segunda-feira, 18 de julho de 2011

As ruas de Tóquio exibem neste verão menos gravatas e paletós que de costume, para combater o calor. As autoridades ordenaram que as grandes companhias, centros comerciais, edifícios de escritórios, universidades e departamentos governamentais reduzam o uso de eletricidade em 15% em relação ao ano passado. As restrições vão durar até 22 de setembro. Além disso, pediram que os cidadãos vistam roupas mais leves e escolham um estilo mais informal. Com essas medidas, pretendem enfrentar a escassez de eletricidade que sofre o Japão desde o terremoto e o tsunami de 11 de março passado, e assim evitar possíveis apagões.
O desastre danificou gravemente a central de Fukushima 1 - que quatro meses depois continua emitindo radiatividade - e conduziu à paralisação de boa parte dos 54 reatores atômicos do país. Ao todo, 35 continuam parados, o que provoca a falta de energia que tornará os verões japoneses habitualmente tórridos ainda mais duros este ano. Antes do acidente, as centrais atômicas forneciam 30% da eletricidade do Japão. Em maio passado a porcentagem caiu para 20%.
As ordens de economia energética afetam Tóquio e Tohoku, a região onde ficam as prefeituras devastadas pelo tsunami. Na capital, a Sony se comprometeu a desligar o ar-condicionado a partir das 18hs e adiantou o horário de trabalho das 9h30 para 8h30. O centro comercial Mitsukoshi desligou algumas luzes e elevadores, o metrô apagou o ar-condicionado nas estações operadas pelo município entre 12h e 15h e a Bolsa não receberá visitantes até que termine o verão, para evitar o uso de eletricidade em algumas áreas.
Fabricantes de automóveis trabalham nos fins de semana e descansam na quinta e sexta-feiras para nivelar a demanda energética.
O governo quer que empresas e escritórios limitem o ar-condicionado e fixem sua temperatura em 28 graus. Daí a campanha de vestir-se levemente, denominada Super Cool Biz, que começou no início de junho e que recomenda aos funcionários que substituam os ternos por alternativas que, sendo apropriadas para o trabalho, sejam ao mesmo tempo suficientemente frescas para os calores estivais.
A iniciativa vai além da campanha “Cool Biz”, implementada em 2005 no âmbito da luta contra o aquecimento global, já que agora define como aceitável o uso de camisas polo ou Kariyushi (de estilo havaiano), tênis e em alguns casos inclusive jeans e sandálias.
O ministério também sugere que se consumam alimentos que fazem baixar a temperatura do corpo, se evitem as horas extras, se trabalhe em casa quando possível e se tirem duas semanas de férias de verão. O governo afirma que esse programa não é temporário, mas que será "um grande acontecimento para mudar o modo e o estilo de vida dos japoneses".

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