sexta-feira, 11 de outubro de 2013

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A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo realizou ontem audiência para lembrar as torturas e mortes ocorridas contra imigrantes japoneses no Brasil em meados da década de 1940. Foi o primeiro evento do grupo que não discutiu episódios da última ditadura militar (1964-85).

A audiência lembrou a perseguição do Estado brasileiro contra os japoneses, sobretudo após 1942, quando a ditadura de Getúlio Vargas entrou na Segunda Guerra Mundial (1939-45) contra o Eixo formado por Alemanha, Itália e Japão.
Os conflitos no Brasil se acirraram em 1946 com a divisão da comunidade japonesa: parte acreditava na derrota e rendição do imperador japonês, parte achava que o país tinha vencido a guerra.
Entre os ouvidos estava Tokuichi Hidaka, 87, que passou 15 anos preso por participar da morte de um japonês que acreditava na derrota do Japão. Ele falou dos tempos de prisão na ilha de Anchieta, no litoral norte de São Paulo: "Entre os 170 japoneses detidos, uns 140 eram inocentes".
A polícia brasileira, em muitas situações, prendeu japoneses flagrados ouvindo notícias de rádio do Japão ou mesmo quem se recusava a pisar na bandeira do país ou na foto do imperador, como forma de reconhecer a derrota na guerra.
Rosa Cardoso, da Comissão Nacional da Verdade, acompanhou a audiência e pediu perdão pela repressão do Estado.

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