domingo, 28 de outubro de 2012

Palestra Kuriyama Fnac




Palestra de Shigehisa Kuriyama. Professor de Havard Phd.

Tema da Palestra: " The Mystery of Presence and The Birth of The Modern Western Body"

Organizção: Profa. Dra. Cecicilia Noriko Ito Saito ( Projeto de Pós Doutoramento ) ,

Supervisionado pela Prof. Dra.Christine Greiner ( PUC-SP / CEO )


Filmagem e Edição: André Noro dos Santos ( Mestrando - PUC-SP )

Local:Fnac Pinheiros
Data: 08/10/12
Hora: Das 19:30 as 21:30



Finalmente consegui postar a palestra do Kuriyama da Fnac Pinheiros , pois o Youtube não tava colaborando, mas deu tudo certo! =P

Já Já vou postar o video da Palestra do Kuriyama do Senac , Espero que tenha ficado bom o Vídeo.
Abraços a Todos!! XD

André Noro.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Palestra Kuriyama na Fnac Pinheiros




Palestra do Kuriyama na Fnac Pinheiros , em 08 de Outubro de 2012

Em breve postarei o vídeo.


Abraços a todos.


André Noro.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ENCONTROS DO CEO

26/10, SALA4A-07, 13:00







As manchetes gritam como tablóides sensacionalistas: “Superando os quatro grandes bloqueios emocionais: as mulheres-sobra podem fugir da solteirice”. “Oito passos simples para escapar da armadilha das mulheres-sobra”. E a minha favorita: “Será que as mulheres-sobra de fato merecem nossa simpatia?” Estes tópicos chamativos não aparecem nas revistas de fofocas nos caixas dos supermercados. São artigos sobre mulheres solteiras, profissionais publicados no site da agência estatal feminista da China, a Federação das Mulheres de Toda China. O Partido Comunista fundou a Federação das Mulheres em 1949 para “proteger os direitos e interesses das mulheres”. Em 2007, a Federação das Mulheres definiu as mulheres “sobra” (sheng nu) como as mulheres solteiras com idade superior a 27 anos e o Ministério da Educação da China acrescentou o termo ao seu léxico oficial. Desde então, o site da Federação das Mulheres publica matérias estigmatizando as mulheres com boa escolaridade que permanecem solteiras.
Veja esta coluna edificante de março de 2011, que foi publicada logo após o Dia Internacional da Mulher: “Meninas bonitas não precisam de muita educação para se casar com alguém de uma família rica e poderosa, mas as meninas com aparência média ou as feias terão dificuldades. Esse tipo de garotas esperam continuar a sua educação a fim de aumentar sua competitividade. A tragédia é que, elas não percebem que as mulheres valem cada vez menos à medida que envelhecem, então quando chegam a concluir seu mestrado ou doutorado, elas já estão velhas, como pérolas amareladas.” Depois de oferecer um pouco de bom senso para as mulheres equivocadas que buscam uma educação superior, a coluna acusa as mulheres solteiras instruídas de dormir por aí e ter uma ética degenerada: “Muitas mulheres-sobra com boa escolaridade tem um pensamento progressistas e gostam de ir para clubes noturnos para buscar homens para ficar por uma noite, ou se tornam amantes de algum homem rico ou alto oficial. Só quando elas já perderam a juventude e foram chutadas pelo homem é que decidem procurar um parceiro de vida. Portanto, 'as mulheres-sobra' não merecem nossa simpatia.”
Que bom que isso ficou esclarecido. Agora, por que agência estatal feminista da China faz uma campanha de terror contra as mulheres solteiras e bem instruídas? Curiosa, procurei o site da Federação das Mulheres e descobri que ele publicou seu primeiro artigo sobre as 'mulheres-sobra' em 2007, pouco tempo depois que o Conselho Estatal da China emitiu um édito para fortalecer o programa de População e Planejamento Familiar para lidar com “pressões sem precedentes sobre a população”. Essas pressões incluem o desequilíbrio da proporção entre os sexos – que “provoca uma ameaça à estabilidade social” – e a “baixa qualidade da população em geral, o que torna difícil satisfazer as exigências de uma concorrência feroz pela força nacional”, de acordo com o Conselho de Estado. O Conselho de Estado afirma que a “melhorar a qualidade da população (suzhi)” é um de seus objetivos principais, e nomeou a Federação das Mulheres como uma das principais implementadoras de sua política de planejamento populacional. Existe um jeito melhor para incrementar a qualidade da população do que assustar as mulheres de “alta qualidade” para que elas se casem e tenham um filho pelo bem da nação? Os artigos da Federação das Mulheres sobre as “sheng nu” têm todos o mesmo objetivo: convencer as mulheres solteiras e instruídas a pararem de ser tão ambiciosas e se casarem logo: “A principal razão pela qual muitas meninas se tornam 'mulheres-sobra' é que seus padrões para um parceiro são muito altos (…) Se as garotas não forem muito exigentes, encontrar um parceiro deve ser tão fácil quanto soprar uma partícula de poeira.” Algumas das colunas foram republicados diversas vezes ao longo dos anos e listam dicas úteis, como “seduzir, mas não incomodar” e “ser persistente, mas não obstinada”: “Quando estiver esperando por um homem, se você diz que ele precisa ser rico e brilhante, romântico e trabalhador (…) isso é simplesmente ser obstinada. Será que esse tipo de homem perfeito existe? Talvez ele exista, mas porque ele se casaria com você?” Desde 2008, as comissões de planejamento populacional de cidades como Nanjing e Ningbo realizaram “intervenções” para lidar com a “crise das mulheres-sobra”. Filiais locais da Federação das Mulheres organizaram eventos para encontrar parceiros para mulheres “com boa escolaridade e de alta qualidade”. Em março deste ano, houve um incentivo em Pinghu, na província de Zhejiang, para que as “mulheres-sobra encontrassem rapidamente a felicidade conjugal.” E uma vez que a “mulher-sobra” encontra a felicidade conjugal, o que ela deve fazer se seu marido tem um caso extraconjugal? A Federação das Mulheres oferece uma saída, com a manchete: “Diante de uma crise conjugal, as mulheres precisam melhorar a si mesmas”. “Quando você descobrir que ele está tendo um caso, você pode estar com uma raiva gigantesca, mas deve saber que se fizer um escândalo, está negando o “valor” do homem (…) Nenhum homem é capaz de passar uma vida inteira sendo fiel a uma mulher ultrapassada, que nunca muda (…) Tente mudar o seu corte de cabelo ou o seu estilo de vestir. As mulheres devem sempre mudar para melhor.” Resumindo, a culpa é da mulher por se se recusar a casar, e uma vez que casa, é culpa dela se o marido tem um caso. É claro.




