cena do começo acho que elas estão usando um tipo de tamanco japonês que tem alturas entre 15 e 30 cm, e acho que o jeito delas andarem foi coreografado para corresponder a atmosfera meio irreal, meio abstrata do filme.


Comentário Leticia

Pensando agora, achei bastante curioso e estranho ver um dos personagens masculinos ser colocado em uma situação de marionete pelas 2 prostitutas que disputavam seu “amor”. Mas ao mesmo tempo temos a figura de um senhor que detém um “harém” de mulheres, cortesãs, de nível social mais elevado, que obedecem seus caprichos pervertidos.


domingo, 11 de outubro de 2009





"O petróleo não é para o povo, mas apenas para os ladrões", diz a música que acompanha o popular programa satírico iraquiano diário. "Quem Quer Ganhar o Petróleo?" é exibido na TV Al Sharqiya. O programa é uma paródia do famosoprograma "Who Wants to be a Millionaire?" ("Quem Quer Ser Milionário?"). Mas, aqui, o prêmio são barris de petróleo. Todos os dias os participantes, representados por famosos comediantes iraquianos, tentam ganhar cinco litros de petróleo. As perguntas são irônicas e cínicas, refletindo a decadência cultural do Iraque em relação aos dias em que a região onde o país se situa era conhecida como Mesopotâmia, um dos berços da civilização.
Durante os últimos cinco anos houve um renascimento das novelas, do ornalismo e das produções de televisão no Iraque, após anos de debilidade sob o regime de Saddam Hussein. O mais notável nesta temporada de Ramadã é a abundância de programas satíricos e humorísticos em vários canais, especialmente na Al Sharqiya, que pertence ao empresário iraquiano Saad Al Bazzaz, e que é transmitida de Dubai. "Nós escolhemos as comédias porque o povo do Iraque está sofrendo, e desejamos entretê-lo", disse recentemente à agência de notícias France Presse o editor de programação da Al Sharqiya, Alaa AdDahaan. "A maioria dos artistas iraquianos está no exterior após ter fugido da falta de segurança no Iraque, de forma que as imagens foram filmadas na Síria." Um dos shows é o Dowlat Al Rayeesa, ou "Sua Excelência, a Presidente", no qual a dançarina iraquiana de dança do ventre Malayeen faz o papel da viúva do presidente, que governa o país de forma bastante irresponsável após a morte do marido.
Outros canais transmitem comédias que fazem piadas com os problemas diários da vida no Iraque. A Al Baghdadiya, transmitida do Cairo, lançada em 2005 pelo empresário iraquiano Oun Al Khashlouk, está transmitindo diversas séries neste Ramadã. Segundo uma pesquisa no seu website, a série dramática mais vista é a Houdoa Nesbi, ou "Paz Transitória", uma produção conjunta da Rotana Gulf, do milionário saudita Al Waleed Bin Talal, e da empresa de rádio e televisão egípcia Union. As séries têm sido condenadas por vários críticos iraquianos, que as acusam de promover as ideias de Estados estrangeiros, especialmente a Arábia Saudita e o Egito. "Só existe um objetivo por detrás dessas séries", acusou o crítico Alaa al Mafraji no jornal "As-Sabah". "Esse objetivo é propagar os pontos de vista e ideologias dos seus produtores."Os especialistas estimam que mais de 47 canais, mais de 150 jornais e inúmeras estações de rádio foram criados desde a queda de Saddam Hussein. Sob o governo de Saddam, a arte era usada apenas para enaltecer o regime, e a censura fez com que vários artistas e jornalistas deixassem o país. O filho de Saddam, Udai, considerava a mídia iraquiana um empreendimento particular seu, e ele assumiu a presidência do Sindicato dos Jornalistas em 1992, obrigando jornalistas a ingressarem na instituição, recompensando aqueles que elogiavam o regime e punindo impiedosamente aqueles que não procediam dessa forma. Naquela época, era totalmente proibido possuir antenas parabólicas ou acessar a internet. O acesso à web só estava disponível em instituições públicas sob controle do regime.Depois de 2003, a situação mudou drasticamente. Hoje, mais de 40% dos iraquianos têm acesso à mídia via satélite e o número de usuários da internet aumentou de 12 mil, em 2000, para mais de 275 mil, em 2008, segundo a Internet World Stats.
Atualmente a mídia iraquiana conta com transmissoras situadas no exterior, empresas estatais de mídia, como a Iraqiya TV, e programas subsidiados por diversos grupos étnicos, políticos e islamitas, bem como inúmeros jornais e várias publicações especializadas em esportes, literatura e religião.No entanto, o quadro geral não é só positivo. Com a frágil situação de segurança no país, várias legislações referentes à mídia foram aprovadas para proteger o país da propaganda estrangeira ou da promoção do sectarismo. Pouco após a invasão liderada pelos Estados Unidos, L. Paul Bremer III, o principal administrador civil, baixou uma ordem proibindo notícias que estimulassem o ódio étnico ou religioso, ou a violência contras as forças estrangeiras comandadas pelos norte-americanos. Leis recentes incluem outras proibições. Por exemplo, é proibido defender a modificação das fronteiras do país.Embora a falta de lei represente uma ameaça à liberdade de imprensa, alguns críticos acusam a mídia de transmitir comédias e outros programas de entretenimento para desviar a atenção do povo dos problemas reais, como o terrorismo.Mas muitos telespectadores iranianos não concordam com essa opinião. Alguns dizem que as notícias de explosões diárias ocultaram o progresso obtido desde a queda de Saddam Hussein. Para muitos, o problema é que a cobertura negativa pelas transmissoras no estrangeiro está sendo utilizada para alimentar o desespero iraquiano.
