domingo, 27 de outubro de 2013

ENCONTROS DO CEO

01/11, SALA 4A-07, 13:00

 










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 Meena, 20, também foi uma menina de aldeia, então é capaz de reconhecer as mudanças que acontecem quando as meninas do interior chegam à cidade para estudar e tomam seus primeiros goles de liberdade.
A calça jeans, proibida em casa, está amarrotada num canto da mochila para uma mudança de roupa no meio do dia. Um telefone celular foi adquirido e mantido no modo silencioso.

Ela sempre diz: você nunca sabe quem pode estar olhando. Se a notícia chega à aldeia de que uma jovem pisou fora das fronteiras morais da aldeia --pode ser algo tão simples quanto ser vista conversando com um grupo de amigos homens depois de uma aula-- sua vida pode se destruir em um dia.
"Digo a elas: temos que ter cuidado", disse Meena. "Talvez elas não estejam cientes de que alguém pode vê-las e contar na aldeia."
À medida que as jovens indianas deixam suas casas na zona rural para concluir sua educação nas cidades, muitas vezes no papel de primeiras mulheres de suas famílias a fazerem isso, elas agem como os estudantes universitários de toda parte, ultrapassando os limites de sua independência. Mas aqui na região agrícola do Estado de Haryana, onde os códigos morais medievais são policiados por uma rede de vizinhos e parentes homens, a experiência é um pouco diferente. Há sempre o risco de que alguém esteja coletando informações na surdina.
O velho e o novo estão continuamente se esbarrando na Índia, mais drasticamente em lugares como Haryana, um Estado em grande parte rural e conservador adjacente a Nova Déli, cujos habitantes podem viajar até 32 quilômetros para trabalhar em casas noturnas e prédios de escritórios. Mas suas aldeias são lugares sonolentos, em que búfalos pesados e de pelo brilhante patrulhando as ruas.
As aldeias são governadas por khap panchayats, conselhos não eleitos compostos apenas por homens que desempenham um forte controle sobre a vida social, inclusive sobre o comportamento das mulheres. Esse trabalho se torna muito mais difícil uma vez que as mulheres vão embora para a cidade. Quando um líder khap listou as lojas da cidade que permitiam que as jovens guardassem seus telefones celulares e se trocassem para vestir roupas ocidentais, outro sugeriu colocar informantes fora as lojas com câmeras para gravar provas fotográficas das mulheres que entravam e saíam.

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Om Prakash Dhankar, um líder Khap que expressou seu apoio a essa abordagem, disse que medidas como essas protegem as jovens de perigos muito piores que podem acontecer se elas cultivam livremente amizades com homens.
"O celular desempenha um papel fundamental", disse ele numa entrevista. "Você ficaria surpreso ao saber como isso acontece. Uma jovem senta-se num ônibus, liga para um amigo, pede para que ele coloque crédito no celular dela. Será que ele vai colocar esse dinheiro no celular de graça? Não. Ele vai encontrá-la num determinado lugar, com outros cinco amigos, e chamarão isso de estupro."
Há uma geração, as mulheres aqui viviam em completo isolamento dos homens, e só podiam aparecer em público usando um tecido leve que cobria completamente a cabeça e a face. Apesar de a tradição estar acabando, muitas mulheres ainda não podem sair de casa sem a permissão de um pai ou marido.
Os khaps de Haryana concentram grande parte da sua energia defendendo uma única proibição antiga: homens e mulheres não são autorizados a se casar com alguém da mesma vila. A interpretação local dos textos hindus antigos considera os moradores de um mesmo vilarejo como irmãos e irmãs, tornando suas uniões incestuosas. Os jovens desafiam a proibição muito raramente, mas aqueles que o fazem às vezes são assassinados por uma gangue de parentes homens. Por mais que os khaps condenem esses "crimes de honra", também são inflexíveis quanto a prevenção desses romances, uma missão que envolve um rígido controle sobre as mulheres.
Meena, que deixou sua aldeia há vários anos para fugir de um casamento arranjado, disse que as mulheres jovens de lá estavam aterrorizados com os anciãos do khap, que examinavam o comportamento delas e emitiam um fluxo constante de críticas. A crítica, por sua vez, amedrontava seus pais, que temiam ser condenados ao ostracismo.
"Eles dizem: 'porque sua filha está andando na aldeia com a cabeça descoberta?'", diz ela. "Se andasse com a cabeça erguida, os khap diziam: 'olhe para o chão, não faça contato visual. Não tenha conversas irrelevantes."
Se a sua influência se estende às jovens universitárias em Rohtak, uma das maiores cidades de Haryana, é outra questão.
Enquanto um fluxo de jovens mulheres saía pelos portões da Maharishi University Dayanand recentemente, andando pela rua na luz dourada da tarde, algumas contavam sobre a alquimia que acontece quando as mulheres jovens dos vilarejos se misturam com colegas das grandes cidades. Algumas embarcam em romances ilícitos, algo estritamente proibido em casa. Mas, para muitas, as mudanças são modestas.
"Nas cidades, as jovens têm telefones, porque os pais lhes dão, mas na aldeia elas não têm telefones", disse Sunita Meham, 23. "Ela vem para a faculdade e vê que outras pessoas usam telefones, de modo que ela também quer usar um. Se os pais concordam, e se seus amigos telefonam para ela naquele número, dizem 'por que você têm tantos amigos?' Para evitar todas essas perguntas, ela tem um telefone secreto."
Satish, que administra uma loja de fotocópias ao lado da faculdade, disse que os khaps estão simplesmente longe demais para monitorar o comportamento das estudantes. Os telefones são muitas vezes trocados como presentes e mantidos em segredo da família, disse ele. "Em geral", diz ele, "todo mundo por aqui tem dois celulares, pelo menos."
Sonal Dangi, 20, deu de ombros para a conversa sobre os controles rígidos. A mudança social abraçou Haryana, disse ela, e ela não poderia ser interrompida.

"Tudo tem seu lado positivo e negativo", diz ela. "Mas eles não podem impedir isso."
Mas outras foram muito mais cautelosas. Os árbitros morais da aldeia têm informantes em todos os lugares, disse Meena. Policiais muitas vezes trabalham com os khap, disseram muitas. Um jovem da mesma aldeia pode informar à família de uma mulher se a viu andando com um homem, disseram outras. Da mesma forma que o condutor de riquixá que a levou para a cidade.
Mesmo dentro dos panchayats khap, parece haver pouco consenso sobre como ou por que manter a vigilância sobre as jovens longe de casa. Em entrevistas, muitos líderes khap locais zombaram da noção de colocar unidades de vigilância em locais onde as jovens trocam suas roupas tradicionais.
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Mas Dhankar não se intimida, e diz que as fotografias poderiam ser mostradas para os pais das meninas ou para policiais amigáveis, que poderiam ameaçar fazer acusações criminais forjadas a menos que o comportamento fosse evitado. Grandes perigos estão à espreita quando uma jovem mulher guarda segredos de sua família, disse Dhankar.
"Começa com uma pequena mentira", disse ele. "Então, elas começam a emprestar dinheiro e fazer outras coisas ruins. O resultado final é que ela cometerá suicídio ou alguém vai matá-la."
Enquanto ele explicava isso, sua filha, professora de ciências do ensino médio de 40 e poucos anos, entrou na conversa com uma forte visão dissidente, e Dhankar admitiu alegremente que as mulheres de sua casa geralmente ignoram o que ele diz.
Mais sério, ele acrescentou que era equivocado ver qualquer colisão de interesses entre as mulheres jovens e os tradicionalistas da aldeia. Eles estão, segundo ele, no mesmo time.
"Enquanto a jovem viver dentro dos códigos morais, ela pode ter tanta liberdade quanto quiser", disse ele. "Se elas forem atrás de casos amorosos ou mais liberdade, então são mortas."