A captura de jovens islamitas no dia 6 de outubro e a ênfase colocada em sua suposta radicalização na prisão precipitaram o anúncio do governo sobre a criação de vagas para capelães muçulmanos: 15 postos para tempo integral foram incluídos no orçamento de 2013, sendo que “um mesmo esforço” foi garantido para 2014, afirmou a ministra da Justiça, no dia 11 de outubro. Mas estaria certa a ministra quando garante que essas vagas suplementares permitirão cobrir cerca de trinta novos estabelecimentos penitenciários? Provavelmente não. “É uma boa notícia”, reconhece o capelão-geral muçulmano das prisões, Moulay Alaoui Talibi, “mas esse orçamento servirá sobretudo para fidelizar aqueles que já desempenham essa função em caráter voluntário”. Apresentados, com razão, como fatores de apaziguamento e de monitoramento junto a detentos muçulmanos em busca de práticas religiosas ou àqueles tentados pelo extremismo, os capelães muçulmanos estão em número sabidamente insuficiente. Cerca de 150 pessoas desempenham essa função, sendo que menos da metade deles são remunerados, segundo o capelão-geral. Organizada há menos de dez anos, a capelania muçulmana não chega nem perto de atender a demanda: em vários estabelecimentos, mais da metade dos detentos são de cultura muçulmana, segundo especialistas do meio. Fazendo uma comparação, os católicos dispõem de aproximadamente 700 capelães, os protestantes de 300 e os judeus de uma centena. “Em Fleury-Mérogis, somos seis capelães muçulmanos, sendo que seriam necessários uns vinte”, conta Abdelhak Eddouk, um deles. Mas, para eles, o dinheiro não é o único obstáculo. “Um dia de arrecadação por ano nas mesquitas seria o suficiente para financiar a capelania do presídio”, ele garante. “A questão é mais saber como atrair os jovens e treiná-los bem, sabendo que um trabalho em período integral de capelão paga 720 euros líquidos”. Assim como para a função de imames, faltam candidatos de qualidade. “Precisamos de jovens que falem bem francês e árabe, de mente aberta, com vocação para o mundo carcerário e bons conhecimentos teológicos”, acredita Alaoui Talibi. A formação teológica depende das federações muçulmanas e dos países estrangeiros. “É importante não indicar imames autoproclamados radicais ou capelães que não dão conta”, ele insiste.
Não existem muitos desses perfis. “Os capelães são em parte aposentados e as vagas costumam ser atribuídas em função de redes relacionais, associadas aos países de origem, sobretudo a Argélia”, afirma um especialista do Ministério do Interior. “Alguns deles também se candidatam para regularizar sua situação”, garante uma outra fonte próxima da questão. “Elimino muitas fichas,” confirma o capelão-geral, que olha as nomeações antes que elas sejam validadas pelo governo. Paralelamente, assim como todos seus antecessores nos últimos dez anos, o ministro do Interior, Manuel Valls, lembrou sua vontade de ter “imames franceses, capelães franceses”. Iniciativas para formar uma “equipe muçulmana” pela legislação e pelo contexto francês são tentadas regularmente. A última, lançada em Lyon em janeiro, está começando a receber os candidatos que precisam... de aulas de francês como língua estrangeira. Mas esses cursos não religiosos dificilmente vingam. O que foi criado no Instituto Católico de Paris em 2008 não será aberto este ano, por falta de financiamento público e de candidatos em número suficiente. Uma realidade que contrasta com os discursos voluntaristas dos diferentes governos.


O escritor dissidente chinês Liao Yiwu, refugiado na Alemanha e tido como o poeta do massacre Tianamen por ter premeditado o fato em um poema escrito um dia antes do evento, recebeu ontem o Prêmio da Paz dos editores alemães, em Frankfurt. Ele criticou severamente a atribuição do prêmio Nobel de Literatura a seu compatriota Mo Yan, a quem chamou de "poeta de Estado" e de "canalha". Segundo Liao, seus amigos na China lhe perguntaram, após a atribuição do Nobel na quinta-feira, se o "Ocidente se vê como a prolongação do sistema chinês". "Há muitos parâmetros em que se pode classificar um escritor. Mas a China é uma ditadura e, numa ditadura, um escritor não pode deixar de lado a moral", disse Liao. Mo Yan, de 57 anos, conquistou o Nobel sob duras críticas de colegas chineses, principalmente do artistas plástico Ai Weiwei, que classificou o prêmio como "quase intolerável". 
Enquanto prossegue a guerra civil na Síria, cresce a evidência de que o Hezbollah, o partido militante xiita libanês, está ajudando as forças do governo sírio no outro lado da fronteira em sua luta contra o Exército Livre da Síria rebelde. “Não é mais um segredo”, disse um morador muçulmano sunita em Al Qaa, uma cidade no Vale de Bekaa, no leste do Líbano. “Isso é um sinal de que o regime está com dificuldade para se defender”, disse o homem, que disse se chamar Abu Obeida e se recusou a ser plenamente identificado, por ter laços com os rebeldes do Exército Livre da Síria. Ativistas e rebeldes sírios, assim como oponentes do Hezbollah no Líbano, há muito acusam o partido islamita de ter um papel direto no conflito sírio, mas até recentemente a evidência era escassa. Recentemente, entretanto, uma série de funerais no Vale de Bekaa para membros do Hezbollah –incluindo um comandante militar– morto no cumprimento dos “deveres da jihad”, forneceu sinais mais claros de que a organização está enviando homens para lutar na Síria. Os combatentes do Exército Livre Sírio, de cidades ao redor da cidade síria vizinha de Qusayr, do outro lado da fronteira, dizem que o Hezbollah está reforçando as tropas do governo envolvidas em uma dura ofensiva na área. Na semana passada, o Exército Livre da Síria, dizendo ter capturado 13 combatentes do Hezbollah perto de Qusayr, ameaçou atacar fortalezas do Hezbollah no sul de Beirute. Os rebeldes disseram que os recentes funerais do Hezbollah foram de homens mortos na Síria.
Os rebeldes do Exército Livre da Síria também disseram que o Hezbollah há várias semanas tem disparado foguetes Katyusha e Grad contra alvos sírios, do território que ele controla no nordeste do Vale de Bekaa. No fim de noite de segunda-feira (15), disparos de foguetes podiam ser ouvidos de uma estrada rural nos arredores de Hermel, um reduto do Hezbollah ao norte de Al Qaa, a cerca de 10 quilômetros da fronteira –uma distância indicando que os foguetes estavam sendo disparados de dentro do Líbano. Apesar de afirmar consistentemente seu apoio ao presidente Bashar Assad, o Hezbollah negou envolvimento direto na Síria. Ainda assim, no início desta semana, a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, acusou o Hezbollah de participar ativamente no que chamou de “máquina assassina” de Assad.
As implicações para o Líbano são potencialmente sérias: um envolvimento sustentado e significativo por partes libanesas no conflito sírio poderia exacerbar uma situação tensa. Se não reprimida, essa atividade poderia levar a uma “situação incontrolável” no Líbano, disse Imad Salamey, um professor associado de ciência política da Universidade Americana Libanesa, em Beirute. Paul Salem, diretor do Centro Carnegie para o Oriente Médio, em Beirute, disse que apesar do Hezbollah estar claramente envolvido na Síria, o poderio militar da organização poderia limitar as repercussões no Líbano. “Não há capacidade no Líbano para confrontá-lo”, disse Salem. Ainda assim, “se dois ou três anos à frente os rebeldes finalmente vencerem, então o Hezbollah teria participado da guerra civil e os rebeldes poderiam levar a guerra ao Líbano, de uma forma ou de outra”, ele acrescentou. Salamey disse que, por ora, o papel do Hezbollah provavelmente se limita a operações especiais, assistência técnica e segurança ao longo de algumas áreas da fronteira. Uma intervenção maior, ele disse, não seria desejável para a organização e prejudicial para sua posição estratégica no Líbano. Mas “contar com a participação do Hezbollah minando a capacidade da resistência síria de cruzar e se mover livremente pela fronteira fornece ao regime sírio um apoio significativo”, ele disse. “Caso contrário, o exército sírio teria que travar muitas guerras.” Em vários pontos ao longo da fronteira, que é cruzada por rotas vitais de suprimentos para algumas unidades do Exército Livre da Síria, a guerra é uma realidade no lado libanês da linha de demarcação. A aldeia de Masharih al Qaa –uma série de casas de fazenda ao longo de ruas de terra acidentadas roçando a fronteira– é um desses lugares. Em Masharih al Qaa, o som do disparo de mísseis, das armas automáticas e do fogo de artilharia pontua continuamente a noite. De dia, os disparos de artilharia continuam e helicópteros de ataque circulam no céu. Alguns dos disparos atingem o Líbano –às vezes disparos perdidos, mas às vezes direcionados, dizem os moradores locais. As forças do governo sírio “estão abrindo fogo contra nós diariamente”, disse Ali Hujairi. “Dia e noite, elas atacam esta área.” Hujairi disse que sua casa, próxima da fronteira, foi destruída em abril. Ele agora vive a centenas de metros mais distante da fronteira, onde os disparos atingem com menos frequência. “Eu sou um refugiado de apenas um quilômetro daqui”, ele disse. Com uma população quase totalmente muçulmana sunita, Masharih Al Qaa nutre simpatia pelos rebeldes sírios. Muitos lares de lá agora abrigam sírios, tanto refugiados quanto rebeldes descansando do fronte. Alguns dos que não lutam organizam o contrabando de suprimentos para posições do Exército Livre da Síria a poucos quilômetros de distância. Situada entre o exército sírio e as cidades libanesas de maioria xiita, que em grande parte apoiam o Hezbollah, Masharih al Qaa corre o risco de pagar caro por seu apoio ao Exército Livre da Síria. Quando artilharia síria atinge a cidade, unidades do exército libanês, estacionadas nas proximidades, fazem vista grossa, dizem os moradores. “O exército libanês pertence ao governo libanês, e o governo pertence a Bashar al Assad”, disse Hujairi, criticando a resposta passiva do exército libanês. “Não é um governo legítimo e ele não está interessado no que está acontecendo aqui na fronteira.” Os moradores de Masharih al Qaa dizem que fornecem apenas apoio não militar aos rebeldes da Síria. Mas há vários relatos de combates ocorrendo ao longo da fronteira ali e em outros lugares. Enquanto isso, outros no Líbano estão oferecendo um apoio mais ativo aos rebeldes sírios, com combatentes sunitas libaneses seguindo para a Síria para lutar contra o governo. Um comandante de milícia sunita na segunda cidade rebelde no Líbano, Trípoli, disse que houve um aumento no número de combatentes libaneses seguindo para a Síria recentemente. O comandante, que se identificou apenas como Abu Bera, disse que alguns se juntaram aos grupos extremistas não ligados ao Exército Livre da Síria, como o Jabhat al Nusra, uma milícia jihadista suspeita de laços com a Al Qaeda. Com múltiplas facções libanesas agora envolvidas na guerra na Síria de um jeito ou de outro, o Líbano se vê em uma posição cada vez mais precária, tentando impedir de ser arrastado para uma guerra que afeta as divisões políticas e sectárias, amargas e profundamente enraizadas, do país. “Nós não somos loucos de começar uma guerra contra o Hezbollah, mas se o Hezbollah começar uma guerra, nós teremos que responder”, disse Abu Obeida.

