segunda-feira, 17 de agosto de 2015


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Em declaração que contrasta com a recente proposta de remilitarização do Japão, o premiê Shinzo Abe afirmou, na cerimônia que lembrou os 70 anos da bomba de Hiroshima, que pretende apresentar uma resolução à ONU pela eliminação do arsenal atômico mundial.
Como único país a ter sofrido um ataque nuclear, o Japão, segundo Abe, tem uma "importante missão" em promover o abandono de armas semelhantes.
Ele disse que o país colocará em discussão uma resolução no próximo encontro do G7, a ser realizado em Shima (Japão), em maio de 2016.
A declaração vem num momento em que Abe e seu governo pressionam pela aprovação, no Parlamento, de projetos de segurança que poderiam implicar o envio de tropas japonesas a conflitos pela primeira vez desde a Segunda Guerra. A proposta tem provocado protestos em todo o país.
Boa parte da opinião pública critica as medidas do premiê, que distanciariam o país da Constituição pacifista. Nesta quinta, sobreviventes de Hiroshima criticaram Abe em uma reunião após a cerimônia de recordação.
Abe respondeu repetindo sua opinião de que a legislação é essencial para garantir a segurança do Japão, que vê um aumento na tensão com a China devido a disputas territoriais e com a Coreia do Norte, que nos últimos anos tem realizado vários testes com mísseis balísticos.
O prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, pediu, no evento, que as armas nucleares sejam suprimidas e exigiu a criação de sistemas de segurança que não dependam de poderio militar.
Na Malásia, em encontro com o chanceler japonês, Fumio Kishida, o secretário de Estado americano, John Kerry, usou o lançamento da bomba atômica em Hiroshima para defender a importância do acordo nuclear com o Irã.
"[Esta lembrança] enfatiza a importância do acordo com o Irã para reduzir a possibilidade de que haja mais armas nucleares", disse Kerry.

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