quinta-feira, 24 de outubro de 2013


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O Estado de decrepitude de um cemitério que abriga os restos mortais de centenas de membros de uma das mais famosas forças de combate da China durante a Segunda Guerra Mundial reacendeu as dúvidas sobre como o país honra alguns de seus veteranos.
Em agosto passado, as sepulturas de militares chineses que serviram nessa força de combate, conhecida como Flying Tigers (Tigres Voadores), foram redescobertas numa encosta coberta de lixo da cidade de Kunming, que é capital da província de Yunnan e está localizada no sul da China. Mas, apesar das promessas oficiais feitas à época, segundo as quais o cemitério seria restaurado, pouco foi feito até o momento.
A Segunda Guerra Mundial continua sendo um assunto delicado no Leste Asiático, e a China tem se queixado frequentemente do que considera demonstrações insuficientes de arrependimento por parte do Japão pelo sofrimento infligido a seus vizinhos chineses. Ao mesmo tempo, Pequim subestimou partes da própria história da China durante a guerra, especialmente as contribuições do governo nacionalista.
Nos últimos anos, os líderes comunistas da China promoveram um maior reconhecimento do papel dos nacionalistas na luta contra o Japão, e grupos de voluntários restauraram locais relacionados ao período, captaram recursos e se envolveram para ajudar os últimos veteranos sobreviventes.
Poucos combatentes da época da guerra foram tão celebrados quanto os Flying Tigers. A unidade, oficialmente conhecida como Grupo Voluntário Norte-americano (American Volunteer Group), era formada por pilotos norte-americanos reformados que foram organizados com a aprovação sigilosa do presidente Franklin D. Roosevelt para lutar pelo exército chinês nos meses que antecederam a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Em aeronaves decoradas com um tubarão de boca aberta, os pilotos combateram contra as forças japonesas na China e na Birmânia.
Depois que o ataque japonês a Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, deixou a América desnorteada, o sucesso inicial dos Flying Tigers contra os combatentes japoneses proporcionou um estímulo fundamental para o moral dos aliados. "Uma esperança resplandecente surgiu após três catastróficos meses de guerra", escreveu a revista Life sobre a unidade, em março de 1942. Posteriormente, naquele mesmo ano, o ator John Wayne interpretou em Hollywood o papel do líder do grupo no filme "Flying Tigers".
De certa maneira, os Flying Tigers estão passando por um renascimento na China. O The Flying Tigers Heritage Park está sendo construído em Guilin, uma base de guerra localizada na província de Guangxi. No ano que vem, John Woo, cineasta nascido em Hong Kong e diretor de filmes de ação como "The Killer – O Matador", "Penhasco Vermelho" e "Missão Impossível 2", deve começar a trabalhar em um filme e uma minissérie sobre os Flying Tigers.
O Museu Flying Tigers de Kunming foi inaugurado em dezembro do ano passado. Ao sul da cidade de Kunming, no Lago Dian, os pesquisadores estão procurando os destroços de um avião P-40 dos Flying Tigers que caiu durante um treinamento realizado em 1942.
A menos de 10 quilômetros de distância, os túmulos de cerca de 500 chineses, entre tradutores, membros da tripulação de solo e de outros associados que atuavam na unidade, seguem sendo negligenciados em Changchun Hill. O jornal The City Times, de Kunming, informou em 12 agosto passado --três dias antes do 68º aniversário do fim da guerra na Ásia-- que as sepulturas haviam sido violadas e que os restos mortais tinham sido espalhados, com pedaços de caixões de madeira apodrecendo na superfície do terreno. A reportagem foi amplamente divulgada por jornais chineses e por vários sites.
No Japão, alguns membros do gabinete marcaram o aniversário da derrota do seu país com uma visita ao Santuário de Yasukuni, onde vários criminosos de guerra foram imortalizados juntamente com 2,5 milhões de vítimas japonesas do conflito. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, não compareceu ao evento, mas enviou uma oferenda e fez um discurso no qual não pediu desculpas pelo sofrimento infligido pelo Japão aos chineses. Mais uma vez, os líderes chineses expressaram sua raiva em relação às palavras e ações dos líderes japoneses.
Mas alguns chineses dizem que, apesar de seu governo se concentrar no comportamento do Japão, ele não tem respeitado a própria história da China.
"Criminosos de guerra japoneses são endeusados como heróis nacionais no Santuário de Yasukuni, mas os Flying Tigers, que são os heróis de guerra chineses, são vistos como lixo para ser descartado em uma colina", escreveu o poeta e romancista chinês Bei Cun. "Sete décadas atrás, a China era uma vencedora. Mas sete décadas depois, a China está derrotada, e derrotada de uma maneira mais trágica, pois essa derrota faz com que as futuras gerações duvidem dos valores do país, da importância do sacrifício e da dignidade da vida".
O abandono do cemitério de Kunming tem raízes na calamitosa história do pós-guerra da China. A rendição do Japão, em 1945, encerrou a desconfortável aliança de guerra firmada entre as forças nacionalistas de Chiang Kai-shek e os comunistas --e fez com que os dois lados voltassem suas armas um contra o outro. A guerra civil terminou com a vitória comunista em 1949 e o recuo dos nacionalistas para Taiwan.
Durante décadas, o governo comunista retratou os nacionalistas como inimigos. Os veteranos nacionalistas que permaneceram no continente sofreram perseguições, e até mesmo aqueles que morreram lutando contra os japoneses foram tratados como inimigos. Cemitérios instalados em cidades como Tengchong, onde houve intensos combates durante a guerra, foram vandalizados durante a Revolução Cultural.
Nos últimos anos, a liderança do Partido Comunista da China começou a reconhecer os esforços de guerra dos nacionalistas. Em um discurso proferido em 2005, o presidente da China à época, Hu Jintao, reconheceu as contribuições dos nacionalistas. Os veteranos nacionalistas chineses que sobreviveram à guerra foram premiados com medalhas comemorativas para agradecer pelos serviços prestados durante o conflito. Neste verão, o governo chinês se comprometeu a ajudá-los a receber benefícios previdenciários.
Grupos de voluntários lideraram os esforços de reconhecimento muito antes de o governo chinês se envolver nessa causa. Eles rastrearam os veteranos nacionalistas sobreviventes, reuniram doações para ajudar com as despesas deles e procuraram cemitérios abandonados.
O cemitério de Kunming foi originalmente instalado perto do Aeroporto de Wujiaba e já chegou a ter cerca de 800 sepulturas. Depois da guerra, os restos mortais de mais de 200 norte-americanos foram transferidos para os Estados Unidos, de acordo com historiadores chineses. No início da década de 1950, os túmulos chineses foram abertos e os camponeses usaram carros de boi para remover os caixões e as lápides e instalá-los em um local a 4 km de distância para dar lugar a um armazém, informou a revista Sanlian Life em 2010. Em seguida, no início do Grande Salto Adiante, em 1957, quando o país embarcou em uma desastrosa campanha de coletivização, as lápides foram removidas para serem utilizadas na construção de reservatórios.
Depois que o cemitério foi redescoberto por voluntários, em 2007, o governo local disse que construiria um local adequado para os restos mortais dos veteranos. Mas essa iniciativa foi frustrada pelas normas de incorporação e por questões relacionadas à definição dos proprietários das terras, de acordo com o jornal City Times. "A colina está completamente igual ao que era antes, mas o estado do cemitério está ainda mais caótico", disse o jornal.
Os membros do Instituto de Pesquisa dos Flying Tigers da província de Yunnan, grupo de voluntários de Kunming que divulgou o estado do cemitério, recusaram pedidos de entrevistas.
Ge Shuya, pesquisador independente de temas históricos que atua na província de Yunnan, disse que os atrasos foram resultado de um debate sobre como batizar o cemitério.
Um cemitério com o nome de "Flying Tigers" atrairia mais atenção, disse Ge, mas seria incorreto. Como os corpos dos soldados norte-americanos que fizeram parte da unidade foram removidos há muito tempo, o local não deve ser considerado um cemitério dos Flying Tigers, disse Ge. "O motivo para o local ainda não ter sido protegido, acredito eu, está relacionado ao fato de que existem pessoas que ainda querem batizar o cemitério com o nome dos Flying Tigers", disse ele.
Em 15 de agosto passado, Li Yulian, autoridade do Departamento de Assuntos Civis do distrito de Kunming, disse à agência de notícias estatal Xinhua que o governo tomou as medidas básicas para proteger o cemitério, mas que ele ainda está em más condições depois de décadas de negligência. Ela prometeu que o governo vai acelerar a recuperação do local. Mas, segundo ela, o cemitério será dedicado à Força Aérea chinesa, e não aos Flying Tigers.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