Um dos irmãos aderiu à jihad global contra o Ocidente, sob o pseudônimo de Abu Yahya al Libi. Ele ascendeu ao estrelato dentro da Al Qaeda, até ser morto há quatro meses no Paquistão por um bombardeio americano. Já o irmão mais velho, Abdel Wahab Mohamed Qaid, foi o primeiro dos dois a se tornar um militante islâmico, mas agora é um deputado moderado no novo Parlamento líbio. Qaid diz que os caminhos divergentes dos dois irmãos ilustram uma lição oportuna sobre os perigos de tratar as muitas vertentes do islamismo político como uma só ameaça radical. O apoio de Abu Yahya à Al Qaeda, disse Qaid, começou depois de ele passar anos como prisioneiro na Base Aérea de Bagram, no Afeganistão -versão amparada por analistas ocidentais. Os dois irmãos haviam rejeitado Osama bin Laden e a causa da jihad global, por considerá-la irrelevante diante da sua prioridade, que era derrubar o regime de Muammar Gaddafi na Líbia. Mas, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e da invasão americana no Afeganistão, os EUA começaram a deter militantes islâmicos, independentemente da sua ideologia ou agenda política. Foi asssim que Abu Yahya foi capturado no Paquistão e encarcerado.
Ao fugir, em 2005, Abu Yahya, originalmente conhecido como Mohamed Hassan Qaid, se tornou um influente teólogo, propagandista e comandante militar da guerra santa islâmica contra o Ocidente, o que o afastou da luta pela democracia líbia. Abdel Qaid, 45, argumentou, falando publicamente pela primeira vez, que Abu Yahya foi atraído para a batalha contra os EUA principalmente porque os militares americanos o haviam tratado como um inimigo. A vasta maioria dos jovens líbios, inclusive muitos militantes islâmicos armados, atualmente tem simpatia pelos EUA por causa do seu apoio contra Gaddafi, segundo Qaid, e o impulso de autoridades americanas e de liberais líbios em associar todos eles à Al Qaeda pode acabar empurrando esses jovens para mais perto do grupo terrorista. "Esse seria o maior presente que você poderia dar à Al Qaeda", disse Qaid. Militantes islâmicos líbios que se refugiaram de Gaddafi no Paquistão ou no Afeganistão, então sob controle do Taleban, contaram histórias semelhantes, atestando terem sido injustamente presos e maltratados pelos EUA devido a suspeitas de ligação com a Al Qaeda, embora sua única luta fosse contra o ditador líbio. Em setembro, a ONG Human Rights Watch documentou mais de 15 casos desse tipo, inclusive dois que disseram ter sido submetidos ao "waterboarding" (ameaça de afogamento), uma tática de interrogatório que o governo Obama proibiu, equiparando-a à tortura.
É "altamente especulativo" falar nas causas que podem ter moldado a psicologia de Abu Yahya ou de qualquer outro militante, diz Brain Fishman, pesquisador da Fundação Nova América, que estuda movimentos terroristas. Mas "é absolutamente verdade que fracassamos em distinguir entre a Al Qaeda e uma variedade de grupos militantes islâmicos que estavam operando no Afeganistão. Essa distinção deveria ter sido feita, pois nem todos eles haviam aceitado a visão de mundo da Al Qaeda". Qaid disse que ele e seu irmão não eram terroristas nem inimigos do Ocidente. Ambos foram atraídos para a política pelo movimento estudantil líbio, em meados da década de 1980. Qaid disse ter ficado chocado com o uso da tortura e dos enforcamentos públicos pelo governo de Gaddafi como formas de reprimir dissidências. Em 1989, Qaid já havia fugido para Tunísia, Paquistão e outros lugares, e Abu Yahya, dois anos mais jovem, o seguiu. Em 1995, Qaid foi capturado por agentes de Gaddafi e sentenciado à morte. "Cresci na prisão", disse. Qaid relatou que ele e muitos outros presos de tendência islâmica decidiram que nunca tentariam impor suas opiniões aos outros. Novos presos traziam notícias de Abu Yahya, que havia se estabelecido entre exilados islâmicos no Paquistão e depois no Afeganistão. "A Al Qaeda estava em todo lugar", disse Qaid, mas os exilados líbios rejeitaram esse rumo. Analistas ocidentais confirmam que o grupo líbio era hostil à Al Qaeda. Jarrett Brachman, consultor de contraterrorismo do governo americano, disse que muitos dos seus membros desconfiavam de Bin Laden e do seu adjunto, Ayman Zawahri. Nos escritos de Abu Yahya, "tudo era Líbia o tempo todo", disse Brachman. Mas, quando Abu Yahya fugiu, ele descobriu que quase todos os seus camaradas líbios haviam ido embora, sido detidos pelos EUA ou devolvidos às prisões de Gaddafi. "Em vez de encontrar os líbios que poderiam ter absorvido sua raiva, Abu Yahya encontrou Bin Laden", disse Qaid. Abu Yahya rapidamente ascendeu na hierarquia da Al Qaeda, até ficar abaixo apenas de Zawahri após a morte de Bin Laden. "Sua combinação de conhecimento acadêmico, respeito das ruas e carisma fizeram dele um verdadeiro peso pesado", disse Brachman. Qaid foi libertado com outros presos políticos no dia seguinte ao início da rebelião líbia, em fevereiro de 2011, num esforço de Gaddafi para aplacar a revolta. Ele rapidamente aderiu à luta. Na entrevista, Qaid disse que não guardava mágoa pelo bombardeio teleguiado que matou seu irmão. Qaid estava em campanha eleitoral na época. "Se tivesse ocorrido eleições quando éramos estudantes", disse, "talvez não tivéssemos abandonado a escola e a vida que tínhamos".