Talvez seja por isso que a Al Sharqiya transmite vários programas caritativos otimistas. Entre eles está "Os Ricos do Ramadã", que ajuda crianças e famílias necessitadas, e "A sua Refeição por Nossa Conta", que oferece comida aos iraquianos pobres, uma soma de US$ 2.000 (R$ 3.600), eletrodomésticos e uma edição de luxo do Alcorão. A TV Al Rashid transmite um programa diário chamado "Dinheiro de Graça", no qual as pessoas respondem a perguntas simples e recebem o equivalente a US$ 30 (R$ 54) por cada resposta correta.O desafio político e cultural para o Iraque reside em unir os principais grupos sectários do país a fim de promover uma identidade nacional. O surgimento de vários veículos de mídia - cada um deles leal a uma facção diferente - pode ser uma boa notícia que está passando desapercebida, já que eles garantem uma diversidade de pontos de vista como base de uma cultura vibrante.Os tópicos ousados discutidos na televisão são um sinal da liberdade de expressão da qual os artistas iraquianos desfrutam hoje em dia. Tal liberdade é apenas um sonho para outros artistas árabes nos Estados vizinhos que não ousam questionar quem controla a riqueza, ao contrário dos iraquianos, que podem perguntar quem rouba o seu petróleo.
Os opositores da pena de morte no Japão aguardam com esperança o Dia Mundial contra a Pena de Morte, em 10 de outubro. A razão: a chegada ao poder do Partido Democrata do Japão (PDJ) com as eleições legislativas de 30 de agosto. O novo governo reúne diversas personalidades conhecidas pelo seu engajamento contra a pena capital, a começar por Keiko Chiba, a nova ministra da Justiça.Logo que assumiu o cargo em 16 de setembro, Chiba manifestou seu desejo pela abertura de um debate público sobre a pena de morte. Assim, ela poderá decidir por uma moratória das execuções, sendo que o país já efetuou sete delas desde o início de 2009.A pena capital já foi discutida no Japão. No fim do século 19, carcereiros viam ali uma contradição com sua missão de reinserção dos prisioneiros. Em um país apaixonado pela modernidade, alguns a consideravam até como um vestígio do passado. Foram impostas moratórias, principalmente entre 1989 e 1993.Mas nunca decidiram por sua supressão. Em 2007, Tóquio reagiu contra a adoção de uma resolução da ONU que pedia por uma moratória, argumentando que "não existe consenso internacional em favor da abolição". E a pena capital continua tendo o apoio de mais de 80% dos japoneses. "Muitos ainda pensam que ela permite reduzir o número de crimes", lamenta o documentarista Tatsuya Mori no livro "Japão, um país onde existe a pena de morte"."Infelizmente, ainda é precipitado considerar uma abolição", confirma Makoto Teranaka, secretário-geral da filial japonesa da Anistia Internacional. "Especialmente porque os japoneses não conhecem bem o procedimento de uma execução capital."De fato, uma das principais críticas contra o sistema japonês é sua opacidade. Os condenados permanecem confinados em um dos sete centros de detenção especiais do país. Fechados em suas celas individuais de 6 metros quadrados sob o olhar de uma câmera permanentemente ligada e obrigados a permanecer sentados, eles esperam por sua execução - por enforcamento, em virtude de um decreto de 1878. A luz permanece acesa durante a noite para impedir os suicídios. Somente os membros da família ou os advogados podem lhes fazer visitas.A data da execução, decidida pelo ministro da Justiça, é desconhecida. "Eles só ficam sabendo algumas horas antes", lamenta Teranaka. "Todo dia pode ser o último. É muito cruel." Somente depois que a sentença é aplicada é que a informação é transmitida às famílias. O público não é informado sobre o nome das pessoas enforcadas.Tudo isso, a exemplo dos maus tratamentos assinalados e dos problemas psicológicos causados pelas condições de detenção, continua sendo pouco conhecido dos japoneses, que, no entanto, costumam ser inundados por informações sensacionalistas sobre notícias de crimes no cotidiano, cada vez mais presentes na mídia. "Preocupada somente com sua audiência, a imprensa apela para a emoção", constata Tatsuya Mori. "Eles exacerbam a oposição vítimas-criminosos, fácil de entender."As intervenções de parentes de vítimas que perdoariam ou se oporiam à execução capital são pouco mostradas, pois seriam "difíceis de entender" e estariam "longe do clichê da família de vítimas". "A tendência atual mantém a ideia de um país não seguro", acrescenta Teranaka."As pessoas veem a pena de morte como uma vingança que pode consolá-los da perda de um ente querido", lamenta Takeko Mukai, pastora que adotou um condenado à morte. "Mas eles estão enganados."A nova ministra da Justiça, que quer abrir o debate, gostaria de divulgar o máximo possível de informações sobre a pena capital. A tarefa promete ser delicada, em razão das reticências de sua administração. Em 2005 e 2006, o advogado budista Seiken Sugiura, encarregado da Justiça no governo de Junichiro Koizumi, sofreu fortes pressões internas para voltar atrás em sua promessa de não assinar nenhuma ordem de execução.



terça-feira, 6 de outubro de 2009

China UnMade / Sheila Ribeiro

A artista sheila Ribeiro/dona orpheline está trabalhando na china. Vai se corresponder pelo site do idança.net.
Confiram!!!