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Japoneses com menos de 40 anos de idade parecem estar perdendo o interesse nos relacionamentos convencionais. De acordo com reportagem publicada pelo jornal britânico "The Guardian", a mídia do Japão tem tratado o fenômeno como "síndrome do celibato".
Para o governo japonês, essa síndrome pode significar uma catástrofe iminente. O Japão já tem uma das menores taxas de natalidade do mundo, e a atual população de 126 milhões de pessoas --que vem diminuindo nos últimos dez anos-- pode ser reduzida em 30% até 2060, segundo projeções feitas no país.
Milhões de japoneses não estão sequer namorando, e o número de pessoas solteiras atingiu seu recorde. Uma pesquisa realizada em 2011 constatou que 61% dos homens e 49% das mulheres com idade entre 18 e 34 anos não mantinham qualquer tipo de relação romântica com outra pessoa. Outra pesquisa mostrou que um terço das pessoas com menos de 30 anos nunca havia tipo uma experiência amorosa --na vida.
Dados oficiais mostram, ainda, que o número de bebês nascidos no Japão em 2012 é o menor de que se tem registro. Além disso, com o aumento da população de idosos, as vendas de fraldas geriátricas ultrapassaram as de fraldas para bebês pela primeira vez em 2012. Para Kunio Kitamura, da Associação de Planejamento Familiar, a crise demográfica é tão grave que o Japão "pode eventualmente acabar em extinção".
Nesse cenário, surgiu, então, o profissional que trabalha como conselheiro de sexo e relacionamento, a fim de tentar curar a chamada "síndrome do celibato". Ai Aoyama, 52 --que cerca de 15 anos atrás ganhou a vida como dominatrix profisisonal-- é uma dessas conselheiras.  Ela diz que, hoje, seu trabalho é muito mais desafiador.
"Recebo mais homens, mas a presença das mulheres está aumentando", disse Aoyama, que trabalha em Tóquio. "Eu uso terapias como ioga e hipnose para relaxá-los e ajudá-los a entender o modo como o corpo do ser humano real funciona", disse ela, que às vezes --por uma taxa extra-- pode ficar nua para seus clientes do sexo masculino, a fim de guiá-los fisicamente em torno da forma feminina. "Mas sem absolutamente qualquer relação sexual", afirma. Como exemplo, ela cita um cliente de 30 anos, virgem, que só fica excitado quando vê robôs femininos em games, algo semelhante àqueles da série Power Rangers. Aoyama afirma que, além do sexo casual, vê o crescimento da procura por pornografia online e "namoradas virtuais". Ou então, opina, estão substituindo o sexo por outras formas de relaxamento e diversão.
A pressão para se conformar ao modelo de família anacrônico do Japão --marido assalariado que trabalha 20 horas por dia e mulher dona de casa-- permanece forte, e talvez essa seja uma das explicações para o fenômeno do celibato. Ironicamente, o sistema que produziu papéis conjugais segregados também criou o ambiente ideal para aqueles que querem ficar só, sem qualquer incômodo, como costumam falar. "As pessoas não sabem para onde ir. Elas vêm até mim porque pensam que, por querer algo diferente, há algo de errado com elas", conta Aoyama.
Embora as mulheres japonesas sejam cada vez mais independentes e ambiciosas, no mundo corporativo japonês é quase impossível que a mulher consiga combinar carreira e família. Assim, as mulheres japonesas hoje encaram o casamento como o "túmulo" da carreiras conquistada --cerca de 70% das mulheres japonesas deixam seus empregos depois de seu primeiro filho, e o Fórum Econômico Mundial classifica o Japão como um dos piores países do mundo para a igualdade de gênero no trabalho. Eri Tomita, 32, trabalha no departamento de recursos humanos de um banco francês --e adora. Fluente no idioma francês e com dois diplomas universitários, ela evita relacionamentos românticos para poder se concentrar no trabalho. "Um namorado me pediu em casamento há três anos, e eu recusei quando percebi que se preocupava mais com o meu trabalho. Depois disso, perdi o interesse em namoro." Tomita diz ainda que às vezes tem "uma noite só" com homens que conhece em bares, mas afirma que sexo não é uma prioridade para ela.
Mas esse modelo de sociedade também tem afetado os homens. Em meio à recessão e à crise dos salários, os homens têm sentido a pressão da responsabilidade de sustentar uma família. Satoru Kishino, 31, pertence a uma tribo de homens com menos de 40 anos que estão envolvidos em uma espécie de rebelião passiva contra masculinidade tradicional japonesa. Para eles, sustentar mulher e família como guerreiros é algo fora da realidade.
"É muito preocupante. Eu não ganho um salário enorme e não quero essa responsabilidade do casamento", diz Kishino, que se define como "um homem heterossexual para quem relacionamentos e sexo não são importantes".
O Japão está oferecendo uma visão do futuro de todos nós? Muitas das mudanças constatadas lá vem ocorrendo em outros países avançados também: no outro lado urbano da Ásia, na Europa e na América as pessoas estão se casando mais tarde, taxas de natalidade têm caído e famílias de uma pessoa só estão em ascensão. No entanto, para o demógrafo Nicholas Eberstadt, é um conjunto de fatores que caba acelerando essa tendências no Japão: falta de autoridade religiosa que pregue o casamento e a família, o alto custo de vida e a precária geografia do país, localizado em zona com frequentes abalos sísmicos, o que gera sentimentos de inutilidade. "Aos poucos, mas inexoravelmente, o Japão evolui para um tipo de sociedade cujos contornos só foram contemplados na ficção científica", escreveu Eberstadt no ano passado.
Voltando à ex-dominatrix Ai Aoyama, ela se diz determinada a educar seus clientes sobre o valor daquilo que chama de "pele a pele", "coração a coração". "Não é saudável que as pessoas sejam tão desconectados umas das outras fisicamente", diz. "Sexo com outra pessoa é uma necessidade humana que produz sensação de bem estar e ajuda as pessoas a encarar melhor a vida cotidiana."