Reshma Devi luta para recuperar a guarda de sua filha de 15 anos.. Em janeiro, a polícia invadiu um hotel em Mumbai e encontrou a garota se prostituindo. Quando um comitê de bem-estar de menores decidiu enviar a garota para um lar juvenil em Déli, Devi argumentou que sabia que sua filha estava atuando como trabalhadora sexual -e que isso não era um problema para ela. Não era um caso de tráfico de pessoas. Era uma questão de casta. Devi argumentou que a prostituição é a ocupação da casta dos bedias, da qual ela e sua filha fazem parte. O comitê de bem-estar de menores considerou que o argumentou era mais uma justificativa para que a mãe não voltasse a ter a guarda da filha, que precisava ser resgatada da prostituição.  Reshma Devi acha embaraçoso explicar seus argumentos. Ela vive numa sociedade em que "prostituta" é um palavrão, mas que utiliza os serviços dos bedias. É isso o que os bedias sempre souberam, é o que eles fazem, é quem eles são. Com a abolição do sistema de locadores feudais, os bedias perderam seus patronos nos vilarejos rurais, de modo que as garotas bedias hoje trabalham com sexo nas cidades grandes. O dilema dos bedias é o choque da instituição tradicional das castas com a modernidade. Quem é este novo Estado moderno para dizer às pessoas o que é bom para elas? 
Na região de origem de Devi, em Agra, a três quilômetros do Taj Mahal, as meninas da comunidade podem ter sua virgindade leiloada assim que chegam à puberdade. A região é notória pela presença de milhares de membros dessa comunidade, que, segundo relatos, pratica o aborto de fetos do sexo masculino. Visto muito frequentemente sob o prisma do racismo, o problema central do sistema de castas seria o da discriminação. Mas o que define as pessoas muito mais do que isso é a ocupação para a qual elas nascem. Uma pessoa não se torna bedia, ela nasce sendo bedia. A casta não é algo do qual uma pessoa se afasta, mesmo que abandone a religião hindu. Um estudo governamental de 2006 constatou que os muçulmanos indianos são mais pobres e menos instruídos que a média nacional, porque a maioria deles faz parte das castas de artesãos, que têm dificuldades em se adaptar à economia moderna.

Os membros das privilegiadas castas superiores nascem para ser sacerdotes, estudiosos, comerciantes e guerreiros. As pessoas das castas inferiores nascem para ser camponesas e artesãs e não têm acesso ao ensino formal. Em último lugar, há os párias, que são vistos como "impuros" e "poluídos", destinados a exercer profissões "sujas", como limpar banheiros e ruas, consertar sapatos e pelar animais. Os párias são considerados intocáveis e deram a si mesmos o nome dalit, que significa "povo alquebrado". Os bedias integram essa última categoria. Dentro dessas três categorias, há milhares de castas e subcastas definidas por suas ocupações. Ainda é difícil para os membros de uma casta deixarem sua profissão em favor de outra mais respeitável. Mas muitas profissões de casta estão ameaçadas pela modernidade. Os turistas que visitam a Índia se queixam de não conseguirem ver encantadores de serpentes, já que a prática foi proibida por uma lei contra a crueldade aos animais. A mecanização e as importações tornaram redundantes as castas de tecelões manuais e extratores de óleo. Os membros da casta nat, que fazem acrobacias e malabarismos, reclamam porque passaram a ser vistos como mendigos, e não artistas de entretenimento.

As pessoas impedidas de exercer suas ocupações tradicionais raramente encontram outra profissão e são reduzidos a ser lavradores diaristas sem terra, arando os campos das castas mais altas e erguendo as construções da "nova" Índia. A maior desigualdade que enfrentam é a baixa qualidade do sistema de ensino público, que em muitos casos não ensina o inglês, a língua dos indianos instruídos. Isso priva seus filhos de uma oportunidade igual para competir na Índia moderna. Uma lei recente de direito à educação pode aliviar esse problema, mas apenas parcialmente. Além do ensino e da ação afirmativa, as comunidades de castas precisam de ajuda do governo para deixar suas ocupações tradicionais e encontrar outras. As classes da elite urbana da Índia fazem de conta que as castas não existem. Algumas pessoas alegam nem saber qual é a sua casta. Mas se casam com pessoas de seu próprio grupo, mantendo o capital social, cultural, político e econômico dentro dele. Tendo sido as primeiras a beneficiar-se da modernidade colonial, as castas superiores não sofrem as restrições das profissões de casta. Seus filhos podem optar por ser pilotos, pintores, escritores ou empreendedores.
Mas a filha de Reshma Devi não tinha essa escolha. No lar beneficente em Déli, a moça está estudando e recebendo uma formação em corte e costura, para que tenha outro meio de ganhar a vida. Ao recusar devolver a guarda à sua mãe, o comitê de bem-estar de menores observou que os pais queriam a guarda da menina porque ela estava mandando para casa US$ 30 por dia. Se o Estado puder forçar a filha de Devi a ser costureira, ela terá uma vida melhor. Mas o mundo à sua volta ainda a verá como dalit. A jornada da Índia rumo a uma sociedade sem castas será longa e árdua.

