Em declaração que
contrasta com a recente proposta de remilitarização do Japão, o premiê Shinzo
Abe afirmou, na cerimônia que lembrou os 70 anos da bomba de Hiroshima, que
pretende apresentar uma resolução à ONU pela eliminação do arsenal atômico
mundial.
Como único país a ter
sofrido um ataque nuclear, o Japão, segundo Abe, tem uma "importante
missão" em promover o abandono de armas semelhantes.
Ele disse que o país
colocará em discussão uma resolução no próximo encontro do G7, a ser realizado
em Shima (Japão), em maio de 2016.
A declaração vem num
momento em que Abe e seu governo pressionam pela aprovação, no Parlamento, de
projetos de segurança que poderiam implicar o envio de tropas japonesas a
conflitos pela primeira vez desde a Segunda Guerra. A proposta tem provocado
protestos em todo o país.
Boa parte da opinião
pública critica as medidas do premiê, que distanciariam o país da Constituição
pacifista. Nesta quinta, sobreviventes de Hiroshima criticaram Abe em uma
reunião após a cerimônia de recordação.
Abe respondeu
repetindo sua opinião de que a legislação é essencial para garantir a segurança
do Japão, que vê um aumento na tensão com a China devido a disputas territoriais
e com a Coreia do Norte, que nos últimos anos tem realizado vários testes com
mísseis balísticos.
O prefeito de
Hiroshima, Kazumi Matsui, pediu, no evento, que as armas nucleares sejam
suprimidas e exigiu a criação de sistemas de segurança que não dependam de
poderio militar.
Na Malásia, em
encontro com o chanceler japonês, Fumio Kishida, o secretário de Estado
americano, John Kerry, usou o lançamento da bomba atômica em Hiroshima para
defender a importância do acordo nuclear com o Irã.
"[Esta
lembrança] enfatiza a importância do acordo com o Irã para reduzir a
possibilidade de que haja mais armas nucleares", disse Kerry.
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