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/31831/Mapa+da+desigualdade+em+2013+07+da+populacao+detem+41+da+riqueza+mundial.shtml

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

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Em meio à calamidade humanitária trazida pela insurgência e repressão na Síria, autoridades islâmicas decretaram que é religiosamente permitido alimentar-se de cães, gatos e outros animais. A fatwa, um decreto religioso, foi emitida durante o fim de semana no campo de refugiados palestinos de Yarmuk, em Damasco, de acordo com reportagem do jornal "Al-Sharq al-Awsat". Não foi possível verificar a informação de maneira independente, mas a notícia não é isolada. No ano passado, decisão semelhante havia permitido a ingestão de animais na cidade síria de Homs. O campo de refugiados de Yarmuk está localizado em uma região da capital sob sítio, no fogo cruzado entre rebeldes e tropas do ditador Bashar al-Assad. Com bloqueios, não é possível a entrada de mantimentos, razão citada na fatwa. Há também aumento no preço dos alimentos. Segundo o "Al-Sharq al-Awsat", os três primeiros cães foram mortos no fim de semana. Diante da situação extrema, clérigos sírios reforçaram ontem o pedido para que haja ajuda humanitária à região. "Como o mundo dorme de barriga cheia enquanto há pessoas famintas?", afirmou um líder religioso em uma transmissão pela TV. De acordo com a rede Al Arabiya, a posição é apoiada por diversos clérigos e estudiosos da lei islâmica. Líderes em Damasco fizeram menção aos peregrinos em Meca, durante o ritual anual, enquanto "há pessoas morrendo de fome" na Síria. "Vocês estão esperando que vamos comer a carne dos nossos mártires?" afirmou um dos clérigos.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Folha de São Paulo
Sexta-feira, 11 de outubro de 2013
China tem exército de 2 milhões de censores da internet
Segundo jornal oficial, "analistas de opinião" tentam controlar o fluxo de informações na rede no país
Contingente supera o número de soldados do país; dado negativo publicado some em até 24 horas, afirma estudo
MARCELO NINIO DE PEQUIM A China tem dois milhões de pessoas vigiando a internet, contingente maior que o das Forças Armadas do país.
O número, divulgado pelo jornal estatal "Beijing News", oferece uma rara pista para dimensionar o exército secreto usado pelo governo para controlar e censurar a rede.
Descritos pelo jornal como "analistas de opinião", os vigilantes da rede são empregados pelo Estado e por empresas comerciais para filtrar o que é publicado em sites, blogs e microblogs, como o popular Sina Weibo, a versão chinesa do Twitter, com milhões de assinantes.
Com a imprensa sob controle total do Estado, a internet transformou-se num dos raros canais para os chineses criticarem o governo.
Além disso, blogs têm sido usados com frequência para revelar ações impróprias ou ilegais de autoridades.
A reportagem do "Beijing News" também dá uma ideia de como trabalham os "analistas de opinião". Sem especificar onde ele atua, o jornal cita o caso de Tang Xiaotao, contratado há menos de seis meses.
"Ele passa o dia na frente do computador e, por meio de um aplicativo, vigia as palavras escolhidas pelos clientes", diz o relato. "Em seguida, monitora opiniões negativas relativas aos clientes e faz relatórios".
BATALHÃO
O batalhão de censores está prestes a aumentar, afirma o jornal. O governo organizará na próxima semana um treinamento para monitores em oito módulos, que ensinará a "analisar, julgar mensagens on-line e lidar com situações de crise".
Caso seja verdadeiro, o número de vigilantes citado pelo "Beijing News" supera em muito o contingente militar da China, que totaliza 1,48 milhão de soldados.
No jargão dos internautas, os monitores são chamados de "wu mao" (5 centavos, em mandarim), pela quantia que receberiam do governo toda vez que apagam um comentário negativo ou publicam algum positivo.
O governo chinês raramente dá detalhes de seu amplo e sofisticado sistema de monitoramento da internet.
Mas a rapidez com que mensagens são apagadas já fazia supor que havia um exército de censores em ação. Segundo números oficiais, a China tem 564 milhões de usuários de internet.
CINCO MINUTOS
Em um estudo feito no início do ano, dois cientistas da computação norte-americanos, Jed Crandall e Dan Wallach, concluíram que uma mensagem indesejada publicada na internet chinesa pode levar apenas cinco minutos para ser deletada --e no máximo, 24 horas.
O governo chinês apertou o cerco à liberdade na internet recentemente, com a aprovação de uma lei contra rumores na rede. Caso uma mensagem considerada ofensiva seja vista por 5.000 pessoas, o autor pode ser punido com prisão.
Um levantamento divulgado há poucos dias pela ONG norte-americana Freedom House posiciona a China entre os países com menor liberdade na internet, entre 60 analisados. O país só ficou à frente de Cuba e do Irã.

ENCONTROS DO CEO

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18/10, SALA 4A-07, 13:00

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A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo realizou ontem audiência para lembrar as torturas e mortes ocorridas contra imigrantes japoneses no Brasil em meados da década de 1940. Foi o primeiro evento do grupo que não discutiu episódios da última ditadura militar (1964-85).

A audiência lembrou a perseguição do Estado brasileiro contra os japoneses, sobretudo após 1942, quando a ditadura de Getúlio Vargas entrou na Segunda Guerra Mundial (1939-45) contra o Eixo formado por Alemanha, Itália e Japão.
Os conflitos no Brasil se acirraram em 1946 com a divisão da comunidade japonesa: parte acreditava na derrota e rendição do imperador japonês, parte achava que o país tinha vencido a guerra.
Entre os ouvidos estava Tokuichi Hidaka, 87, que passou 15 anos preso por participar da morte de um japonês que acreditava na derrota do Japão. Ele falou dos tempos de prisão na ilha de Anchieta, no litoral norte de São Paulo: "Entre os 170 japoneses detidos, uns 140 eram inocentes".
A polícia brasileira, em muitas situações, prendeu japoneses flagrados ouvindo notícias de rádio do Japão ou mesmo quem se recusava a pisar na bandeira do país ou na foto do imperador, como forma de reconhecer a derrota na guerra.
Rosa Cardoso, da Comissão Nacional da Verdade, acompanhou a audiência e pediu perdão pela repressão do Estado.

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O encontro aconteceu em um lugar discreto, longe dos olhares, como ele havia pedido. Falar com jornalistas é arriscado: os empregadores estão nervosos e poderiam fazer disso um pretexto para demissões. "É como no caso de acidentes de trabalho, existe uma solidariedade coletiva: se não for muito grave, eles são escondidos para que não haja problemas com a seguridade social", explica um dos "liquidadores" da usina nuclear de Fukushima, encarregados de proteger e desmantelar as instalações.
O homem de 30 e poucos anos trabalhava em uma empresa terceirizada da usina no momento do acidente que ocorreu após o tsunami do dia 11 de março de 2011. Depois disso, o contrato de sua empresa não foi renovado. Ele acaba de retomar o trabalho no local. "A situação dos trabalhadores melhorou no sentido da segurança, mas o nível salarial baixou e há cada vez menos gente qualificada", ele conta, pedindo que seu nome não seja mencionado.
"A qualidade do trabalho deixa a desejar, pois a direção pede que se ande mais rápido, mas os rapazes não têm experiência suficiente. Às vezes eles nem mesmo conhecem o nome das ferramentas", comenta um contramestre de uma empresa de inspeção de radioatividade que comanda cerca de 50 operários. "As equipes mudam com frequência. Há uma rotatividade obrigatória porque os operários que receberam a taxa máxima de radiação por ano, 50 millisieverts --a norma internacional é de 20 mSv/ano para trabalhadores do setor nuclear--, devem deixar a área, mas outros vão embora antes porque se consideram muito mal pagos. Se não formarmos rapidamente operários qualificados e confiáveis, não poderemos ir mais rápido e fazer um bom trabalho. Faltam até mesmo chefes de equipe qualificados. Os trabalhos muitas vezes são falhos e descuidados."
Essas deficiências explicam, em parte, os vazamentos de água contaminada que se proliferaram nos últimos meses. Nossos interlocutores sorriem: "Os vazamentos? Eles existiam há muito tempo, mas não se falava deles. Foi só depois das eleições senatoriais de julho que a grande mídia os revelou!"
Mesmo os funcionários contratados diretamente pela Tokyo Electric Power Company (Tepco), a operadora da usina, deixaram a empresa em razão da insuficiência dos salários e de adicionais de risco ou do não pagamento de horas extras. "Faltam braços na usina. Há mais de mil ofertas de emprego na província de Fukushima: nem um quarto dessas vagas é preenchido", explica o vice-diretor da agência de empregos de Iwaki. Os trabalhos de descontaminação menos perigosos e a perspectiva dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 estão drenando a mão de obra para outros lugares, em detrimento da usina acidentada.