Um político democrata da Califórnia pediu esta quarta-feira (10) um boicote ao metrô de Washington, depois da publicação de uma publicidade paga por um grupo pró-israelense que qualifica os extremistas muçulmanos como "selvagens".
Os cartazes, também exibidos em trens de curta distância de Nova York e em ônibus de San Francisco, estavam colados esta semana em quatro estações do metrô da capital americana, depois que um juiz federal considerou que sua publicação estava amparada pela lei da liberdade de expressão.
Evocando problemas de segurança, o operador do metrô de Washington tentou recentemente atrasar a publicação dos cartazes, nos quais se pode ler: "Em qualquer guerra entre o homem civilizado e o selvagem, apoie o civilizado. Apoie Israel. Combata a Jihad".
Mike Honda, representante democrata da Califórnia, disse ser favorável à liberdade de expressão, garantida pela Constituição, e afirmou compreender a decisão da Justiça.
No entanto, "o direito a não apoiar um discurso de ódio também é um direito", declarou através de um comunicado, "por isso exorto às pessoas a boicotarem o metrô de Washington, na medida do possível, até que se retirem os cartazes".
Pamela Geller, diretora da Iniciativa de Defesa da Liberdade nos Estados Unidos, que publicou a campanha, disse que a menção "se refere à Jihad (...) Todos os terroristas jihadistas são muçulmanos, mas nem todos os muçulmanos são terroristas".
Geller foi criticada pela Liga Antidifamação, grupo que luta contra o antissemitismo, que denunciou a "intolerância anti-islâmica".
Será que uma velha tradição religiosa da China poderia ajudar a resolver um dos problemas mais urgentes do mundo – a violência cometida em nome do Islã? A ironia de um país oficialmente ateísta possivelmente oferecer uma saída para um problema religioso internacional é imensa. Mas é o que alguns acadêmicos islâmicos na China e de outras partes esperam que possa acontecer, ao apontarem para uma tradição discretamente liberal entre os 10 milhões de muçulmanos hui da China, onde mulheres imãs e mesquitas para mulheres estão florescendo em um fenômeno único no mundo. Mulheres imãs e mesquitas de mulheres são importantes, porque a resistência delas na China oferece uma visão de uma forma mais antiga de Islã, que é inclusiva e tolerante em seu âmago, não marginalizante e extremista, dizem os acadêmicos. Números exatos não estão disponíveis, mas Shui Jingjun, uma importante estudiosa das mulheres no Islã hui (os hui estão espalhados por toda a China e são distintos dos muçulmanos uigures da região de Xinjiang, no extremo oeste), estima que há centenas de mulheres imãs liderando mesquitas por todo o país, educando meninos e meninas, organizando serviços sociais em suas comunidades. As mulheres imãs e as mesquitas para mulheres não são “algo novo aqui. É apenas uma tradição cultural que nunca foi perturbada”, disse Shui, autora e pesquisadora na Academia de Ciências Sociais de Henan, em Zhengzhou, a capital da província de Henan. Isso é o que a torna tão importante, disse Khaled Abou El Fadl, um proeminente acadêmico legal islâmico. “A tradição chinesa de mesquitas para mulheres tem raiz na história islâmica. Não é uma novidade, uma corrupção, uma inovação ou algum tipo de prática herege”, disse Abou El Fadl, um professor de lei islâmica da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, em uma entrevista. Logo, a tradição liberal hui da China desafia o poder do wahabismo, uma seita puritana e patriarcal atualmente dominante na Arábia Saudita que está por trás de grande parte do extremismo islâmico, ele afirmou. “O exemplo chinês preserva e recorda aos muçulmanos um importante fenômeno histórico e uma jurisprudência que o wahabismo tentou erradicar.” “Os movimentos fundamentalistas contemporâneos usam o espaço fornecido pela mesquita para afirmar todo tipo de poder patriarcal e masculino sobre as mulheres”, ele disse. “Quando você tem algo como o exemplo chinês, que no final empodera as mulheres para trabalharem dentro de seu próprio espaço, conduzir as orações e administrar esse espaço por conta própria, é uma forma significativa das mulheres se afirmarem na tradição islâmica, ajudando a construí-la e a perpetuá-la.” Os muçulmanos chegaram à China durante a dinastia Tang, há mais de mil anos, e o número deles cresceu durante a dinastia Yuan, no século 13. Oriundos em grande parte da Pérsia e da Ásia Central, apesar de também contar com alguns árabes, eles trouxeram consigo tradições que sempre enfatizaram a educação das mulheres, disse Shui. Mas, segundo ela, o status das mulheres realmente decolou no início da dinastia Qing, há mais de 300 anos, quando o número dos hui caiu à medida que eram absorvidos pela cultura da maioria chinesa han. Àquela altura, ela disse, “a maioria dos muçulmanos não sabia ler nem falar árabe. Então dependiam das mulheres para disseminar a palavra, para educar. Não era possível contar apenas com os homens. Não havia número suficiente deles”. Longe dali, no mundo árabe, o wahabismo começou a se disseminar. “Há cerca de 300 anos, ocorreram mudanças na educação islâmica” no Oriente Médio, disse Shui. “Entre outros países islâmicos, o que os homens diziam era decisivo. Mas isso não funcionaria aqui.”
Ao longo da última década, cresceu o papel das mulheres muçulmanas hui em oferecer tanto ensino religioso quanto secular em suas comunidades, disse Jackie Armijo, uma professora da Universidade do Qatar. As mulheres jovens hui, percebendo a necessidade de educação entre seu povo, estão optando por viajar para longe de casa para ensinar, frequentemente em pequenos vilarejos. Enquanto realizava uma pesquisa de doutorado na China, “ficava continuamente impressionada com essas mulheres jovens”, disse Armijo. “Elas sabem instintivamente e dizem: ‘Ensinar um homem significa ensinar uma pessoa. Ensinar uma mulher significa ensinar todos’”. Lentamente, está se espalhando pela China a conscientização de quão valiosa pode ser essa tradição. Durante um recente encontro na província de Gansu de educadores muçulmanos, em sua maioria mulheres, pesquisadores, escritores e autoridades chinesas han locais – também participaram alguns muçulmanos não chineses do Paquistão e de Taiwan, segundo reportagens on-line –, “algumas pessoas argumentaram de modo privado que a China deveria ‘divulgar ao mundo’ essa boa tradição”, espalhando a palavra, disse Shui, que esteve entre os participantes.
Isso, comentou Armijo, repercutiria entre as mulheres por todo o mundo muçulmano, que estão cada vez mais se reunindo para estudar os textos independentemente dos homens. No encontro, muitas pessoas disseram que queriam que o evento bienal, que estava acontecendo apenas pela segunda vez, se transformasse em um centro de pesquisa em Gansu. “Nós conversamos sobre transformá-lo em um encontro internacional para todas as mulheres muçulmanas”, disse Shui. “Todo mundo foi a favor.”



