terça-feira, 4 de novembro de 2014


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 Shah Rukh Khan, 48, tem muitos títulos. O grande astro de Bollywood é conhecido como Rei Khan, Rei de Bollywood e Bollywood Badshah (ou imperador). No verão passado, Khan recebeu do ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, a honraria civil mais prestigiosa da França -Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra.
Aamir Khan, o arquirrival de Khan e do qual não é parente, também está vencendo as diferenças culturais. Em 25 de julho, seu filme mais recente, "Dhoom 3", thriller de ação, estreou em 2.000 cinemas na China.
Os franceses e os chineses estão entre a diversificada e crescente base de fãs de Bollywood.
Há muito tempo, os filmes indianos fazem sucesso entre os 21 milhões de cidadãos do país que moram no exterior.
Nas décadas de 1950 e 1960, o ator e diretor Raj Kapoor era um nome familiar na Rússia soviética. Na década passada, a mistura singular de emoção, canções, danças e melodrama de Bollywood conquistou diversos mercados.
Segundo a empresa de monitoramento de bilheterias Rentrak, as receitas do cinema indiano em 36 territórios aumentaram de US$ 66,2 milhões, com 69 filmes em 2009, para US$ 289 milhões, com 170 filmes em 2013.
Há novos fãs em países tão díspares quanto Turquia, Peru, Panamá e Iraque. Filmes indianos começaram a ser exibidos no Japão em 1952, porém somente a partir do ano passado o país recebe lançamentos regularmente.
O músico pop japonês Matsumura Masahide (conhecido como Titi Matsumura) disse que o apelo desses filmes reside em sua abordagem ardente. "Nós gostamos de filmes indianos sentimentais e repletos de emoções, pois contrastam com o comportamento contido do povo japonês", explicou.
Os alemães são fascinados por Shah Rukh Khan. A paixão teve origem em 2004, quando uma emissora de TV alemã exibiu no horário nobre "Kabhi Khushi Kabhie Gham" ("Às Vezes Felicidade, Às Vezes Tristeza"), apresentando Khan como filho de um industrial rico. O melodrama que arrancava lágrimas -a chamada do filme era "O que importa é amar seus pais"- abriu um novo mercado.
Todavia, não é fácil vender a marca Bollywood. Hollywood e produções regionais tornam a concorrência acirrada. Até mesmo estúdios grandes como o Disney India, que produz filmes da franquia Disney, têm pouca penetração em outros países. Amrita Pandey, responsável no estúdio por marketing e distribuição, citou alguns fatores: "Barreiras linguísticas e culturais, os altos investimentos necessários para entrar em novos mercados e a gramática específica dos filmes indianos também são obstáculos".
A empresa americana Relativity Media espera mudar esse panorama. Em maio, no Festival de Cinema de Cannes, ela anunciou uma joint venture de US$ 100 milhões com a B4U, empresa de entretenimento de Bollywood.
Em vez de descobrir um filme que satisfaça ambas as preferências, a estratégia da Relativity é adaptar o mesmo conteúdo para dois mercados. Uma comédia de ação produzida atualmente, cujo elenco inclui Zach Galifianakis, Owen Wilson e Kristen Wiig, deverá ser refilmada em Bollywood.
Os filmes indianos também evoluíram junto com os consumidores e deixaram de ser uma entidade monolítica pautada por música e dança. Produções independentes autorais mais ousadas, os chamados filmes "hindie", também estão ganhando espaço. No ano passado, "Lunchbox", estrelado por Irrfan Khan, teve uma bilheteria global de cerca de US$ 10 milhões.
Filmes como esse poderão ajudar a indústria cinematográfica da Índia a se expandir? Shah Rukh Khan deu sua opinião: "Nosso conteúdo e nossa tecnologia estão melhorando. Chegou a nossa vez".

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