São pouco mais de 3.000 trabalhando na usina: 1.400 vivem em J-Village --Japan Football Village, um complexo esportivo da Tepco transformado em abrigo para os operários-- e os outros, cerca de 1.600, nos arredores, em albergues ou alojamentos provisórios construídos em estacionamentos diante dos quais se alinham os mini-ônibus que os levam de volta a J-Village à noite. Eles vão até a usina, a uma dezena de quilômetros, e voltam em uma van especial.
Uma parte dos liquidadores são originários da região --em alguns casos, são agricultores expulsos de suas lavouras situadas em zona contaminada. Os outros vêm dos quatro cantos do Japão, até mesmo de Okinawa, mais de 2.000 quilômetros ao sul. A contratação se opera através de uma cascata de terceirizados: de seis a oito intermediários, dependendo da categoria de trabalho.
"Para os três primeiros, os terceirizados diretos da Tepco que são grandes empresas, é possível saber como são efetuadas as contratações, mas nos níveis inferiores, é muito difícil", comenta Hiroyuki Watanabe, vereador comunista em Iwaki, que organizou um serviço de aconselhamento para os funcionários da usina. "Tem-se a impressão de que o Japão, país tecnologicamente avançado, utiliza os métodos mais sofisticados, com seus robôs, na usina acidentada, mas a realidade é diferente. Muitas vezes se usa material antigo, pois uma vez contaminado, ele se torna inutilizável."
O pessoal menos qualificado não recebe proteção suficiente e é vítima de "descontos" em seus salários pelos intermediários que os contrataram. No final, recebem somente 6 mil ienes (R$ 133) por dia. "As conversas com os trabalhadores revelam um descontentamento e uma preocupação latente daqueles que estão mais expostos. Alguns tentam trapacear no limite de exposição cumulativa de radiação para continuar trabalhando o maior tempo possível", explica Watanabe. Eles escondem seu dosímetro em um lugar pouco contaminado para reduzir o nível de radiação registrado ao longo de um dia.
As empresas queriam baixar o limite de 50 para 20 mSv/ano, "mas os operários resistem porque eles querem trabalho. Ao mesmo tempo, ficam amargurados por se sentirem isolados do resto do país. Tóquio é indiferente às condições deles", diz Watanabe. No J-Village há cartas expostas de estudantes enviadas de todo o país para encorajá-los.
A época de bons salários, no desespero do ano que se seguiu à catástrofe com o fluxo de trabalhadores e, na esteira, os prostíbulos nas cidades do entorno, se foi. Os funcionários da usina permanecem enclausurados nos dormitórios pré-fabricados de suas empresas ou nos albergues da região. Cidades mortas, como Hirono, a uma dezena de quilômetros ao sul da usina.
Evacuada, a pequena cidade foi reaberta em agosto de 2012. É a última parada da ferrovia que vai para o norte, que é interrompida. Cerca de mil habitantes voltaram, dentre os 5.800 de antes do desastre. As escolas estão vazias. A maior parte das casas está fechada e as portas de ferro das lojas, abaixadas. No início da noite, a rua principal fica fracamente iluminada, soturna. O único sinal luminoso é o do bistrô Maehama. A pequena sala no primeiro andar está quase vazia. "Perdemos os clientes regulares", lamenta o dono. "Os trabalhadores não vêm mais. Eles compram comida nos mercadinhos na beira da estrada."
Os liquidadores moram nas casas alugadas pelos proprietários que não querem mais viver ali. Eles são vistos somente no comecinho da manhã e no fim do dia, subindo e descendo dos mini-ônibus. O desmantelamento da usina provavelmente levará uns quarenta anos: serão necessários dezenas de milhares de "peões" como esses, invisíveis e vulneráveis.

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Após a "falta" de Barack Obama, retido em Washington em razão da crise orçamentária americana, a China não teve dificuldades em exercer o papel principal nas diferentes cúpulas regionais e internacionais realizadas esta semana no Sudeste Asiático.
Para os países da região, cujos sentimentos em relação à ascensão chinesa continuam divididos, a ausência de Barack Obama, após as postergações deste último na questão da Síria, faz com que eles se perguntem quão verdadeira seria essa vontade dos americanos de reinvestirem na Ásia após o parêntese de Bush, que havia ignorado amplamente esse continente.
Seria Washington realmente um aliado com o qual se pode contar? É o que alguns se perguntam no Sudeste Asiático, diante daquilo que é visto como uma dificuldade, da parte de Obama em seu segundo mandato, de tomar decisões firmes e se ater a elas.
A cúpula dos países membros da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) terminou na terça-feira (8), em Bali, na Indonésia. Ela foi seguida do encontro anual, na quarta-feira, dos dez chefes de Estado dos membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) no emirado de Brunei. Depois, na quinta-feira pela manhã, ainda no emirado, a cúpula do Sudeste Asiático reuniu, como a cada ano, os russos, os americanos, os japoneses e os chineses com seus colegas da região. A semana diplomática foi pesada e o cancelamento da vinda de Barack Obama, substituído pelo secretário de Estado, John Kerry, amplamente comentado.

Barack Obama se destacou ainda mais por sua ausência pelo fato de que seu homólogo chinês, Xi Jinping, acabara de visitar dois países-chaves da região, a Indonésia e a Malásia. Dirigindo-se ao parlamento indonésio, Xi, também líder do Partido Comunista Chinês, prometeu, na quinta-feira (3), que o montante das trocas comerciais da China com a Asean chegaria a US$ 1 trilhão (R$ 2,18 trilhões) até 2020.
Todos os países da região, com exceção das Filipinas, já têm a China como principal parceiro econômico. No dia seguinte, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, o dirigente chinês também reiterou a vontade de Pequim de "apoiar o papel central da Asean". A maior parte dos países do Sudeste Asiático vê o lugar ocupado agora pela China ao mesmo tempo como uma bênção e uma ameaça.
A Malásia, o Vietnã, as Filipinas e Brunei --sem falar de Taiwan--, na verdade, estão em conflito com a China sobre questões de soberania de arquipélagos situados no Mar do Sul da China. Para eles, o "guarda-chuva" americano e o fato de Barack Obama ter anunciado que redirecionaria 60% da capacidade marítima da U.S. Navy para a Ásia, constituíam uma garantia de segurança regional. Essa estratégia visava aumentar a presença militar americana na região empregando os navios o mais perto possível da zona de operações, evitando assim as duas semanas de travessia a partir da costa oeste americana.
Agora, Washington não fala mais em redirecionamento, mas sim em "reequilíbrio", e a crise orçamentária e suas consequências preocupam os dirigentes da Asean. Para Simon Tay, presidente do Instituto de Relações Internacionais de Cingapura, "a decisão de Obama de cancelar sua ida às cúpulas poderia ser o sinal da quebra das promessas desse 'redirecionamento'". Charles Morrison, presidente do East-West Center de Honolulu, acredita que esse "episódio da crise orçamentária faz pensar se o sistema político americano está realmente funcionando bem e se os Estados Unidos são capazes de manter uma posição de liderança".
A maneira como os chineses apostaram na moderação durante as cúpulas, esta semana, teria sido a contrapartida da percepção de uma suposta perda de influência americana. Em Brunei, na quarta-feira, Pequim deixou de lado sua agressividade a respeito de suas reivindicações territoriais. "Devemos trabalhar juntos para fazer do Mar do Sul da China um mar de paz, de amizade e de cooperação", declarou o novo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
No dia 4 de setembro, Li havia esboçado essa nova abordagem ao prometer ao Sudeste Asiático uma "década de diamantes", ou seja, prosperidade econômica, após a "década dourada" que acabara de passar. No entanto, a China havia redobrado sua agressividade contra a Asean nos meses que antecederam a nomeação de Xi Jinping à liderança do partido, em novembro de 2012. Os chineses haviam provado que possuíam esse "mare nostrum" legalmente.
Mas os momentos de tensão orquestrados por Pequim seguem ciclos, dependendo das iniciativas americanas e das necessidades da política interna. Por enquanto, o momento parece ser de pacificação no Sudeste Asiático, enquanto a China compete com o Japão no nordeste da Ásia. Tóquio e Pequim reivindicam a soberania sobre as ilhas de Senkaku, chamadas de Diaoyu pelos chineses.