Malala Yousakzai, uma jovem de 14 anos que fazia campanha por direitos humanos, foi baleada na cabeça por militantes do Talibã na terça-feira (9), enquanto voltava da escola para casa em uma van na área de Swat, na província de Khyber-Pakhtunkhwa.
Hoje, toda a nação está em choque. Todo mundo está condenando o Talibã e rezando por Malala. Ela se tornou um exemplo para a geração jovem do país. Ela venceu.
Malala é uma vítima da talibanização, a mentalidade radical gerada por uma interpretação teocrática e obscurantista do Islã. A talebanização envolve a imposição à força da agenda teocrática às pessoas. Envolve radicalizá-las. Envolve a criação de mais e mais esquadrões de homens-bomba suicidas em nome da jihad contra os liberais e moderados, muçulmanos e não muçulmanos. O ataque contra Malala libertou muitas mentes agrilhoadas e talebanizadas. Ela venceu.
Malala defendia a ideologia do amor. Ela era uma jovem embaixadora da paz. Ao atacá-la, o Taliban tentou alertar todos os jovens a não seguirem a ideologia dela. Mas, depois do ataque, os seguidores de Malala se multiplicaram por todo o país. Ela venceu.
O ataque expôs a face brutal do Taliban. Ele também coloca em dúvida até mesmo a realização de negociações com um grupo que interfere na vida de cidadãos inocentes e não poupa ninguém – nem mesmo as crianças.
Não há apenas uma Malala, mas milhares de Malalas que sucumbiram vítimas dessa ideologia de ódio. O Talibã, imaginando uma campanha contra pólio como fachada para espionagem, colocou centenas de milhares de crianças em risco ao proibir a vacinação em seus redutos no Waziristão do Norte e do Sul.
Em sua antiga fortaleza em Swat, o Talibã proibiu a educação para meninas, condenou o sistema judiciário do Estado e manteve um sistema judiciário paralelo até 2009, quando Islamabad lançou uma operação militar plena para debelar a insurreição liderada pelo Taleban ali.
Enquanto o Talibã atacava e destruía as escolas para meninas, Malala postava em seu diário no site da BBC, expondo as atrocidades do Talebã contra as mulheres, seus excessos e sua abordagem obscurantista à interpretação das leis islâmicas. No ano passado, ela foi indicada para o Prêmio Internacional da Criança pela Paz pelo grupo de defesa Kids Rights Foundation. Ela venceu.
Mas a versão do Islã do Talibã paquistanês e a agenda que deseja impor à força continuam sendo uma ameaça. O grupo considera eleições democráticas como sendo parte do sistema “secular” e anunciou que qualquer líder político que planeja disputar eleições será atacado caso visite as áreas tribais.
A declaração do Talebã de que o sistema democrático no Paquistão é anti-islâmico e suas críticas a Imran Khan, o ex-jogador de críquete paquistanês que virou político, como infiel liberal expõem o perigo do radicalismo violento que cerca o Paquistão. Mas Khan, o líder do Tehreek-e-Insaf, ou Movimento pela Justiça, é amplamente criticado por ser “brando demais” com o Talibã.
Em protesto contra os ataques por aeronaves não tripuladas, ele liderou recentemente uma marcha pela paz até a divisa do Waziristão do Sul, onde foi parado pelas Forças Armadas paquistanesas por razões de segurança. Em vez de apreciar sua ação, o Talibã condenou sua política “liberal” e ameaçou matá-lo.
O Talibã paquistanês distribuiu recentemente folhetos nos mercados nas áreas tribais, ameaçando comerciantes que vendem celulares a desistirem de seus negócios ou sofrerão as consequências. Os vendedores de celulares foram ordenados a pararem de carregar canções, filmes e fotos que o Taleban diz promover “atos anti-islâmicos”.
O plano do Talibã de moldar nosso país dotado de armas nucleares de acordo com sua visão de um Estado islâmico gera preocupações internacionais com a proliferação da violência radical islâmica e sua ameaça à estabilidade regional e mundial. Mas o ataque a Malala ressuscitou a verdadeira ideologia islâmica de paz por todo o país. Ela venceu.
Malala estava lutando pelo direito à educação – o mais alto investimento a longo prazo para impedir a talebanização. Apenas a educação pode promover uma mudança na mentalidade radical. Malala se tornou um farol luminoso. Ela venceu.

