domingo, 27 de junho de 2010

De 30 de junho a 25 de julho, o CCBB promove uma mostra do cineasta Yasujiro Ozu, aclamado como um dos mais importantes do cinema japonês e da história do cinema. Ele era considerado o cineasta mais japonês do cinema, até pelos próprios compatriotas, que o achavam “japonês” demais para o gosto ocidental – o que talvez explique a descoberta tardia deste excepcional cineasta no ocidente somente na década de 1960. A mostra traz os primeiros filmes mudos ainda existentes, entre eles, duas exibições com acompanhamento de música ao vivo; as produções pós-guerra e as mais recentes.
Esta é a primeira vez que um programa tão completo se dedica exclusivamente ao cineasta japonês reconhecido em todo o mundo por sua sensibilidade e poesia únicas. Serão exibidos 32 longas e 2 curtas inéditos, além de todos os 35 títulos disponíveis atualmente. Desde os primeiros filmes mudos até os últimos trabalhos, a mostra percorre uma retomada de cada fase de Ozu.
No CCBB paulistano, haverá ainda um debate com o Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil. Já no Rio será promovida uma masterclass com o prof.João Luiz Vieira, do Depto. de Cinema e Audiovisual da UFF. Apresentações do filme mudo Benshi serão acompanhadas de narrações da especialista Angela Nagai e músicos de tocamokoto e shamisen, tradicionais instrumentos japoneses.
Além dos filmes do próprio cineasta, serão exibidas quatro produções que homenageiam o mestre: Tokyo-Ga, de Wim Wenders, Cinco Dedicados a Ozu, de Abbas Kiarostami, 35 Doses De Rum, de Claire Denis, e Hanami – Cerejeiras em Flor, de Doris Dörrie. Os dias do CCBB de São Paulo são 30 de julho a 25 de julho e do carioca de 27 de julho a 22 de agosto.
Nascido em 1903, Yasugiro Ozu iniciou sua carreira com vinte anos, até que em 1927 estreou na direção de Espada da penitência. Fui reprovado (1930) é sua primeira obra de grande repercussão. O diretor começa a usar o som em suas obras apenas a partir de 1936 em Filho Único, pois até então não considerava a tecnologia satisfatória.
No ano seguinte Ozu foi convocado para servir durante dois anos na China, na Segunda Guerra Sino-Japonesa. A participação conflitava bastante com o perfil anti-bélico do cineasta. E foi este espírito que inspirou algumas de suas obras que denunciavam circunstâncias censuradas pelo Estado. Os irmãos da família Toda e O sabor do chá verde sobre o arroz foram roteirizados nesta época.
Pai e filha e Também fomos felizes foram suas principais realizações do pós-guerra. Mas Era uma vez em Tóquio é considerada até hoje sua obra-prima. Seu último filme foi A rotina tem seu encanto (1962), pouco antes de sua morte aos 60 anos.
Data: 30 de junho a 25 de julho
Local: Centro Cultural Banco do Brasil, Cinema (70 lugares), Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Ingressos: R$ 4 e R$ 2 (meia-entrada)
(Clientes BB, funcionários do Banco Nossa Caixa, estudantes, professores da rede pública e maiores de 60 anos pagam meia-entrada. É indispensável a apresentação de documento que comprove o direito à meia-entrada)
Classificação indicativa: de acordo com o filme.
Maiores Informações: (11) 3113-3651/52

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