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A mídia estatal da Coreia do Norte confirmou o afastamento de um general linha-dura do comando das forças armadas, o mais recente sinal de uma reforma nas forças armadas na qual o líder supremo do país, Kim Jong Un, substituiu quase metade dos altos oficiais do país nos últimos dois anos, segundo autoridades sul-coreanas.
O afastamento do general Kim Kyok Sik e a ascensão do general Ri Yong Gil para substituí-lo como chefe do Exército Popular norte-coreano foi a mais recente de uma série de mudanças importantes promovidas por Kim Jong Un para consolidar seu controle da elite norte-coreana.
Desde que chegou ao poder após a morte de seu pai, Kim Jong Il, no final de 2011, Kim Jong Un substituiu 44% dos 218 principais postos militares, do partido e do governo da Coreia do Norte, disse o Ministério da Unificação sul-coreano em um relatório. Ele promoveu essas e outras mudanças para aposentar ou marginalizar velhos generais dos tempos de seu pai e promover um novo conjunto de assessores, que lhe deverão diretamente lealdade.
O remanejamento de altos cargos acelerou desde julho do ano passado, quando o vice-marechal Ri Yong Ho, um dos homens mais poderosos sob o pai de Kim, foi repentinamente demitido como chefe das forças armadas norte-coreanas. Ele foi substituído pelo vice-marechal Hyon Yong Chol. Hyon não durou muito e logo foi rebaixado e substituído por Kim Kyok Sik, em maio.
Kim Kyok Sik, 74 anos, é um dos mais antigos assessores de Kim Jong Il a ainda manter um alto cargo, mesmo após Kim Jong Un ter promovido generais mais jovens. As autoridades sul-coreanas acreditam que Kim Kyok Sik comandou as unidades responsáveis pelo afundamento de um navio de guerra sul-coreano e pelo bombardeio a uma ilha fronteiriça sul-coreana em 2010, ataques que mataram 50 sul-coreanos.
Mas o nome dele desapareceu da mídia estatal norte-coreana após a Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores do governo ter se reunido em agosto para discutir assuntos envolvendo pessoal.
Pouco se sabe sobre Ri Yong Gil, que está encarregado pelas operações de campo das forças armadas norte-coreanas na condição de seu chefe. Ele chamou a atenção de analistas externos quando a mídia norte-coreana noticiou que ele foi um dos generais que orientaram Kim Jong Un há alguns meses, quando a Coreia do Norte ameaçou um ataque nuclear contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
As autoridades sul-coreanas acreditam que Ri foi nomeado chefe das forças armadas durante a reunião de agosto da Comissão Militar Central.
Mas a mídia norte-coreana mencionou seu novo título pela primeira vez na quinta-feira, em despachos listando aqueles que acompanharam Kim Jong Un durante uma visita ao mausoléu em Pyongyang onde jazem seu pai e seu avô, o presidente fundador Kim Il Sung. Na quinta-feira foi o 68º aniversário do Partido dos Trabalhadores.
Ri se junta ao general Jang Jong Nam, que se tornou ministro das forças armadas em maio, e o vice-marechal Choe Ryong Hae, o mais alto oficial político das forças armadas, como os três principais assessores militares de Kim Jong Un.
Dentre os três, Choe, diretor do politburo do Exército Popular norte-coreano, é considerado o mais poderoso. Ele apareceu com Kim Jong Un na mídia norte-coreana com mais frequência que qualquer outro membro da elite norte-coreana.
Choe, um ex-secretário do partido, nunca serviu nas forças armadas. Analistas sul-coreanos veem sua ascensão repentina nas fileiras militares sob Kim Jong Un como um sinal de que Kim está deixando o partido reafirmar sua influência sobre os militares, à medida que promete canalizar mais recursos nacionais para a reconstrução da economia.

PARA FERNANDA E AURORA

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Se você adora poás tem que conhecer o trabalho da artista japonesa Yayoi Kusama. Ela e sua arte com bolinhas coloridas, ganharam ainda mais admiradores depois de uma parceria de sucesso com a Louis Vuitton. E, depois de passar pelo Brasil como inspiração para o inverno 2013 de Juliana Jabour, é a vez de algumas obras de Kusama desembarcarem no País. A mostra atende pelo nome de Obsessão Infinita e estará em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro de 12 de outubro até janeiro de 2014, quando deve seguir par o CCBB de Brasília e no dia 21 de maio chega em São Paulo no Instituto Tomie Ohtake, onde fica até 24 de julho. Ou seja, oportunidades para as fashionistas conferirem a exposição não faltam! Ao todo mais de cem obras da artista japonesa criadas desde 1950, mais algumas instalações pelas ruas da cidade estarão por aqui.

CECÍLIA QUE MANDOU:


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Seis trabalhadores da usina nuclear de Fukushima foram expostos a uma forte radiação nesta quarta-feira após um deles equivocadamente abrir um cano conectado a uma estação de tratamento de água contaminada. A operadora Tepco, responsável pela usina, confirmou que o incidente resultou ainda no vazamento de toneladas de água contaminada, usadas para esfriar reatores, por ao menos 50 minutos. As condições de saúde dos seis trabalhadores não foi divulgada.
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As pessoas em busca de oportunidades nessa antiga cidade-oásis na região de Xinjiang, no extremo ocidente da China, parecem ter muitas opções, com base em uma rápida olhada em um site de empregos local: o Centro Cultural Kashgar tem uma vaga para coreógrafo de dança experiente; o escritório do Partido Comunista da prefeitura está contratando um motorista, e o condado próximo de Sule precisa de um arquivista.
Mas estas e dezenas de outras vagas de emprego vêm com uma ressalva: os uigures, muçulmanos de língua turca, que compõem cerca de 90% da população de Kashgar, não são aceitos. Cerca de metade dos 161 cargos anunciados no site de informações do funcionalismo público indicam que apenas serão considerados para as vagas os chineses da etnia han ou os que têm como língua materna o mandarim.
Tal discriminação, comum em toda a região, é uma das muitas indignidades que os 10 milhões de uigures da China enfrentam em uma sociedade que cada vez mais os retrata como não confiáveis e propensos ao extremismo religioso. Os uigures estão em grande parte de fora da expansão da indústria de gás e petróleo da região, os empregos do aeroporto são reservados para candidatos han e os motoristas de caminhão cujo documento declara sua etnia como uigur não podem obter as licenças necessárias para transportar combustível, uma regra não escrita baseada no temor de que os caminhões de petróleo e gás podem facilmente ser transformados em armas, de acordo com várias empresas de transporte.
Apesar do nome --Região Autónoma Uigur de Xinjiang--, essa extensão estrategicamente crucial de deserto e montanhas cobertas de neve que faz fronteira com vários países da Ásia Central é rigidamente controlada por Pequim. Os principais cargos do governo, bem como os cargos críticos no aparato de segurança, são dominados por chineses han, muitos deles recrutados na parte oriental do país.