A dona de casa Parvin Namin, 60, passou anos economizando o dinheiro da família para investir num apartamento ou num pequeno comércio. Mas o projeto foi enterrado na semana passada, quando a desvalorização vertiginosa da moeda iraniana reduziu pela metade o valor do patrimônio acumulado. Namin é vítima de um terremoto cambial que afeta a vida da maior parte da população e agrava a crise gerada por um misto de sanções ocidentais e gestão controversa dos recursos do petróleo. A cotação do rial, moeda nacional, despencou cerca de 40% em relação ao dólar depois que o governo criou um centro nacional de câmbio para tentar controlar a circulação de divisas. Em vez de estabilizar um rial já em queda havia anos, a medida foi vista pelos mercados como prova da escassez das reservas estrangeiras. Se US$ 1 valia cerca de 22 mil riais há duas semanas, a cotação superou 40 mil riais durante algumas horas na segunda-feira, 1º de outubro, antes de fechar em 37,5 mil riais. O governo suspendeu as operações de câmbio e pediu à população que parasse de correr atrás de dólares. Comerciantes e doleiros protestaram em Teerã contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Os influentes lojistas do mercado central da capital fecharam as portas por não conseguir fixar preços dos produtos à venda. Em meio ao acirramento das rixas que racham o regime antes da eleição presidencial de junho, o governo impôs uma cotação padrão de 28,5 mil riais, ignorada pelos cambistas clandestinos onipresentes em Teerã. O comércio voltou a funcionar normalmente, mas a crise cambial domina conversas entre iranianos. O taxista Ehsan Asghar, 49, diz que o preço de algumas peças de motor dobrou, mas afirma não poder transferir esse custo para os passageiros. "Se eu cobrar mais, ninguém vai andar comigo", afirma Asghar, que culpa o Ocidente pela situação. Já Shahin Shahrokh, 33, funcionário de uma empresa de logística, responsabiliza o governo pela desvalorização que o obrigou a cancelar férias no exterior com a mulher. "Juntei o dinheiro certinho, mas de repente esse dinheiro ficou insuficiente." A guia de turismo Shahrzad Amiri, 41, planeja mandar de volta para casa o filho que estuda no Reino Unido. É comum ver iranianos dizerem que a crise deixa um rastro de mau humor e irritação. "Está todo mundo sob pressão, e as pessoas andam brigando por qualquer coisinha", diz a estudante Mahsa Mohammadi, 23. Empresários estão entre os mais afetados. Afshin Azadi, 49, teve que cancelar vários contratos nos últimos dias porque valores previamente acertados perderam sentido. "Assino um papel, e no dia seguinte acordo e o papel perdeu metade do valor." Mas Azadi, ecoando um sentimento generalizado, é cético em relação a eventuais protestos antigoverno em larga escala. "Não devemos repetir os erros que cometemos há três décadas", diz, em referência às manifestações que culminaram com a Revolução Islâmica de 1979. Nami, a dona de casa, diz estar disposta a se manifestar. "Mas primeiro é preciso definir como agir e o que queremos." Uma mulher tem um marido. Um marido tem até quatro mulheres. Essa é a realidade em alguns lares do mundo árabe, onde a poligamia é uma opção legal a mais. Nos territórios palestinos, a maioria dos homens opta por conviver com uma única mulher, mas a sharia, a lei islâmica que rege o direito da família, permite que eles se casem com até quatro mulheres. Em Hebron, a maior cidade da Cisjordânia, os matrimônios polígamos representam 10% das uniões. Para muitas mulheres, casar-se com um homem que tem outras esposas ou aceitar que seu marido se case novamente é só uma decorrência da resignação e da falta de alternativas em uma sociedade que oferece poucas saídas para as solteiras e divorciadas. Outras estão convencidas de que a poligamia é um sistema que funciona e que respeita os preceitos islâmicos.
Um Mohamed Abu Zeinab, 39, ainda não se recuperou da decepção. Depois de 13 anos de casamento, a família de seu marido soltou a notícia. Seu marido, advogado de profissão, havia se casado novamente. Em vez de viver na parte de cima da casa da família, Um Mohamed deveria se mudar para o porão, com seus quatro filhos. O andar superior seria ocupado pela nova esposa. Um Mohamed considerou que alternativas ela tinha. Não podia voltar para a casa de seus pais, porque eles vivem na Jordânia, e lá as crianças não teriam nem passaporte, nem direito à escola pública. Divorciar-se? “Não. Aqui o divórcio é um estigma para a mulher. Ninguém te ajuda. Por isso, pela pressão social e por meus filhos, decidi continuar casada”, relata essa mulher que ganha a vida vendendo maquiagem e lingerie que traz da Jordânia. As mulheres que se divorciam têm mais dificuldades para voltar a se casar, mas, acima de tudo, é muito provável que percam a custódia de seus filhos se o fizerem. Divorciar-se equivale a voltar para a casa dos pais. Saida Bader, diretora de um orfanato de Hebron, representa a outra face da moeda. Para ela, só há vantagens em seu marido ter mais de uma mulher. Ela é a segunda esposa do Dr. Maher Bader, um parlamentar do movimento islamita Hamas, que tem seis filhos do primeiro casamento. “Meu marido está feliz com sua primeira esposa”, afirma. E por que se casou com você? “Porque ele gosta de mudar de ambiente, de casa, de amigos... No começo, sua primeira mulher ficou brava, mas agora aceitou porque percebeu que ele consegue tratar igualmente bem as duas famílias”. O parlamentar passa uma noite na casa de Saida e a seguinte na da outra mulher. A diretora enumera as vantagens do modelo: “Se uma das mulheres adoece, a outra pode satisfazer as necessidades sexuais do homem. Ou se ela não puder ter filhos. Ou se só consegue ter meninas e não meninos...” Nenhum desses argumentos consegue convencer Inshirah Zeitun, uma das coordenadoras do orfanato, que escuta com atenção enquanto a chefe fala. “Não quero ofender a Deus, mas a verdade é que sou a terceira mulher de meu marido e sou muito infeliz”, confessa essa mulher de 30 anos, vestida com um hijab preto. “Eu queria ter um marido só para mim. Um marido que tivesse somente uma casa”. De um ponto de vista legal, houve grandes avanços para as palestinas. Há um ano, uma nova interpretação da lei estabeleceu que um palestino não pode se casar pela segunda vez até que a primeira esposa seja informada. O presidente do tribunal da sharia de Hebron, o xeque Abdelkadrer Idris, explica: “Agora o marido não pode agir espontaneamente. Se a primeira mulher não souber, o juiz enviará um funcionário para comunicar o fato antes de autorizar o segundo matrimônio”. O juiz da sharia lembra que o máximo permitido legalmente são quatro esposas. “A ideia é resolver os problemas de nossa sociedade. Em Hebron, temos 37 mil solteiras com mais de 27 anos. E Deus diz aos homens: casem-se com essas mulheres para que não tenham de pecar e fazer coisas contra o matrimônio. É uma lei preventiva, que evita o pecado”. Para Maysun Qawasmi, uma jornalista envolvida com a política de Hebron e que acaba de formar uma lista eleitoral composta exclusivamente por mulheres, as palavras do juiz parecem quase uma piada de mau gosto. Ela acredita que na prática é “impossível que nas condições econômicas nas quais vivem a maioria dos palestinos, e sob ocupação militar, os homens sejam justos e capazes de manter duas famílias como manda a sharia”.

Os choques ruidosos provocados pela recente disputa territorial sino-japonesa tornaram a escrita criativa impossível para mim. Eu passei a dedicar todo meu tempo a acompanhar o noticiário, me aprofundando ansiosamente em todo novo desdobramento. Repetidas vezes eu me perguntei: o que transforma uma disputa interminável por uma ilha em uma bola de fogo? Quem poderia apagar as chamas? Quem poderia fazer os políticos se sentarem para beber chá gelado juntos e se engajarem em um diálogo calmo e cortês? Onde estão as vozes da razão? Eu anseio por mais vozes racionais, eu anseio por ouvir meus pares escritores. Eu fiquei profundamente tocado depois que li as traduções dos pontos de vista sobre questões territoriais do ganhador do Nobel, Kenzaburo Oe, e o recente comentário de Haruki Murakami, alertando para os danos causados por surtos de nacionalismo. Minha longa admiração por esses escritores japoneses agora vai muito além de suas realizações literárias. “Eu gosto de licor barato”, escreveu Murakami, se referindo ao nacionalismo. “Ele o deixa bêbado após apenas poucas doses e o deixa histérico. Faz você falar alto e agir de forma rude (...) mas após o alvoroço embriagado, não resta nada, fora uma dor de cabeça horrível na manhã seguinte.” Diante dessas disputas inflamadas entre Japão e China, os escritores japoneses tomaram a iniciativa de adicionar uma dose de razão à discussão. Em comparação à humanidade e coragem deles, eu me sinto envergonhado como escritor chinês pela minha lenta resposta. “Eu temo que tanto como escritor japonês quanto asiático”, escreve Murakami, “as realizações constantes que fizemos (no aprofundamento do intercâmbio cultural e no entendimento com nossos vizinhos asiáticos) serão profundamente prejudicadas” devido aos recentes problemas. Eu entendo a preocupação de Murakami. Mas preciso dizer que a cultura e a literatura sempre foram vulneráveis à política. Historicamente, o intercâmbio cultural e literário sempre é o primeiro a ser atingido sempre que surgem disputas de fronteira. Isso me faz suspirar toda vez que vejo a cultura e a literatura tratadas como lanternas festivas –penduradas de modo extravagante sempre que necessário e então descartadas quando passa a empolgação. Repetidas vezes eu rezo nessas noites escuras: por favor, basta de armas e tambores de guerra. Todas as guerras são desastrosas. As manchas de sangue da guerra sino-japonesa durante a Segunda Guerra Mundial permanecem vívidas até hoje em nossa memória coletiva.
“Nós todos somos seres humanos”, escreveu Murakami em seu poderoso discurso de aceitação do Prêmio Jerusalém, entregue em Israel em 2009, “indivíduos transcendendo a nacionalidade, raça e religião, ovos frágeis diante de um muro sólido chamado O Sistema. Em todas as aparências, nós não temos nenhuma esperança de vencer. O muro é alto demais, forte demais –e frio demais. Para termos alguma esperança de vitória, ela precisará vir de nossa crença de que nossa própria alma e as dos outros são singulares e insubstituíveis, e da calidez que conseguimos ao unirmos nossas almas”. Eu concordo com ele. Para as pessoas comuns, ninguém vence uma guerra. Morte é nosso único destino. Diante da guerra, todos nós somos ovos frágeis. Se mais intelectuais no Japão, Coreia e China dessem um passo à frente e falassem com a voz da razão, em vez de disseminarem o ódio e serem indulgentes em explosões emocionais, em vez de permanecerem de lado indiferentes, talvez conseguiríamos baixar a temperatura e oferecer um muito necessário chá gelado para as pessoas inflamadas com fervor territorial. Eu estou dolorosamente ciente da fraca estatura dos escritores e intelectuais neste mundo complexo. Mas eu acredito que se quisermos ser úteis, o momento é agora. Em seu ensaio, Murakami mencionou que suas obras e as de outros autores japoneses foram removidas das prateleiras das livrarias na China. Isso é uma surpresa para mim. Há apenas poucos dias, eu vi obras literárias japonesas em exposição como de costume na Livraria Todos os Sábios, em Pequim. Mas acredito que o que Murakami relatou deve ter acontecido em algum lugar na China. A China é um país grande. Muitas pessoas aqui vivem constantemente com ansiedade, por motivos que elas próprias podem não entender. A todo momento elas aguardam por um canal para extravazar suas frustrações. Foi por causa dessas frustrações que vandalismo e ataques ocorreram durante as recentes manifestações. Esse comportamento não é apenas perturbador para o povo japonês, mas também para muitos chineses. Como escritor chinês, eu me envergonho por meus compatriotas que participaram do vandalismo, mas sinto por sua impotência inarticulada e frustração. Eu sei que é absurdo e errado livrarias removerem livros de autores japoneses, mas também entendo as preocupações que os funcionários de livrarias possam ter. “Pode acontecer qualquer coisa atualmente na China”, é um tema que aparece com frequência nas minhas obras literárias. Mas, ao mesmo tempo, um senso de impotência e tristeza é sempre real para mim. Eu concluí em agosto o primeiro rascunho do meu mais recente romance. A última parte é repleta de absurdos e horrores que estão acontecendo atualmente na vida real. De fato, o final fala do que está acontecendo na China e no Japão, e o que todo mundo teme que acontecerá. Eu estou embaraçado pela falta de imaginação. Meu romance não é uma profecia irracional de guerra, e agora não sei como mudar o final. Mas eu sei que –em qualquer país– se as vozes da razão não são ouvidas, o desastre pode ocorrer a qualquer momento, e são as pessoas comuns que sofrerão. Eu sei pouco sobre questões territoriais, assuntos políticos e militares. Meu amor pela literatura e pela cultura, entretanto, não tem fronteiras. Em comparação a aqueles que dedicam toda sua atenção ao engrandecimento territorial, eu sou mais dedicado à literatura e cultura mundial. Como escritor chinês, eu anseio pelo dia em que poderemos deixar a política para a política, e que a cultura e a literatura sejam deixadas em paz. Cultura e literatura são um laço compartilhado por toda a humanidade. Quando surgem instabilidades políticas, eu torço para que esse laço não seja de novo a primeira baixa. Afinal, a cultura e a literatura são a raiz de nossa existência, e o intercâmbio cultural trata-se do compartilhamento de emoções e experiências universais. Quando a cultura é abandonada, quando a literatura é descartada apenas para juntar pó, quando a raiz de nossa existência é cortada, realmente importa o tamanho de um território?

