terça-feira, 21 de abril de 2009

EAT DRINK HONG KONG

















O cantonês e o inglês que se pode ouvir fluentemente da boca de quase todo cidadão de Hong Kong revela a mistura constante com que se esbarra em cada rua da cidade. Aço, vidro e néon dão o tom para uma ilha de concreto e ar condicionado que parece tão irreal como um filme de Kung Fu. Ocidente com Oriente. Tradicional com contemporâneo. Incensos queimados em velhos templos disputam espaço com mãos algemadas a modernos iPhones. Em Hong Kong nunca faz frio, nunca mesmo, um clima que faz muita falta por causa da poluição do ar que traz a impressão que o suor entra até dentro da garganta. Em Hong Kong, os preços são proibitivos para quem não quer ou não pode gastar dinheiro. Comer é caro em Hong Kong. Quem pretende economizar passa longe do Soho, de Lan Kwai Fong e de Tsimshatsui, e encontra bares que nem a vigilância sanitária consegue entrar. Os 100 centavos do dólar de Hong Kong pesam no bolso ao se entrar num desses bares. No balcão do bar tem uma anciã que parece a bisavô de Bruce Lee, ao lado dela, o olhar se espanta com um copo de vidro transparente, com um líquido transparente e com uma dentadura náufraga no fundo do copo. Após ter que ouvir um ni hao ma pronunciado com um mandarin indescritível, a anciã pega a dentadura e a encaixa na boca e depois, numa ação que trará pesadelos recorrentes, bebe o líquido no qual a dentadura estava afundada. Nihau, shay shay, ma ma hoo hoo. Como uma visão do inferno, a dentadura e o líquido pavimentaram o caminho para que o resto da estadia fosse alimentada à base de milk shake, batata frita e banana real produzidos pela haute cuisine das mais renomadas McDonald´s de Hong Kong.
Enter the dragon.


























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