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"Em essência, os chineses não confiam em nós, e isso está tendo um impacto corrosivo sobre a vida em Xinjiang", disse Ilham Tohti, economista uigur proeminente em Pequim. "E, do jeito que as coisas vão, isso vai piorar."
Depois de um verão de violência que ceifou ao menos 100 vidas, analistas, defensores dos direitos humanos e até mesmo um punhado de acadêmicos chineses estão soando alarmes sobre o que eles chamam de políticas repressivas que estão alimentando a alienação e a radicalização entre os uigures, muitos dos quais aderem a um tipo moderado de islamismo sunita. Essas políticas foram reforçadas desde que tumultos étnicos deixaram ao menos 200 mortos em Urumqi, a capital regional, há quatro anos.
O governo chinês acusa agitadores de fora, entre eles membros de um movimento separatista que teria laços com jihadistas globais. Embora tenha havido uma série de ataques não provocados contra policiais ou soldados chineses nos últimos anos, a maioria dos especialistas dizem que a ameaça de militantes islâmicos é muito menos potente e organizada do que diz Pequim.
Em agosto, não muito longe de Kashgar, policiais paramilitares atiraram contra pelo menos 32 homens, matando uma dúzia, em uma batida contra o que descreveram como um "centro de munições" secreto; poucos dias depois, pelo menos uma dúzia de outros uigures foi morta enquanto orava em uma fazenda no município de Yilkiqi, de acordo com a Radio Free Asia. As autoridades disseram que os homens estavam participando de "atividades religiosas ilegais" e treinando para um ataque terrorista, mas não forneceram mais detalhes.
Outros episódios incluem um tiroteio perto de uma delegacia de polícia em Aksu que feriu 50 e deixou três mortos, e um confronto violento em Hotan, outro posto avançado da Rota da Seda, durante o qual dezenas de homens foram baleados enquanto protestavam contra a detenção de um imame local. A mídia estatal chinesa descreveu esses e outros episódios como "ataques terroristas"; grupos de exilados dizem que eram manifestações pacíficas que foram esmagadas com força bruta.Os moradores locais dizem que estes e outros confrontos têm sido alimentados pelas realidades desanimadoras da vida diária local: a discriminação no trabalho institucionalizado, as restrições que proíbem os menores de 18 anos de entrar nas mesquitas e a dificuldade que muitos uigures enfrentam na obtenção de passaportes. Os uigures que têm a sorte de viajar para o exterior dizem que, ao retornar, muitas vezes são interrogados por agentes de segurança que exigem saber se eles se envolveram em atividades separatistas.
"O governo deve perceber que as decisões irresponsáveis e inadequadas por parte das autoridades locais estão causando apenas mais instabilidade", disse Yang Shu, professora de estudos da Ásia Central da Universidade de Lanzhou, referindo-se às regras que desencorajam as mulheres de usar lenços de cabeça e os homens de deixar a barba crescer.
Muitos uigures também estão convencidos de que Pequim está tentando acabar com sua língua e cultura por meio de políticas de assimilação e educação que favorecem o mandarim sobre o uigur nas escolas e nos empregos públicos. Desde 2004, uma iniciativa de educação bilíngue exigiu que professores em grande parte da região passassem a usar o mandarim para quase todos os assuntos. As autoridades insistem que a política tem como objetivo ajudar os uigures a competirem em um país onde o mandarim é a língua franca, mas muitos pais, professores e intelectuais uigures não estão convencidos.
"Minha filha de 17 anos fala bem o chinês, mas não consegue ler uma obra de literatura uigur", disse um funcionário do governo em Urumqi, que pediu para permanecer anônimo porque essa crítica pode ter consequências graves. "Na próxima geração, temo que o nosso povo será analfabeto funcional em uigur."
O medo e a desconfiança entre as duas etnias agravaram-se nos últimos anos, enquanto um número crescente de imigrantes chineses da etnia han se estabelece em enclaves fortemente vigiados, especialmente no sul de Xinjiang, que continua a ser predominantemente uigur. Mesmo em Urumqi, onde a etnia chinesa Han compõe 75% da população, grupos de policiais fortemente armados ficam posicionados ao longo dos bairros uigures; à noite, os uigures são proibidos de se sentar no banco dianteiro dos táxis, de acordo com uma lei local que supostamente combate o crime.
Huang Xiaolin, um engenheiro han que recentemente foi atraído da província costeira de Shandong para Hotan --com um salário generoso e habitação subsidiada--, disse que os colegas frequentemente o advertem a não entrar no bairro uigur da cidade. "As pessoas daqui são pouco civilizadas e propensas à violência", disse ele, de pé perto de um banner de propaganda que dizia: "Os han e os uigures não podem viver uns sem os outros".http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/74/HuiChineseMuslim3.jpg
Pequim acoplou sua abordagem de segurança "mão pesada" com um desenvolvimento econômico turbinado, mas até isso tem alimentado o ressentimento entre os uigures, que dizem que os melhores empregos vão para os han recém-chegados. "O governo chinês está focado em uma compreensão muito ultrapassada de desenvolvimento macroeconómico, dizendo que vai elevar todos ao mesmo patamar, mas claramente não está funcionando", disse Sean R. Roberts, professor da Universidade George Washington, que estuda o desenvolvimento na região.
Parte da reação, segundo os especialistas e moradores, foi motivada pelas restrições cada vez mais intrusivas sobre a religião. Os funcionários públicos podem ser demitidos por participar das orações sexta-feira à tarde, e os estudantes universitários uigures dizem que muitas vezes são obrigados a almoçar nas cantinas escolares durante o mês sagrado do Ramadã, quando os muçulmanos jejuam. Nas cidades de toda a região há sinais advertindo as pessoas contra a oração pública e há câmeras de vídeo apontadas para as portas das mesquitas. Os moradores também dizem que o governo mantém uma extensa rede de informantes pagos e monitora o tráfego de internet e as conversas de celular.
Tais políticas nascem da preocupação de que o islã radical, que tem desestabilizado o vizinho Afeganistão e o Paquistão, vai se enraizar em Xinjiang. O medo não é totalmente infundado, dada a proximidade da região com países sem lei que forneceram um paraíso para uma variedade de jihadistas de todo o mundo muçulmano, incluindo alguns uigures.
Mas os especialistas dizem que a repressão às escolas religiosas não sancionadas e outras restrições promoveram uma religiosidade ainda maior. "Cinco anos atrás, você ficava chocado ao ver uma mulher de véu em Urumqi, mas não mais", disse um acadêmico han na Universidade de Xinjiang, que é crítico de políticas de Pequim na região. "Para um monte de uigures, deixar a barba crescer e pedir à mulher para cobrir a cabeça em público tornou-se um ato de desafio".
Apesar do crescente número de mortos, analistas dizem que é improvável que a nova liderança da China reconsidere suas políticas radicais tão cedo. Durante uma visita de Estado a quatro nações da Ásia Central no mês passado, que pretendia reforçar o papel de Xinjiang como eixo de uma Rota da Seda revitalizada, o presidente Xi Jinping prometeu continuar a luta contra o que descreveu como as "três forças" do separatismo, terrorismo e extremismo religioso, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.
Ao não considerar as causas do descontentamento uigur, Pequim pode radicalizar involuntariamente uma geração de jovens, disse Nicholas Bequelin, pesquisador da Human Rights Watch, que tem sede em Hong Kong. "Toda a etnia uigur se sente asfixiada, tendo se tornado suspeita de simpatizar com o extremismo", disse ele. "Xinjiang está presa em um círculo vicioso de aumento da repressão que só leva a mais violência."