Toda quarta-feira, num bar no centro de Tóquio, várias pessoas se encontram atrás de um novo relacionamento. Há bebidas e olhares tímidos. No entanto, esses jovens não procuram um namoro. "Quero conhecer gente com mentalidade semelhante -basicamente, pessoas que entendam a internet", disse Shingo Hiranuma, 29, ex-engenheiro de smartphones da Toshiba que recentemente lançou um aplicativo de mapas, o Sanpo. "E eu não vou me contentar com qualquer um." Embora em pequeno número, uma nova geração de empreendedores de tecnologia japoneses está recorrendo a algumas incubadoras e até ao financiamento do Vale do Silício. E os chamados "encontros de start-ups" ajudam possíveis colaboradores a se conhecerem "Há muita incerteza no Japão atualmente, e isso tornou os jovens japoneses mais dispostos a assumir riscos e a experimentar novas ideias", disse Hiro Maeda, 26, que trabalhou em várias start-ups nos EUA antes de voltar ao Japão para criar a Open Network Lab, uma incubadora de Tóquio. A empresa já financiou cinco levas de start-ups desde sua criação, em 2010. Maeda disse ter recebido quase cem solicitações na última rodada, neste ano -mais do que o dobro do que em 2011. O Japão precisa desesperadamente de uma infusão de sangue empreendedor. Com uma economia estagnada e uma população que envelhece rapidamente, o país despencou para a 25a colocação no ranking de inovação global da ONU, deixando o "top 20" pela primeira vez desde o início dessa pesquisa, em 2007. Está cada vez mais claro que as grandes fábricas japonesas de produtos eletrônicos não serão o motor da inovação. Essas empresas, com sua competitividade solapada pelo iene forte, acumulam enormes prejuízos e estão sendo assumidas por concorrentes estrangeiros. Mas os empreendedores tecnológicos do Japão precisarão superar muita coisa para ter sucesso onde os grandes fracassaram. A sociedade japonesa continua venerando a lealdade vitalícia à empresa e penalizando o risco e o fracasso. O governo criou complicadas regras que atrapalham os recém-chegados, e os investidores não assumem riscos. "Seja falando em guiar a inovação ou criar novos empregos, está claro que o Japão precisa tentar algo novo", disse Taizo Son, um dos fundadores do Yahoo! no Japão, em 1996, e hoje diretor do fundo de investimentos Movida Japan. "Mas as probabilidades ainda estão contra as pessoas que ousam tentar." Segundo o Centro de Empreendimento de Risco, de Tóquio, o valor dos investimentos feitos pelos cerca de 50 membros do seu fundo de capital de risco subiu 35% de 2010 para 2011, chegando a US$ 316 milhões. Mas isso é pouco diante dos US$ 12,6 bilhões em capital de risco arrecadado no mesmo ano por empresas do Vale do Silício, segundo a Ernst & Young. A proporção de trabalhadores japoneses envolvidos com o empreendedorismo no Japão era de 3,3% em 2010, um dos menores índices do mundo industrializado, de acordo com o portal InternationalEntrepreneurship.com. Parte do problema é que não há um acompanhamento real das aquisições de start-ups no Japão, o que significa que empreendedores tecnológicos só podem se desfazer de um investimento por meio de uma oferta pública inicial -uma meta ambiciosa demais para a maioria das empresas. Mas um crescente número de japoneses mais velhos e experientes está deixando seus empregos para criar suas próprias companhias, e isso ajuda a galvanizar o ambiente local das start-ups, segundo Taku Harada, diretor da PeaTiX, uma start-up de gestão de eventos que permite que os usuários criem convites e ingressos para atividades. Harada, que trabalhou na Sony, Apple e Amazon antes de criar a PeaTiX, em 2009, diz que está mais fácil cooptar talentos de grandes empresas. Em sua start-up, que tem 20 funcionários, a média de idade é superior a 30 anos. "Mais histórias de sucesso poderiam inspirar mais gente em posições graduadas nas corporações a fazer o salto", disse Harada. No entanto, muitos profissionais lhe dizem que, no Japão, o fracasso ainda acarreta repercussões grandes demais para a reputação. "Se você fracassa", disse Harada, "não recebe muitas chances depois".