terça-feira, 8 de outubro de 2013


Turistas em frente às pirâmides de Gizé, no Egito

Nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, turistas americanos assustaram europeus e asiáticos com seus tênis e suas vozes retumbantes. Décadas mais tarde, grupos de japoneses desciam de ônibus e faziam sinais da paz enquanto fotografavam todas as atrações conhecidas possíveis.
Agora é a vez da China enfrentar críticas. As queixas são familiares: os turistas chineses olham tudo com jeito pasmo, dão empurrões e rejeitam a culinária local.
No ano passado, 83 milhões de chineses continentais gastaram US$ 102 bilhões no exterior, passando à frente de americanos e alemães para fazer da China o país do mundo que mais gasta com turismo, segundo a Organização Mundial de Turismo da ONU.
O grande número de chineses também os inclui entre os turistas que mais geram ressentimentos. Ao que parece, os turistas vindos da China continental, que muitas vezes desconhecem os usos e costumes de outros países, não apreciam o café da manhã no sistema bufê, comum em hotéis, e o conceito de aguardar em fila lhes é estranho.
No ano passado, o estilista francês Thierry Gillier, fundador da grife Zadig & Voltaire, provocou um pequeno escândalo quando disse à "Women's Wear Daily" que turistas chineses não seriam bem-vindos em seu novo hotel-butique parisiense. Uma enxurrada de críticas internacionais o persuadiu a se desculpar.
Os chineses enriqueceram recentemente e têm pouco conhecimento de línguas estrangeiras, combinação que é complicada ainda mais pelo isolamento histórico do país. "O fato de a China ser uma sociedade sem lei, com pouca instrução e com muito dinheiro nos bolsos vai cobrar um preço do mundo inteiro", comentou Hung Huang, popular blogueiro e publisher de uma revista de Pequim.
Mesmo assim, os países estão se desdobrando para atrair turistas chineses. Um condado litorâneo nos arredores de Sydney, na Austrália, está construindo por US$ 450 milhões um parque temático chinês com uma réplica em tamanho natural dos portões da Cidade Proibida e um templo budista de nove andares.
As autoridades parisienses publicaram recentemente um manual para seu setor de serviços contendo frases traduzidas do mandarim e dicas culturais para facilitar a compreensão dos desejos chineses.
O manual inclui a frase "eles são muito seletivos em relação à gastronomia e ao vinho".
A julgar pelas queixas ouvidas de várias partes do mundo, diretrizes como essas podem ser necessárias. Mas as críticas mais contundentes parecem estar sendo feitas por outros chineses.
Em maio, um turista chinês em Luxor, no Egito, descobriu que um compatriota tinha gravado seus próprios hieróglifos sobre a parede de um túmulo de 3.500 anos de idade. "Ding Jinhao esteve aqui", dizia a inscrição. Uma foto do rabisco foi difundida rapidamente nas redes sociais chinesas, e cidadãos rastrearam o vândalo de 15 anos, cujos pais fizeram um pedido público de desculpas.
Constrangido com a repercussão negativa do caso, o vice-premiê chinês, Wang Yang, criticou publicamente a falta de "educação e qualidade" dos turistas chineses que maculam a reputação de seu país. "Eles fazem ruídos altos em público, picham atrações turísticas, ignoram os faróis vermelhos quando atravessam ruas e cospem em todo lugar", disse, segundo o "Diário do Povo".
Mas a maioria dos turistas chineses se diverte tremendamente fora do país. Em maio, Huang Honglin, 53, e sua mulher pagaram US$ 8.000 por uma viagem em grupo de 16 dias pelos Estados Unidos, país que ele tinha conhecido numa viagem de negócios, 25 anos antes. Desta vez, Huang contou, "compramos pedras preciosas no Havaí e bolsas Prada em Nova York". De acordo com relatório da McKinsey & Company, quase 70% dos consumidores chineses de artigos de luxo compram seus produtos da Tiffany e lenços Hermès no exterior, para evitar o imposto chinês, que pode chegar a 60%.
Em 2007, a China concedeu aos EUA o "status de destino aprovado", abrindo as portas às viagens de lazer de grupos de chineses ao país a partir de 2008. No ano passado, 1,5 milhão de chineses chegou aos EUA, gastando quase US$ 8,8 bilhões.
Os turistas chineses às vezes são vítimas de agências de turismo inescrupulosas. Durante um tour pela cidade siberiana de Vladivostok, em janeiro, o cientista Chen Xu, 47, de Xiamen, disse que o passeio para ver uma "dança étnica russa", que custou US$ 80, resumiu-se a uma mulher de biquíni girando em volta de um poste de stripper.
Muitos sentem falta dos sabores de casa. Foi o que aconteceu com a estudante Xie Nuoyan, 20, de Pequim, que visitou Nova York. Ela disse que Chinatown foi uma decepção."Não é como nos filmes", comentou, "mas chorei de emoção ao ver arroz".

quarta-feira, 2 de outubro de 2013


http://www.cronopios.com.br/site/images/iex/MARCO2011/caillebotte.jpg 

http://www.theguardian.com/artanddesign/2013/oct/01/shunga-sex-pleasure-erotic-japanese-art

http://www.theguardian.com/artanddesign/architecture-design-blog/2013/oct/02/beijing-design-week-china-hutongs-preservation

http://www.theguardian.com/artanddesign/gallery/2013/oct/01/japan-erotic-art-shunga-in-pictures

http://idanca.net/wp-content/uploads/2010/03/Christine-Greiner_texto-itala_-fotoEdouard_Fraipont-500x250.jpgA estrada para o futuro energético do Japão pode passar por Sapporo, no norte do país, onde pesquisadores estudam sedimentos que contêm hidratos de metano, formações geladas de moléculas de água com o gás preso em seu interior. Os sedimentos são encontrados em grande quantidade em todo o mundo, tanto sob o mar como no permafrost (solo permanentemente congelado). Se puderem ser usados com segurança, serão uma fonte abundante de combustível, especialmente em países com poucas reservas de energia, como o Japão.

Em março, Tóquio disse que produziu metano a partir de hidratos de sedimentos sob o oceano Pacífico. A iniciativa, conduzida a partir de um navio-plataforma na fossa de Nankai, foi o primeiro teste mundial de produção de hidrato em águas profundas.
Mas os cientistas dizem que ainda há muito a conhecer sobre as substâncias, chamadas às vezes de "gelo inflamável". "Precisamos saber mais sobre as propriedades físicas do hidratos e dos sedimentos", disse Hideo Narita, chefe do laboratório, que faz parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industriais Avançadas.
Novas pesquisas vão ajudar os cientistas a entender o impacto ambiental da produção de hidrato, incluindo a possível liberação de metano, um dos gases causadores do efeito estufa. Também existe o potencial de que formações geológicas submarinas se tornem instáveis quando os hidratos forem removidos.
Timothy S. Collett, do Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA, disse que, apesar de toda a conversa sobre seu potencial energético, "os hidratos ainda são um problema científico".
A pesquisa apresenta desafios porque os hidratos se formam sob alta pressão, causada pelo peso da água do mar ou da rocha acima deles, e essa pressão deve ser mantida quando os núcleos de sedimentos são analisados. Caso contrário, os hidratos em seu interior se dissociam em água e gás, disse Carlos Santamarina, da Georgia Tech em Atlanta.
Os hidratos de metano intrigam os engenheiros do petróleo há décadas, pois podem se formar em oleodutos submarinos e obstruir o fluxo. Eles tiveram um papel pequeno mas indesejável durante os esforços para conter o vazamento de petróleo no golfo do México em 2010, bloqueando uma caixa de aço que conduzia o óleo para a superfície.
Encontrar hidratos durante a perfuração também pode complicar a exploração das reservas convencionais de petróleo e gás, mas há anos os cientistas consideram que os hidratos podem ser uma fonte de energia.
Às vezes, eles podem aparecer como blocos de gelo no leito marinho. No entanto, para a produção de energia, os pesquisadores estão mais interessados nos que se formam nos sedimentos. Eles são criados quando o metano -que é produzido por micróbios, calor e pressão atuando sobre matéria orgânica- migra para cima nos sedimentos e se mistura com a água em condições específicas de temperatura e pressão.
A substância gelada se forma nos espaços microscópicos entre grãos de sedimento, muitas vezes em grande quantidade. "Você tem muito metano, muita água e, adivinhe, eles vão formar hidratos", disse Carolyn Ruppel, da pesquisa geológica.
Os sedimentos arenosos, com grãos maiores, são preferíveis à argila. "Eles são muito permeáveis, por isso é fácil retirar os hidratos", diz Ruppel.
Técnicas convencionais não funcionariam bem em argila, que contém a maioria de reservas de hidrato conhecidas, porque o tamanho dos poros é muito menor, disse Santamarina. "Vai ser necessária uma boa engenharia para funcionar"